segunda-feira, 25 de julho de 2011

MEU FILHO DANIEL MACIEL, FILHO DO CORAÇÃO.


Foto: Maciel em sua primeira visita a minha casa, no dia 26/12/2005.

Há um ano eu recebi o pedido especial, do então presidente da AFM Caxias do Sul, para colocar no blog caxiense um pouco da minha vivência no esporte que aprendemos a amar. Desde então, toda segunda feira eu tenho escrito sobre lembranças, saudades, conquistas, maratonas, viagens e emoções sentidas. Nesse período de tempo eu revi a minha infância, juventude e agora, a idade madura, passar em meus pensamentos. Relembrei com saudade de amigos que se foram para todo o sempre, de outros, cuja distância impede de matar a saudade, mas, também senti a aproximação de velhos amigos, de pessoas com as quais não falava há muitos anos, que comentando o que eu escrevera, se aproximaram de mim novamente. Encontrei pessoas que conheci crianças, e que hoje são pais e mães de família. Tive a alegria de manter contato com a filha de meu amigo Raymundo Vasques, o que me deu dupla felicidade, pois ao mesmo tempo com que mantinha esse contato, tive a certeza de que meu amigo ainda vivia, pois em algum momento passado haviam me informado de seu falecimento. Foi uma ressurreição para mim. Sabê-lo vivo e feliz.

Passei a escrever logo após as festividades dos 45 anos da AFM. Isso deve ter sido motivado pelo que falei aos participantes daquela festa, e que tanto comoveu aos antigos botonistas, aqueles mesmos que iniciaram a caminhada cheia de dificuldades, e, que hoje apresenta resultados magníficos em todos os setores.

Um ano após essa festa, nova comemoração é preparada por essa turma maravilhosa de minha cidade natal. Trata-se, dessa feita, da continuidade daquilo que eu tive a ousadia de “inventar” em 1979, quando ainda morava em Brusque (SC). Na ocasião, querendo testar a capacidade do pessoal brusquense, já que teríamos a obrigação de realizar o 7º Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, criamos o Primeiro Campeonato Sul Brasileiro, reunindo os estados do sul, e, com convidados especiais, do Rio de Janeiro e de Sergipe. Os dois campeonatos foram um sucesso na época em que foram realizados. Em Caxias realizava-se o XXIX Campeonato Centro Sul, pois o convite especial ao Rio de Janeiro tornara-se cativo, e o Espírito Santo, por sua proximidade com o Rio, acabou sendo incorporado. E lá estava eu, novamente convidado.

Ao longo do período que passei escrevendo, um sentimento paternalista tomou conta de meu coração. Acabei adotando como filho, aquele que me tratava como um pai. São dele as fotos que ilustram as primeiras edições da minha coluna. Foi sua primeira visita, quando ainda não estava em meu próprio apartamento. Lembro bem as palavras sábias do Vanderlei Duarte, ainda no ano de 2004, quando me afirmou: - Vais conhecer um guri que vai fazer muito pelo futebol de mesa. Pouco depois aparecia um garotão, na sala da rua Garibaldi. Apresentou-me e fez com que eu jogasse uma partida contra ele. O dia foi 21 de janeiro de 2004. Jamais imaginei que naquele dia eu estava ganhando um filho para todo o sempre.

A idéia de escrever a coluna partiu dele. Atendi-a com alegria, pois sabia que estaria alimentando o fogo, não deixando que se apagassem brasas, que ainda poderiam produzir calor. E parece que tem surtido efeito. No Centro Sul, passei dias vivendo emoções em cima de emoções. Antigos amigos que há muito não via, outros que se apresentavam dizendo-se amigos de antigos amigos, muitos já no plano espiritual. Companheiros de jornada, de viagens. Amigos que conversavam comigo através de blogs e que agora estavam diante de mim. Conheci os mestres do futebol de mesa do centro sul brasileiro. De cada um deles guardo uma lembrança, uma palavra, uma emoção diferente. Vi filhos de meus amigos, netos desses mesmos amigos. Abracei e convivi com pessoas que gostam daquilo que eu gosto. E tudo isso sem considerar idades, pois estavam ali reunidos antigos companheiros de batalhas, jovens que estão brilhando e até adolescentes que se iniciavam no esporte. E a todos eu abracei e me comovi, pois estava vendo em cada um deles, os mesmos amigos que jogavam comigo quando estava iniciando, quase sem estrutura alguma, tendo de concretizá-la aos poucos, mas conseguindo e vendo hoje o resultado de tudo que iniciamos.

E tudo isso eu devo ao meu filho adotivo: Daniel Alves Maciel. E digo com orgulho que a idéia foi aceita por ele, com o consentimento de seu pai e de sua mãe, os quais tenho a grande alegria de considerar meus grandes amigos. Daniel e sua Flávia são pessoas maravilhosas e lutadoras. Sei que escolhi bem e que eles me aceitaram, tanto que já participei de um típico churrasco gaúcho, na casa do pai do Daniel, onde era comemorado o aniversário do pai do nosso campeão Mário. Ali eu passei horas maravilhosas, com direito à música ao vivo, pois o casal Maciel é harmonioso e interpreta músicas com uma beleza impar. Foram horas de muita alegria e felicidade. Uma família que se respeita e que se curte, sempre num astral elevadíssimo.

Portanto, meus amigos, saibam todos que adotei um filho e que de agora em diante será o meu sucessor na história do futebol de mesa, pois meu filho e meus netos jamais se manifestaram favoráveis à prática do futebol de mesa. Por isso eu adotei um botonista que levará o meu nome junto consigo, não no papel, mas no coração, levantando conquistas por esse nosso imenso país.

Obrigado, meu filho, pela oportunidade que me deste de estar sempre junto de vocês. Na maioria das vezes através dessas linhas, mas, pelo menos uma vez por ano, pessoalmente, ai na nossa cidade querida.

Um abração a todos e até a semana que vem.

Sambaquy.

Foto: Mário, Rodrigues, Pizzafiglio, Maciel e Ednei. Foi a primeira competição externa oficial da nova geração da AFM/Caxias, o Centro-Sul-Brasileiro de Criciúma no ano de 2006.

Foto: Daniel acompanhado do seu Pai Maciel, nos Jogos da Taça 45 anos da AFM/Caxias.

Foto: Dalla Rosa, Maciel e Sambaquy. Também nas festividades dos 45 anos.

Foto: Maciel e seu inseparável Primo Mário de Vargas.

Foto dos Primos: Rodrigues, Maciel e Mário. Idealizadores da Copa Primos.

Foto: Eu no inesquecível churrasco da Família Maciel.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

MARCOS FÚLVIO DE LUCENA BARBOSA O GAÚCHO MAIS CARIOCA DO BRASIL.


O Marcos Barbosa surgiu na Liga Caxiense em dezembro de 1969. Foi na época em que eu podia vencê-lo e que se prolongou até 1971, quando ele dominou completamente o futebol de mesa e tornou-se quase imbatível.

Eu havia sido o campeão caxiense de 1969, e havia participado do primeiro campeonato brasileiro realizado em Salvador, no ano de 1970. O Marcos ficava embevecido com as histórias, que repetidamente solicitava que narrássemos. Dedicava-se ao futebol de mesa com muita vontade e foi assimilando tudo o que acontecia, todas as novidades.

Em 1971 tivemos a realização do segundo campeonato brasileiro, dessa vez em Recife,
e, convidado declinou, pois ainda não se julgava apto a enfrentar as grandes feras brasileiras.

Em 1972, quando realizamos o terceiro brasileiro, ele e o Vanderlei Duarte foram os representantes caxienses na disputa. Foi o inicio de sua carreira vitoriosa. No ano seguinte, com a nossa sede localizada no Edifício Martinato, no centro de Caxias, Marcos foi um dos baluartes que muito incentivou a divulgação da modalidade pelo nosso estado.

Por duas vezes sagrou-se campeão caxiense. Em 1972 e 1976.

O campeonato brasileiro só voltou a ser disputado em 1976, dessa vez em Jaguarão (RS), mas foi no seguinte, em 1978, no Rio de Janeiro a sua grande exibição. Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa, representando Caxias do Sul foi o vice-campeão. E foi vice-campeão por ter sido moldado com a forja gaúcha, que não admitia maneirismos e jogadas desleais, pois não se aproveitou de diversas oportunidades para jogar fora a bolinha e rearmar seu time. Jogou limpo e foi castigado. Vencia o jogo e sofreu a virada, mas saiu com a cabeça erguida. Seria a primeira vitória gaúcha com botões lisos em disputas nacionais.

Em sua permanência na cidade maravilhosa, apaixonou-se por tudo o que encontrou e acabou transferindo-se definitivamente para lá. Perdia Caxias do Sul mais um excelente botonista. Ganhou o Rio e o C. R. Vasco da Gama.

Marcos jogava, quando estava em Caxias, com o São Paulo. Era inovador e realizava coisas impossíveis. Certa ocasião comprou dois times do S. Paulo. Um todo listrado e outro todo preto. Conseguiu uma pessoa que cortasse um circulo dos botões, na parte central, e transformou os dois times de maneira que o tricolor ficou com o centro preto e o escudo do São Paulo no centro e o preto com o centro tricolor e com o escudo central. Assim ele conseguia realizar proezas que deixavam os demais integrantes da Liga de boca aberta. Era um companheirão de todas as horas. Em cada viagem estava sempre pronto a acompanhar o grupo. Foi um dos participantes do primeiro estadual, realizado na Regra Brasileira, na cidade de Canguçú, em novembro de 1973.

No Rio de Janeiro ficou um tempo sem jogar, mas o amor ao esporte o conduziu ao Vasco e lá se encontra até hoje. De São Paulo passou a defender, com unhas e dentes o seu Vasco da Gama.

No XXIX Centro Sul, realizado há poucos dias em Caxias, nos encontramos e foi emocionante poder recordar grande parte de nossas vidas, quando a dificuldade era enorme, mas nunca nos afastou da idéia de divulgar e promover o futebol de mesa.

Almoçamos juntos, tomamos café da manhã, sempre conversando sobre o esporte que amamos. Por sorte, caímos na mesma chave. Nosso jogo foi emocionante e cheio de boas recordações, apesar da minha grande parada no esporte. Mesmo assim, 3 x 1 ficou de bom tamanho. A coincidência dos números é que há 31 anos eu não disputava uma partida oficial, pois havia parado logo após o campeonato brasileiro de 1980, disputado em Pelotas. Para mim, jogar contra o meu parceiro de cinqüenta anos passados foi o premio maior.

Sua simpatia continua a mesma. Lembramos de nossa viagem à Cachoeira do Sul, quando fomos fazer uma demonstração do futebol de mesa na Regra Brasileira. Ele tinha detalhes de uma partida jogada em 28 de julho de 1973, naquela cidade. Uma partida de exibição e o primeiro tempo acabou com 3 x 0 para ele. No segundo tempo, ele afrouxou e eu fui amontoando gols. O jogo acabou 4 x 3 para mim. Fiquei feliz, pois ele também marca suas partidas e poderá comprovar tudo o que estou dizendo. Mas o que vale mesmo é a amizade que sentimos um pelo outro, coisa de irmãos que somos.

Que possamos nos encontrar inúmeras vezes em próximas disputas. Prometo que tentarei treinar para poder fazer frente ao imbatível adversário de toda a vida.

Até a semana que vem, com a certeza de que serei lido pelo meu amigo Marcos.

Sambaquy.

Foto: PizzaPai, Sambaquy e Barbosa.

Foto: Barbosa e Sambaquy.

Foto: Sambaquy, Sá Mourão e Barbosa.

Foto: PizzaPai, Sambaquy, Barbosa, Robson e The Best.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

MARCOS ZENI – O DONO DA PONTE PRETA.


A minha homenagem de hoje é destinada a um excelente botonista, fundador da Liga Caxiense de Futebol de Mesa, hoje AFM Caxias do Sul. Conheço o Marcos há exatos sessenta anos, pois estava com quatorze para quinze anos quando nos encontramos pela primeira vez.

Morávamos na mesma rua, com três casas intercalando as nossas. Nossas famílias tinham relações de amizade e num determinado dia, quando estava saindo para jogar botão com os colegas de ginásio, ele observou os meus puxadores. Correu à sua casa e trouxe uma lata de biscoitos onde guardava uns vinte ou mais times de plástico. Nunca jogamos, pois estudávamos em colégios diferentes e nossos horários também diferiam.

Fomos nos encontrar, lá pelos anos sessenta, quando iniciamos as disputas de campeonatos caxienses. Ele, então com botões puxadores tornou-se um grande botonista, sendo que a nossa primeira partida oficial foi realizada em agosto de 1964 e terminou empatada em 1x1.

Em 1965 foi um dos fundadores da Liga Caxiense. Depois disso ficou algum tempo afastado, envolvido com suas atividades profissionais. Voltou em 1973, quando estávamos em pleno uso da Regra Brasileira.

Como sua preferência era a cor branca e preta, optou por um time que não fosse copiado pelos demais participantes, uma vez que Vasco, Botafogo, Atlético Mineiro já tinham sido inscritos e a Liga não admitia duplicidade. Encontrou a Ponte Preta, tradicional clube de Campinas e o segundo a ser fundado no Brasil, perdendo apenas para o E. C. Rio Grande. Numa de suas viagens a São Paulo, deslocou-se até aquela cidade, levando a sua esquadra e apresentando-a aos dirigentes do clube. Foi muito bem recebido e até quiseram nomeá-lo cônsul do clube em Caxias. Devido às suas atividades, não lhe sobrando muito tempo declinou da oferta, mas continuou recebendo a atenção do clube, o que acontece até os dias de hoje. Recebeu camisas e apaixonou-se pela Macaca Campineira.

Em 1973 voltou a todo vapor. Participava com desenvoltura do campeonato até o dia 18 de maio, quando teve de me enfrentar pelo campeonato. Aquele dia ele havia levantado com o pé esquerdo e eu com o direito. Deu tudo certo para mim e tudo errado para ele. Meu time foi fabricado pelo Seu Aurélio, da Bahia, e os botões de ataque eram um pouco menores do que os de defesa, com um detalhe incrível sobre o centro avante. Esse era bem menor do que os demais atacantes. Entrava em qualquer brecha e fulminava, pois sua caída era especial para cobrir o arqueiro. Nessa noite o Vitor, meu número 9, empilhou sete bolinhas nas redes do Marcos. Daí em diante, jogar contra o Marcos era mais fácil. Só de olhar o meu centroavante fazia com que ele tremesse na base. Não conseguia jogar e fiquei invicto até o final de 1974.

No final do ano, mais precisamente no início de novembro, Marcos participou do primeiro Campeonato Estadual realizado no Rio Grande do Sul, na Regra Brasileira. Foi na cidade de Canguçú e lá foi lançado o embrião da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa. Criamos a União de Ligas de Futebol de Mesa que praticavam a Regra Brasileira. Ela seria encarregada de promover e fazer disputar os estaduais vindouros. Ficou estabelecido que sua sede fosse em Caxias do Sul e seu primeiro presidente o nosso colossal Marcos Zeni.

Foi dele também a concretização e realização do Torneio que há mais tempo é realizado em nossa Associação. Nesse mesmo novembro, mais precisamente no dia 17, criou o TORNEIO PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. Participaram desse Torneio os botonistas: Airton Dalla Rosa, Sylvio Puccinelli, Rubem Bergmann, Adauto Celso Sambaquy e Marcos Zeni, seu criador.

Tive a felicidade de vencer o Torneio e dessa forma gravar o meu nome entre os campeões.

No ano seguinte, já residindo em Brusque, fui surpreendido com a chegada de Adaljano Tadeu Cruz Barreto e Marcos Antonio Zeni, que chegaram naquela cidade com a finalidade de disputarem o segundo Torneio Proclamação da República. Acredito que tenha sido o único torneio promovido pela entidade caxiense disputado fora de seus domínios. Adaljano conseguiu o troféu de campeão e eu fiquei em segundo lugar.

Em 1975 o Marcos conseguiu espantar a bruxa e fez as pazes com a vitória. Exorcizou o meu centroavante, não tomando conhecimento dele, me vencendo em duas ocasiões.

Por ocasião do XXIX Centro Sul, realizado em Caxias, almoçamos juntos e pudemos recordar muitas passagens de nossas vidas. E foi o Marcos quem recordou o trauma que o Vitor havia causado nele. Acredito que em suas noites, o Vitor transformava-se em pesadelos.

Brincadeiras à parte trata-se de um excelente botonista que conseguiu por duas vezes tornar-se campeão caxiense de futebol de mesa. Seu nome está escrito entre os grandes botonistas que serão eternizados nessa querida Associação.

Na atualidade, com o passar dos anos, a volúpia por títulos deixou de ser prioridade. Se vier será lucro, pois a intenção é divertir-se jogando botão. Sua participação valiosa foi dada nos momentos de maior dificuldade, quando tínhamos de matar um leão por dia, no sentido de implantar a Regra Brasileira em todo o Rio Grande do Sul. E nisso o Marcos foi muito eficiente, pois além da participação no primeiro estadual, esteve jogando brasileiros em diversas ocasiões. Faz justiça a todas as homenagens que devem ser feitas a esse bravo pioneiro do futebol de mesa.

Que Deus o conserve por muitos anos entre os botonistas caxienses.

Até a semana que vem, se Deus permitir.

Sambaquy.



A fonte dessa foto é o Blog da Ponte Preta: aapontepretafm.blogspot.com

segunda-feira, 4 de julho de 2011

QUANTA EMOÇÃO. AINDA BEM QUE MEU CORAÇÃO É FORTE...


Meus amigos botonistas. Hoje, depois das emoções que vivi, durante o transcorrer do XXIX Centro-Sul Brasileiro, que a minha adorada AFM CAXIAS DO SUL realizou em 24 e 25 de junho, nas dependências do Personal Royal Hotel, volto a conversar, via Internet.

Como gosto de história e por ter participado do primeiro, e desse último, vou fazer uma divagação entre ambos.

O primeiro foi realizado na cidade de Brusque (SC) em agosto de 1979. Frio, mas menos intenso e menos chuvoso do que o que encontramos em Caxias. A Associação Brusquense fora escolhida para promover o Campeonato Brasileiro de 1981. Lancei ao pessoal o desafio de, a exemplo do Nordestão que era realizado lá no nordeste do país, realizar um campeonato denominado Sul - Brasileiro. Serviria de termômetro para saber de nossas reais possibilidades de obtermos êxito em nossa aspiração de um belo campeonato brasileiro. Colocamo-nos em campo e idealizamos o primeiro campeonato reunindo os botonistas do sul do nosso país. Convidamos botonistas do Rio de Janeiro e de Sergipe para essa nossa primeira investida em termos nacionais. Vieram Antonio Carlos Martins e Helio Nogueira do Rio e Antonio de Oliveira de Sergipe, convidados de honra, dando ênfase ao torneio. Do Rio Grande do Sul, figuras carimbadas fizeram-se presentes: José Bernardo Figueira (Pelotas), Miguel Cunha (Pelotas), Luiz Ernesto Pizzamiglio (Caxias do Sul), Airton Dalla Rosa (Caxias do Sul), Cláudio Savi Guimarães (Jaguarão), Moisés Timm (Jaguarão), Dirnei Bottino Custódio (Santana do Livramento), Cláudio Schemes (Porto Alegre) e Paulo Schemes (Porto Alegre). De Santa Catarina contamos com Eduardo Tonon Narciso da Rocha (Criciúma), Paulo da Rocha (Criciúma), Valter Silva (Florianópolis) e Joel Dutra (Florianópolis). Contamos ainda com uma presença sul-americana que nos encheu de alegria. Tratava-se de Clemente Machado, de Rivera (Uruguai), trazido pelo querido amigo Custódio.

Os jogos foram realizados na Sociedade Esportiva Bandeirante, cujo Ginásio de Esportes abrigava os brusquenses Edson e Eder Cavalca, Edson Appel, Euclides da Silva Junior, Decio Belli, Edson Gartner, Walmir Merísio, Oscar Bernardi Eugênio Tarcísio Vieira, Fausto Tomazzoni, Sérgio José Moresco, Marcinho Vieira, Luiz Carlos Moritz, Roberto Zen e José Moacir Merico. Saliento que eu fiquei na organização e, portanto não participei dos jogos. A decisão final foi disputada por Dirnei Custódio e Antônio Carlos Martins, que ao final dos cinqüenta minutos não conseguiram movimentar o placar. Decidida pelos pênaltis à distância, a vitória coube ao gaúcho Dirnei por 3 x 1. Paulo Schemes derrota Helio Nogueira por 2 x 1 e dessa forma o primeiro Campeonato Sul-Brasileiro, hoje o Centro-Sul ficou definido dessa forma:

Campeão: DIRNEI BOTTINO CUSTÓDIO – Santana do Livramento.
Vice-Campeão: ANTONIO CARLOS MARTINS – Rio de Janeiro
3º Lugar: PAULO ROBERTO SCHEMES - Porto Alegre
4º Lugar: HELIO NOGUEIRA - Rio de Janeiro.

Esse foi o começo dessa importante disputa.

2011 – Caxias do Sul foi o palco da XXIX edição dessa disputa. Os meus queridos amigos que administram a AFM Caxias do Sul me convidam para participar, como convidado especial. Em cada e-mail que me enviam vão descrevendo as pessoas que estarão presentes a essa epopéia botonistica. Fico feliz com a possibilidade de encontrar velhos amigos, e também com a possibilidade de poder abraçar pessoas que admiro profundamente e que acompanho através dos blogs que leio diariamente. Mesmo sabendo que o frio caxiense, nessa época do ano é muito forte, o desejo de aumentar o meu conhecimento do esporte que acompanhou a minha vida me faz aceitar o convite. Sairia daqui com a antecedência necessária para poder estar em forma e acompanhar todo o campeonato.

Cheguei em Caxias dia 23 de junho. Acompanhei o trabalho dos caxienses, montando o palco das disputas. A maioria dos integrantes da Associação estava carregando mesas, cavaletes e colocando na Sala Caxias do Sul, do Personal Royal Hotel. Ali, o grande engenheiro Daniel Crosa, comandava o espetáculo, prendendo mesas, armações para suporte delas, enfim, realizando uma tarefa gigantesca no sentido de deixar tudo em ordem. O Maciel, preocupado em nivelar os gramados de madeira. E dentre todos os adultos envolvidos, duas figuras que representam o futuro da Associação: Hemerson e Gustavo Lima (Pica-Pau).

Não vou mais declinar nomes com medo de esquecer alguém que se tornou importante em minha vida, pois à medida que chegavam as pessoas e eu era apresentado a elas, minha emoção aumentava. Tive a alegria de abraçar ao Guido, coisa que almejava há muito tempo, pelo envolvimento que precedeu esse momento inesquecível. Depois conheci ao nosso querido presidente da Federação Gaúcha, o campeão Marcelo Vinhas. Revi pessoas que fazem parte de minha vida: Marcos Barbosa, Clair Marques, Paulo Schemes, Marcos Zeni, Sergio Oliveira, o ex-presidente da Federação André (que me colocou para jogar, depois de 31 anos afastado das disputas oficiais), o grande Breno, o Carlos Kuhn, o Laurinho Moretto, o Robson Bauer, Carlos Roberto Foschiera, o grande Alex Degani, Pierobom, enfim, me perdoem se esqueço algum nome, pois foram tantas as pessoas que tive a alegria de conhecer e rever que minha memória pede socorro. Ainda, conheci o futuro presidente da Confederação Robson Marfa, o Careca de Florianópolis, o Wanner do Rio, o meu adversário gentleman Roza (que fez um gol contra para consolidar a minha vitória em nosso jogo).

Conheci o grande Rangel, cuja simpatia consegue cativar a todos, e sua turma maravilhosa. Dentre eles o grande campeão Victor Panda, brilhante em todos os aspectos. Sou fã declarado dele e assisti alguns de seus jogos. O gol mais incrível que presenciei foi feito por ele em uma jogada de alto risco que para ele foi feita na maior naturalidade.

Aos meninos que se sagraram campeões, futuro que almejamos grandioso, pois é deles a responsabilidade de continuar essa caminhada. A todos que abiscoitaram os lindos troféus a minha homenagem, pois foi realmente uma briga de cachorro grande. O futebol de mesa alcançou um patamar incrível, acredito mesmo que quase insuperável. Jogos cheios de emoção e técnica invejável, bem diferente do tempo em que eu me arriscava nas mesas, sempre almejando alcançar o sucesso. Hoje a garotada está simplesmente imbatível.

Mas não posso deixar de destacar os meus companheiros de AFM. Pessoas incríveis que sempre me surpreendem com a sua gentileza e dedicação. Meu afilhado e atual presidente Rogério Prezzi, sempre galante e prestativo. Minha carona perfeita quando estou em Caxias. Daniel Maciel, sempre pronto para o que der e vier, um perfeito cavaleiro. Luiz Ernesto Pizzamiglio, o irmão que eu não tive e que sempre alegra o ambiente. Fiquei devendo um amistoso com ele, mas como já havia arrumado minha mala fiquei com receio de ir buscar os botões e depois não conseguir mais fechar a mala. Crosa, o melhor preparador físico que o meu Internacional conseguiu. Depois de passar por suas mãos, até conseguiu uma vitória. Pena que foi tarde demais. Fica para a próxima. Mário (o grande campeão), Daniel Pizzamiglio, Carraro, Alexandre Prezzi, Sandro Mazzochi, Gustavo Lima e Hemerson Leite, e o nosso repórter Ednei Torresini, que mostrou ao mundo, a competição mais linda realizada em Caxias do Sul, e que também contou com a presença constante do Nelson Prezzi e do Marcos Zeni, que fizeram sempre as honras da casa.

Saliento também a presença do secretário Felipe Gremelmaier, grande incentivador e da professora maravilhosa Leda Marramarco, que além do patrocínio estiveram presentes na competição, abrilhantando o esforço dessa gente maravilhosa.

Fui homenageado por ter iniciado esse movimento fantástico que pude presenciar, extasiado e feliz. Lembraram de mim, mas quem deveria receber essa homenagem eram meus amigos e companheiros caxienses. Vocês mostraram o valor das pessoas dessa terra e receberam a todos com a maior fidalguia e amizade. Parabéns a todos vocês.

Confesso que depois de tudo o que vi nessa competição, do cavalheirismo, da atitude do Robson em uma final acusando uma falta técnica contra si, dos encontros entre os amigos que prazerosamente abracei, do avanço tecnológico que a mostrou aos aficionados botonistas brasileiros, fiquei pensando que realmente tudo isso valeu a pena.

Vou finalizar fazendo dois pedidos a todos.

1. A modalidade livre é a grande mola mestra gaúcha. Nela nós firmamos o nome no cenário nacional e muitas glórias foram conquistadas. Eu sempre joguei liso e é por essa razão que peço a todos: Não deixem a modalidade acabar. A modalidade livre deve continuar sendo prestigiada e enaltecida. É uma maneira um pouco diferente do liso, mas nela estão inseridas grandes conquistas e feitos gigantescos. Incentivem sempre, para que possamos sempre poder nos orgulhar de todos os campeonatos brasileiros que conquistamos com esforço e dedicação.

2. Apóiem sempre essa meninada que está praticando o futebol de mesa. Carreguem esses meninos para todas as competições. Eles serão o nosso futuro. Quando, cada um de nós estiver parando, devemos ter a certeza de que haverá um Hemerson, um Pica-Pau, um Yago que estarão fazendo a roda girar, promovendo o nosso esporte valioso. Eles serão sempre o nosso futuro. Hoje vocês, meus amigos queridos, foram eles quando eu estava iniciando.

Ainda emocionado e agradecido por tudo o que vivi nesses dois dias em minha terra natal, só posso dizer: MUITO OBRIGADO.

Até a semana que vem.

Sambaquy.