segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE FINAL DE ANO

A mensagem que postei, em 27 de dezembro de 2010, perguntava-me o porquê de não existir um despertador que nos faça acordar em determinada época de nossa vida para revivê-la intensamente. Talvez fosse uma premonição daquilo que fora reservado, em 2011, à nossa AFM Caxias do Sul.
Será muito difícil tentar esquecer esse magnífico ano por tudo aquilo que foi conquistado.
Rogério Prezzi dinamizou a nossa Associação, ao ponto de estarmos presentes em todas as premiações, das quais participamos. Ele conseguiu, como presidente, escrever uma página gloriosa de nossa entidade, abrindo a oportunidade de podermos apresentar uma equipe que disputasse os tradicionais campeonatos das terras gaúchas, a modalidade livre. AFM Caxias do Sul, que fora fundada e sempre praticara a modalidade liso, estava aderindo aos cavados. E o fez com grande brilhantismo, tendo, ao final de seu ano, a honra de ostentar o título de CAMPEÃO BRASILEIRO da modalidade, com o grande Christian que, em Recife, não deu a vez a ninguém.
Ficamos com o segundo lugar dessa mesma modalidade, com Chambinho, Cícero e Christian na disputa por equipes. E na disputa da modalidade lisos por equipe, nossos valorosos Maciel, Mário e Carraro conseguem brilhantemente um terceiro lugar, posição muito honrosa, pois superaram treze equipes, ficando apenas ultrapassada por duas entidades baianas: Alagoinhas e Santo Amaro da Purificação.
A meninada também nos encheu de orgulho e esperança com as conquistas que conseguiram. Hemerson e Gustavo (Pica-Pau), em muito pouco tempo, estarão com seus nomes pronunciados com respeito pelos demais botonistas brasileiros de todas as categorias.
Pelo grande grau de companheirismo, ganhamos adeptos de outras entidades e muitos estão disputando entre nós, dando-nos alegrias e ensinando-nos a vencer sempre. Uma dessas conquistas chama-se Robson Bauer, cria do grande campeão Guido Garcia. Pois o Robson, oriundo de Santa Vitória do Palmar chega e já escreve o seu nome no rol dos grandes campeões caxienses de todos os tempos. Com o seu Brasil, de Pelotas, não deu chance a ninguém e ficou com o maior troféu da divisão especial.
Mas, tivemos campeonatos emocionantes como o da segunda divisão, onde o nosso sócio fundador Marcos Antonio Zeni sagrou-se campeão invicto da segunda divisão e disputará, no próximo ano, a principal categoria da entidade.
Mas, a alegria não parou por aí, pois o nosso Diretor Técnico Mario Vargas, numa atitude inédita, instituiu a terceira divisão, pois nela poderá premiar aqueles que não treinam muito, por força de seus afazeres profissionais. E nessa categoria, o campeão caxiense foi o nosso querido amigo Fernando Casara, com a sua Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul. Coincidência ou não, sendo o sucessor do Grêmio Esportivo Flamengo que foi, pelas mãos do saudoso Marcos Lisboa, nosso primeiro campeão caxiense, coube ao Casara a honra de inaugurar a galeria dos campeões caxienses da terceira divisão.
Meus amigos, lembrem-se de que estamos nos encaminhando para o nosso 47º aniversário de fundação, portanto, mais três anos e estaremos completando o nosso CINQUENTENÁRIO. ESTAMOS MUITO MAIS FORTES DO QUE JÁ FOMOS. Aqueles meninos que se iniciaram conosco são, hoje, os veteranos de nossa Associação. Seus filhos estão administrando-a com êxito e sabedoria. Por essa razão, preconizemos um 2012 semelhante ou até melhor do que o que foi conseguido nesse ano que finda.
Na mensagem do ano que está terminando, solicitei que repensassem suas atitudes. Afirmei que a vida é muito bonita e agradável, desde que permitamos que assim ela seja. Continuemos leais, amigos, companheiros, com o coração transbordante de felicidade para, juntos, desfrutarmos a alegria da glória que, certamente, virá nos premiar.
Continuemos a citar o célebre Érico Veríssimo o qual afirmava que a felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.
Tenham todos um Feliz Ano Novo e que os sonhos de cada um de vocês seja realizado com vitórias e derrotas dentro do espírito esportivo.
Um grande abraço em cada um de vocês.
Até o ano que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

domingo, 18 de dezembro de 2011

FERNANDO CASARA O GRANDE CAMPEÃO DE 2011.

Festa na entrega dos prêmios para Casara

Dentre todas as notícias do final de semana no futebol de mesa, a que mais chamou a minha atenção estava postada no blog da AFM Caxias do Sul. CASARA é o campeão da Chave C.
Fui apresentado a essa figura carismática do futebol de mesa em dezesseis de novembro de 2002, na antiga sede situada à rua Garibaldi. O Vanderlei nos colocou na mesa para uma disputa do Grêmio Esportivo Flamengo contra a Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul.
Foi um jogo de alguém que havia parado, em 1986, contra uma pessoa que estava iniciando no esporte. Apesar disso, foi um jogo inesquecível, pois o meu adversário era uma pessoa grandiosa e cheia de predicados. Já se passaram mais de nove anos. E, nesse tempo todo, o Casara nunca figurava entre os primeiros da tabela, apesar de estar em todas, sempre atuando.
A foto postada pelo Rogério mostra um Casara vibrante por ter sido distinguido com o 16º lugar no campeonato caxiense. Vibrava por razões muito mais valiosas que o troféu em si, era pela beleza de figurar entre essas feras do botonismo da Pérola das Colônias. Naquele momento, ele estava incorporando as pessoas sensacionais de Raymundo Antonio Rotta Vasques e Sérgio Calegari que jamais venceram torneios, mas que estavam felizes por pertencerem ao grupo de botonistas.
Depois de nove anos, graças à meritória atitude do diretor esportivo Mário Vargas, foi instituída a divisão C, que visa estimular aqueles que treinam pouco e por essa razão não conseguirão chegar ao patamar das feras do botonismo. Casara era um deles e, desta vez, não teve para ninguém.
A SER Caxias levantou o caneco e que esse seja o primeiro de muitos que embelezem a sua galeria de conquistas. Tenho certeza de que esse amigo está felicíssimo com essa vitória que estará marcada para sempre nos anais históricos de Caxias do Sul. Não importa a série, se A, B ou C, o certo é que houve três campeões caxienses em 2011, a saber:
Robson Bauer, com seu Brasil de Pelotas na série A;
Marcos Antonio Zeni, com sua Ponte Preta na série B e
Fernando Casara, com seu SER Caxias do Sul na série C.

Tenho certeza de que essa disputa veio para ficar e felicito ao Mário pela idéia genial de premiar a quem inicia, a quem treina pouco em virtude de suas atividades profissionais, a quem quer só brincar de jogar, pois estará, indiretamente, reforçando o quadro de botonistas da AFM.
Com certeza, aparecerão muitos candidatos para disputar a série C no ano que vem. E o Casara terá de defender o seu título, rumo ao bi-campeonato.
Já era hora de Caxias mostrar todo o seu vigor esportivo e divulgar, aos quatro cantos de nosso país, a grande plêiade de craques que praticam o futebol de mesa. Nesse ano, estamos com a presidência da Federação Gaúcha nas mãos do nosso filho Daniel Maciel, conquistamos o Centro Sul, escrevemos com letras maiúsculas o nosso nome no Brasileiro, em Recife, em grandes conquistas e, no final de semana passado, ficamos com os dois primeiros lugares no aberto da Franzen.
Não há como negar, estamos no caminho certo e vamos motivar muita gente a seguir nossos passos.
Casara, meu grande amigo, parabéns pela sua conquista gloriosa.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

domingo, 11 de dezembro de 2011

CLUBE NÁUTICO MARCILIO DIAS – ATLÂNTICO SUL FUTEBOL DE MESA

No primeiro final de semana de dezembro foi encerrado o terceiro torneio ADAUTO CELSO SAMBAQUY, realizado por essas duas agremiações radicadas em Itajaí (SC). Os dois primeiros foram realizados em 2007 e 2008, tendo sido vencidos, o primeiro por Marcelo Índio, ficando, em segundo lugar, o Ivo Castro Junior e, em terceiro, o presidente da Federação Catarinense, Alexandre Castelli; o segundo que foi disputado, em três séries, foi vencido por: Série A, Ivo Castro Junior, ficando, em segundo, Jefferson e, em terceiro, Joel dos Anjos Junior; chave B, Luiz Arruda, seguido por Janos e Oswaldo Fabeni e a chave C, vencido por Fernando Castro, com Guilherme e Mauricio.
Nos anos seguintes, foram disputadas as Taças Armin Souza e o Mundialito de Seleções, em 2009 e, no ano seguinte, o campeonato teve Apertura e Clausura, sendo a última competição do ano, a Copa Mundialito de Seleções.
Nesse ano, tivemos a Taça Ecodelta Baterias, disputado nas séries A e B e, posteriormente, o Torneio Adauto Celso Sambaquy, também nas duas séries. Antes de finalizar o torneio que foi desenvolvido em três etapas, tivemos a realização da Copa Mundialito de Seleções.
Os campeões de 2011, do torneio com o meu nome, foram: Série A; Ivo Castro Junior, vindo a seguir André Amorim e Oswaldo Fabeni e, na série B, Joel dos Anjos Junior, Ricardo Guedes e Sione em terceiro.
Recebendo a homenagem do Atlântico Sul Futebol de Mesa, do
seu presidente Oswaldo Fabeni de Oliveira
Ao final da competição, os promotores do torneio fizeram uma homenagem emocionante àquele que emprestava o seu nome. Entregaram-me um troféu, onde há uma fotografia minha, com os dizeres: Ao nosso Ilustre Botonista, uma homenagem do Atlântico Sul Futebol de Mesa. Itajaí – dezembro de 2011.
Convidado a entregar os troféus aos vencedores, senti a amizade que nos une, dentro do esporte que amamos. Foram momentos inesquecíveis, nos quais os amigos puderam mostrar o grau de consideração que têm por um velho botonista que teima, ainda, em jogar, embora sem a força e determinação mantida em seus áureos tempos.
Foi mais uma emoção vivida por bondade dos amigos em me distinguir, dando o meu nome a um torneio do esporte que eu mais aprecio.
A primeira vez que fui lembrado em um torneio foi no ano de 1980, quando a Liga Guanabarina de Futebol de Mesa, presidida pelo meu querido amigo Getúlio Reis de Faria, organizou e realizou a Copa Adauto Celso Sambaquy. Ela foi realizada no Rio de Janeiro, mais precisamente em Vila Isabel e o seu vencedor foi o representante do America. Esse torneio foi na Regra Brasileira (Um Toque)
Depois dela, em 1982, o Botunice, (Botonistas Unidos de Campos Elíseos), de São Paulo, chefiado pelo Décourt e Della Torre, organizaram a Copa Sambaquy, vencida pelo botonista Helio Gherardi. Torneio realizado na Regra de Doze Toques.
Em março desse ano, a 1ª Etapa da Liga Jardim Brasil, de Olinda, em Pernambuco, realizou, dia 27, seu segundo campeonato interno na Regra de Doze Toques. Como ela sempre faz, segundo o blog daquela Associação, houve uma homenagem a uma das lendas do futebol de mesa brasileiro, com a gravação do nome Adauto Celso Sambaquy no troféu que foi entregue ao grande campeão Zido. Essa foi uma homenagem que o meu amigo Armando Pordeus, com sua infinita bondade me prestou.
Eu fico feliz com tudo isso, mas fico mais feliz é com a amizade de todos os botonistas por onde passo, pois essas são as verdadeiras premiações que guardamos para sempre em nosso coração. Não se deterioram com o tempo, muito pelo contrário, cada vez se tornam maiores e mais sólidas, trazendo, em cada uma delas, a grande alegria de saber que podemos contar com amigos sempre que necessitarmos.
Foi um final de semana de grandes alegrias e muita festa. Que venham outros para alegrar meu coração.
Gol de penalti, marcado por Giuly

O homenageado no centro. À direita os vencedores da Chave A e à esquerda os
da B.

Até a semana que vem, com a graça de Deus.
Sambaquy

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

UM TORNEIO NO CIRCULO MILITAR EM CURITIBA

Em 11 e 12 de setembro de 1982, participamos de um torneio realizado no Círculo Militar de Curitiba, no Paraná. Os paranaenses, chefiados por Agacyr José Eggers haviam convidado um grupo de paulistas para a confraternização. Os paulistas convidados eram Geraldo Cardoso Décourt, Antonio Maria Della Torre (Presidente da Federação Paulista), Domingos Varo Neto e Huratian Muradian. Entretanto, deveriam ser seis paulistas que jogariam contra seis paranaenses. Décourt telefona para Brusque e convida a mim e ao presidente da Associação Brusquense de Futebol de Mesa, Oscar Bernardi, para comporem a equipe paulista.

Ponderei a ele que a nossa regra era bem diferente daquela praticada por eles. Eu já tivera conhecimento, pelas viagens realizadas a São Paulo, da forma de jogar, mas Oscar Bernardi desconhecia totalmente.

Mesmo assim, aceitamos o convite e rumamos à capital paranaense. Lá nos encontramos com os amigos paulistas e o Della Torre me entregou um time de argolas do Internacional, que ele havia preparado para mim. Eu jogaria com o time que recebera, pouco antes dos jogos, sem haver dado um único chute com botão algum. O Oscar também recebeu um time para fazer frente aos paranaenses.

Nesses dois dias eu joguei vinte e três partidas; o Oscar jogou doze. A importância desse torneio deu-se pelo fato de ser a última participação de Décourt, pois foi a partir dessa sua viagem que o seu problema nas pernas se agravou, impedindo a sua participação no primeiro brasileiro da Regra de Doze Toques, realizado em São José dos Campos, onde Della Torre sagrou-se campeão.

O pessoal paranaense que participou desse torneio, capitaneado pelo Agacyr José Eggers, contou com as participações do Edmundo Barbosa, João Carlos Eggers, Ernesto Santos Junior, Newton Santos e Luiz Carlos.

Nesse dia, tive a alegria de conhecer um grande divulgador do futebol de mesa, chamado Roberto Beltrami, que mantinha uma escolinha de jovens no próprio Círculo Militar.

O vencedor do Torneio foi Edmundo Barbosa que representava a Federação Paranaense de Futebol de Mesa.

Agacyr José Eggers me presenteou com um livro que havia escrito sobre o nosso esporte, com muitas ilustrações, explicando a regra que era utilizada no Paraná. Esse livro se encontra no acervo da AFM Caxias do Sul, juntamente com o exemplar autenticado da primeira regra publicada no Brasil, REGRAS DE FOOT BALL CELOTEX, escrito por Geraldo Décourt, no distante ano de 1930.

Escrevo sobre esse torneio, pois fui distinguido pelo amigo Ubirajara G. Bueno, autor do livro BOTONÍSSIMO, através da foto que foi batida com os doze participantes do torneio. Essa foto chega às minhas mãos vinte e nove anos depois de ter sido tirada. Foi emocionante, pois nela estão meus dois filhos brusquenses, os quais me acompanharam até a capital do Paraná.

No regresso a Brusque,  vieram conosco o querido amigo Geraldo Décourt e sua esposa dona Eda. Não quiseram ficar em minha casa e preferiram hospedar-se no Hotel Gracher, no centro de Brusque. Em visita à sede da Associação Brusquense, quando os amigos botonistas ofereceram ao Décourt e esposa, um churrasco, o presidente Oscar Bernardi, depois de mostrar as dependências de nossa sede própria, ofertou, ao Papa do Futebol de Mesa brasileiro, um cartão de prata selando a nossa amizade.

Nos dias que ficaram entre nós, Décourt tomou conhecimento dos compêndios do futebol de mesa que foram por mim organizados, juntando recortes de jornais, revistas e fotografias que mostrassem a evolução de nosso esporte, dos anos sessenta até aquele distante ano de 1982.

Décourt, entrevistado por Saulo Tavares, que apresentava um programa esportivo na Rádio Araguaia, de Brusque, disse que era uma pena tantos documentos ficarem longe de São Paulo, pois representavam a história do futebol de mesa.

Anos depois, o presidente Della Torre organizou um museu do futebol de mesa nas dependências da Federação Paulista, e eu até ofereci a doação dos compêndios, pois seriam de utilidade para a história. Infelizmente, um enfarte fulminante o levou antes de formalizar a resposta. Com isso, estão depositados na sede da AFM Caxias do Sul, com a idéia de que, algum dia possa ser construído um museu do futebol de mesa gaúcho.

Para ilustrar a coluna, repasso a foto recebida do amigo Ubirajara, destacando pela numeração acima de cada botonista: 1) Ernesto Santos ou Newton Santos, 2) Geraldo Cardoso Décourt, 3) João Carlos Eggers, 4) Antonio Maria Della Torre, 5) Luiz Carlos, 6) Domingos Varo Neto (Mingão), 7) Agacyr José Eggers, 8) Adauto Celso Sambaquy, 9) Edmundo Barbosa, 10) Huratian Muradian, 11) Oscar Bernardi e 12) Ernesto Santos ou Newton Santos.

Foi esse um dos primeiros passos na grande conquista obtida, junto ao CND, quando o nosso esporte foi reconhecido como tal. A união fez a força.

Até a semana que vem, se Deus permitir.

Sambaquy.