segunda-feira, 28 de abril de 2014

NO FUTEBOL DE MESA HÁ MUITA POESIA!

Orci Miguel
O poeta dos botões
Nada mais agradável para um velho botonista do que encontrar pessoas de sua faixa de idade e imaginar os sonhos desse amigo. Então podemos verificar que o esporte que tanto amamos não se restringiu a um local, mas, pelo contrário, estabeleceu-se em todos os recantos de nosso país, do norte ao sul, do leste ao oeste.
Encontrei um amigo querido, oriundo de Uruguaiana, terra onde morei durante um ano de minha vida e que jogava botão. Não o conheci quando lá estive, apesar de estar com um time de botão e ter outro amigo que praticava o esporte. Esse amigo, que encontrei há poucos anos é um advogado ilustre de Canoas. Além de advogado é um poeta e, numa poesia maravilhosa, escreveu: Dedico com exclusividade à tua pessoa, Adauto. A cópia desses originais fazes por merecer! Em assim sendo, homenageio todos os nossos abnegados botonistas... que, liderados por ti e espelhados em ti, congregados por ti, transmitem, como nós aqui transmitimos à geração que virá após a nossa: o bem querer, a dedicação e a afetividade pelo futebol de mesa... onde ele estiver... e onde encontrarmos este vai e vem colorido de nossos botões em uma mesa que tanto nos empolga e nos apaixona!!
Com o meu apreço, estima e benquereza.

MUITAS RAZÕES HÁ MAIS PARA VIVER
Miguel Xavier Orci

Anos cinquenta, o início em minha cidade,
Jardim florido à Beira-Rio plantado!
Mesa no pátio! Casa no arrabalde...
Dez botões...! Comecei o aprendizado!
“Chicho”! “Galocha”! “Paulo Fitipaldi”!
Maia! Oscar! Jurandir!...Wilson “compadre”...
Oito guris...verdor da mocidade;
Aos sábados à tarde,... à vontade...
Com meus dez “galalites” de verdade;
Recordar é viver...mas que saudade!
#
Meus botões? São relíquias preservadas...!
Todos são valiosos, bem guardados..
Momentos de lazer já vivenciados...!
Mais de doze mil jogos disputados...!
Ao redor duma mesa... caminhados,
Nestes sessenta anos... ”bem vividos!”
#
Regride lentamente a minha memória,
Tal qual um filme a fita retornando...
E um gol inesquecível (!) se apresenta,
Isto faz parte duma linda história!
#
Orci Miguel e seu Bangu em um campeonato gaúcho
O “Meu BANGU”! Paixão d’adolescência,
Suas listras alvirrubras, verticais...
Uma vitória! Mais outra... é bom demais
E a fita retornando... num glossário..
Bolas brancas nas redes se aninhando!
Duas... ou três, no gol adversário!!!
Mais vitória que derrotas! Contingência
Pra quem fez dos botões o seu lazer...
Pra quem cultiva este amor d’adolescência!
Todos meus botões têm meu apreço
Mas... todos os meus botões nenhum tem preço!
A cada qual, bem sei, estão ligadas,
Recordações atuais... tempos antigos;
Pois jungidas a mim... e aos meus amigos!!!
#
Ficha redonda... colorida e plana...
Quase quinhentas em sua quantidade,
Só jogamos com dez! Que insanidade...!
E que saudades de nossa Uruguaiana!
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O “vai e vem” colorido dos botões,
Nos deixa em cada jogo uma sequela...
De “queixas”, “paixões”, “risos”, “gozações”...
-Me permitem dizer: que a vida é bela!
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Jovens que me ouvis... – digo a vocês:
Que o botão que jogamos... é “um xadrez”!
Pois partidas iguais, não vi jamais!
Impulsos! Coração! Fé e destreza...!
Dez botões escrevem numa mesa,
Se ali tens no “placar” a tua vitória?!
Páginas da tua vida... da tua história!
#
A vida é um palco! Nós seus atores!
Meus botões, por seus lances: seus autores,
Das derrotas? Ficaram cicatrizes...!!
Vitórias mil?! Momentos tão felizes,
Nos quais me abrigo em meio aos seus matizes,
Para esquecer jornadas infelizes..!
#
Zizinho, Algodão e Gasparzinho,
Cabralzinho, Pitanga e Aladim,
Matheus, Cardeal, Fafá e Valentim...
Só de lembrá-los passo a rir sozinho!
Zoroastro e Alpadrino e Bataclã;
Douglas, Fafá, Braguinha e Ivorã,
Jorge Black, Cyrilo e Canhotinho,
Craques de ontem, craques de amanhã!
Orlando, Pé de Gesso e Angorá!
Botões iguais, por certo não os há,
Neste nosso Universo do Botão!
Um Zózimo! Um Turcão! Um Sapatão!
Tinguá! Biguá! Scotti e Geraldão!
Mencionar os seus nomes como faço,
Deixa de ser dever, é obrigação!
Bonzo e Turcão! “Estrelas luzidias”,
Duma constelação bem conhecida,
Brilharam muitos anos em minha vida!
E fizeram felizes os meus dias!
#
Sim! Falo de conquistas em meus versos!
Tantas foram, momentos e lugares,
As taças e troféus quando os olhares,
Falarão de vitórias e sucessos!
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Uma delas? Pois bem... eu bem me lembro,
Num dia dezessete de dezembro,
Feliz fiquei! Alegre e tão faceiro!
À tarde, em Novo Hamburgo, o meu herdeiro,
SANTA CRUZ! Como tal é conhecido,
“BI-CAMPEÃO estadual”!!! Reconhecido!
Sem não ter sido por ninguém vencido!
Nada existe melhor pra um Botonista...
Nem deixá-lo exultante e tão feliz,
Do que assistir ao vivo igual conquista...!
De um título que gente sempre quis!
A voz levanto! Acelera o coração!
Pois a vida me deu o galardão,
Ser Pai e Professor de UM BI-CAMPEÃO!
#
Hoje me encontro na casa dos setenta,
E esse orgulho o meu peito ostenta!
Minha caixa de botões? Tudo se ajeita!
Tais lembranças...?! São frutos da colheita,
Amigos? Companheiros? Mais de mil...(!)
Os encontro em todo o meu Brasil!
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Semeia semeador por onde andares,
Sementes do bem querer, sem te importares
Com quem disputarás uma partida!
Pois é assim que se inicia uma amizade,
Que te acompanhará por toda vida!
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Os “meus botões”... estão em um sacrário(!)
De alvirrubro cetim... (!) Um Relicário...
Num lugar especial dentro de mim...!
E se algum dia, tu me visitares,
Verás taças e troféus em “seus altares”;
E fotos dos lugares d’onde vim!!
#
Botões polidos... grandes, coloridos,
Num vai e vem na mesa deslizando,
E a expectativa de jogar... ganhando...
E o tic-tac do relógio, avança...
E vai o teu coração acelerando!
Ao chutares as redes já balanças!!
Mágico instante do gol! Então vibrando,
Dás um soco no ar! Um grito lanças!
Num gesto muito próprio das crianças,
Pegas teu goleador com tua mão,
E lhes dá um beijo demorado!
Num gesto de carinho e gratidão!
Isto é ser feliz! Estou errado?
Tudo é alegria, risos, emoção!
O futebol de mesa é uma magia,
Que envolveu a minha vida, dia a dia!
E tu que leste estes meus dispersos,
Despretensiosos e alquebrados versos,
Te digo em segredo nesta “oitiva”;
#
O botão para mim é uma Paixão!
Real! Intensa! Eterna! Enquanto eu viva.
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Faço destes meus versos... Oração!!
Agradeço ao Meu Deus cada conquista!
Com muita fé! Energia! Muito empenho!
Agradecendo a Deus pelo que tenho!
Posso dizer que sou um botonista!
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Poeta não sou! Mas, simples missivista,
Que te transmite em forma de poesias,
Momentos lindos! Resumo dos meus dias,
Jogo botões...quem sou? Um enxadrista?!
#
Mas este jogo de botões “antigos”...
Cordão umbilical com meus amigos,
Que há muitos anos já não vejo mais,
Desperta a rima aqui desta poesia,
Desta saudade mista de emoção.
#
Minha Uruguaiana está distante,
Mas todas as distâncias são iguais!
A linda cor de ouro dos trigais!
A verde cor dos arrozais à beça!
As águas claras do Uruguai sem pressa,
-Serão seus pingos gotas de cristais?
Pedras brancas da cor dos meus cabelos!!
Dirigindo-se para as bandas orientais,
Lá, para a direção do sol poente!
Nesta paisagem linda era que a gente...
Jogávamos botões tardes inteiras...
Tendo por perto nossos velhos pais
Centros do meu amor e meus desvelos,
Éramos felizes ali... mas sem sabê-lo!!
Ali, houve abraço dos meus pais,
Nas inesquecíveis festas de Natais!
O ruído alegre de alegres carnavais!!
Irmãos e amigos que não tenho mais!!
Ali, ouvi trinado de pardais,
O assobio do minuano... vendavais!!
#
Agora uma lembrança mais recente...
Ao meu redor, ruídos, muita gente;
Sociedade POLÔNIA, a anfitriã!
Dia de sol, então... linda manhã!
Botonistas amigos lá reunidos,
Uns moços, outros não; outros “antigos”...
Em disputa o Título Estadual!
A competição, já no fim da tarde...
Meu coração como brasa arde!
Os jogos transcorreram sem alarde!
Mas ao final enorme recompensa!
Risos, aplausos, alegria intensa!
“Mil flashes” e manchetes pela imprensa!
Dois mil e seis, novembro; bem me lembro!
Tricampeã a equipe das três cores!
Muitos treinos! Lealdade e alguns suadores!
Permito-me contar para vocês:
“SANTA CRUZ”, ao final, mais uma vez!
TRI-CAMPEÃO! Invicto e Laureado!
Mais um troféu nas mesas conquistado,
Com carinho lá em casa está guardado!
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Talvez em breves dias... por que não?
Já que a Paixão destes botões nos une,
Pretendo consultar meu coração...
No mundo do botão talvez um dia
Nós, algumas partidas jogaremos...
E sendo assim então nos encontremos...
Ao final dos jogos lembraremos:
A regra importante que aprendemos:
Sermos fieis... Sermos leais... assim seremos!
#
Afirmo nesses versos com certeza:
Que tudo tem seu preço nesta vida...
Vai e vem dos botões em uma mesa,
Em meio ao transcorrer de uma partida,
Deixa então em mim... esta chama acesa...!
Os botões para nós? A nossa esgrima!
E esta saudade cheia de emoção,
Inspirou nestes versos a minha rima!

Esse trabalho deste amigo botonista deve inspirar a tantos amigos espalhados por esse imenso país continente. Tenho certeza de que ao ler tudo isso, o meu amigo Abiud, grande batalhador de Recife, molhará seus olhos com recordações, como o fez o amigo Orci, quando escreveu.
Tri Campeão Eduardo  e Miguel Orci
O Casal de Ouro
Só gente graúda. Merecido reconhecimento
Orci Miguel sendo jubilado
Até a semana que vem se Deus assim permitir.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

LUIZ HENRIQUE RAMALHO DA ROZA – UM GRANDE AMIGO

Roza e seu Brasil de Pelotas
Há algum tempo venho pensando em escrever algo sobre este amigo, ao qual tive a alegria de enfrentar por ocasião da realização do Centro Sul na cidade de Caxias do Sul. Roza, torcedor fanático do Brasil, de Pelotas, é claro, é daquelas pessoas que conseguem mostrar seu caráter e sua personalidade, trocando meia dúzia de palavras com a gente. E não poderia ser diferente, pois é quase contemporâneo já que iniciou no futebol de mesa em 30 de maio de 1953, com oito anos de idade. Naquele dia, em que comemorava o seu aniversário, ganhou uma caixa contendo dois times de botões plásticos. Um vermelho e preto, que para sua tristeza vinha com o distintivo do Flamengo e não do Brasil, e outro branco, com o emblema do Botafogo. Diz que foi amor à primeira vista. O vírus do futmesa entrou em seu sangue ao olhar aquelas peças plásticas. Não parou mais. Conseguiu outro time, também de plástico, vermelho e branco, com o emblema do famoso Bangu do Castor de Andrade.
Cohabpel Futmesa - Roza e Darcy
Faltava a mesa que fora construída com Eucatex, material utilizado em divisórias, por ser bem liso. Com ela, os primeiros campeonatos realizados na Rua Professor Dr. Araujo. Com ele, mais três vizinhos realizavam verdadeiras batalhas, com resultados que elevavam o espírito guerreiro do quarteto. Mais tarde, visitando seu primo Gilberto Ramalho, tomou ciência de uma nova maneira de praticar seu esporte. Nos campeonatos realizados na garagem da casa de seu primo, os botões eram grandes e grosseiros, tirados dos “velhos casacos”. Aquilo mexeu com ele e seus companheiros de batalhas. Passaram a imitá-los, usando até seus carrinhos de plástico que, derretidos, colocados em forminhas e depois lixados nas calçadas, forneciam-lhe grandes craques, cobiçados pelos demais amigos que se interessavam pelo futebol de botão.
Mas, foi somente em 1975, quando estava no Bento Freitas assistindo a um jogo de seu G. E. Brasil, que escutou alguns rapazes falando do Jogo de Botão. Sua curiosidade foi despertada e se aproximou dos mesmos para pedir informação detalhada sobre o local onde eles se reuniam. Para sua surpresa, diante dele estava o magnífico Aldyr Garcia Schlee, que o convidou para participar da já bem organizada APFM (Associação Pelotense de Futebol de Mesa). Para ele, mais uma coincidência, pois aquela entidade fora fundada no dia de seu aniversário, isto é, a 30 de maio de 1975. Tomou conhecimento e se apaixonou pela regra de um toque, a Regra Brasileira.
Na APFM, teve alguns títulos como: campeão do Torneio de Verão de 1984, campeão do 10º aniversário da ASURVIC, vice-campeão do Torneio Integração entre ALFM e APFM, que reunia botonistas de São Lourenço do Sul e Pelotas em 15 de novembro de 1984.
Em maio de 1987, recebeu um convite da Diretoria do Circulo Operário Pelotense para ser o responsável pela fundação de um Departamento de Futebol de Mesa, naquela entidade. Aceitou e, na montagem da primeira mesa, convidou três amigos: João Armando Ochoa, Jader Baldez Morales e Getúlio Duval, os quais partiram em busca de novos botonistas para completarem o quadro da entidade. E isso foi feito com sucesso absoluto, pois de lá nasceram grandes nomes e enormes proezas para a história do botonismo gaúcho.
Ochoa - Chinês - Prof. - Getúlio - Ronaldo e Roza 1984 (século passado)

No COP, suas conquistas foram: 3º lugar no primeiro campeonato interno, realizado em 1987. Campeão do Torneio Ronaldo Priestch (1987), Campeão do Torneio 21 de Abril (1988), Campeão do 1º Torneio de Veteranos (2001), 3º Lugar no 2º Torneio de Veteranos (2002), Campeão do Torneio de Inauguração da mesa do River Plate (2002), Campeão Bola Murcha COP (2002), Vice Campeão do Torneio ARFN X COP (2003), Vice-campeão do Torneio de Verão do COP (2003) e quarto lugar no 1º e no 2º Torneio da Taça de Bronze (2003). Mas, talvez a participação mais importante e em âmbito nacional foi a promoção do Campeonato Brasileiro de 1996, nas dependências do COP, tendo a glória de conseguir sagrar o campeão Brasileiro daquele ano, o botonista Nilmar Ulguim Ferreira. Aliás, o COP obteve grandes revelações, tais como Victor Iost, Vinicius Mauch, Fernando Franz, Darci Levien, Nilson Levien, Ricardo Cipó, Marcão, Mário, Jader, Ochoa e o próprio Luiz Henrique Roza.
Durante todo o seu tempo de botonista do COP teve inúmeras participações, honrando a camisa tradicional daquela entidade pelotense, obtendo diversas premiações que embelezam as prateleiras do Departamento de Futebol de Mesa do Círculo Operário Pelotense.
Em 2006, já residindo em Joinville (SC), filiou-se à AFUMTIBA, Associação de Futebol de Mesa de Curitiba. Para disputar seus jogos, viajava de Joinville até a capital paranaense, onde continuava a praticar a Regra Brasileira. Mas, com o tempo e as viagens desgastantes acabou por conhecer o grupo que pratica a Regra de 12 toques lá em Joinville mesmo. Depois disso, trazido até Itajaí, encontrou um grupo de botonistas que se dividem em duas agremiações na cidade: Marcilio Dias e Barroso. Foi sempre muito bem recebido e tem abiscoitado alguns troféus que enriquecem a sua vasta galeria, cujas fotos estão mostrando aos leitores.
Colegas da AFUMTIBA

12 toques - Cruzeiro (Joinville) X Barroso (Itajaí)

Em determinada correspondência me enviou a seguinte mensagem:
Los amantes de fútbol de botones. El fútbol botones requiere habilidade e inteligência para conseguir las mejores estratégias y control emocional igual que el fútbol, es um juego de azar y tambien imprevisible em el que no siempre gana el mejor.

Espero ter conseguido homenagear um grande amigo e uma das figuras mais alegres e felizes que encontrei no meio do futebol de mesa.

Roza é sempre figura presente em Centro Sul Brasileiros - Hora de reencontrar os amigos

Brasil de Pelotas -  Roza é xavante nos quatro cantos do país
Momentos de Roza no Futebol de Mesa (ontem, hoje , sempre)
Roza e sua galarias de troféus
Visita do Roza e Oswaldo em meu apartamento em Camboriú (SC) - 2014

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A ORIGEM DA FEDERAÇÃO GAÚCHA DE FUTEBOL DE MESA


No dia 9 de janeiro de 2006, Daniel Maciel encaminhou para meu conhecimento o que estava descrito no site da FGFM, sobre a criação dessa segunda Federação de Futebol de Mesa criada em nosso estado.
Dizia o texto: um longo caminho foi percorrido por muitos idealistas e abnegados do futebol de mesa gaúcho, até a concretização do sonho de se organizarem em torno de uma Federação Gaúcha que reunisse os praticantes da Regra Brasileira. Estas pessoas, ao longo do tempo, foram gradativamente dando a sua parcela de colaboração para que este objetivo fosse alcançado.
O marco inicial foi a elaboração da Regra Brasileira em 19 de janeiro de 1967, na sede da Liga Baiana de Futebol de Mesa, na cidade de Salvador. Uma comissão mista de gaúchos e baianos chegou a um consenso na redação final, adaptando partes da Regra Gaúcha com a Regra Baiana. Essa comissão foi formada por dois gaúchos: Gilberto Ghizi, então presidente da Federação Riograndense de Futebol de Mesa, já extinta e Adauto Celso Sambaquy, dirigente da Liga Caxiense de Futebol de Mesa e, por quatro baianos: Adhemar Dias de Carvalho, Oldemar Dória Seixas, Roberto Dartanhã Costa Mello e Nelson Carvalho.
O trabalho de divulgação foi iniciado pelos caxienses, já que os antigos administradores da extinta Federação que divulgava a Regra Gaúcha não aceitaram a modificação sugerida. Caxias do Sul começou o incansável trabalho de demonstração e divulgação da Regra Brasileira em todo o Rio Grande do Sul. Com o retorno de Vicente Sacco Netto para o sul do estado, a adesão foi imediata, surgindo grandes centros em diversas cidades, a saber, Canguçú, Pelotas, Rio Grande, Santana do Livramento, Jaguarão, Bagé e Santa Vitória do Palmar.
Em 1970, por ocasião do Primeiro Campeonato Brasileiro, realizado em Salvador, o Rio Grande do Sul foi representado por caxienses. O mesmo aconteceu em 1971, quando o segundo campeonato foi realizado em Recife (Pernambuco). Por decisão de todos os presentes, a escolha para o terceiro campeonato recaiu na cidade de Caxias do Sul. E, em 1972, nas dependências da AABB foi realizado, com a modificação combinada em Recife. Pelo custo que cada botonista teria, para disputar anualmente um campeonato nacional foi decidido que seria realizado somente o individual. Com isso, somente dois disputantes de cada estado estariam presentes. Com a finalidade de difundir a Regra no estado, cada cidade onde houvesse um foco da Regra Brasileira poderia enviar dois botonistas. Caxias conseguiu realizar um grande campeonato, com o patrocínio da Comissão Municipal de Desportos que, além da premiação, forneceu alojamento e alimentação a todos os participantes da competição.
Em 2 de novembro de 1973, no Clube Harmonia, na cidade de Canguçú, com a presença de 27 técnicos, representando 13 cidades gaúchas, realiza-se o Iº Estadual de Futebol de Mesa na Regra Brasileira. Foi nessa ocasião que surgiu o embrião da FGFM. Na Assembleia Geral da competição, por proposição de Adauto Celso Sambaquy, foi criado um órgão que coordenasse as diversas Ligas já existentes e praticantes da Regra Brasileira. Por indicação do Senhor Talai Djalma Selistre, foi indicada a cidade de Caxias para ser a sede, e o nome escolhido foi União das Ligas de Futebol de Mesa do Rio Grande do Sul. Uma curiosidade ocorrida neste evento foi a presença do Sr. Antônio Carlos Martins, botonista carioca que, no ano anterior, havia se sagrado campeão brasileiro em Caxias do Sul, na condição de presidente do Tribunal de Justiça da competição.
ESTADUAL 1973 - CANGUÇÚ RGS, aqui começava a Federação Gaúcha
A novel entidade, de maneira informal centralizou e organizou o futebol de mesa gaúcho até 24 de abril de 1982, quando na Sociedade Italiana Anita e José Garibaldi, na cidade de Santana do Livramento, foi fundada a União Gaúcha de Futebol de Mesa que a sucedeu e cujos estatutos foram formalizados e legalizados, contendo 23 artigos, regulando todo o funcionamento da entidade e do futebol de mesa gaúcho. Seu primeiro presidente eleito foi o Sr. Cláudio Schemes, tendo como vice-presidente o Sr. Dinei Bottino Custódio. Além destes, subscreveram o estatuto da UGFM os botonistas José Cláudio Rocha Perez, Amador Alves Banco Afonso, Luiz Alfredo De Boer e José Bernardo da Rocha Figueira. Em 1983, assume a presidência o botonista Dirnei Bottino Custódio e a vice-presidência, Aldyr Garcia Schlee. Em 1985, Gilboé Langaro Mendes assume a presidência, cabendo à vice-presidência ao Sérgio de Oliveira. Essa foi a administração que assumiu a meta principal de sua gestão, a fundação da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa. Em 11 de janeiro de 1986, em reunião realizada no Campestre Tênis Clube, na cidade de Passo Fundo, foi aprovado o Estatuto de fundação da entidade, sendo publicado no Diário Oficial do Estado no dia 17 de fevereiro de 1986 e registrado no Cartório de Registros Especiais da Comarca de Passo Fundo no livro A, número 3, folhas 80 (verso) e 81, sob o nº 1041, em 30 de julho de 1986. A inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda (CGC/MF) recebeu o número 90.618.422/0001-18. Obteve o Alvará do Conselho regional de Desportos em 24 de fevereiro de 1987m, emitido sob o número 527/87. Sua primeira diretoria foi composta pelos seguintes membros
Presidente: Gilboé Langaro Mendes
Vice-Presidente: Sérgio de Oliveira
2º Vice Presidente: Dirnei Bottino Custódio
Conselho Fiscal: José Bernardo das Rocha Figueira, Mário Osório Marona, Paulo Roberto Soares Monteiro, Almiro de Oliveira e Telmar Bauler.
Diretor de Departamento de Relações Públicas: José Ernani Almeida
Diretor Departamento Financeiro: Júlio Cesar Porto
Diretor Departamento Jurídico: Antônio Carlos Felki
Diretor Departamento Técnico: Clair Pereira Marques
Diretor Departamento Administração: Rubens Posser.
Desde então, temos uma das melhores Federações de Futebol de Mesa de nosso país, funcionando diuturnamente, oferecendo ao nosso esporte o suporte necessário para as grandes promoções que são realizadas anualmente.

Até a próxima semana, se Deus assim permitir.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

LIGA INGLESA DE FUTEBOL DE MESA DE PORTO ALEGRE


Troféus da Liga Inglesa de Futebol de Mesa de Porto Alegre

Minha recente visita à capital do estado do Rio Grande do Sul me fez conhecer uma entidade diferente, maravilhosa e que reúne em seu bojo uma plêiade de botonistas amigos. Trata-se da Liga Inglesa de Futebol de Mesa de Porto Alegre.


A ideia original nasceu no final de 2010, quando Dani e Rogerinho, recordando os bons tempos de campeonatos de bairros, as disputas que faziam em seus tempos de infância resolviam voltar no tempo e reviver, em dias atuais, aquelas alegrias contagiantes do passado. Além disso, sendo dois inveterados botonistas e apaixonados pelo futebol inglês partiram para sua realização. Convites foram expedidos a botonistas da velha guarda, sempre alertando para a necessidade de representar algum clube do futebol inglês.  A relação de fundadores é Dani Junqueira, Rogério Feijó, Marcus Junqueira, Rafael Junqueira, Cristiano Junqueira, Gérson Oliveira, José Perroni e João Luiz. E as adesões vieram aos borbotões, diante o sucesso obtido nos campeonatos realizados.



Em 24.03.2011 foram convidados Dorneles e Urban, 05.05.2011, Wilson Souza, 08.06.2011, Valdir Szeckir e Dadier, 29.10.201, Ricardo Gothe, 27.05.2012, Arlindo Junior, 01.07.2012, Carlos Jaques e César Augusto, 01.11.2012, Leandro Medeiros,  16.03.2013, Mário Bürgel, emm 27.04.2013, Leonardo e Paul Barth.
Disputam dois Torneios denominados: Copa da Inglaterra e Copa da Liga Inglesa. Copa da Liga Inglesa já chegou  a dez edições  e é disputada no formato de grupos e já são dezoito edições da Copa da Inglaterra. Os maiores campeões de ambas são Gothe e Cristiano com seis títulos cada um, Rogério e Dani com quatro, Dorneles e Marcus com dois e João, Urban, Gerson e Wilson com um título. Segundo Dani, vieram para ficar (a exemplo da Rainha Elizabeth), por pelo menos uma centena de anos. E isso eu acredito, pois o nível de amizade entre esses botonistas é muito grande, fazendo jus ao lema adotado: grupo de botonistas entusiastas do bom e velho futebol de mesa, praticado por amigos e que os laços que unem esses homens não sejam só pelo esporte.
Pude sentir de perto a grande sintonia que há entre eles. Embora o torneio que disputamos fosse patrocinado pela AFUMEPA, quase todos estavam por lá. Conheci o presidente da Liga Inglesa, o Marcus, o homem que mais entrega troféus. Invejável também a maneira como premiam os finalistas, pois os troféus de campeão são rotativos e pertencerão, em definitivo, ao botonista que os vencer por três vezes seguidas ou cinco intercaladas. Até hoje, somente um botonista venceu por três vezes seguidas a Copa da Inglaterra e a Copa da Liga Inglesa e recebeu os dois belíssimos troféus que estão em sua prateleira, onde tive a felicidade de poder observar. O Celtic, do Ricardo Gothe foi o executor dessa façanha magistral.

Gothe - campeão da Liga Inglesa

Além dessa premiação, os quatro finalistas são brindados com medalhas geniais, fabricadas pelo excelente artesão Gerson, com dizeres do certame jogado. O Dani tem várias delas em sua galeria.
Dani com a Taça da Liga Inglesa
Mas, o que me motivou a escrever sobre eles foi a obra produzida pelo meu anfitrião Dani Junqueira. Desde a ata de criação, com a assinatura de todos os fundadores até o último campeonato, tudo está registrado nesse livro, de confecção maravilhosa. O cuidado nessa obra me fez ver o quanto já se avançou em criatividade nos tempos modernos, pois além de registrar os resultados, colocações e até ranking, na parte do reverso estão as imagens daquele torneio. A única coisa a lamentar é que só exista um exemplar, caprichosamente elaborado pelo seu autor, pois eu seria candidato a adquirir um, a fim de  guardar comigo para ler sempre que a saudade batesse em minha porta. Isso comprova mais uma vez que sempre aprendemos com as pessoas. As lições são assimiladas em motivações e mostram o verdadeiro sentido da organização que o futebol de mesa consegue implantar em nossa rotina diária.

Ao escrever essa coluna, em homenagem a esses amigos queridos, deparei-me com um pensamento de Carla de Paula, que dizia:
“Da vida não quero muito...
Quero apenas saber que tentei o que quis,
Tive tudo o que pude,
Amei tudo o que valia e
Perdi apenas o que no fundo nunca foi meu...”
Que a Liga Inglesa de Futebol de Mesa de Porto Alegre tenha vida longa!
Viva a Rainha!
Até a semana que vem, se Deus assim permitir.