segunda-feira, 21 de julho de 2014

REPÓRTER ESS0 INFORMA: ESTAMOS FICANDO SEM NOTÍCIAS.

Em 31 de outubro de 2011, abordei A COMUNICAÇÃO NO FUTEBL DE MESA, dizendo que passava horas lendo os diversos blogs que atualizam o que se passa em nosso país. Dessa maneira me inteirava do que acontecia nas agremiações e enaltecia o trabalho anônimo desses amigos que prestavam excelente serviço ao futebol de mesa.
Com o tempo, alguns blogs foram sendo transferidos para o facebook. Para acompanhá-los, tive de abrir uma conta e os localizar, seguindo a rotina que havia acostumado a manter desde a minha volta ao mundo encantado do futmesa.
Já, naquela mesma coluna, dizia que muitos surgem com força, mas, com o passar do tempo vão minguando, diminuindo e finalmente parando... E o tempo mostrou que quase todos estão nesse pé de igualdade: praticamente parados no tempo e no espaço.
Restavam os abnegados que migraram para o facebook. Lá estavam Gothe, Breno, dois dos mais completos blogs existentes, que continuavam fornecendo material para atualizar nosso conhecimento esportivo.
Breno foi um dos que migrou dos blogs para o Facebbok
Terminada a Copa do Mundo, uma bomba estoura no nosso meio. O fim do ciclo do Gothe Gol. Foi algo inesperado e que conseguiu causar espanto e surpresa a todos os botonistas brasileiros, pois Gothe era lido do norte ao sul, do leste ao oeste. Isso depois de onze anos informando, diariamente, sobre o que acontecia, não só no Rio Grande do Sul, como em todo o resto do país, já que entre seus colaboradores havia botonistas baianos, cariocas, capixabas, catarinenses e gaúchos. Mas, devemos reconhecer que é um esforço que demanda muita mão de obra e, em nosso meio, é muito difícil conseguir abnegados que se prestem a transmitir o que acontece em suas agremiações. Seria muito mais tranquilo ao Gothe receber os assuntos de mão beijada e somente colocá-los ao dispor dos leitores. Mas, diferente disso, tinha de ir ao encontro dos acontecimentos e, muitas vezes, com prejuízo de seu desempenho nas competições. Por isso, eu entendo a atitude dele. Sai por cima, abandonando o maior informativo botonistico brasileiro. Quem sabe alguém consiga seguir o seu exemplo, criando um veículo informativo que possa alegrar os corações dos botonistas.
Blog do Gothe foi sempre um dos mais lidos com atualizações diárias
Os blogs, começando pelo futebol de mesa news de São Paulo, o qual já dá sinais de enfraquecimento, pois são poucas as novidades que aparecem em suas páginas, tem uma tendência de diminuir a sua força. Muitas são as notícias que permanecem por meses e até anos sem serem modificadas.
Blogs como da Riograndina, onde o excelente Mário produzia a coluna do presidente e, regularmente, eram mostrados os resultados das competições, simplesmente, parou. E, como ele, pararam os blogs do pessoal de Pelotas, de Livramento, de Caxias, da Liga Inglesa, assim como AFUMTIBA, CBFM e blogs de botonistas: Alexandre Prezzi, Rogério Prezzi, Marcos Zeni, Daniel Pizzamiglio, Chelsea de Hugo Alexandre, uma porção deles. Enio Seibert recomendou o blog Botoníssimo, que também não apresenta novidades. Do nordeste, vários ficaram sem atualizações como o Clube dos Rodoviários, Liga Jardim Brasil, A Hora do Botão, Armandinho futmesa.
Salvam-se, trazendo notícias semanais: A Marreta, do meu amigo Abiud Gomes, Penofutmesa, do amigo Sergio Travassos, Zzfutmesa, do grande José Edson Carneiro da Cunha, Guido Garcia, Afumeca, mantido pelo esforço do incansável João Batista Rangel Júnior que conseguem amenizar um pouco a curiosidade de todos nós, leitores ávidos.
o blog A Marreta continua com atualizações semanais
Já escrevi, também, solicitando que, por favor, falem do futebol de mesa na imprensa esportiva, mas vejo que são muito poucas as inserções nas páginas de esporte.
Fico com o coração entristecido, já que na atualidade possuímos ferramentas que nos ajudam a divulgar os acontecimentos na hora imediata de sua realização, não conseguimos pessoas que se disponham a fazê-lo. Que o Santo Protetor do Futebol de Mesa nos ajude e guie alguém para suprir as ausências dos que pararam de escrever.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

QUEM SERÁ O PRESIDENTE NO CINQUENTENÁRIO?

Já que a Copa do Mundo está finalizada, cabe a pergunta que já está me intrigando há algum tempo: - Quem será o presidente da AFM Caxias nas festividades de seu cinquentenário?
Ate agora não soube de movimento nenhum por parte dos botonistas caxienses e, como acredito que essa comemoração deva ser de vital importância, lanço a pergunta no ar. Acredito que o novo presidente deva ser alguém arrojado e que deseje realizar o melhor Torneio até então promovido pela entidade pioneira do estado na Regra Brasileira.
Tenho reclamado constantemente com alguns associados pela falta de atualização do nosso blog, pois a única coisa que muda é a coluna que escrevo semanalmente. Tomo conhecimento do que se passa em Caxias através do facebook do Rio Grande, do amigo Walter Almeida ou, então, pelos e-mails que ele encaminha gentilmente. Meu filhão adotivo Maciel tem enviado jornais onde estão notícias sobre o envolvimento de botonistas caxienses, falando sobre os Jogos Abertos, no qual participaram botonistas de Porto Alegre e locais. Para minha alegria, vi que Daniel Maciel continua vencendo e convencendo, seguido pelo excelente Carraro, em terceiro o nosso menino prodígio Gustavo Lima (que já foi nacionalmente conhecido como Pica Pau) e, na quarta posição, o fabuloso e eterno Luiz Ernesto Pizzamiglio, isso na categoria especial. Na categoria sênior livre, a vitória coube ao porto-alegrense Breno Kreuzner, ficando os caxienses Daniel Crosa e Luiz Ernesto Pizzamiglio na segunda e terceira posição, com Daiam Oliveira, outro porto-alegrense como quarto colocado. Isso foi publicado em dois jornais, por que não ser publicado em nosso blog?
O novo presidente terá a responsabilidade de fazer funcionar essa ferramenta que nos deixa inteirados sobre tudo o que se passa dentro dessa entidade que criamos no distante ano de 1965. Gostei de saber que os jogos foram patrocinados pelo SMEL, o que me deixou despreocupado, pois é uma referência fabulosa ter esse apoio em nossas promoções. Que isso seja conservado para sempre.
Quando a entidade completou 40 anos, houve uma festa bonita; nos 45 anos, a festa foi maior e trouxe muita gente às dependências da AFM. Acredito que, agora, nos 50 anos, data memorável que pouquíssimas Associações de Futebol de Mesa podem orgulhar-se de comemorar, a festa será maior e mais bonita.
Meu querido afilhado Rogério já enviou alguns modelos do pôster que ornamentará essa promoção. E, já peço ao novo presidente que comandará esse grupo seleto de botonistas gaúchos, que não esqueça os fundadores que ainda estão entre nós: Delesson Pavão Orengo, Sérgio Calegari, Saul Henrique Vanelli, Marcos Zeni e eu, pois Raymundo Antônio Rotta Vasques, Antônio Carlos de Oliveira, Deodatto Maggi e Vanderlei Duarte já não se encontram mais entre nós. E lembre também de convidar o Airton Dalla Rosa, nosso primeiro campeão estadual, o Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa, vice-campeão brasileiro em 1978.
Que seja lembrado sempre de que, quando a Associação foi fundada, a quase totalidade de vocês ainda não havia nascido. Nós criamos e lhes entregamos essa herança esportiva que tem feito a alegria de muitos botonistas, não só da cidade, como do Brasil inteiro.
Pediria ao novo presidente que empregasse o seu melhor esforço no sentido de mostrar ao país o quanto foi importante essa criação. O quanto ela ajudou as pessoas que frequentaram seu seio, que usaram a sua camisa e que levaram o nome de Caxias do Sul aos mais diversos quadrantes nacionais. Muitas glórias e conquistas foram conseguidas. As prateleiras da sede estão mostrando o quanto seus membros dignificaram a entidade. Somos exemplo para muitos e isso nos enche de orgulho, sem vaidade. Alegria de ver que o sonho dos jogadores de botão se transformou em algo muito grande e bonito para ser admirado e copiado por aqueles que admiram o futebol de mesa. E que cada presidente dessa entidade dedicou os seus esforços mais pungentes, para que ela continuasse a promover a alegria e a felicidade de todos os seus membros.
Acredito que o potencial de todos os associados os habilita a concorrer a esse prestigiado posto que, com certeza, entrará para a história da AFM Caxias do Sul, pois será aquele que estará à testa no seu cinquentenário. Como espero poder estar na festa, tenho certeza de que ficarei imensamente feliz, pois, para o centenário, tenho certeza de que não poderei participar. Contento-me com o cinquentenário.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A MIGRAÇÃO DA REGRA GAÚCHA PARA A BRASILEIRA: CONSEQUÊNCIAS

Logo da Liga Caxiense de Futebol de Mesa
Na última coluna falei sobre as agremiações que iniciaram as atividades na Regra Brasileira. Em Caxias do Sul, a comandante geral, a Liga Caxiense de Futebol de Mesa, aderiu imediatamente. Com isso a AABB e o Recreio Guarany migraram para o novo sistema. Mas, muita gente que estava em alta na Regra Gaúcha sentiu dificuldade nessa mudança. Marcos Lisboa, que era o maior nome do Banrisul e que havia vencido os campeonatos de 1963 e 1964, promovidos pela Liga, sendo também bicampeão bancário, não conseguiu se adaptar ao novo tipo de botões. Ele fabricava seus times. Sabia como ninguém cavar um botão, dar o caimento desejado e seu craque maior era um botão em que 80% da circunferência possuia caimento e suspendia a bolinha, mas nos restantes 20% era cavador. Era com ele que batia tiro e meta, laterais e tiro de canto. Com os 20% cegos ele fazia lançamentos extraordinários e cavava com elegância. E, dependendo de onde ficasse a bolinha, os restantes 80% poderiam chutar e cobrir o arqueiro. Até tentou, mas desistiu e voltou aos campeonatos no Banrisul na Regra Gaúcha.
Inauguração da sede da LCFM em 1971
Outro que também se afastou foi o Delesson Orengo. Delesson fora fundador da Liga e também jogava com o Marcos o campeonato do Banrisul. Ele gostava mesmo era da mesa pequena e dos botões puxadores de galalite. Um time padronizado, com botões lisos, e uma mesa enorme o assustaram e ele deixou de jogar conosco. Ainda, hoje, continua a jogar seus campeonatos em seu escritório de advocacia, com o seu sócio, após os expedientes.
Sambaquy e Orengo nas festividades dos 45 anos de LCFM/AFM Caxias
A grande terceira baixa foi o Deodatto Maggi, campeão de 1965. Maggi também não se adaptou à nova maneira de jogar, apesar de ter mandado confeccionar um Santos, cujo ataque era Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, pelas mãos do seu Aurélio. Chegou a jogar alguns campeonatos, mas seu rendimento não era o mesmo de antes.
A compensação, entretanto, foi na quantidade de novos adeptos que surgiram na AABB. Todos os antigos praticantes mandaram confeccionar seus times, de acordo com seu sonho, desenhados e enviados ao Seu Aurélio. Até o Chicão Bergmann, que jogava os campeonatos da AABB com um dos times Lione, que haviam sido comprados juntamente com a mesa oficial da Regra Gaúcha, mandou fazer um Juventude de 1940, quando ele era titular a zaga. Surgiram Dirceu Vanazzi, Nelson Mazzochi, Luiz Carlos Ponzi, Carlos Peres, Osni de Oliveira, Heitor Stumpf, Walmor Medeiros, Homero Kraemer de Abreu, Milton Machado, Silmar Haubrich, Ricardo Medeiros, Aldo Oliveira, Luiz Alfredo Gastaldello, Sérgio Guimarães e Joel Oliveira que encomendavam times e passaram a disputar os campeonatos da AABB, cada vez mais concorridos.
AABB Caxias do Sul
O pessoal do Recreio Guarany, quase todo composto por rapazes com pouca idade tiveram mais dificuldades para comprar seus times, pois dependiam de mesadas de seus pais. Mas, com inteligência bolavam rifas e as vendiam aos aposentados que frequentavam o clube para jogar seu dominó ou o seu carteado. Com as rifas, conseguiram mandar confeccionar uma mesa oficial e compraram alguns times. E, lá, também o número de adeptos aumentou consideravelmente. Airton Dalla Rosa, Ângelo Slomp, Nelson Prezzi, Vitório Menegotto, Almir Manfredini, Sérgio Silva receberam a companhia de Jorge Compagnoni, Carlos Berti, Ariovaldo Sebben, Ricardo Almeida, José Raul de Castilhos, Enoir Luz, Paulo Santana, Paulo Leonardi e Ivan Puerari que premiavam o campeonato mais concorrido entre os jovens botonistas da cidade.
Almir, Angelo e Nelson alguns dos meninos do Guarany

Sambaquy com outros meninos do Guarany como Airton e Jorge
O sucesso fez com que várias entidades esportivas da cidade abrissem as suas portas ao futebol de mesa. A primeira foi o Vasco da Gama, tendo uma grande quantidade de botonistas. Mário Ruaro Demeneghi, Nelson Ruaro Demeneghi, Rudy Vieira, Boby Ghizzoni, Augusto Peletti, Aldemiro Ernesto Ulian, Jonas Rissi, Jone Almeida, Jorge Rezende, José Machado, Odir Forner, Sergio Salomon, Milton Berti e Neuri Fedrizzi realizavam campeonatos disputadíssimos.
José Machado - Rubens Schumacher - Boby Ghizoni
A Rádio Difusora cedeu uma sala aos seus funcionários e lá colocaram uma mesa. Adelar dos Santos Neves, Renato Monteiro, Gilberto Oliveira, Marcos Meregalli foram os pioneiros que passavam horas jogando futebol de mesa.
Rádio Difusora - Caxias do Sul
O Noroeste, cujo presidente Jairo de Oliveira também era radialista e participava com o pessoal da Rádio Difusora levou os irmãos Valiatti, Paulo e Carlos, José Machado, Oswaldo Costa e Oswalter Soares Borges para ocuparem a sede social do clube onde duas mesas estavam locadas à disposição dos botonistas.
Sede do Noroeste

Botonistas do Noroeste
Havia ainda núcleos no Pombal, Flamengo e Juventus. Mas o número de botonistas era reduzido e acabaram migrando para as disputas da Liga, que funcionava no Edifício Martinato, no centro da cidade.
Juventus - Caxias do Sul
 No início dos anos setenta, novos botonistas foram aparecendo: Luiz Ernesto Pizzamiglio, Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa, Luiz Veronese Mascia, Adaljano Tadeu Cruz Barreto, Adalberon Cruz Barreto, Mário de Sá Mourão, José Domingos Susin, Celso Triches e tivemos a alegria do retorno do Marcos Zeni e Roberto Grazziotin.
Foto dos participantes da LCFM nos anos 70
Realmente, foi difícil perder grandes botonistas na migração de uma regra para outra, mas a compensação veio através de tantos nomes que encheram de glória a história do futebol de mesa caxiense.
O regresso de nossa aventura a Canguçu - um time de heróis

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.