Diante da beleza dos troféus que está sendo destinado aos principais colocados nos diversos campeonatos brasileiros da atualidade, meu pensamento retrocedeu e falarei das primeiras premiações que simbolizavam a grande conquista.
Em 1970, na Bahia, houve a premiação ao primeiro e segundo lugar do campeonato por equipes e, também, para o individual. Havia prêmio para a artilharia e defesa menos vazada da competição e um que hoje é chamado de “fair play”, denominado troféu disciplina que premiava a delegação mais comportada. Para cada participante fora ofertado um crachá emitido pela Liga Baiana, onde aparecia o Estado representado e o nome do competidor, seguido por sua assinatura. Os gaúchos ainda ganharam uma medalha de participação e ficou nisso.
Em 1971, Pernambuco seguiu a mesma linha. Prêmios aos dois campeões do individual e por equipes, troféu disciplina, artilharia e defesa menos vazada. Em vez de crachá, a Liga Pernambucana ofertou uma pequena flâmula que deveria ser colocada na camisa, na qual constavam os dizeres “II Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, seguido do distintivo da Liga Pernambucana e, abaixo, continuava dizendo: de 13 a 15 de agosto de 1971. Recife (PE)”. Só que os pernambucanos inovaram e entregaram um diploma a cada participante e outro destinado à entidade as quais pertenciam. Era uma documentação de participação e equivalia a uma medalha.
No ano seguinte, 1972, o campeonato ficou sob a responsabilidade da Liga Caxiense de Futebol de Mesa. Resolvemos inovar e como seria realizado somente o campeonato individual, premiamos os quatro melhores colocados. Mas, com o suporte financeiro do Conselho Municipal de Desportos, sugerimos um troféu menor a cada participante, com a gravação de sua participação na competição. Todos saíram com uma lembrança bonita deste terceiro grande campeonato nacional de futebol de mesa. Depois desse, ficamos quatro anos sem a disputa maior, sendo que somente em 1976, na cidade de Jaguarão (RS), foi realizado o campeonato. Mais dois anos se passaram e, em 1978, no Rio de Janeiro é retomada a disputa, agora com força total. Não compareci a nenhum dos dois campeonatos por razões profissionais, pois estava lotado na agência do Banco do Brasil, na cidade de Brusque e não havia chance de me ausentar em virtude do diminuto quadro de funcionários.
Voltei a participar em 1979, em Vitória (ES), dessa vez representando o meu estado adotivo. Como só estávamos realizando os campeonatos individuais, a inovação foi a entrega de troféus aos quatro primeiros colocados. Aos demais, apenas uma medalha de participação. Nesse campeonato, fiquei com a sétima colocação e guardo a medalha de participação como troféu conquistado.
Em 1980, em Pelotas, novamente a premiação aos quatro primeiros colocados e medalhas aos demais participantes. Em 1981, em Brusque, não foi diferente. Só que a premiação ao campeão, Hosaná Sanches, não pode ser levada por ser grande demais e tivemos de enviá-la através de uma empresa transportadora. Na cidade de Brusque havia muito incentivo por parte dos industriais e comerciantes, os quais nos doaram os troféus maravilhosos.
Após esse campeonato eu não participei mais de nenhum campeonato brasileiro. Por isso não sei quando foi modificado o sistema de premiação, destinando troféu até o oitavo colocado em cada categoria.
A grande dificuldade, que não foi só nossa, pois há poucos dias li, no blog da Federação Brasiliense de Futebol de Mesa, notícia sobre o primeiro Campeonato Interclubes, realizado de 5 a 8 de fevereiro de 1981, no qual estavam reunidos dezoito clubes de seis estados da União; junto à nota estava postada a foto dos troféus ofertados. Eu acredito que os troféus do campeonato brusquense eram muito mais bonitos do que aqueles. Mas, tudo era muito difícil e a organização cabia a quem promovesse a disputa. A obrigação de conseguir a premiação era uma das atribuições que demandavam os maiores sacrifícios. Quando não se tinha recursos para a compra, a solução era pedir, aos amigos, a doação.
Hoje a premiação é maravilhosa e digna de elogios. Acreditamos que isso motivou ainda mais ao crescimento de nosso esporte, o qual atingiu um estágio inigualável. Ficamos maravilhados em olhar as fotos dos felizes vencedores, todos sorridentes, ostentando os seus magníficos troféus, do primeiro ao oitavo lugar.
Guardo nos compêndios sobre o futebol de mesa, que estão depositados na AFM Caxias, fotografias em que aparecem os troféus do primeiro campeonato, realizado em 1970. Seria interessante se houvesse a possibilidade de publicar a foto em que o presidente Ademar Carvalho está abrindo o campeonato e, na primeira fila, estão sentados José Gomes (Sergipe), Adauto Celso Sambaquy (Rio Grande do Sul), Ivan Lima (Pernambuco), João Paulo Mury (Rio de Janeiro) e Oldemar Seixas (Bahia). Todos poderiam avaliar a dificuldade inicial que todas as entidades encontraram, pois não havia um comando geral para gerir o nosso esporte. Tudo era feito de maneira muito amadora. Naquele tempo havia apenas o sonho de grandes troféus.
Fotos: Troféus de ontem e de hoje no Futebol de Mesa
![]() |
Foto do Congresso de Abertura do 1º Campeonato Brasileiro de 1970 |
![]() |
Troféus do Caxiense de 1967 |
![]() |
Troféus do 1º Brasileiro Interclubes de 1981 |
![]() |
Troféus de hoje - Mundialito de Seleções |
![]() |
Troféu do 3º Estadual de Equipes Liso do RS |
![]() |
Troféu do Centro Sul Brasiliero 2011 |
![]() |
Cristian Baptista e seu troféru de Campeão Brasileiro de 2011 |
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy