Depois de ficar inerte por um
mês, sem que houvesse manifestações apreensivas sobre a parada da Coluna, volto
a escrever sobre o nosso esporte. Aliás, manifestações chegaram, mas de meus
dois leitores fiéis, os quais reclamaram a ausência de histórias sobre o
passado do nosso esporte. Roza e Abiud demonstraram estar preocupados com essa
parada estratégica, mas já os alertei sobre o retorno.
E voltei nessa data, pois recebi
do cineasta Filipe Seixas o documentário produzido por ele, com duração de
vinte minutos, realizado há dois anos em Salvador. Ao rever
aquelas cenas tomadas no Passeio Público, onde irmãos e amigos Oldemar Seixas e
Roberto Dartanhã, juntamente comigo recordávamos os primeiros passos no sentido
da organização de uma Regra que unisse os brasileiros de todos os quadrantes.
Senti que deveria continuar a falar sobre o que aconteceu e o que acontece na
atualidade.
No mesmo dia, recebi do Raimundo
Fernando Valverde da Silva, de Juazeiro, dando contas do resultado final do
INCAP, vencido por um representante de sua entidade, contando da homenagem ao
Ronald Aguiar. Ronald é um velho amigo que conheci em 1967 e que continua,
apesar de seus mais de oitenta anos, a jogar futebol de mesa. E, veja bem,
Juazeiro é no norte da Bahia, na fronteira com Pernambuco e esse baluarte do
nosso esporte estava lá, jogando e mostrando a sua categoria. Merecida
homenagem a essa pessoa gentil que, durante o brasileiro de Salvador, ofertava
a cada participante uma fitinha do Senhor do Bonfim. São gestos assim que
cativam e mostram o enorme coração que habita em seu peito. Lembro ainda que,
quando realizei uma campanha de auxílio ao Oldemar Seixas, ele foi um dos
primeiros a depositar razoável valor na conta corrente, minimizando o aperto
que nosso amigo enfrentava naquele momento.
Já tinha imaginado voltar a
escrever e pensado em publicar as fotos de dois times que foram doados e que,
na mesma semana, apareceram em fotografias, via facebook. O primeiro foi
destinado a um primo, filho de meu padrinho Nélio Sambaquy. O Luiz Pedro
Sambaquy, desde pequeno comparecia na AABB para ver os jogos, demonstrando o
seu interesse no nosso esporte. Dei-lhe um time do Internacional, apesar de sua
preferência ser o E. C. Juventude. Esse time foi fabricado na Bahia e,
acredito, nunca jogou nenhuma partida.
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Time doado ao Luiz Pedro Sambaquy, há mais de 30 anos |
O segundo time foi doado ao Guto
Hoffmann, filho de meu amigo e irmão Germano Hoffmann. O Guto, que residia na
mesma rua em que eu morava em Brusque, apareceu em minha casa com seu pai,
querendo comprar um time de botão. Na época, eu mandava buscar na Bahia uma boa
quantidade de times, pois a garotada estava vivendo uma febre de praticar o
futebol de mesa. Na ocasião da visita do Guto, não havia nenhum time disponível
em casa. Eu
havia jogado o Brasileiro de 1979 em Vitória e conquistado o sétimo lugar com
um time de acrílico, que fora trazido de Salvador pelo Jomar Moura. O time era
vermelho, com o emblema do Inter estampado nos botões. Eu havia recebido um
novo Inter, de paladon, feito em Sergipe, com pins de
metal embutidos. Jogaria com ele, doravante. Então, resolvi doar o time que
havia feito bonito em Vitória, pois, caso contrário, ficaria sem uso. E o Guto
ficou radiante e andou ganhando alguns torneios e até um vice–campeonato na
Associação Brusquense de Futebol de Mesa. Nas fotos que salvei, até a súmula do
jogo final na disputa do vice-campeonato, ele postou, provando a sua façanha.
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Time doado ao Guto Hoffmann há mais de 20 anos. Abaixo está a súmula da ABRFM |
Tudo isso contribuiu para o
retorno da coluna.
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.