Como eu já havia dito a todos, a
minha intenção em comparecer ao 39º Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa,
que seria realizado no Hotel Sol Barra, era no sentido de me despedir das
disputas oficiais. E assim foi, pois não reúno mais condições para estar
correndo ao redor de uma mesa, pensando, calculando e praticando o esporte em
que conquistei tantas amizades.
Fiquei numa chave com grandes
botonistas: Jair, da Bahia, Gil de Alagoas e Carlos Alberto de Pernambuco. Foi
uma despedida melancólica, pois sem treinar não poderia aspirar à coisa melhor.
Além disso, fui árbitro de um jogo.
No primeiro dia, com o ar
condicionado refrigerando o ambiente foi uma maravilha. Só que houve
condensação e isso provocou o acúmulo e, aos poucos, os pingos foram
atrapalhando as partidas. A solução foi desligar o ar condicionado, e a sala,
cheia de gente, acabou sufocando os mais “antigos”.
Participei da filmagem que está
sendo elaborada, no sentido de deixar para a posteridade a história de nossa
Regra Brasileira. Com isso, na manhã do dia 16 fiquei confinado em uma das
salas do hotel, com uma equipe de filmagem, dando depoimentos sobre tudo o que
eu vivi em minha passagem pelo futebol de mesa. Na parte da tarde, joguei a
minha primeira partida, ficando livre para levar a minha esposa ao Shopping
Salvador. Maravilhoso ambiente, numa construção monumental.
No dia seguinte, sábado, dia 17,
estava escalado para apitar um jogo. Logo em seguida, outro, contra o alagoano
Gil e, posteriormente, enfrentaria o pernambucano C. Alberto. Não aguentei
tanto calor dentro de um ambiente fechado.
Pensava que, após a minha
eliminação, estaria livre; ledo engano. O pessoal da filmagem já havia tratado
com o Presidente Robson Marfa e o presidente da Federação Baiana, o prestativo
Tosta na liberação dos três remanescentes da criação da Regra, presentes ao
evento. Conseguiram com que Oldemar Seixas e Roberto Dartanhã, comigo, fôssemos filmados no Passeio Público, um local
tradicional de Salvador, cercado de árvores. E das treze às dezessete horas,
ficamos dando depoimentos, narrando momentos inesquecíveis que geraram o
esporte que quase duzentos botonistas continuavam a praticar no Hotel Sol
Barra.
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Seixas - Sambaquy - Dartanhã (sentados) junto com o pessoal da filmagem |
Com isso, meu compromisso com o
Dr. Reinaldo Machado teve de ser transferido para o domingo. Bem cedo, o Dr.
Reinaldo, sua esposa Sonia e a filha Scheila nos apanharam, na Barra, para um
passeio ao litoral norte da Bahia. Percorremos toda a orla baiana, com suas lindas
praias, onde revi lugares maravilhosos, como Ondina, Rio Vermelho, Amaralina,
Pituba, Jardim dos Namorados, Jardim de Alá, Pituaçú, Itapuã e a Lagoa do
Abaeté.
A seguir, atravessamos Lauro de
Freitas, município ligado a Salvador e entramos na Linha Verde. Maravilhosa
obra divina, na qual a mata atlântica dá um colorido especial a um céu azul
deslumbrante.
Nossa primeira parada foi em
Guarajuba - no Bar do Carlinhos - onde
degustamos castanhas de caju de diversos sabores, com e sem pimenta, com alho e
óleo e até adocicada. As mulheres com água de coco gelada e nós saboreando uma
cerveja estupidamente gelada.
Nosso próximo destino foi a Praia
do Forte, onde visitamos a sede do PROJETO TAMAR. Depois dessa visita, um
almoço maravilhoso à base de peixe com legumes, bolinhos de frutos do mar e
mais cervejas geladas. Fotos e compras eram feitas em cada parada. A Janete,
com uma bolsa enorme, ia armazenando o que adquiria, sempre pensando nos netos.
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Almoço no domingo no Projeto TAMAR |
Como se aproximava a hora do jogo
do Bahia contra a Ponte Preta, rumamos ao nosso destino – a Costa dos Coqueiros
– Imbassaí. Descrever com palavras é quase impossível, pois é um pedaço do
Paraíso fixado em solo baiano. No Condomínio Residencial Imbassaí, o Dr.
Reinaldo tem o seu apartamento com direito a um ramal da SKY, onde pudemos
acompanhar a grade de jogos do Campeonato Brasileiro. Os apartamentos dispõem
de uma varanda que acaba em uma piscina maravilhosa, sem contar que a rede está
sempre à disposição para um relax.
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Apartamento Imbassaí |
Assistimos ao jogo e, com a
vitória do Bahia, combinamos o jantar para logo mais. Dr. Reinaldo e sua
família aproveitaram para seu banho refrescante, e Janete e eu fomos para nosso
apartamento, vizinho ao deles, com a mesma finalidade.
O jantar foi algo só visto em cinema. O restaurante é
de propriedade de um espanhol e seu nome é Três Marias. O tratamento é
diferenciado. Bolinhos de frutos do mar, tortilha e a paella espanhola que nos
maravilharam. Quantas novidades
experimentamos nesse dia. O ar que respiramos era perfumado pelo verde
da mata e o frescor que vinha do mar, aliados a um silêncio maravilhoso, bem
diferente do bairro da Barra onde estávamos hospedados.
Dormir foi repousante e
tranquilo. Lembro que tentei assistir ao Fantástico e acordei com a Janete
tirando meus óculos, pois i dormiria com eles, caso ela não tivesse tido essa
preocupação.
Na manhã seguinte, um café
maravilhoso, semelhante ao do Hotel Sol Barra, preparado pela mato-grossense,
esposa do francês Laurent Lefebvre. Imaginamos que voltaríamos para Salvador,
mas as surpresas ainda não haviam acabado. Perto dali, há um rio que deságua no
mar. Havia uma jangada para que fôssemos ver o encontro da água doce com a
salgada. Desembarcamos na praia, onde os comerciantes colocam as mesas e
cadeiras na parte rasa do rio e os clientes ficam ali bebericando, com os pés
dentro d’ água. A praia tem uma areia fofa e quente, e o mar é de um verde que
se iguala à mata atlântica. Só depois de tudo isso é que retornamos a Salvador.
Uma viagem tranquila e uma estrada de retas imensas.
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Jangadas que cruzam o rio até o mar |
No retorno, paramos para observar
as obras da moderna Fonte Nova. Eu conheci a antiga, tendo assistido diversos
jogos lá realizados. Fiquei impressionado com o tamanho e a beleza dessa arena
que será entregue a esse povo que vive futebol 24 horas por dia. Aliás, futebol
e carnaval, pois todos com quem conversamos sempre contam casos dessas duas
paixões baianas.
Recomendo a todos os meus
leitores que procurem esses lugares maravilhosos, pois ficar dez dias por lá
cura qualquer estresse. Além de ser repousante e rejuvenescer as pessoas,
oferece a tranquilidade que todos nós procuramos. O muro das belíssimas
residências não tem mais de um metro de altura. Isso tudo sem sistema de
proteção algum. É um convite para um descanso maravilhoso e reconfortante. Os
telefones do Condomínio são (71) 36771094, 88616175 e 99447400. Garanto que não
se arrependerão jamais, se visitarem aquele santuário da natureza.
Outros momentos de Salvador em fotos:
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Os "velinhos" em passeio com o Elevador Lacerda ao fundo |
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Reencontrei meu 1º adversário em 1970, José Inácio (Sergipe) |
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No pelourinho com o amigo Oldemar Seixas e minha amada Janete |
Até a semana que vem, se Deus
permitir.
Meu caro Sambaquy. Que bom vê-lo de volta com suas belas crônicas. Lamentei profundamente não poder estar aí em Salvador, mas creio que ainda teremos oportunidade de nos encontrar. O litoral baiano é vasto e belo, porém, como bom pernambucano, digo que o nosso é menor, entretanto é mais fantástico. A culinária da Bahia é famosa no mundo inteiro, mas todo cuidado é pouco. Ela gosta de pregar peças, pois é muito azeitada. Minha surpresa foi saber que o nosso Carlos Alberto foi o campeão master. Parece que dessa vez Pernambuco acordou para o botão na regra brasileira. Espero que você ao se programar venha um dia à Veneza Brasileira, terra do frevo, do maracatu e do botãobol. Um forte abraço bem pernambucano
ResponderExcluirMeu amigo Abiud,
ExcluirDepois de duas semanas de férias, em terras baianas, volto ao trabalho. Acredito que todo litoral nordestino é muito lindo e o mar tem uma cor diferenciada do nosso. Quanto à culinária baiana, já sou "macaco velho", pois essa foi a sexta vez que aportei nessa terra onde detenho bons amigos e irmãos. O Carlos Alberto venceu com méritos e mostrou que Pernambuco é terra de excelentes botonistas.
Quanto ao nosso encontro, já estou pensando em voltar a esse pedado de Paraíso. Mas, tenho de dar um tempo, pois depois do "chá de espera" nos aeroportos, vou deixar passar um tempo e tirar da cabeça esses contratempos. Mas, a visita já está agendada, sem data definida.
Um grande abraço e fiquei feliz em ler a volta do campeonato emocionante do botãobol.
LH.ROZA....
ResponderExcluirQue bela narrativa...VC. me deixou d'agua na boca...
Hoje estou retornado do SUL, onde fui curtir os Aniv. das minhas 2 NETAS.
Em PELOTAS bati uma bolinha lá no COP, aproveitando o convite do JADER para participar do Torneio de Encerramento.
E para variar, ao abrir os "E-mails", pois depois de 15 dias afastado,já estamos sendo convidado pelo OSWALDO para o dia 15/Dez. no Marcílio Dias, Torneio de DADINHO.
Quem sabe??? possa nos reencontrar...
1 forte abraço.
Meu amigo Rozinha,
ResponderExcluirIr para a Bahia e não aproveitar sua culinária não faz parte dos planos de ninguém. Foram dias maravilhosos onde encontrei grandes amigos "antigos". Foram momentos de intensa emoção. Nas próximas colunas estarei falando mais desses encontros, e apenas um leve toque nos jogos.
Quanto ao torneio de dadinho, se tiver a oportunidade de ir assistir, o farei, pois nunca joguei essa modalidade.
Será uma alegria poder abraçá-lo. Desde maio não consigo ir até a sede do Marcilio Dias. Os compromissos me prendem em Balneário.
Festejar aniversário de netos é a melhor coisa da nossa vida.
Abração