Meus
amigos, no dia 18 de fevereiro, o amigão Guido Garcia comemorou mais um
aniversário. Nada de novo, pois todos nós comemoramos os nossos aniversários em
data determinadas pelo nosso nascimento. Mas, essa data é especial, pois é o
aniversário de uma pessoa maravilhosa e que muito fez e tem feito pelo nosso
esporte.
Guido
Garcia, bi-campeão brasileiro, títulos conquistados em Natal e Vitória, nos
anos de 1994 e 1995, logo após uma tragédia interferir em sua vida de modo
dramático, mostra-nos como deve ser a superação. Tenho certeza de que nenhum de
nós sofreu o trauma que esse amigo teve de enfrentar, mostrando a fragilidade
de nossa vida física diante da espiritualidade. Mesmo assim, amparado por
amigos leais, foi, viu e venceu.
Nem
por isso perdeu a sua simplicidade, seu ar constante de tranqüilidade, nem
deixou a soberba assumir lugar em sua vida. Continuou o mesmo, amigo fiel e
incentivador a todos os praticantes de nosso esporte. É um exemplo vivo de como
deve ser o botonista que ama o que escolheu para praticar. Um exemplo para todos
nós que o admiramos e respeitamos por sua conduta impecável e sua amizade
valorizada.
Fui
beneficiado por sua bondade natural, quando escolhi uma maleta para a guarda de
meus botões. Como havia voltado a jogar na regra de doze toques, escolhi
colocar dois tipos de botões, enviando-lhe as medidas de cada um deles. E tudo
veio perfeitamente de acordo com o que eu havia planejado.
Mas,
a surpresa maior ainda estava por acontecer. Ao tentar saber o valor de meu
débito para com ele, fui informado que se tratava de um presente. E que
presente maravilhoso estava ganhando dessa fábula de nosso esporte. São gestos
assim que mostram a grandeza de um homem, pois se fiz a encomenda, sabia que
teria um custo e estava disposto a pagá-lo. Mas, ele foi irredutível. É um
presente. E no seu blog, ao descrever a maleta de Adauto Celso Sambaquy,
escreveu:
“Raras vezes verão nesse blog uma
referência à pessoa dos quais tenho a honra de confeccionar um equipamento para
a prática do futebol de mesa – seja uma simples régua, palheta ou uma maleta.
Todas são importantes para mim. São amigos que confiaram no meu trabalho. No
entanto não posso deixar passar a oportunidade de dividir com todo o público
que visita a minha página, a satisfação, a honra, de poder privar da companhia
(mesmo que virtual) de uma personalidade do quilate de Adauto Celso Sambaquy.
Esse homem é nada mais, nada menos do que o responsável pela introdução da
regra brasileira – a regra baiana, como é conhecida popularmente – no Rio
Grande do Sul. Ele já contou em sua coluna do Futmesa Brasil, por exemplo, de
como foi a Bahia numa época totalmente diferente dos dias de hoje e lá assinou
o primeiro livro de regras da modalidade. A história é extensa e recomendo a
todos que se interessam em saber a história do futebol de mesa, que leiam suas
colunas no site que referi. A verdade que isso tudo que existe – Federação
gaúcha, regras compiladas, Campeonato Brasileiro, enfim ... tudo que nos faz
tão feliz e apaixonados pelo esporte, deve-se ao árduo trabalho de Adauto Celso
Sambaquy. Essa figura humilde, que guardava seus times em embalagens costuradas
por sua esposa, merece todo o nosso reconhecimento, o nosso aplauso , a nossa
gratidão. Com esse pensamento, confeccionei a maleta abaixo. Não está a altura
de sua grandeza, mas foi uma simples maneira que encontrei de homenageá-lo e
mostrar meu sentimento. Obrigado, Adauto, por ter feito tudo isso que hoje nos
faz feliz.”
Escrevi
uma crônica homenageando-o, que foi publicada no blog Futmesa Brasil, ao que
ele respondeu, através de um e-mail em 04 de março de 2011, dizendo entre
outras coisas:
“Meu querido amigo, história viva do futebol
de mesa!
Teria talvez, que escrever extensamente,
divagando sobre tudo – futebol de mesa, seria o prato principal. Mas vou tentar
ser simples e preciso.
O futebol de mesa me proporcionou imensas
alegrias. Se tentasse enumerá-las talvez não conseguisse reunir todas – desde
os sonhos de menino, até o inúmeros amigos que fiz e tenho até hoje.
Mas, ficaria com uma que resume tudo. Em
1993 perdi um filho de cinco anos num acidente na piscina de minha casa. Não
preciso te dizer que meu mundo acabou naquele instante em que o retirei
daquelas águas. Meus amigos, em especial do futebol de mesa, me abraçaram e me
levaram a disputar o Campeonato Brasileiro de 1994, em Natal. Deus guiou minhas
mãos e os anjos traçaram a minha sorte –
ganhei o título. Isso, por si só, já dá a dimensão do que o esporte representou
em minha vida. Pois bem, se não fosse por obra de diversos abnegados - dentre eles ADAUTO CELSO SAMBAQUY – eu não
teria talvez a oportunidade de praticar a regra brasileira que ajudaste a
introduzir no Rio Grande do Sul. Não teria a regra – meu primeiro livro de
regras (que conservo até hoje) traz a sua assinatura. Não teria granjeado a
infinidade de amigos que jogam “botão”. Enfim... como te disse teria muito a
falar.
Nada mais justo do que um humilde praticante dessa regra pela qual
tanto trabalhaste, tentasse te homenagear com um simples presente.
Não ficou que queria ou pretendia, mas tua
alegria já me satisfaz.
Aceita, meu querido amigo, a materialização
pueril de meu mais profundo reconhecimento pelo que fizeste pelo nosso esporte.
Me sinto honrado em ter tido essa oportunidade, em te dizer um pouco de tudo
que penso a teu respeito e de tua obra em prol do Futebol de Mesa. Um abração”
Por
tudo isso, nesse dia especial em que comemoras mais um aniversário, querido
amigo Guido, saibas que no fundo de meu coração brotou uma prece ao Senhor,
pedindo por sua felicidade e pela realização de todos os sonhos que ainda estão
latentes em você. Obrigado por ser meu amigo e por me considerar da forma como
o fazes. Pessoas como você é que fazem a diferença nesse nosso mundo.
Galeria de Fotos Guido Garcia:
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Guido e seu discípulo mais eficiente: Robson Bauer |
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Guido e Clair no XXIX Centro Sul - Caxias do Sul |
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Sempre recebendo Troféus - com a Equipe HPC /Sta Vitória do Plamar (4º Lugar em 2012) |
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Sempre recebendo troféus... Guido Campeão Gaúcho de Equipes 2011
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Até
a semana que vem, se Deus permitir.