Quando
as disputas foram organizadas e iniciamos os campeonatos, fez-se necessário a
destinação de prêmios aos vencedores. E as primeiras escolhas recaíram sobre
taças que representavam aquilo que, quando meninos, admirávamos na sede do
Juventude ou do Flamengo. Prateleiras cheias delas. As taças que eram
confeccionadas em nossa cidade, tanto pelo Eberle como pelo Triches, passaram a
ser nosso sonho de consumo.
Em
nossos campeonatos, não havia cobrança de taxa de inscrição. Todos participavam
gratuitamente e isso fazia com que procurássemos outros meios de angariar
fundos para as compras das benditas taças. Fizemos um apanhado de preços e verificamos
que, apesar de qualidade inferior, os da Triches eram mais convidativos. Foi lá
que conseguimos por vários campeonatos abastecer os apetites dos botonistas
caxienses.
Só
que a variedade não era assim tão grande e começaram a ser repetitivos. O
pessoal já olhava com desdém o prêmio e até ficava desestimulado. Urgia uma
modificação. E isso foi feito. Na própria Metalúrgica Triches, começamos a
adquirir peças individuais. Eram jogadores em posição de chute que, fundidos em
metal e banhados em níquel ou cromo, eram-nos vendidos a preços ínfimos.
Restava a nós a criatividade.
Pedaços
de madeira de lei eram utilizados e neles colocados os jogadores. As peças de
madeira, devidamente lixadas, laqueadas, com espaço para a colocação de uma
plaquinha gravada, recebiam em seu dorso os jogadores e as bolas. A disputa
voltava a ser acirrada para conseguir colocar uma delas em nossas prateleiras.
Uma ocasião eu apanhei um pedaço de madeira que meu pai usava para fazer fogo
no fogão à lenha, e entreguei a um amigo que tinha um torno, e dali nasceu um
pedestal para um jogador, numa disputa de um torneio no Vasco da Gama. Estampo
três modelos de troféus dessa época que eram super valorizados.
Quando
a MAPRO, empresa que trabalhava com acrílicos (luminosos e seus derivados) que
nos patrocinava, pois havíamos acordado com eles a fabricação de botões que
seriam vendidos em todo o estado, observou os troféus em madeira, resolveu
fabricar pequenos troféus em acrílico. Passaram a comprar os jogadores de metal
e faziam a arte final. E assim foi por um bocado de tempo, de 1971 até quando saí
de Caxias em 1973. Deles, tenho dois troféus que até hoje encantam quem pratica
o nosso esporte. Também estarão sendo mostrados em fotografia nessa página.
Ao
sair de Caxias e vir para Santa Catarina, consegui implantar o futebol de mesa
na cidade de Brusque. Mas, aqui não havia a Triches para nos fornecer material
para a fabricação de troféus e, por essa razão, voltamos ao mercado para a
compra em Lojas especializadas em Blumenau, pois, em Brusque, na época ainda
ninguém negociava taças, medalhas e troféus.
Hoje,
vemos obras de arte sendo distribuídas em cada promoção realizada. Com certeza,
os atuais botonistas não encontram as dificuldades que tivemos em nossa
jornada, tendo de garimpar prêmios para serem distribuídos em diversas
competições. Por isso, não eram muitas as competições que realizávamos no ano.
Além
disso, a substituição do metal pelo plástico, além de baratear as peças, dá uma
gama de qualidade maravilhosa, pois perdura o brilho das peças por muito mais
tempo. Enfim, são outros tempos e a quantidade de competições aumentou, de
forma tão imensa, que deve ser obedecido um calendário anual. Nem todos poderão
se adequar a ele e, por essa razão, em algumas competições deverão estar de
fora; mas os fominhas, aqueles que estão sempre aparecendo nas fotos dos
premiados, estarão sempre presentes.
Atualmente,
em muitas cidades há fabricantes de prêmios das mais diversas modalidades
esportivas. Aqui em Itajaí, existe a METAL SPORT, que confecciona troféus,
medalhas e placas personalizadas. Foram eles que criaram a arte e fizeram os
diversos troféus dos dois Torneios que levaram o meu nome para o pessoal do
Atlântico Sul/Marcílio Dias. São peças
lindas e realçam o futebol de mesa de maneira eloquente,
pois em cada uma delas é salientado o nome de nosso esporte. Apresento também
as imagens das duas artes.
Até
a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy
É isso mesmo Sambaquy. Eu ganhei uma Copa do Mundo e o troféu era uma réplica reduzidíssima da Jules Rimet, mas perdeu-se no tempo. Aqui os troféus eram adquiridos nas lojas especializadas e grafadas por profissionais, mas a verba era curta e nos contentávamos com medalhinhas e troféus diminutos. Na minha vida militar, tínhamos um lema: troféu vai para o quartel, medalha a gente mostra para os filhos e netos, daí muitas vezes abdicávamos de títulos para recebermos a medalha. Ainda restam algumas daquela época. Bons tempos. Valeu, amigão! Abração pernambucano.
ResponderExcluirMeu amigo Abiud,
ExcluirRealmente as medalhas foram, por longo tempo, o referencial de nossas disputas. As minhas eu coloquei em uma modlura e estão todas juntas na minha estante. Mas, com o tempo houve necessidade de diversificar, pois assim atraia mais gente para as contendas.
Meu amigo, na semana vindoura há uma homenagem a você, do Botãobol. A coluna será inteiramente dedicada aos amigos pernambucanos. Mostre a todos os adeptos da Rainha das Regras.
Abração gaúcho/catarinense.
Hoje o Sambaquy empresta seu nome à linda taça transitória de Campeão anual do Atlântico Sul Futebol de Mesa, onde a cada ano se acrescenta o nome de quem a conquistou.
ResponderExcluirEssa é nossa homenagem eterna.
Grande abraço, mestre.
Oswaldo Fabeni