Vamos abordar na coluna desta
semana, um assunto que eu reputo da maior importância, pois dele resultará a
continuidade de nosso esporte. Quantas entidades estão patrocinando campeonatos
entre os jovens que poderiam estar entre nós, jogando e aprendendo a amar o
futebol de mesa? Acredito que são muito poucas as associações que têm esse
interesse, mesmo sabendo que se não houver renovação nosso esporte poderá
acabar!
No dia 9 de junho de 2015, a AFM
Caxias do Sul, nascida como Liga Caxiense, estará completando seu
cinquentenário. Cinquenta anos de muitas lutas em prol do esporte dos botões.
No início, a preocupação com a juventude foi determinante para essa
longevidade. Os campeonatos eram realizados nas categorias: adulto, juvenil e
infantil. Adotamos a garotada que praticava o futebol de mesa nas dependências
do Recreio Guarany. Todos jovens, na faixa dos 12 a 15 anos de idade. E
patrocinávamos os campeonatos, cuidando, orientando e entregando troféus a
esses meninos que foram crescendo sob a nossa tutela. Ao atingirem 18 anos,
eram incorporados ao grupo de adultos e seguiram a luta iniciada no início dos
anos sessenta. Muita coisa aconteceu nesse período e até casamento se realizou,
graças ao futebol de mesa. Acompanhamos tudo isso de perto. No Recreio Guarany,
uma garotada fabulosa se reúnia e passava horas jogando. Foi lá que o Nelsinho
Prezzi conheceu a irmã do Airton Dala Rosa. Aliado ao desejo de fazer seu
Penharol um ganhador, havia o interesse em flertar com a Sirlei, que
acompanhava os jogos somente quando o Nelsinho estava em atividade. E isso
acabou em um casamento feliz e que nos propiciou dois excelentes botonistas,
que hoje ajudam a vida de nossa entidade. Vimos meninos se transformarem em
homens, assumirem seus compromissos e constituírem famílias. E essas famílias
nos entregaram uma geração de campeões, liderados pelo Daniel Pizzamiglio, com
acompanhamento do Rogério Prezzi e Alexandre Prezzi, estes frutos da união do
Nelson com a Sirlei.
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Almir / Angelo / Nelson em cima no Guarany; embaixo no Recreio da Juventude |
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Airton e Nelson amigos e cunhados |
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No Recreio da Juventude filhos dos sócios mantinham a paixão de seus pais em uma mesa especialmente criada para eles |
A AFM Caxias teve, nas pessoas do
professor Ednei Torresini e Enio Durante, dois impulsionadores da ala jovem.
Foi um trabalho maravilhoso e competente que nos concedeu a honra de trazer
para Caxias do Sul o título de Campeão Brasileiro na categoria juvenil. Enio
acabou transferindo-se para a AABB e levando consigo uma quantidade de jovens
que conseguiram grandes feitos àquela entidade, que reúne os bancários do Banco
do Brasil. Continuam conosco o Gustavo Lima e o Hemerson Leite. São os filhos
adotivos de todos os botonistas caxienses. Já disputam os campeonatos caxienses
com os adultos.
1º Grupo do Departamento Jovem da AFM Caxias |
2º Grupo do Departamento Jovem da AFM Caxias |
Por ocasião do 29º Centro Sul
Brasileiro, realizado em Caxias, entre os dias 24 e 25 de junho de 2011, quando
fui homenageado com um lindo troféu de reconhecimento pela AFM, FGFM e CBFM,
usando da palavra salientei que o futuro do nosso esporte residia nos jovens.
Chamei para junto de mim o querido Gustavo Lima (Pica Pau) e disse para aquela
plateia de botonistas que, quando iniciamos, eles todos eram semelhantes ao
Pica Pau. Se não houvesse o interesse em divulgar nosso esporte, muitos nem
teriam tomado conhecimento deste esporte que tanto amamos. Portanto, incentivem
os jovens para que o futebol de mesa continue sendo o esporte de todos nós.
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Sambaquy e Pica-Pau no Centro Sul de Caxias do Sul |
Pergunto a todos os meus
leitores: - Qual a entidade que se preocupa em realizar um campeonato só para
juvenis ou infantis? Sem adultos estarem jogando ao mesmo tempo. Só a meninada
jogando, correndo atrás de troféus, sendo fotografados, aparecendo em
reportagens de jornais e televisão? Nenhuma, respondo com convicção. Fazem
campeonatos paralelos e se preocupam muito pouco em levar jovens para jogar.
Desde o início de nossa caminhada,
como entidade esportiva, demos atenção especial aos jovens. O primeiro
campeonato brasileiro à representação gaúcha tinha três meninos de 14 a 15 anos
de idade. Graças a isso sempre tivemos esses meninos trabalhando conosco o
tempo todo.
Faço uma sugestão aos dirigentes
da Federação Gaúcha, meus queridos amigos Silvio e Daniel: Organizem e promovam
um campeonato gaúcho para juvenis e infantis. Um campeonato só para eles, com
juízes adultos participando e ajudando a criar novas lideranças. Obriguem as
entidades a enviarem pelo menos três botonistas para participarem desses
campeonatos e verão os resultados futuros. Eu me lembro dos meninos do Círculo Militar
que tanto sucesso fizeram. Eu me lembro dos meninos de Caxias que conseguiram
escrever o nome da entidade no rol dos grandes campeões brasileiros. O futuro
está nas mãos deles. Façam isso e colherão os frutos saborosos em seu devido
tempo. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Se não semearem
agora, nada colherão no futuro.
Gostaria de poder falar isso aos
meus amigos pernambucanos que praticam o Botãobol à Regra Pernambucana.
Trata-se de um grupo de botonistas valiosíssimos, praticantes de uma modalidade
difícil e de uma beleza invulgar, mas que é constituída por pessoas da minha
geração. Aos poucos, alguns vão desistindo e temo que essa modalidade tão
difícil acabe desaparecendo, o que seria uma lástima terrível. Já manifestei ao
meu amigo Abiud Gomes essa preocupação. Sei bem que ele pensa como eu. Será uma
lástima ver desaparecer uma das modalidades mais difíceis na prática do futebol
de mesa. Uma sugestão que apresento ao Abiud: que cada botonista da Regra
Pernambucana (a Rainha das Regras) adote uma criança e leve para jogar.
Organize um campeonato, para que eles possam sentir a alegria de vocês e
seguirem seus passos doravante. Cada botonista terá o compromisso de conseguir
apenas um para esta missão. Acredito que não será difícil. Um neto, um amigo de
neto, um vizinho, o filho de um conhecido, alguém que possa gostar do futebol
de mesa e seguir o trabalho lindo que vocês têm feito. Um pouco de esforço dará
resultado e vocês terão a alegria de ver os frutos daquilo que amam se tornar
palpável.
O futebol de mesa tem a obrigação
de se perpetuar na vida dos brasileiros, e nós somos os responsáveis para que
isso possa acontecer. Pensem nisso com carinho.
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.
Meu caro amigão Sambaquy. Muito me comove essa sua luta sem quartel pela perpetuação do futebol de botão. É maravilhosa essa sua ideia. Tentamos algumas vezes colocá-la em prática, mas esbarramos na preciosidade do botãobol. Chegamos inclusive a fazer uma mescla, substituindo a bola de borracha pela bolinha de feltro. Aqui no Recife, nos condomínios, a meninada já não joga botão com tanta frequência. Trazê-los para sede da APFM, no centro comercial do Recife, sem a presença de um adulto (parente) responsável, é bastante problemático. Tivemos essa experiência quando saimos do Santa Cruz Futebol Clube, no bairro do Arruda, onde 12 jovens, ainda menores de idade, já começavam a ensaiar os primeiros passos no botãobol, inclusive com a realização de competições entre eles. Foi um sucesso, se bem que temporário, pois fomos despejados do Arruda e nos fixamos na sede atual e aí a meninada não nos acompanhou e o sonho acabou. Valeu! Abração bem pernambucano.
ResponderExcluirAmigo Abiud, pelo menos você tentaram. Mas, quem sabe não conseguem remotivar e fazer com que os jovens se interessem novamente pela Rainha das Regras. Seria uma maneira de perpetuar uma das regras mais disputadas do país. Eu me preocupo muito com a renovação e vejo que nas principais agremiações, federações e afins não existe nenhum movimento nesse sentido. Em poucos anos, tudo que foi construído poderá acabar. Depois não digam que eu não avisei.
ExcluirAbração colorado gaúcho.
LH.ROZA...
ResponderExcluirMeu amigo "AC.SAMBAQUY"... Para os menos avisados, essa sua preocupação seria como malhar em ferro frio. Realmente estamos vendo que a renovação esta cada vez mais distante, seja por outras opções da gurizada como jogos na Internet, ou pelo custo dos "botões". Quando inciamos as atividades no COP, cegou-se ter quatro grupos de 12 botonistas subdivididos pelas idades, na década de 80, e muitos foram os resultados conquistando todos os Títulos possíveis em nivel Estadual e Nacional. O trabalho do OSWALDO em Itajaí junto aos integrantes do Marcílio Dias, já vem rendendo bons frutos seja na Regra 12 Toques como no Dadinho. Então não é difícil tentar bastar os "Dirigentes" das Associações e/ou Federações olharem para a gurizada....
Do contrário logo mais teremos que criar a CATEGORIA DA MELHOR IDADE ...
Poderia-mos nos alongar, mas ás GELADINHAS estão me chamando devidamente acompanhadas de m bela PANQUECA...
Até a próxima
Roza, todo o trabalho que for feito agora renderá frutos no futuro . Se não incentivarmos a garotada a jogar botão, não serão eles que virão procurar um grupo de adultos que se reúne para jogar. A iniciativa deve partir de nós. Eu tenho acompanhado o trabalho do Oswaldo e até colaborei com ele doando troféus para campeonatos entre os jovens. São atitudes assim que podem ajudar o nosso futebol de mesa. Quanto às geladinhas acompanhadas de panquecas, são o pagamento pela eleição de seu candidato. Aproveite e peça a ele para patrocinar um campeonato para a garotada de Joinville.
ExcluirAbração.
LH.ROZA...
ResponderExcluirÉ UMA BOA IDÈIA ... mas pera aí, isso não seria plagiar da 51....