segunda-feira, 6 de outubro de 2014

VAMOS INCENTIVAR A JUVENTUDE A PRATICAR O FUTEBOL DE MESA

Vamos abordar na coluna desta semana, um assunto que eu reputo da maior importância, pois dele resultará a continuidade de nosso esporte. Quantas entidades estão patrocinando campeonatos entre os jovens que poderiam estar entre nós, jogando e aprendendo a amar o futebol de mesa? Acredito que são muito poucas as associações que têm esse interesse, mesmo sabendo que se não houver renovação nosso esporte poderá acabar!
No dia 9 de junho de 2015, a AFM Caxias do Sul, nascida como Liga Caxiense, estará completando seu cinquentenário. Cinquenta anos de muitas lutas em prol do esporte dos botões. No início, a preocupação com a juventude foi determinante para essa longevidade. Os campeonatos eram realizados nas categorias: adulto, juvenil e infantil. Adotamos a garotada que praticava o futebol de mesa nas dependências do Recreio Guarany. Todos jovens, na faixa dos 12 a 15 anos de idade. E patrocinávamos os campeonatos, cuidando, orientando e entregando troféus a esses meninos que foram crescendo sob a nossa tutela. Ao atingirem 18 anos, eram incorporados ao grupo de adultos e seguiram a luta iniciada no início dos anos sessenta. Muita coisa aconteceu nesse período e até casamento se realizou, graças ao futebol de mesa. Acompanhamos tudo isso de perto. No Recreio Guarany, uma garotada fabulosa se reúnia e passava horas jogando. Foi lá que o Nelsinho Prezzi conheceu a irmã do Airton Dala Rosa. Aliado ao desejo de fazer seu Penharol um ganhador, havia o interesse em flertar com a Sirlei, que acompanhava os jogos somente quando o Nelsinho estava em atividade. E isso acabou em um casamento feliz e que nos propiciou dois excelentes botonistas, que hoje ajudam a vida de nossa entidade. Vimos meninos se transformarem em homens, assumirem seus compromissos e constituírem famílias. E essas famílias nos entregaram uma geração de campeões, liderados pelo Daniel Pizzamiglio, com acompanhamento do Rogério Prezzi e Alexandre Prezzi, estes frutos da união do Nelson com a Sirlei.
Almir / Angelo / Nelson em cima no Guarany; embaixo no Recreio da Juventude
Airton e Nelson amigos e cunhados
No Recreio da Juventude filhos dos sócios mantinham a paixão de seus pais em uma mesa especialmente criada para eles
A AFM Caxias teve, nas pessoas do professor Ednei Torresini e Enio Durante, dois impulsionadores da ala jovem. Foi um trabalho maravilhoso e competente que nos concedeu a honra de trazer para Caxias do Sul o título de Campeão Brasileiro na categoria juvenil. Enio acabou transferindo-se para a AABB e levando consigo uma quantidade de jovens que conseguiram grandes feitos àquela entidade, que reúne os bancários do Banco do Brasil. Continuam conosco o Gustavo Lima e o Hemerson Leite. São os filhos adotivos de todos os botonistas caxienses. Já disputam os campeonatos caxienses com os adultos.
1º Grupo do Departamento Jovem da  AFM Caxias
2º Grupo do Departamento Jovem da  AFM Caxias

Por ocasião do 29º Centro Sul Brasileiro, realizado em Caxias, entre os dias 24 e 25 de junho de 2011, quando fui homenageado com um lindo troféu de reconhecimento pela AFM, FGFM e CBFM, usando da palavra salientei que o futuro do nosso esporte residia nos jovens. Chamei para junto de mim o querido Gustavo Lima (Pica Pau) e disse para aquela plateia de botonistas que, quando iniciamos, eles todos eram semelhantes ao Pica Pau. Se não houvesse o interesse em divulgar nosso esporte, muitos nem teriam tomado conhecimento deste esporte que tanto amamos. Portanto, incentivem os jovens para que o futebol de mesa continue sendo o esporte de todos nós.
Sambaquy e Pica-Pau no Centro Sul de Caxias do Sul
Pergunto a todos os meus leitores: - Qual a entidade que se preocupa em realizar um campeonato só para juvenis ou infantis? Sem adultos estarem jogando ao mesmo tempo. Só a meninada jogando, correndo atrás de troféus, sendo fotografados, aparecendo em reportagens de jornais e televisão? Nenhuma, respondo com convicção. Fazem campeonatos paralelos e se preocupam muito pouco em levar jovens para jogar.
Desde o início de nossa caminhada, como entidade esportiva, demos atenção especial aos jovens. O primeiro campeonato brasileiro à representação gaúcha tinha três meninos de 14 a 15 anos de idade. Graças a isso sempre tivemos esses meninos trabalhando conosco o tempo todo.
Faço uma sugestão aos dirigentes da Federação Gaúcha, meus queridos amigos Silvio e Daniel: Organizem e promovam um campeonato gaúcho para juvenis e infantis. Um campeonato só para eles, com juízes adultos participando e ajudando a criar novas lideranças. Obriguem as entidades a enviarem pelo menos três botonistas para participarem desses campeonatos e verão os resultados futuros. Eu me lembro dos meninos do Círculo Militar que tanto sucesso fizeram. Eu me lembro dos meninos de Caxias que conseguiram escrever o nome da entidade no rol dos grandes campeões brasileiros. O futuro está nas mãos deles. Façam isso e colherão os frutos saborosos em seu devido tempo. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Se não semearem agora, nada colherão no futuro.
Gostaria de poder falar isso aos meus amigos pernambucanos que praticam o Botãobol à Regra Pernambucana. Trata-se de um grupo de botonistas valiosíssimos, praticantes de uma modalidade difícil e de uma beleza invulgar, mas que é constituída por pessoas da minha geração. Aos poucos, alguns vão desistindo e temo que essa modalidade tão difícil acabe desaparecendo, o que seria uma lástima terrível. Já manifestei ao meu amigo Abiud Gomes essa preocupação. Sei bem que ele pensa como eu. Será uma lástima ver desaparecer uma das modalidades mais difíceis na prática do futebol de mesa. Uma sugestão que apresento ao Abiud: que cada botonista da Regra Pernambucana (a Rainha das Regras) adote uma criança e leve para jogar. Organize um campeonato, para que eles possam sentir a alegria de vocês e seguirem seus passos doravante. Cada botonista terá o compromisso de conseguir apenas um para esta missão. Acredito que não será difícil. Um neto, um amigo de neto, um vizinho, o filho de um conhecido, alguém que possa gostar do futebol de mesa e seguir o trabalho lindo que vocês têm feito. Um pouco de esforço dará resultado e vocês terão a alegria de ver os frutos daquilo que amam se tornar palpável.
O futebol de mesa tem a obrigação de se perpetuar na vida dos brasileiros, e nós somos os responsáveis para que isso possa acontecer. Pensem nisso com carinho.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

5 comentários:

  1. Meu caro amigão Sambaquy. Muito me comove essa sua luta sem quartel pela perpetuação do futebol de botão. É maravilhosa essa sua ideia. Tentamos algumas vezes colocá-la em prática, mas esbarramos na preciosidade do botãobol. Chegamos inclusive a fazer uma mescla, substituindo a bola de borracha pela bolinha de feltro. Aqui no Recife, nos condomínios, a meninada já não joga botão com tanta frequência. Trazê-los para sede da APFM, no centro comercial do Recife, sem a presença de um adulto (parente) responsável, é bastante problemático. Tivemos essa experiência quando saimos do Santa Cruz Futebol Clube, no bairro do Arruda, onde 12 jovens, ainda menores de idade, já começavam a ensaiar os primeiros passos no botãobol, inclusive com a realização de competições entre eles. Foi um sucesso, se bem que temporário, pois fomos despejados do Arruda e nos fixamos na sede atual e aí a meninada não nos acompanhou e o sonho acabou. Valeu! Abração bem pernambucano.

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    1. Amigo Abiud, pelo menos você tentaram. Mas, quem sabe não conseguem remotivar e fazer com que os jovens se interessem novamente pela Rainha das Regras. Seria uma maneira de perpetuar uma das regras mais disputadas do país. Eu me preocupo muito com a renovação e vejo que nas principais agremiações, federações e afins não existe nenhum movimento nesse sentido. Em poucos anos, tudo que foi construído poderá acabar. Depois não digam que eu não avisei.
      Abração colorado gaúcho.

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  2. LH.ROZA...
    Meu amigo "AC.SAMBAQUY"... Para os menos avisados, essa sua preocupação seria como malhar em ferro frio. Realmente estamos vendo que a renovação esta cada vez mais distante, seja por outras opções da gurizada como jogos na Internet, ou pelo custo dos "botões". Quando inciamos as atividades no COP, cegou-se ter quatro grupos de 12 botonistas subdivididos pelas idades, na década de 80, e muitos foram os resultados conquistando todos os Títulos possíveis em nivel Estadual e Nacional. O trabalho do OSWALDO em Itajaí junto aos integrantes do Marcílio Dias, já vem rendendo bons frutos seja na Regra 12 Toques como no Dadinho. Então não é difícil tentar bastar os "Dirigentes" das Associações e/ou Federações olharem para a gurizada....
    Do contrário logo mais teremos que criar a CATEGORIA DA MELHOR IDADE ...
    Poderia-mos nos alongar, mas ás GELADINHAS estão me chamando devidamente acompanhadas de m bela PANQUECA...
    Até a próxima

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    1. Roza, todo o trabalho que for feito agora renderá frutos no futuro . Se não incentivarmos a garotada a jogar botão, não serão eles que virão procurar um grupo de adultos que se reúne para jogar. A iniciativa deve partir de nós. Eu tenho acompanhado o trabalho do Oswaldo e até colaborei com ele doando troféus para campeonatos entre os jovens. São atitudes assim que podem ajudar o nosso futebol de mesa. Quanto às geladinhas acompanhadas de panquecas, são o pagamento pela eleição de seu candidato. Aproveite e peça a ele para patrocinar um campeonato para a garotada de Joinville.
      Abração.

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  3. LH.ROZA...
    É UMA BOA IDÈIA ... mas pera aí, isso não seria plagiar da 51....

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