Muitas vezes, procurei obras que
falassem sobre o nosso esporte, e as raríssimas publicações encontradas foram as citadas em minha coluna
de 16 de abril desse ano, intitulada Futebol de Mesa em livros.
Quando escrevi sobre esse
assunto, chegara à coluna número 91 e isso criava em minha mente a vontade de
transformar tudo em um livro que falasse e contasse alguma coisa sobre o esporte
que praticamos. Lembrei de uma correspondência recebida de meu amigo José
Ricardo Caldas e Almeida, em 29 de janeiro de 2011, na qual ele dizia:
“Se serve de incentivo, alguns
livros são resultados de passagens de jornalistas e escritores pelas colunas de
jornais e revistas. Quando estes percebem que o trabalho na coluna tem boa
receptividade perante o público e para eternizar essas passagens em nossas
vidas é que temos de partir para um livro.”
Continua dizendo que só temos uma
vida completa quando plantamos uma árvore, escrevemos um livro e temos um
filho. Eu já coloquei belos filhos no mundo, plantei algumas árvores em minha
vida, então... falta publicar um livro
que, pelo menos, será lido por quem gosta de jogar botão.
E isso, meus amigos, alimentaria
a idéia de sonhos de vários botonistas que descrevo em minhas colunas, muitos
deles já ausentes de nosso convívio. Seria a minha homenagem a esses amigos
queridos que, em muitas horas de suas vidas, dividiram uma mesa comigo, jogando
partidas de futebol de botão.
Tenho certeza de que muita coisa
ficará incompleta, pois somos falíveis, mas depois de uma leitura, muitos serão
os questionamentos sobre não ter escrito a respeito de uma passagem determinada
em que vivenciamos juntos e que, por um acaso do destino, eu esquecera. E,
assim, com o tempo poderemos aumentar os acontecimentos e fazer a história ser
completada, fechando um ciclo que seria maravilhoso recordar por inteiro.
Muitas obras ficam à espera do
preenchimento de lacunas que, por acaso do destino, ficaram entregues a pessoas
que as esqueceram em algum lugar do passado e por isso mesmo quase
irrecuperáveis. Nós mesmos, quando por alguma razão, paramos de jogar, de
manter contato com as pessoas que continuam praticando o esporte, ficamos
alheios aos acontecimentos e perdemos o fio da meada. E isso, se não for
documentado por alguém, com toda certeza, perder-se-á no contexto da história.
Com o passar do tempo, vão
surgindo outras idéias, pois a criatividade ficará acima da média quando
estamos envolvidos com um esporte que é a imitação de uma paixão nacional. Tudo
o que fizermos pode ser recebido pelos leitores como ficção, viagem (no bom
sentido), paixão, dedicação, amor ao esporte, etc.
Não podemos jamais esquecer que,
em 1941, a
primeira Associação de Futebol de Mesa do Rio Grande do Sul, denominada de
Sociedade General Lima e Silva, criada por Lenine Macedo de Souza, surgia em Porto Alegre ,
reunindo quase vinte meninos para praticarem o futebol de botões. Que esse
mesmo Lenine, em 1961, cria a primeira Federação brasileira para a prática do
nosso esporte. Somos pioneiros, não há como negar isso. Temos a obrigação de
divulgar tudo, já que aquilo que não for registrado estará fadado ao
esquecimento.
Muitos dos relatos que circulam
por diversos blogs afirmam que Geraldo Cardoso Décourt foi o inventor do
futebol de mesa. Tive a felicidade de conhecer e privar da amizade de Décourt e
isso foi sempre algo repudiado por ele, pois, em seu livro, no qual dedica um
capítulo ao futebol de mesa, confessa que aprendeu a jogar futebol de botão em
1922, com dois irmãos no Rio de Janeiro. Que editou um livreto de regras, o
primeiro no Brasil, em 1930, chamado de Regras de Futebol Celotex,
disciplinando a maneira de jogar, mas que jamais foi o seu inventor.
Por essa razão, vamos pensar
seriamente em editar um livro, contando as histórias vivenciadas por nós e que
envolvem inúmeros amigos, para que, num futuro distante, sejamos todos
lembrados como pessoas que se deixaram apaixonar por um esporte, ajudando-o a
se tornar popular e amado por todos os seus admiradores.
Capa Preliminar do Livro que eu e a AFM Caxias pretendemos lançar com as histórias aqui transcritas e com um pouco de minha vida que muito se confunde com o Futebol de Mesa |
E que, nesse futuro distante, não
exista tanto antagonismo entre os seus praticantes.
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.
Sambaquy
Meu caro Sambaquy. Que essa excelente idéia se torne realidade. O Futebol de botões bem que está por merecer uma obra prima e a sua pena é a mais indicada para essa tarefa que servirá para imortalizar esse magnífico esporte. Sucesso na empreitada e desde já encomendo um exemplar. Abração pernambucano. Tudo pelo botão.
ResponderExcluirMeu grande amigo Abiud,
ExcluirDepois de escrever mais de cem colunas, amadureci a idéia de eternizar as pessoas que fizeram essa roda gigantesca girar. Afinal, daqui a algum tempo nós também não estaremos mais por aqui e seremos fatalmente esquecidos. Nossa obra continuará, pois o futebol de mesa será eterno, mas poucos saberão quem foi Abiud Gomes, Ivan Lima (meu querido amigo), Hugo Alexandre, Armando Pordeus e tantos outros abnegados que tanto lutaram para transformar a brincadeira em esporte competitivo.
Por isso, agradeço o seu apoio e tenho certeza de que muitos haverão de saber que em todos os recantos de nosso país o futebol de mesa é o esporte que mais reúne amigos.
O trabalho está sendo elaborado de acordo com a AFM Caxias do Sul e tão logo esteja concretizado o amigo tomará conhecimento. Um dia eu estarei em sua prateleira, para lá permanecer para sempre.
Um grande a agradecido abraço.
Amigo Sambaquy
ResponderExcluirPor teres vivido e participado nas mesas o nosso esporte desde os anos 60 até a presente data, alem de teres o dom da narrativa, és a pessoa indicada para escrever um livro sobre a matéria. Li hoje a tua primeira coluna no Gothe-Gol e, achei-a ótima, ela relata a realidade.
Abração Lauro
Amigo Lauro,
ResponderExcluirAgradeço a força pela idéia de lançar o livro. Quanto a coluna no Gothe Gol é a segunda e não a primeira. No dia 17 de julho saiu a primeira. Abordo assuntos com a isenção que deve haver, pois para mim o futebol de mesa é um só, isto é, reúne pessoas que gostamde botões e praticam o seu esporte com amor, seja a regra que for. Nada pode e deve ser imposto a alguém que não deseja fazê-lo.
Um abraço ao campeão brasileiro, uma glória que poucos possuem em suas conquistas.
Amigo Sambaquy, com certeza estarei na fila no dia do lançamento com o teu livro nas mãos para vc registrar o seu autógrafo em nome deste admirador.
ResponderExcluirRogérinho
Rogérinho,
ExcluirPodes estar certo que se isso acontecer a honra será minha.
Abração