Estamos vivenciando Olimpíada 24
horas por dia. É ligar a televisão e a grade de programação apresenta uma série
de disputas, da qual podemos escolher a que melhor nos aprouver.
Nos primeiros dias, o ineditismo
é algo que nos atrai, mas, depois de uma semana, a coisa começa a ficar chata.
Torcemos por nossos atletas e o que estamos vendo é um apagão geral.
Imaginávamos uma boa quantidade de medalhas, pelo início promissor, pois foram
três no primeiro dia e, depois disso, só a esperança de mais alguma. Será que
em 2016 conseguiremos algo mais do que estamos conseguindo na atualidade? Deixo
a pergunta no ar, pois, por mais otimista que eu possa ser, não vejo nenhum
apoio aos nossos atletas, muitos dos quais nem puderam ir a Londres por falta
de patrocínio. Outros, onde
depositávamos esperanças, simplesmente fracassaram tremendamente. Até o time de
vôlei feminino, sempre imbatível em torneios e campeonatos anteriores,
apagou-se completamente. Lembrei-me de uma final, também em Olimpíada, contra a
Rússia, quando estávamos à espera de míseros pontos e as russas foram pontuando
e acabaram nos tirando o pão da boca. Será que o corte da Mari afetou as
demais?
Para nós, ainda resta o futebol,
vôlei masculino, de praia e o basquete. Se a vontade superar a apatia, quem
sabe consigamos mais algumas medalhas. Nas demais especialidades, as esperanças
são muito remotas.
Escrevi sobre Olimpíada por uma
razão especial. Acredito que nosso esporte participou de somente uma Olimpíada.
Ela foi desenvolvida na cidade de Caxias do Sul, no mês de dezembro de 1967,
quando o presidente do Sindicato dos Bancários, colega Dauro Brandão de Mello,
por conta e risco, promoveu a 1ª Olimpíada Bancária de Caxias do Sul. Foram
várias as modalidades disputadas:
futebol de campo, de salão, de mesa, basquete, vôlei, bolão, bocha, xadrez,
dama, dominó, tênis de mesa, caneco e snooker.
O futebol de mesa, matéria que
nos interessa, foi desenvolvido na AABB. Eram jogos eliminatórios e
participaram colegas de vários Bancos da cidade. Fui um dos representantes do
Banco do Brasil. A disputa foi na Regra Brasileira, a qual vinha sendo a única
a ser utilizada em nossa cidade. O meu primeiro adversário foi o Renato
Morosini Muller, do Banrisul, que sempre conseguia me vencer em campeonatos
bancários. Nesse dia, eu havia colocado que faria bonito nas mesas e que
ninguém me tiraria a chance de chegar longe. Nosso jogo foi amplamente
favorável a mim, pois eu treinara muito para as disputas. Venci o Renato por 3
x 0, eliminando um botonista do Banrisul. Meu segundo adversário sempre foi uma
pedreira em meu caminho. Meu compadre Vicente Sacco Netto, colega do Banco do
Brasil (primeiro campeão estadual gaúcho na Regra Brasileira em 1973), veio com
tudo, pois também ambicionava a conquista. Entretanto, não lhe dei chance
alguma e, no final do jogo, o placar de 2 x 0 me colocaria na final.
A final foi contra Sylvio
Puccinelli, outro colega de Banco do Brasil. Também ávido pelo troféu de
campeão. Foi um jogo emocionante e o Sylvio saiu na frente, marcando o seu gol
ainda no primeiro tempo. Antes de terminar essa fase eu empatei o jogo. O
segundo tempo, depois de sentar e refletir sobre o que representaria essa
conquista, a primeira que não estava nos calendários botonísticos de nossa
cidade, seria algo grandioso para mim e serviria para a glória de ser
considerado um campeão olímpico, mesmo que fosse numa Olimpíada de Bancários.
Voltei com tudo nesse segundo tempo e consegui marcar mais duas vezes,
resultado em 3 x 1 a meu favor. Campeão Olímpico Bancário de 1967, na primeira
realização e, até agora, a única na cidade.
Os meus goleadores foram: no
primeiro jogo; Tim (7), Victor (9) e Alemãozinho (12); no segundo jogo, Bruxo
(10) e Victor (9) e, na final, Machado (5), Sady Costamilan (8) e Lady
Costamilan (11).
Os troféus foram entregues num
baile que reuniu a família bancária da cidade, realizado nos salões do Recreio
da Juventude. Foi uma festa onde a comemoração foi a tônica da noite. Que pena
não existirem mais promoções idênticas, pois foi uma congregação unida entre os
diversos estabelecimentos bancários e seus funcionários.
Quem sabe a recordação dessa
promoção não desperte interesse em entidades no sentido de organizar Olimpíada
entre botonistas de diversas agremiações da mesma cidade.
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.
Sambaquy
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