Bobi era filho do grande jogador do Internacional e do Grêmio
Esportivo Flamengo. Tentou jogar futebol, mas o seu esporte era mesmo o futebol
de mesa.
Apareceu no Vasco da Gama, em 1967, quando inauguramos um
departamento de futebol de mesa e se apaixonou imediatamente. Como era natural
de Uruguaiana e lá havia jogado muito futebol de botões com a garotada,
sentiu-se plenamente à vontade para paletar os botões que foram encomendados
diretamente ao seu Aurélio, na Bahia. O seu time, o Internacional, cuja
escalação era: Gainete, Lauricio, Pontes, Scala e Sady, Elton e Carbone,
Valdomiro, Bráulio, Claudiomiro e Sérgio Galocha. Os reservas eram Valmir
Louruz e Escurinho.
Era uma festa ver o Bobi jogar, pois ele incorporava ao seu
jogo a narração em voz alta da partida. E quando solicitava ao adversário que
arrumasse o goleiro, pois iria chutar ao gol, o pessoal se agrupava ao redor da
mesa, sabendo que, se lograsse êxito, sairia a espetacular narrativa: - gol,
gol, gol de Bráulio, o pequeno gigante da Beira Rio. Seguiam-se a isso umas
três voltas ao redor da mesa, simulando o soltar de rojões, fazendo com a boca
o barulho semelhante: BUM, BUM, BUM, BUM...
Realmente era uma festa estar presente em jogos do Bobi
Ghizoni. E ele assimilou com muita maestria o futebol de mesa praticado da
forma como foi trazido para o Rio Grande do Sul, isto é, com botões lisos.
Melhorando cada vez mais, foi o super campeão do Vasco da
Gama. Convidado para um Torneio no departamento de futebol de mesa do
Internacional, voltou de lá campeão, deixando o vice-campeonato com o Airton
Dalla Rosa, outro excepcional botonista.
Esteve presente naquela nossa visita ao grande Vicente Sacco
Netto, em Canguçu, quando, após uma rodada de nosso campeonato, resolvemos
fazer uma visita, saindo de Caxias lá pelas vinte e três horas e chegando a
Canguçu ao amanhecer. Nós estávamos em sete competidores caxienses contra
outros sete daquela cidade. E lá, na terra canguçuense, o Internacional do
temível Bráulio se tornou campeão novamente.
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Participantes do torneio em Canguçu - Ghizoni é o 2º da esq para dir. |
Nossos encontros nunca terminaram empatados. Jogamos 14 vezes
e o único empate foi no número de vitórias de cada um: sete. Com ele não havia
chance de empate. Ganhava-se ou perdíamos. Ele jogava e deixava jogar. Foi um
tremendo botonista que, em 1970, deixou Caxias do Sul com sua família e nunca
mais soube notícias dele.
Gostaria de saber como anda esse amigo que marcou o botonismo
caxiense, alegrando de uma maneira sadia nossas competições. Se alguém conhecer
e souber onde ele se encontra, eu agradeceria a informação. A saudade é muito
grande e, quem sabe, não acordaríamos um campeão.
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Inauguração da Rádio Difusora |
Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy
Meu caro Sambaquy. Belas reminiscências. Lembra e muito os anos de botão na minha juventude. Agíamos da mesma forma. Hoje, no botãobol, a vibração com belas jogadas e na hora do gol ainda têm muito do passado. Só sei jogar, vibrando! Receba esse abração pernambucano.
ResponderExcluirAmigo Abiud,
ResponderExcluirOs amigos marcam a vida da gente, pois em determinadas épocas eles andaram pelos mesmos caminhos que andamos. A grande alegria que possuimos é poder nos lembrar com alegria de momentos que passamos e que só existem na nossa memória. Foram parte de nossa vida e hoje são recordações.
Abração gaúcho/catarinense.