segunda-feira, 18 de abril de 2011

HOMENAGEM A UM ÍCONE – AIRTON DALLA ROSA.


Minha gente, escrevi essa crônica e ao invés de salvar, deletei. Mas, como ela está em minha retina, vou fazer tudo novamente, pois a homenagem é merecida . Há muito tempo desejo falar dessa pessoa maravilhosa, honesta, cavalheiro e um maravilhoso botonista.

E digo isso, não por ser ele tio do presidente da AFM Caxias do Sul, tio do Alexandre (Fluminense) Prezzi, cunhando do Nelsinho Prezzi, o churrasqueiro oficial da entidade botonistica caxiense, mas por ser o mais completo botonista que eu já vi em minha vida.

Conheci o Airton menino, cheio de sonhos e vontades, mas sequioso de conquistar espaço no futebol de mesa nacional. Ardiloso, vendia rifas para os freqüentadores do Recreio Guarany, com a finalidade comprar mesa, botões, bolinhas. Participava ativamente de todos os movimentos que realizávamos, ajudando em tudo o que podia. E foi assim que ele constou na delegação que estava em Salvador, por ocasião do Primeiro Brasileiro, onde os nordestinos queriam abiscoitar todos os prêmios. Só que o menino Airton estragou a festa. Por isso, os sergipanos (baianos de nascimento), Atila Lisa e José Marcelo, ficaram com o primeiro e segundo lugar do campeonato. Restava ainda a conquista de terceiro e quarto lugar. O baiano Pepe consegue o terceiro, mas tem de curvar-se à Airton, um gauchinho que consegue o quarto lugar do certame.

Airton, um menino, ensinava a todos nós, adultos, a jogar futebol de mesa com honestidade. Com ele, árbitro era figura decorativa, pois caso ocorresse alguma falha, era denunciada, antes mesmo do árbitro se pronunciar. Todos nós aprendemos a valorizar essas atitudes de correção e honestidade. Serviu de exemplo a todos.

Lembro ainda, que quando consegui meu único título caxiense, na primeira rodada, fui goleado por ele. Mesmo assim, consegui chegar ao final em primeiro, um ponto à sua frente, o que valoriza a minha conquista.

O maior exemplo de sua conduta honesta e honrada foi dada no campeonato brasileiro, realizado em Brusque. Jogava as semi finais, com Hosaná Sanches, da Bahia, quando esse, sem explicação, desmaia. Outro qualquer reivindicaria para si os três pontos, pois seu time estava em campo e o adversário “fora de combate”. Só que esse adversário do “fora de combate” chamava-se Airton Dalla Rosa. E ele foi taxativo: Meu adversário não estava bem e eu exijo que a partida seja jogada novamente, desde o seu inicio. Atitude de um desportista correto.

Resultado final: Hosaná Campeão. Mas, sempre que Hosaná olhar para o lindo troféu que recebeu, pela conquista, deverá ler, em letras invisíveis, GRAÇAS AO AIRTON DALLA ROSA..

O Airton sempre foi tudo isso. Para comprovar tenho dois baluartes que ainda estão entre nós, jogando o futebol de mesa: Luiz Ernesto Pizzamiglio e Marcos Antonio Zeni. Com certeza eles dirão as mesmas palavras que eu estou falando.
Todas as suas conquistas, as quais foram inúmeras, foram conquistadas com lisura e honestidade. Seus troféus são merecidos e valiosos. Foi realmente um herói caxiense que deve ser preservado em futuras realizações de nossa agremiação.

Esse nome nunca poderá ser esquecido. Deve ser reverenciado, enaltecido e enobrecido em campeonatos, torneios e realizações que possam ser efetivadas, não só pela AFM, como por muitas agremiações gaúchas, pois Airton conquistou a simpatia de gaúchos, cariocas, baianos, pernambucanos, mineiros e principalmente catarinenses, onde é lembrado com saudade por todos os antigos botonistas.

Airton é um desses nomes que fez a caminhada juntamente comigo, desde o primeiro momento, em que abraçamos a causa do futebol de mesa brasileiro. Foi um batalhador, um divulgador, uma das pessoas que estavam sempre prontos a colocar seu Cruzeiro na mesa, para mostrar o moderno futebol de mesa que estava surgindo. E quem, não temia o seu terrível Tostão, goleador implacável, que não perdia chance alguma de marcar gols.

Por isso, meus amigos, a minha homenagem de hoje é para esse ícone do futebol de mesa brasileiro, respeitado na Bahia, por suas conquistas, mais do que por seu nome, pois por lá era chamado de Airton Della Rosa. Mas, sobretudo, respeitado por aqueles que eram os nossos maiores adversários. Airton merece um lugar de honra na galeria de pioneiros do futebol de mesa brasileiro.

Sinto tristeza em saber que ele está afastado das mesas, mas, quem sabe, um dia volte a ser a fera que sempre foi. Afinal, quem foi rei sempre será majestade.

Até a semana que Vêm se Deus permitir.

Sambaquy.

Foto: Airton Dalla Rosa, Daniel Alves Maciel e Adauto Celso Sambaquy.

Um comentário:

  1. Foi um prazer ver os meus amigos Adauto Celso Sambaquy e Airton Dalla Rosa, mesmo que por uma foto que tive que ampliar para vê-los melhor... Justa e merecida homenagem prestada pelo Sambaquy ao grande botonista Airton Dalla Rosa.
    Abraço do Clair Marques.

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