segunda-feira, 20 de junho de 2011

LUIZ ERNESTO PIZZAMIGLIO – O DECA CAMPEÃO CAXIENSE.


Foto: O grande orgulho do Pizzapai, Daniel Pizzafiglio recebendo o troféu de Campeão da Copa Primos 2009.

Meus amigos, hoje vou falar de uma pessoa que consegue iluminar o ambiente em que está e fazer com que a alegria seja a tônica constante. Suas brincadeiras são sempre um motivo para que o grupo se torne cada vez mais unido, e, que vibre em torno dele. Já conseguiu apelidos mais diversos em todo o seu tempo de futebol de mesa, que se iniciaram em 1973, mais precisamente no dia 28 de maio, quando nos defrontamos pela primeira vez.

Lembro ainda do Ailton trazendo um cara cabeludo e falante. Estávamos no Edifício Martinato, e ele entrou, meio sem vontade, meio carregado e foi apresentado ao futebol de mesa. Seu primeiro time: Vasco da Gama. Levou algum tempo para aprender, mas era compenetrado e procurava assimilar os segredos, os quais, o pessoal da Liga transmitia-lhe incondicionalmente.

A única ocasião em que ele não viajou conosco, pois adora estar na estrada, foi quando fomos convidá-lo para ir à Canguçu, na ocasião em que, depois da rodada do campeonato resolvemos fazer uma visita ao Vicente Sacco Netto. Não vou revelar o segredo, mas ele estava numa conquista e não quis arriscar perder a chance de ter seu momento de glória. Fora essa vez, sempre foi o maior viajante caxiense da época. Encontramo-nos em vários lugares diferentes e chegamos a disputar um jogo em campeonatos brasileiros: ele representando o nosso amado RGS e eu o meu estado adotivo: SC. Ele foi importantíssimo na divulgação da Regra Brasileira, no interior do Rio Grande. Certa ocasião fomos convidados para fazer uma demonstração do futebol de mesa praticado em Caxias, na cidade de Cachoeira do Sul. Saímos de Caxias em dois carros, O Pizza e o Airton em um e o Marcos Fúlvio Barbosa e eu no outro. Ele seguia sempre na frente, uma vez que o Airton conhecia Cachoeira e era filho daquela cidade. Cada vez que cruzávamos com outro carro vinha sinal de luz. Comentei com o Marcos que deveria haver policia na estrada ou então um acidente. Só, muito tempo depois, fomos descobrir que ao cruzar com os veículos o Pizza fazia sinal de luz, e os viajantes respondiam.

Quando me transferi para Brusque, ele e o Airton eram presenças constantes. E acabaram sendo incorporados ao clube brusquense. Até hoje são lembrados com saudade pelos antigos botonistas daquela cidade. Pizza é sócio proprietário da sede social da Associação Brusquense de Futebol de Mesa, tendo sido emitido um título patrimonial em seu nome.

Por ter iniciado em 1973 e eu ter saído da cidade nesse mesmo ano, jogamos somente vinte e uma vezes. O aluno superou o mestre, pois meu retrospecto aponta nove vitórias, dez derrotas e somente dois empates.

Pizza, hoje chamado de Pizza Pai, Obelix, Véio (em Brusque), Comedor, e tantos outros foi um dos sustentáculos no período difícil da Liga. Segurou, junto com o Vanderlei, as pontas e se hoje a AFM Caxias do Sul é essa grande agremiação, deva-se a tenacidade e empolgação desses dois abnegados botonistas. Mas, ele aproveitou para ir ganhando campeonatos, o que fez com propriedade e galhardia. Chegou ao número de dez conquistas, as quais serão bastante difíceis de serem batidas pelos atuais mestres da agremiação.

Nossa última partida oficial foi realizada em 23 de maio de 1982, na sede social da ABRFM, em Brusque. A vitória foi do Santa Cruz, clube que ele assumiu com uma vibração peculiar e que honra o clube pernambucano de maneira invulgar. O resultado de 2 x 1 para o Santa mostra a grande qualidade desse botonista maravilhoso que participava de todos os torneios que os brusquenses organizavam.

Em campeonatos brasileiros, sua presença é uma constante e desde 1978, no Rio de Janeiro, levava o nome do Rio Grande e fazia as pessoas o estimarem pela simpatia que irradiava. Em 1979, em Vitória (ES), nos encontramos, e jogamos disputando uma vaga nas semifinais. Em 1980 em Pelotas, em 1981 em Brusque ele esteve sempre presente. Depois desse campeonato eu deixei de acompanhar e nos afastamos das disputas Mas, ele sempre estava nos visitando em Brusque e quando eu vinha a Caxias, o encontrava, juntamente com o Airton. Lembro ainda de uma sede da Liga, em cima do Cine Central. Depois na rua Garibaldi, na fase nova da Liga, já transformada em AFM Caxias do Sul. Nessa visita, em 16 de novembro de 2002, ele e o Vanderlei me ofertaram um time do G. E. Flamengo. Fizeram com eu jogasse com o Fernando Casara, que representava a S. E. R. Caxias do Sul. Para minha sorte houve a vitória do Flamengo e ao devolver o time, os mesmo disseram que era presente que eles destinavam para minha pessoa.

Por isso, meus amigos, hoje a minha homenagem a essa figura gigantesca do futebol de mesa de Caxias do Sul. Todos os que conhecem Luiz Ernesto Pizzamiglio sabem que o que estou fazendo não representa nem 1% daquilo que ele é para o nosso esporte, no Rio Grande do Sul e no Brasil inteiro. Não há botonista nesse país que não tenha escutado histórias sobre essa figura cheia de vibração e originalidade, que Caxias do Sul exporta, mas exige a devolução sempre. Já esteve em Maceió, mas foi requisitado novamente. O futebol de mesa caxiense nunca será o mesmo sem ele. E, além disso, preparou uma linha de sucessão, com seu filho Daniel, que herdou do pai, as qualidades de fenomenal botonista, tendo inclusive conseguido o título de campeão gaúcho da modalidade. Para comprovar essa verdade, anexo a foto do Daniel em uma festa em Brusque, quando promovíamos a entrega de troféus referentes ao ano de 1980. Ele está com o meu filho, esse com o uniforme do Internacional.

Para nós, a felicidade de podermos recordar esses momentos de rara felicidade, de amizade e companheirismo que nunca serão esquecidos.
Pizza continua sendo meu ídolo.

Até a semana que vem.

Sambaquy.
Foto: O Cabeludo PizzPai Vascaino.
Foto: Os filhos de Sambaquy e PizzaPai, Celso e Daniel.

Foto: O PizzaPai aprontando no Campeonato Brasileiro!

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