segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PAULO LUÍS DUARTE FABIÃO E SEU E. C. PELOTAS.



No distante ano de 1963, quando iniciávamos a praticar o futebol de mesa, na sede da AABB, surgiu um candidato a todos os títulos que fosse disputar. Paulo Luís Duarte Fabião só necessitava de tempo para ir até sua cidade natal e recolher os seus craques. Acredito que ele deve ter antecipado a sua visita ao lar, pois a vontade de jogar era muito grande. Naquele tempo, a AABB emprestava botões feitos de resina, que eram razoáveis, mas nem de longe se comparavam aos que costumávamos utilizar.

Com o seu Pelotas em mãos, Fabião mostrou-se um grande adversário. Lembro que o primeiro campeonato disputado na AABB terminamos empatados em primeiro lugar, tendo sido necessário um jogo desempate. Marcada a data, que seria em um sábado pela manhã, rumamos para o local, com o árbitro escolhido de comum acordo: Raymundo Antonio Rotta Vasques. Foi um jogo emocionante em que consegui a vitória, por 2 x 1, e dessa forma consegui meu primeiro troféu, guardado com carinho até os dias atuais. A foto em que aparecemos jogando foi publicada na Revista do Esporte, publicada no Rio de Janeiro, enviada pelo amigo Oldemar Seixas. Fabião representando a AABB participou também do primeiro campeonato bancário e do primeiro campeonato citadino de futebol de mesa, todos realizados naquele mesmo ano.

No ano seguinte, ficou com o terceiro lugar do certame da AABB, em quarto no bancário, promovido pelo Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul. No caxiense ficou no bloco intermediário.

Nos anos seguintes participava dos campeonatos, mas, como havia iniciado seu namoro com a Dora, sua aplicação não era a mesma.

Foi então que houve a troca de regra, da gaúcha para a brasileira e Fabião foi um dos primeiros a encomendar um time padronizado feito pelo seu Aurélio, na Bahia. Seu Pelotas era muito bonito e isso fez com que ele voltasse a praticar com mais vontade. Participamos de todos os campeonatos realizados até então pela AABB. Mas, deixou de participar dos campeonatos bancários, jogando somente o caxiense. Nesse tempo nenhum de nós tinha carro e isso fazia com que dependêssemos de carona para nos locomover para os locais de jogos. Isso criava sempre uma dificuldade, pois o único que estava motorizado era o Sérgio Calegari, e dispunha de quatro lugares em seu veículo.

Fabião, grande colega, pois trabalhávamos juntos na confecção do balancete diário do Banco, era uma pessoa de fino trato, de uma educação excelente e um grande amigo. Frequentemente estávamos juntos participando de happy hour com outros colegas e o assunto era sempre o futebol de mesa.

Pelas minhas estatísticas jogamos umas trinta partidas com um equilíbrio muito grande, pois sempre foi um adversário difícil de bater.

Depois de seu casamento ele praticamente abandonou o futebol de mesa. Mas, sempre e a todo o momento é lembrado pelos antigos praticantes. Muitas vezes eu obtinha noticias dele através do Vanderlei Duarte, que seguidamente o convidava a voltar ao convívio dos botonistas caxienses. Mas a resposta era sempre a mesma. Não dá mais. Meu tempo já passou. E a série de desculpas ia sempre sendo aumentada. Acredito que se fosse convidado pelo pessoal que pratica o futebol de mesa na AABB, com certeza ele arriscaria uns chutes a gol. E fazendo isso, para quem foi inoculado com o vírus do botão, voltaria a jogar, o que seria maravilhoso para o futebol de mesa de Caxias, pois se trata de um excepcional botonista.

A idéia fica lançada e o trabalho de persuasão ficará por conta do Enio e do Vanderlei, que são os dois botonistas que ilustram o quadro da AABB.

Quem sabe, em 2013, possamos reunir alguns dos que participaram daquele primeiro campeonato realizado em 1963 e possamos comemorar os 50 anos de nossas disputas. Vamos tentar descobrir onde estão morando os colegas e chamá-los para a disputa. Será uma festa sem igual e não valerá um troféu, mas sim a alegria de poder nos abraçar e depois tomar umas cervejas contando como tem sido as nossas vidas.

Afinal, esse é objetivo do futebol de botão: fazer amigos ao redor da mesa.

Até a semana que vem.

Sambaquy.

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