domingo, 20 de maio de 2012

SERÁ QUE A REGRA DEVE SER MUDADA?


Há alguns dias, tomei conhecimento de uma série de sugestões feitas pelo Breno Kreuzner, visando à exposição na mídia televisiva de nossos campeonatos, sugerindo mudanças na maneira da disputa, na regra, aliado ao fato do tempo de duração de cada jogo e as disputas por aqueles que atingiram uma idade avançada. Alega os altos custos de diárias de Hotéis, deslocamentos e uma série de inconvenientes que todos nós temos para participarmos desses eventos.
Acho justa essa preocupação, pois a quantidade de eventos aumenta a cada ano que passa. Ao mesmo tempo, vejo com temeridade uma modificação de algo que vem sendo utilizado há quarenta e cinco anos com sucesso crescente. Muitas foram as modificações da regra, sempre com consenso da maioria, no sentido de correção de algo que era mal usado por alguns, conseguindo para isso a concordância de todos.
Mudar o tempo de jogo, pois uma partida demora cinquenta minutos, seria uma temeridade. Eu até me atrevo a sugerir que as disputas da categoria máster tenham um tempo reduzido, para vinte ou até quinze minutos, mas somente em eventos oficiais. Certamente, todos os másteres continuam a disputar os seus campeonatos em seus clubes e, lá, terão de jogar contra todos, sendo que a grande maioria é ainda bastante jovem. Então, terão de jogar os cinqüenta minutos sempre.
Eu próprio não aguentaria jogar mais do que três partidas. Por isso estou fora do circuito, visto que, se conseguisse êxito nas minhas primeiras partidas, o meu corpo cansado não teria a mesma desenvoltura nos jogos seguintes e assim o meu esforço teria sido em vão. Estaria tirando a chance de alguém que poderia chegar às finais do torneio.
Penso que tudo isso terá de ser amadurecido, não só no âmbito dos antigos botonistas, mas em sentido amplo e geral. Modificar para agradar a quem assiste aos jogos é temerário, pois quem fica à frente do computador, olhando as partidas é alguém que gosta do esporte, e ficar trinta ou cinquenta minutos não fará diferença. Estamos ainda iniciando esse trabalho excelente de divulgação, no qual o próprio Breno é um dos pioneiros.
Mudar a regra seria uma temeridade. Tenho certeza de que a grande maioria dos jovens não apoiaria e isso poderia criar uma cisão em nosso meio. E isso é a última coisa que eu desejaria ver nos meus últimos anos de vida. Já enfrentei essa luta na implantação de nossa Regra e sei bem o quanto sofri na carne. Foram anos terríveis que jamais deverão voltar ao nosso meio.
Afinal, depois de patrocinarmos tantos campeonatos brasileiros, jogados da mesma maneira, termos sido os primeiros a realizar esse empreendimento tão vitorioso, de reunirmos tantas pessoas praticando nosso esporte com vibração e garra, mudar alguma coisa para tentar conseguir um apoio midiático seria dramático. Em minha opinião, estaríamos retrocedendo a 1967, quando houve a grande transformação botonística em nossas vidas.
Amigo Breno, faço novamente a sugestão já explicada anteriormente. Válida somente para a categoria Máster. Jogos de quinze ou vinte minutos cada tempo, válidos somente no evento em que eles participarem. Os demais devem jogar conforme determina a regra atual. Acredito que assim estaríamos beneficiando os mais idosos, com menos tempo de jogo e mais tempo de descanso, com a possibilidade de efetuarem mais jogos com o mesmo vigor do início da competição e valorizando a sua presença, pois é exemplar o comparecimento dos cabelinhos brancos praticando o futebol de mesa.
Talvez não fosse isso que você desejasse que eu dissesse, mas, depois de analisar muito e profundamente, pensar por vários dias sobre o assunto, não vejo com bons olhos qualquer modificação que possa trazer proveito para a continuidade daquilo que já é de domínio público.
Pelo menos eu fico tranquilo comigo mesmo, pois o que foi construído, ao longo dos anos, teve bases sólidas e concretas. Será muito difícil qualquer modificação que interfira naquilo que deu tão certo desde o primeiro brasileiro em 1970.
Na foto dois veteraníssimos vencedores do futebol de mesa, Luiz Pizzamilgio e Marcos Zeni (AFM Caxias) e que hoje já sofrem com competições de longa duração. Exemplo disso, jogaram o mais fino futebol de mesa no último estadual individual na categoria Especial e ficaram entre os 16melhores do estado. Na 3ª fase caíram fora pelo cansaço e mesmo assim fizeram jogos duríssimos para seus adversários mais jovens.

Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

3 comentários:

  1. Meu caro Sambaquy. Pelo texto, imagino tratar-se da regra brasileira (baiana). Na regra pernambucana (botãobol) o tempo de jogo é de 30 minutos, com mudança de barra aos 15 minutos. Esse tempo permite que se jogue 3 ou quatro partidas, porém, intervalando.
    Talvez fosse interessante limitar o número de participantes em competições nacionais (apenas os campeões de Estados, de Federação ou de Ligas).
    Os campeonatos internos deveriam seguir a linha do botãobol, com jogos regulares semanais.
    Sei que todo mundo gera um certo desconforto, mas o que interessa mesmo é que o botão sobreviva. Um forte abração pernambucano. Abiud

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  2. Meu caro Sambaquy. Pelo texto, imagino tratar-se da regra brasileira (baiana). Na regra pernambucana (botãobol) o tempo de jogo é de 30 minutos, com mudança de barra aos 15 minutos. Na minha opinião, esse tempo permite se jogar 3 ou 4 partidas, desde que intervaladas.
    Talvez fosse interessante limitar o número de participantes em competições nacionais (apenas campeões de federações ou ligas).
    Os campeonatos internos deveriam seguir a linha do botãobol, com jogos regulares semanais.
    Sei que toda mudança gera desconforto, mas o que interessa mesmo é que o botão sobreviva. É isso aí. Um forte abração pernambucano. Abiud
    Obs: Delete o comentário anterior, pois saiu com incorreção.

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  3. Meu amigo Abiud,
    Realmente trata-se da Regra Brasileira. Por sinal, em 1971, quando o falecido IVAN LIMA realizou o 2º Campeonato Brasileiro, nas dependências do GERALDÃO, eu estive lá competindo. Será muito dificil haver uma mudança no tempo, pois a Regra Brasleira está sendo praticada em muitos estados e até agora ninguém havia levantado o problema do tempo de duração. Veja que desde 1970 são disputados Campeonatos Brasileiros nessa modalidade. Os interesses são de todos os praticantes e não apenas dos mais idosos. Se houver alguma modificação deverá ser feita após muito estudo, muitas reuniões, muita troca de idéias. Eu apenas sugeri que para os masteres o tempo seja diminuido, em competições onde somente eles estejam disputando, pois nos campeonatos das entidades, os mais jovens jogarão sempre pelo tempo normal.
    Vamos esperar para ver o que poderá surgir daqui para a frente. Eu estou praticando a regra de doze toques, pois não tenho mais saúde para a Brasileira, apesar de gostar dela e ter sido um dos seus seis criadores.
    Quero aprender a pernambucana e para isso o Armando me enviou um exemplar da regra. Vou praticar aos poucos.
    Um abraço e fico feliz com seus comentários.

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