domingo, 12 de maio de 2013

BOBI GHIZZONI, O MAGISTRAL BOTONISTA


Bobi era filho do grande jogador do Internacional e do Grêmio Esportivo Flamengo. Tentou jogar futebol, mas o seu esporte era mesmo o futebol de mesa.

Apareceu no Vasco da Gama, em 1967, quando inauguramos um departamento de futebol de mesa e se apaixonou imediatamente. Como era natural de Uruguaiana e lá havia jogado muito futebol de botões com a garotada, sentiu-se plenamente à vontade para paletar os botões que foram encomendados diretamente ao seu Aurélio, na Bahia. O seu time, o Internacional, cuja escalação era: Gainete, Lauricio, Pontes, Scala e Sady, Elton e Carbone, Valdomiro, Bráulio, Claudiomiro e Sérgio Galocha. Os reservas eram Valmir Louruz e Escurinho.
Era uma festa ver o Bobi jogar, pois ele incorporava ao seu jogo a narração em voz alta da partida. E quando solicitava ao adversário que arrumasse o goleiro, pois iria chutar ao gol, o pessoal se agrupava ao redor da mesa, sabendo que, se lograsse êxito, sairia a espetacular narrativa: - gol, gol, gol de Bráulio, o pequeno gigante da Beira Rio. Seguiam-se a isso umas três voltas ao redor da mesa, simulando o soltar de rojões, fazendo com a boca o barulho semelhante: BUM, BUM, BUM, BUM...
Realmente era uma festa estar presente em jogos do Bobi Ghizoni. E ele assimilou com muita maestria o futebol de mesa praticado da forma como foi trazido para o Rio Grande do Sul, isto é, com botões lisos.
Melhorando cada vez mais, foi o super campeão do Vasco da Gama. Convidado para um Torneio no departamento de futebol de mesa do Internacional, voltou de lá campeão, deixando o vice-campeonato com o Airton Dalla Rosa, outro excepcional botonista.
Esteve presente naquela nossa visita ao grande Vicente Sacco Netto, em Canguçu, quando, após uma rodada de nosso campeonato, resolvemos fazer uma visita, saindo de Caxias lá pelas vinte e três horas e chegando a Canguçu ao amanhecer. Nós estávamos em sete competidores caxienses contra outros sete daquela cidade. E lá, na terra canguçuense, o Internacional do temível Bráulio se tornou campeão novamente.
Participantes do torneio em Canguçu - Ghizoni é o 2º da esq para dir.
Nossos encontros nunca terminaram empatados. Jogamos 14 vezes e o único empate foi no número de vitórias de cada um: sete. Com ele não havia chance de empate. Ganhava-se ou perdíamos. Ele jogava e deixava jogar. Foi um tremendo botonista que, em 1970, deixou Caxias do Sul com sua família e nunca mais soube notícias dele.
Gostaria de saber como anda esse amigo que marcou o botonismo caxiense, alegrando de uma maneira sadia nossas competições. Se alguém conhecer e souber onde ele se encontra, eu agradeceria a informação. A saudade é muito grande e, quem sabe, não acordaríamos um campeão.
Inauguração da Rádio Difusora
Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy

2 comentários:

  1. Meu caro Sambaquy. Belas reminiscências. Lembra e muito os anos de botão na minha juventude. Agíamos da mesma forma. Hoje, no botãobol, a vibração com belas jogadas e na hora do gol ainda têm muito do passado. Só sei jogar, vibrando! Receba esse abração pernambucano.

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  2. Amigo Abiud,
    Os amigos marcam a vida da gente, pois em determinadas épocas eles andaram pelos mesmos caminhos que andamos. A grande alegria que possuimos é poder nos lembrar com alegria de momentos que passamos e que só existem na nossa memória. Foram parte de nossa vida e hoje são recordações.
    Abração gaúcho/catarinense.

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