segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

AS RELÍQUIAS QUE ESTÃO DEPOSITADAS NA AFM – CAXIAS

Todo o acervo juntado por mim, de 1960 a 2000 está depositado na AFM Caxias do Sul. Trata-se da história do futebol de mesa, escrita em jornais, revistas e mostrada através de fotografias, que foram encadernadas em sete volumes preciosos. Lá está uma iniciativa que tive de abandonar quando passei a residir em apartamentos. Não havia lugar para guardar tanta coisa sobre o nosso esporte.
Além desses volumes encadernados, vários informativos que eram distribuídos aos botonistas interessados, contando as proezas que os clubes realizavam. Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, informativos corriam o Brasil, num tempo em que ninguém imaginava a beleza e rapidez da Internet. Alguns desses informativos eram: Botonistar, O Botonista, Jornal do Botonista, Bola de Feltro, Bola Branca (Lajeado-RS), K Entre Nós, Boletim Informativo Jocamar (Manaus), Jornal do Botão, Botão Catarinense (Brusque), Rio Botonista, Botões-sul, Informativo Serrano, Palhetando, Bola Um, Urudancam, Botunice Informa, Técnicos e Botões, Clube do Botão de Taubaté, Clube de Jacareí, Jornal do Botonista, A Liga, etc. Recebi inúmeros e me dei ao trabalho de colocá-los em ordem cronológica e formar cadernos, espiralando-os, os quais também fazem parte desse rico acervo.
E havia camisas que foram destinadas a mim e as repassei à entidade que ajudei a fundar. Camisas como a que recebi de Luiz Ernesto Pizzamiglio, depois de haver disputado um brasileiro, onde se pode notar, ao lado esquerdo, o emblema da União de Ligas do Rio Grande do Sul, embrião da atual Federação Gaúcha e, ao lado direito, o emblema da Liga Caxiense de Futebol de Mesa. Os gaúchos, nos primeiros anos, em brasileiros jogavam com o fardamento semelhante, variando apenas o distintivo da agremiação a que pertenciam. 
A camisa da Associação Brusquense de Futebol de Mesa, confeccionada em malharia, semelhantes a do Internacional, bi-campeão brasileiro. 
A camisa da Liga Pernambucana de Futebol de Mesa, campeã brasileira em equipes, no campeonato de 1971, que me foi entregue pelo saudoso Ivan Lima. Ivan Lima era baiano de nascimento, mas militava no rádio e televisão de Recife e foi o grande impulsionador do futebol de mesa na Veneza Brasileira, na década de setenta. 
A camisa do Botunice (Botonistas Unidos de Campos Elíseos) que me foi entregue por Geraldo Décourt e Antonio Maria Della Torre, nomeando-me representante do clube em terras catarinenses. A camisa gaúcha mais atualizada, de frente e costas. 
Ainda existe uma camisa da Bahia, ofertada por Oldemar Seixas, referente ao primeiro campeão brasileiro em equipes, no campeonato realizado em 1970. Eram todas camisas mais pesadas do que as atuais, camisas antigas, mas de um valor imenso.
Voltando aos informativos, reproduzo duas páginas do Botonistar, editado por Sérgio Netto, de Brasília. No número 35, há uma ilustração dizendo: “essa ainda é a melhor maneira de cumprimentar bons amigos”, com uma mesa e vários botonistas reunidos ao redor. São representantes de várias regras que discutem a união.


Na edição 40, há uma sessão de passatempos, no qual todos os temas são ligados ao futebol de mesa e aos nomes daqueles que estavam no poder nas diversas associações. Chama a atenção um retângulo com a ponta em forma de flecha, indicando em seu interior:  “este é o sonho de cada botonista brasileiro”, apontando para o texto ao lado que mostrava A FUTURA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE MESA. Era o mês de março de 1984.
Quem sabe, algum dia haja um museu sobre o Futebol de Mesa e então todo esse acervo possa ficar à disposição de tantas pessoas que se interessam pela nossa história, que é maravilhosa e cheia de vitalidade.
Essa é a face de uma época onde a dificuldade existia, mas era superada pela vontade imensa de mostrar o futebol de mesa como um esporte que agrega pessoas, fazendo com que as amizades ficassem cada vez mais fraternas e envolventes.
A ideia fica no ar. Que sabe a Federação Gaúcha possa pensar em organizar e patrocinar um Museu do Futebol de Mesa.
Até lá, ficamos torcendo pelo sucesso da ideia.

Até a próxima semana, se Deus assim permitir.

2 comentários:

  1. Parabéns, Sambaquy. Você é o maior nome do futebol de mesa do Rio Grande do Sul. Que seria do futebol de botão dos Pampas se não houvesse um Sambaquy? Que a gauchada, no futuro, possa dar sequência a todo esse trabalho de anos. Nós, não vamos ficar para sempre, daí, já está mais do que na hora de aparecerem outros botonistas que possam dar continuidade a todo esse maravilhoso trabalho, feito com tanto amor.
    Não queremos ser pretensiosos, mas está dificil encontrar herdeiros, que possam nos deixar tranquilos, na certeza que a história do botão jamais se apagará. Um forte abração pernambucano e a felicidade que tenho em poder contar com sua amizade. Viva o botão!

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  2. Obrigado meu amigo. Eu acredito que fiz a minha parte nessa história e como tudo iniciou em Caxias, creio que deverá continuar sendo lá o local onde tudo deve ficar. Realmente é bastante dificil encontrar quem se proponha a continuar essa luta. Mas, eu acredito que vai aparecer alguém disposto a continuar tudo isso. Hoje as coisas são bem mais faceis. Dá até para escrever uma coluna sobre isso.
    Um abração gaúcho a aesse amigo pernambucano.

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