segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A GRANDE PARADA COM O FUTEBOL DE MESA.


Como havia escrito na semana anterior, nos anos noventa parei completamente de jogar. A única vez que coloquei o meu time em campo foi na Bahia, em casa de Valério Souza, quando enfrentei ao Oldemar Seixas em jogo exibição.

Foi o período em que me dediquei a minha outra paixão: a Maçonaria. Em 1980 fui iniciado e me dediquei, com o mesmo empenho que havia utilizado durante a minha vida botonística. Galguei todos os degraus da Ordem Maçônica. Ocupei cargos mais variados, sempre com o maior empenho e dedicação. Sou grato a ela, por ter me ensinado a ser tolerante, a escutar antes de falar, a perdoar e amar àqueles que me feriram em alguma ocasião. Enfim, posso classificar a minha vida em antes e depois de haver sido iniciado nos mistérios maçônicos.

Mas, aqui o assunto é futebol de mesa. Voltemos ao que interessa. Uma vez por ano eu ia a Caxias. E, quando o fazia, encontrava antigos companheiros botonistas. Em novembro de 2002, quando a sede da AFM Caxias do Sul era na rua Garibaldi, o Vanderlei, Pizzamiglio e o Airton me levaram para conhecer as dependências ocupadas. E lá, depois de muita conversa me colocaram na mesa, entregando-me um time muito bonito com as cores do meu G. E. Flamengo. Até a escalação era daquele time campeão de 1947. Ari, Detânico e Chibarro, Chicão, Machado e Ariosto, Pavãozinho, Alemãozinho, Letti, Sady e Lady. Eu tinha de jogar e o meu adversário era o magnífico Fernando Casara, defensor da SER Caxias. Foi um jogo, com a tentativa de superar todos os anos de ostracismo. No final, com um gol de Sady Costamilan, o G. E. Flamengo logrou mais uma vitória para os seus anais.

Só voltei a jogar em janeiro de 2004. A sede ainda continuava no mesmo local, e, dessa vez eu teria a honra de jogar com a mais nova promessa que surgia na AFM: Daniel Alves Maciel. Era o dia 21 de janeiro e o resultado ficou como começou. Um zero a zero muito honroso para um aposentado do botão. Depois, ainda enfrentei o Vanderlei Duarte e outro zero a zero me fez permanecer invicto.

Foi uma parada tremenda, pois de 08 de dezembro de 1986 até 21 de janeiro de 2004, meu time entrou em campo apenas quatro vezes. Uma derrota, uma vitória e dois empates.

Já estava acomodado, sem pensar em voltar a praticar o meu esporte preferido. Mesmo porque, depois de 1985 a Associação Brusquense de Futebol de Mesa estava entregue aos meninos que havíamos formado. Eles realizaram campeonatos em 1985 (Decio Belli – Guarany de Campinas), 1986 (Toni Nicolas Bado – Santos F.C.), 1991 (Carlos Bernadi – Botafogo), 1992 (Marcelo Bianchini – Bahia), 1993 (Ricardo Zendron – Brusque), 1994 (Marcio Muller – Fluzão) e 1997 (Carlos Bernardi – Botafogo). Depois disso nenhum campeonato se realizou, ficando a sede abandonada, entregue a uma pessoa que explorava um bar na parte térrea. Até hoje não sei como está à situação do imóvel. Em resumo, foram realizados dezoito campeonatos ao longo dos anos e o Internacional (Adauto C. Sambaquy) conseguiu três campeonatos, O Santa Cruz (Edson Cavalca) venceu por duas vezes, assim como o Botafogo (Carlos Bernadi). Os demais campeões foram Walmir Merísio, Márcio José Jorge, Sérgio Moresco, Marinho Vieira, Edson Appel, Roberto Zen, Décio Belli, Toni Nicola Bado, Marcelo Bianchini, Ricardo Zendron e Márcio Muller.

Como as coisas acontecem sem que a gente consiga explicar, no início de julho de 2007, recebo um telefonema de um porto-alegrense que estava residindo em Balneário. Ele jogava botão e estava interessado em começar um movimento. Fiquei de passar em sua Loja que ficava perto de meu apartamento, mas fui protelando, pois não queria mais me envolver, tendo de iniciar tudo novamente.

Foi então que surge uma noticia num jornal local, dizendo que havia um grupo de botonistas em Balneário Camboriú. Senti que poderia haver a possibilidade do porto-alegrense voltar a jogar e acessei o endereço eletrônico da nota do jornal. Fui atendido por um rapaz muito atencioso e expliquei-lhe o desejo do Bartolomeu Dorneles. Ao explicar um pouco do que havia feito pelo futebol de mesa, o interesse passou a ser em cima de mim. O Oswaldo Fabeni solicitou meu endereço, pois pretendia me fazer uma visita. Forneci e no dia seguinte batia à minha porta um novo amigo. Mostrei-lhe o que restava de meu acervo, uma vez que por motivo de mudança havia transferido para Caxias a maior parte dele. Serviu para encantar o presidente da Beira-Mar Futebol de Mesa. Ficamos conversando por mais de duas horas e a conversa continuou por troca de e-mails. Fiquei sabendo da existência da Federação Catarinense de Futebol de Mesa, com sede em Blumenau. Recebi então um questionário para responder. Respondi e alguns dias depois estava noticiado no site FuteboldeMesaNews, de São Paulo. E a noticia dizia: Descoberta histórica na beira da praia. O homem é uma lenda viva e jogou com feras como Decourt e Della Torre. Um verdadeiro Dinossauro do botão.

Indiquei o Bartolomeu para jogar com eles, mas não quis me envolver. Mas os convites começaram a chegar. Em 10 de julho, o Oswaldo me enviou um convite para prestigiar um torneio festivo alusivo a fundação do clube, que seria realizado no salão de festas do prédio onde ele residia, na Avenida Brasil, esquina com a rua 1651. Fui lá para sentir o entusiasmo e acabei ficando entusiasmado. O vírus que estava adormecido ressurgiu com força. Mas eu ainda conseguiria resistir por mais algum tempo.

Na semana que vem falarei de minhas participações esporádicas na regra de 12 toques.

Até lá e espero que tenham votado bem, escolhendo os melhores candidatos para que nos ajudem com o nosso esporte. Precisamos pensar na continuidade de tudo isso. Um dia, gerações futuras nos agradecerão pelo esforço realizado.

Sambaquy.

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