segunda-feira, 25 de outubro de 2010

HOMENAGEM A UM LIDER.


Talvez eu devesse fazer uma homenagem a cada um dos líderes que existem em cada cidade de nosso país. Em cada uma delas existem pessoas que fazem o futebol de mesa existir, crescer, desenvolver-se e criar novos adeptos.

Hoje, entretanto, estarei falando apenas de um. E não vou me ater à regra que ele disputa e sim, somente ao seu trabalho.

O conheci de forma totalmente diferente das usualmente utilizadas, para conhecer pessoas. Foi através da Internet, através de meu computador, em minha sala, que tomei conhecimento desse valoroso OSWALDO FABENI DE OLIVEIRA.

Quando o fiz, foi no sentido de auxiliar a outro amigo que me telefonara para me convocar para falar sobre o futebol de mesa. Como eu não estava disposto a reiniciar, protelei esse encontro e, por um desses momentos inesperados, ao ler o Futebol de Mesa News, de São Paulo encontro uma nota sobre um grupo que estava jogando em Balneário Camboriú, minha cidade. Na nota estava o endereço eletrônico do presidente do grupo. Mandei-lhe uma mensagem. Não demorou muito e a resposta estava em meu computador. Forneci-lhe meu telefone e ele ligou prontamente. Voz calma, pausada, cheia de personalidade e carisma.

Conversamos longamente e expliquei-lhe o desejo do Bartolomeu de jogar futebol de mesa. Disse que ele era gaúcho, como eu mesmo, e que jogava na regra gaúcha. Ele disse que entraria em contato com o Bartô. Mas, continuou a conversar comigo. Contei-lhe de minha participação em tempos idos, quando havíamos participado ativamente do movimento que conseguiu fazer do futebol de mesa a realidade atual. Ele solicitou meu endereço e perguntou se eu me incomodaria se ele fizesse uma visita, com a finalidade de me conhecer pessoalmente. Disse que seria um prazer trocar idéia com mais um abnegado esportista.

No dia seguinte, dois de julho de 2007, o Oswaldinho estava me procurando. Conversamos. Mostrei-lhe os botões utilizados na Regra Brasileira. As bolinhas. Falei de tudo quanto foi feito no sentido de uma unificação em torno de uma só regra, o que infelizmente jamais poderá acontecer. Mostrei-lhe os diplomas, os troféus que guardo com carinho, fotografias antigas e senti que ele estava embevecido com tudo aquilo que se deparava em sua frente. Perguntou se eu responderia um questionário para ser publicado no site futebol de mesa news. Respondi que faria com muito gosto. Após mais de duas horas de conversas ele partiu.

No dia seguinte, por e-mail ele enviava o questionário que me apressei a responder, e que foi publicado no site em nove de julho. A partir daí começou o assédio para o meu retorno. Eu havia mostrado a ele, alguns times que eu ganhara nos anos 80, para a prática na regra de doze toques. Só que os botões haviam evoluído muito. Nos anos oitenta os botões estavam começando a ser fabricados, conforme nós já utilizávamos na regra brasileira desde os anos sessenta. Antes, a regra de 12 toques usava botões tampa de relógio, dos quais ainda guardo alguns times. Hoje, eles estão fazendo defensores maiores do que os atacantes, ângulos diferenciados, enfim, estavam incorporando a técnica aos botões para que, cada vez mais o jogo ficasse bonito e agradasse aos olhos.

Convidava-me, o Oswaldo a todos os torneios que realizava em seu salão de festas. Até que, num sábado, com uma fitinha gravada por Geraldo Decourt, cantando o hino do botonista, fui ao seu encontro. Conheci muitas pessoas que estavam participando. Ivo, Guilherme, Fernando, Rubão, Bartô, Joel e Renan. Fiquei algum tempo observando eles jogarem.

A seguir, o Oswaldinho conseguiu duas salas na empresa do Guilherme e para lá transferiram a sede e os jogos. O Oswaldinho, com a sua maneira de ser me convenceu a associar-me ao grupo. Como sabia que poderia ajudar, sendo mais um contribuinte, aceitei.

Em 25 de agosto o grupo promoveu a V etapa do Campeonato Catarinense, na Casa Hall Shopping. Fui até lá para assistir, pois o Oswaldinho insistia em me fazer apresentar para os demais integrantes catarinenses. Na premiação pediram para que eu entregasse o troféu de vice-campeão Máster ao Rubão.

A partir desse evento, o Oswaldinho vinha me buscar e me trazia de volta depois de cada torneio ou reunião que houvesse. Comecei a tomar conhecimento da nova regra de doze toques, pois houveram muitas modificações desde aquela praticada nos anos oitenta. Mas meus botões não correspondiam, pois os de defesa eram iguais aos de ataque e isso dava a oportunidade de espaços aos adversários. Foi então que o meu amigo me entregou o meu time do Barcelona, que ele havia comprado em sua participação no ultimo brasileiro que havia participado. Como eu só jogava partidas amistosas, o Oswaldinho instituiu a Taça Adauto Celso Sambaquy que foi disputada por todos os associados da entidade Por influência dele, mais adeptos foram aparecendo: Marcelo Índio, Marcelo Heusi, o presidente da Federação Alexandre Castelli, que com o Rubens Olinguer (RUBÃO) que vinham de Blumenau jogar aos sábados.

O Oswaldo compra uma casa em Itajaí e com isso conseguem alugar uma sede muito legal, junto a clube de snooker. A afluência aumenta consideravelmente e vão aparecendo o Arruda (gaúcho), Mauricio (gaúcho), Jefferson, o Thiago, o Sydnei, Janos, Alberto e a primeira menina a praticar o futebol de mesa entre os marmanjos Aninha.

Em 2008 o Oswaldo realiza o segundo Torneio Adauto Celso Sambaquy. Começo a jogar torneios, mas pela dificuldade em estar presente com todos eles, pois eu resido em Balneário, sou premiado com alguns WO. Foi uma época bastante difícil, pois minha filha havia perdido seu neném e isso me abalou profundamente.

O Oswaldinho sempre ativo e incentivador, foi o único catarinense que participou de todos os brasileiros, tanto individual como por equipes. Vai a todos, sejam onde forem realizados. Isso é sempre um incentivo aos demais. Através do futebol de mesa ela já conheceu quase todo o Brasil.

Gostaria de dizer a todos vocês que ele é um dos melhores botonistas que tenho encontrado em minha longa jornada. Só que, devido a um problema físico, que não o impede de ser o voluntarioso, e eficiente botonista, depois de duas ou três partidas, seu rendimento cai um pouco e ele sofre muito. Eu sinto a dificuldade de fazer vários jogos e sei que ele sente da mesma forma, mas, se deixarem, ele fica jogando o dia inteiro. Se todas as cidades possuíssem um Oswaldinho entre seus adeptos, tenho certeza de que o futebol de mesa seria hoje o esporte mais praticado em todo o país.

Por isso, hoje, eu rendo as minhas homenagens a essa pessoa maravilhosa, que me fez voltar aos gramados de madeira e dar minhas palhetadas. E isso depois de vinte e seis anos ausente do esporte. Como nota final, depois de todo esse tempo, eu fui vice-campeão do torneio Primeiro Turno de nosso campeonato e a pessoa mais feliz, quando eu recebia o meu troféu foi o Oswaldinho (foto). A ele rendo as minhas alegrias e o meu agradecimento por estar de volta a esse meio que sempre fez parte de minha vida.

Até a semana que vem. Abração a todos.

Sambaquy.

Um comentário:

  1. Simplesmente demais...

    Tive o prazer de conhecer o Oswaldo no último campeonato brasileiro 12 Toques. Humildade, gratidão, exemplo, trabalho e amor ao esporte traduzem em partes oque conheço do Oswaldo.
    Infeslimente foram poucos minutos de conversa pois estava tudo muito corrido no dia.

    Abraços Mestre

    Glauco Alan www.futmesabrasil.blogspot.com

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