segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

GRANDES TORNEIOS E CAMPEONATOS – BRASILEIRO DE BRUSQUE.


Depois do campeonato Brasileiro, realizado em Vitória, nesse ano fomos premiados com grandes Torneios. Em 14 e 15 de abril de 1979, pelas mãos competentes de Cláudio Schemes, foi realizado no Gigantinho o Torneio dos 70 anos do Internacional. Maravilhosa organização, com direito a presença do então presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, professor Antonio Carlos Martins. De Brusque foi uma delegação composta por Sergio Walendowsky, José Ari Merico, Edson Appel e Adauto Celso Sambaquy. De Caxias do Sul, a dupla dinâmica Luiz Ernesto Pizzamiglio e Airton Dalla Rosa. Lá estavam pessoas que escreveram seus nomes na história do futebol de mesa nacional, tais como Cláudio Schemes Filho e Aldyr Rosenthal Schlee. Particularmente tive a felicidade e jogar contra os dois e também contra o presidente da Associação. O Campeão desse grandioso torneio foi o caxiense Luiz Ernesto Pizzamiglio, que estava jogando demais.

Na metade do ano, por sugestão do Antonio Carlos Martins, e tendo como exemplo o Nordestão que era disputado pelos estados nordestinos, criamos o Sul Brasileiro. Era o coroamento do esforço que o pessoal de Brusque estava realizando. Conseguimos o Ginásio de Esportes da Sociedade Esportiva Bandeirante e lá realizamos o primeiro campeonato reunindo os estados sulistas. Nessa primeira edição, no sentido de abrilhantar mais a competição fizemos convites especiais ao Rio de Janeiro e Sergipe. Antonio Carlos Martins e Antonio Azevedo estavam conosco, disputando partidas empolgantes. O Antonio Azevedo era exímio fabricante de botões de palaton e a arte de seu time trazia a foto dele em todos os botões. Era a marca registrada que todo botonista desejava ter. Nesse Torneio estiveram representados os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, além dos dois estados convidados e um representante estrangeiro, vindo de Rivera (Uruguai), trazido pela mão do colossal Dirnei Bottino Custódio.

As partidas foram emocionantes e a final reuniu o próprio Dirnei contra o Antonio Azevedo. Jogo empatado em seu tempo normal, empatado na prorrogação teve de ser definido por pênaltis à distância. Foi então que a classe do nosso gaúcho Dirnei se evidenciou. Campeão, entrevistado por um reporter da Rádio Araguaia de Brusque, saiu-se com essa: - Quem foi que disse que para ser campeão precisa estar em forma física? Diga-se de passagem, que o Dirnei estava muito acima de seu peso normal.

Isso tudo nos incentivava cada vez mais para a realização do Brasileiro. Seria o ano de 1981 que mostraríamos ao restante do Brasil que Brusque jogava futebol de mesa. Em dezembro de 1980, estive em Brasília, realizando um curso pelo Banco do Brasil e mantive contato com os botonistas de lá. Fiz-lhe o convite para participarem do Brasileiro. Mostrei os botões utilizados por nós e joguei com José Ricardo Caldas e Almeida, seu irmão Antonio Carlos e Sérgio Netto. Ficou acertado que viriam os dois irmãos.

De 16 a 19 de Janeiro de 1981, realizamos nas dependências da Sociedade Esportiva Bandeirante o sétimo campeonato brasileiro de futebol de mesa. Para facilitar aos botonistas que vieram do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Brasília, conseguimos alojamento no Seminário de Azambuja. Era época de férias e alojamos todos os disputantes que desejassem evitar gastar dinheiro em alojamento. A comida era sempre oferecida no Restaurante do clube e foi um sucesso, pois se tratava de uma cozinha maravilhosa, com pratos suculentos. Dava gosto ver os sergipanos com seus pratos se deliciando com a comida da região alemã.

Nesse campeonato aconteceu um fato, até então inédito no futebol de mesa. Jogavam Hosaná Sanches da Bahia e Airton Dalla Rosa do Rio Grande do Sul, quando o baiano teve uma subida queda de temperatura e desmaiou. A sorte dele foi jogar contra um perfeito cavalheiro do futebol de mesa. Socorrido, a partida foi suspensa. Se não fosse o Airton, que se prontificou a jogar novamente, desde o início, visto o Hosaná não estar em seu estado normal quando o jogo havia iniciado, pois denotava perturbação, teria seu adversário exigido à vitória por WO. Mas o Airton era o Airton e novo jogo foi realizado.

Para que todos pudessem acompanhar os resultados, foi criado um painel onde os jogos eram anotados tão logo terminassem. Foi um sucesso e até um filme foi produzido em 16 mm, cujo rolo está em poder da AFM Caxias do Sul. Talvez, com a técnica atual, alguém pudesse reproduzir em DVD e repassar para os interessados. Eu seria um deles.

Os jogos vão transcorrendo e chegando às finais. Hosaná pela Bahia e Antonio Hernane DÁvila de Sergipe eram os protagonistas da partida mais importante do Campeonato. O terceiro colocado foi o Claudio Luiz Schemes, ficando Carlos Alberto Zorzella em quarto, ambos honrando a terra farroupilha.

Para a realização da partida final a mesa foi colocada ao lado da arquibancada. Na pista, três pessoas estavam colocadas: os dois degladiantes e o árbitro e ninguém mais. Com a autoridade de presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, não permiti que ninguém ficasse ao redor dos dois. Todos conseguiram assistir um jogo maravilhoso, no qual o Hosaná conseguiu impor seu jogo e conseguiu o título de campeão brasileiro.

À noite, nos salões de festa da Sociedade Esportiva Bandeirante foi realizado o jantar de encerramento, com a entrega dos prêmios. Foi então que o Hosaná quase desmaiou novamente, pois o troféu de campeão tinha apenas um metro e meio de altura. Ele não conseguiria levar no retorno via aérea. Tivemos de enviá-lo por uma transportadora.

Era a segunda vez que os gaúchos conseguiam o terceiro e quarto lugar em um brasileiro. Mostrava que estávamos progredindo a olhos vistos. Houvera o vice campeonato de 1978, quando Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa deixara escapar de suas mãos a primeira grande conquista gaúcha na modalidade.

Cada participante, além de receber uma medalha de participação, recebeu um certificado assinado pelos presidentes da Associação Brusquense de Futebol de Mesa, Oscar Bernardi, e o presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, esse amigo que escreve essas linhas.

Todos nós imaginávamos que só teríamos campeonatos que valorizassem os botonistas e que tudo seria muito bem organizado, sem usar nenhum tipo de malandragem para se sagrar campeão. O exemplo havia sido dado em Brusque.

Nem tudo que aconteceu foram rosas. Houve problemas extra campo, mas que foram superados graças à boa vontade de integrantes da Associação Brusquense de Futebol de Mesa. Mas isso faz parte do passado e não deve ser remexido.

Foi a minha última intervenção, pois eu sabia de antemão que não iria participar do campeonato seguinte que seria realizado em Itapetinga, na Bahia. Foi premonição.

Mas, a história continua e vamos continuar jogando as nossas partidas.

Até a semana que vem, com o meu abraço.

Sambaquy.

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