segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PARTICIPAÇÃO EM BRASILEIROS.


Para começo de conversa, de 1963 até 1973, quando fui transferido para Brusque, joguei futebol de mesa sempre representando a Liga Caxiense e consequentemente o Rio Grande do Sul. De 1974 a 1982, morando em solo catarinense, representava a Associação Brusquense, que também nascera como Liga, mas logo em seguida seu nome foi modificado e o estado de Santa Catarina, que me abriga, desde então. Os campeonatos Brasileiros de 1970, realizado em Salvador, em 1971 em Recife, participei jogando. O de 1972, realizado na AABB, em Caxias do Sul, fui o organizador e presidente da Comissão que o realizou. Esse campeonato teve o apoio total do Conselho Municipal de Esportes, cujo presidente Mário de Sá Mourão, pessoa de confiança do prefeito Victorio Três, nos permitiu uma grande festa. Nele, todos os participantes receberam um troféu de participação. Ninguém saiu de mãos abanando, e, tenho certeza todos ficaram muito felizes. Nossos representantes nesse campeonato foram Marcos Fúlvio Barbosa e Vanderlei Duarte.

Após esse terceiro campeonato em anos seguidos, houve uma interrupção de quatro anos. Ninguém se predispunha a realizar campeonatos, pois a situação econômica não ajudava a ninguém. Enfrentávamos uma inflação e isso assustava a quem tivesse desejo de reunir os botonistas de nosso país. Até que, em 1976, Jaguarão (RS) realizou um grande campeonato brasileiro, ocasião em que foi fundada a Associação Brasileira de Futebol de Mesa, entidade que coordenaria o futebol de mesa da Regra Brasileira. Esse campeonato teve como vencedor o baiano Giovani Pereira Moscovits, seguido por Hozaná Sanches, também baiano, o gaúcho Luiz Felipe da Rocha Figueira foi o terceiro e em quarto lugar o extraordinário gaúcho Aldyr Rosenthal Schlee. A Associação Brasileira foi entregue ao Jomar Antonio de Jesus Moura (BA), tendo como vices presidentes, Oldemar Seixas (BA), José Nunes Orcelli (RS), Getúlio Reis de Faria (RJ), Ivan Lima (PE) e Manoel Nerivaldo Lopes (PB). Diretor Administrativo foi escolhido Ademar Dias de Carvalho, o Financeiro entregue a Roberto Dartanhã Costa Mello e o Técnico a Nelson Menezes de Carvalho, todos baianos. Como Conselheiros principais, foram escolhidos Adauto Celso Sambaquy (SC), Marcos Antonio Zeni (RS) e Paulo Carvalho (PE). Na suplência Zophesamin Campos de Lima (AL), José Gomes de Almeida (SE) e Vanderlei R. Ávila (RS). A cabeça pensante dessa Associação ficava no nordeste brasileiro, local onde se concentrava a maioria dos disputantes da modalidade. Por motivo de trabalho não me foi possível estar presente nessa ocasião.

Dois anos depois, em 1978, o Rio de Janeiro promovia o quinto campeonato brasileiro. Novamente a minha situação, por estar em uma agência menor e com o número reduzido de funcionários não tive a felicidade de comparecer ao evento. Foi nessa ocasião que houve a abertura aos botões cavados. Havia uma pressão grande por parte dos cariocas e alguns gaúchos no sentido de legalizarem esse tipo de botão. Por maioria foi aprovado a sua inclusão e os campeonatos passariam a ter botões lisos e cavados disputando o título de campeão. Nessa ocasião Jomar Moura consegue o título maior, ficando o caxiense Marcos Fúlvio Barbosa com o vice campeonato. Uacy Norberto Joazeiro de Farias Costa, de Alagoas e Júlio César Albuquerque Nogueira do Rio, ficaram com o terceiro e quarto lugares da competição. Já estávamos com muitas frentes no Brasil, todas praticando a Regra Brasileira. Ficava mais plausível a disputa anual de campeonatos. E a próxima sede seria uma afiliada carioca, a Associação Capixaba.

Vitória seria a sede do sexto campeonato brasileiro. Foi então que eu consegui uma licença para representar Santa Catarina na disputa. Foram destinadas duas vagas ao estado e, por determinação da Associação Brusquense, o campeão e o vice representariam o estado. Nessa época iniciava uma Associação em Florianópolis, comandada por Joel Dutra, que se reunia na Avenida Mauro Ramos e disputava seus campeonatos. Saímos de Brusque com dois carros. Um do Edson Appel, que transportava o Márcio José Jorge (vice campeão), José Ari Merico, Roberto Zen e o Edson Appel. O outro era meu (campeão brusquense) e nele iam a minha esposa Janete e o casal Décio Belli. De Florianópolis, Joel Dutra e sua esposa, carregam Eduardo Tonon Narciso da Rocha e vão assistir aos jogos. Fomos todos alojados no Hotel da Ilha do Boi, que ainda não fora inaugurado, mas que estava com capacidade de atender a demanda, alojando a todas as delegações que compareceram. A minha campanha foi razoável e os meus jogos foram contra Manoel Gomes (ES) com vitória, Uacy Norberto Joazeiro de Farias Costa de Alagoas que me derrotou, Luiz Ernesto Pizzamiglio (RS) a quem derrotei e Roberto Dartanhã Costa Mello (BA) com um empate em 0x0. Com isso me classifiquei para o mata-mata. Meu adversário seria Wilson Marques do Rio Grande do Norte, que estava barbarizando. Vitória por 2 x 1 com um gol sensacional de Paulo Cesar Carpegiani em uma virada maravilhosa. Estava nas semifinais e teria de enfrentar a fera que fora campeã em 1970, Átila Lisa, de Sergipe. No jogo eu tive mais oportunidades e a trave e o goleiro salvaram o Átila. Quase no final ele arriscou um chute com seu zagueiro e esse veio carregando tudo, inclusive o goleiro e marcou o gol que lhe deu a vitória. Eu estava fora das finais. O campeão foi o José Inácio dos Santos (Se), o mesmo com quem eu havia empatado em Salvador no primeiro brasileiro. O Átila ficou com o vice campeonato e Vilno de Araujo de Oliveira (BA) e Antonio Carlos Martins (RJ) completaram o pódio.

O sétimo campeonato seria em Pelotas. Talvez tenha sido o ano em que mais se jogou futebol de mesa em Brusque. Todos ficaram entusiasmados com a minha campanha e queriam estar presentes nesse campeonato. Resultado desse entusiasmo foi que um ônibus foi alugado e os associados, com suas esposas o lotaram. No caminho apanhamos o Eduardo e o pessoal de Florianópolis. Até hoje foi a maior delegação que compareceu a um brasileiro de futebol de mesa. Já se podia sentir a diferença que existia em jogar lisos contra cavados. Fui eliminado na primeira fase da competição. Joguei contra Carlos Zorzella (RS), com botões cavados e quase não tive oportunidades de chutar a gol, por mais que tentasse, pois ele foi perfeito na cobertura e com a facilidade de realizar cerquinhas. Minha segunda partida foi contra Jomar Moura e o primeiro tempo terminou 0 x 0. Já estava com nervos à flor da pele pela maneira de jogar do Zorzella. O Jomar conseguiu acabar com o restinho de calma. Ele gastava o tempo todo, testando a minha resistência. Mandava ele colocar o goleiro e ficava no aguardo. Quando estava para chutar ele simplesmente dizia: espere, vou mudar o goleiro. E o árbitro nada dizia. Foi a gota d água. Acabei desistindo do jogo e só não retirei o time da mesa por respeito aos organizadores. Meu último jogo foi contra o jovem Augusto, um carioca boa praça e o venci, apesar de seus botões cavados. Nesse dia eu jurei que não voltaria mais a jogar campeonatos nacionais na regra brasileira. Foi muita coisa acumulada nessa ocasião. Havia sido lançado o meu nome para a presidência da Associação. Na ocasião, quando realizamos o Primeiro Sul Brasileiro em Brusque, o Antonio Carlos Martins, então presidente da Associação fez o lançamento oficial nas dependências do Clube Bandeirante, em Brusque, lançando meu nome e o do Eduardo para vice. Dias antes da nossa ida para Pelotas eu recebo um telefonema de um dirigente pelotense, dizendo que eles estariam vetando o nome do Eduardo. Solicitei que eles comunicassem ao Eduardo pessoalmente, acreditando que assim estaria resolvido o caso. Só que foi criada uma nova chapa, colocando o presidente da Associação Brusquense no lugar do Eduardo, e isso ficou parecendo que a coisa fora feita por nós, brusquenses. Acabei sendo eleito e desenvolvi o meu trabalho no sentido de fazer a aproximação com as demais regras, visando sempre uma união, coisa que estava abalada dentro da nossa Regra Brasileira. Em Pelotas o campeão foi Julio César Albuquerque Nogueira (RJ), Jomar Moura (BA) em segundo, Luiz Antonio Dias Guimarães (RJ) em terceiro e Leomar P. Barreto (ES) em quarto lugar.

O próximo campeonato seria realizado em Brusque e estaria em minhas mãos a sua realização.

Foi a minha derradeira participação efetiva em campeonatos.

Mas, isso fica para a próxima coluna.

Até, com o meu abraço.

Sambaquy.

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