segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

NOSSOS ADVERSÁRIOS MAIS CONSTANTES. QUEM SÃO ELES?


Meus amigos, em muitas vezes fiquei pensando como eram difíceis meus jogos contra o São Paulo. Desde que iniciei no futebol de mesa o meu adversário mais temido é sempre o São Paulo. Não sei se isso é uma perseguição, mas, para mim sempre ficaram marcadas as partidas contra os defensores do São Paulo. Começou com o Renato Toni, depois da descoberta do futebol de mesa, e continuou com o Gilberto Oliveira, Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa, Nelson Carvalho, que na Bahia sempre apresentava o Sarapatel, como arma fora do comum para chutar no meu gol, Norival Factum, também da Bahia e Vicente Sacco Netto, meu cumpadre, mas invencível competidor. Depois de minha mudança para Santa Catarina, encontrei mais um São Paulo, na pessoa de Roberto Zen, que sempre era uma pedra em meu caminho.

Então parei para pensar: - Devo ter jogado muitas partidas contra os adversários são paulinos.

Com isso, imaginei sempre, em meus desvaneios que o adversário que mais tinha enfrentado era sempre o São Paulo. Como sempre fui organizado em minhas partidas, fui apelar para a minha estatística e fiquei surpreso com os resultados.

Pelos inúmeros adversários enfrentados, o maior número de defensores enfrentados foi uma surpresa que tive de engolir: Dois times dividiam entre si o número de adversários enfrentados, pois o Grêmio e o Palmeiras tiveram dezoito treinadores que colocaram seus times na mesa contra o meu time.

O Corinthians teve quinze defensores que me enfrentaram, Fluminense e Santos com quatorze também estão muito à frente do São Paulo.

Depois vieram os defensores do Vasco da Gama e do Cruzeiro que com doze técnicos, sempre estiveram no outro lado das mesas. Com onze o Flamengo, clube de maior torcida do Brasil, mas que não vinga no futebol de mesa. O Botafogo com dez, Juventude com oito, Bahia e São Paulo com sete defensores foram os meus adversários.

Como eu estava enganado. Talvez pela dificuldade que existia contra os são-paulinos, achava que eram a maioria de meus adversários, mas ledo engano. Perdi campeonatos por causa de clubes que enfrentei poucas vezes, muitos com títulos sem qualquer força esportiva, tais como: Itabaiana, Brejo Sujo, Porto, Floripa. Literatura, Irapuru, Sirius, Galícia, Moto Clube, Milan, Joinville, Vascão, Penharol, Vitoriense, Pradense, Motorizado, Independiente, América, Zebra, Carlos Renaux, Juventus, Pombal, Internationale, Armour, Continental e Guanabara que ocultavam um grande técnico que me superava no jogo disputado.

Por isso eu acredito que o futebol de mesa seja a correspondência do futebol que é jogado nos gramados, pois quem tem a melhor técnica e está mais preparado, consegue êxito no final do tempo programado para o embate.

Hoje eu não tenho mais aquela ânsia de ganhar troféus para ostentar a glória de haver conseguido ser o melhor, mas, em compensação sinto a saudade de partidas memoráveis que joguei e que guardo em minha memória, pois foram momentos em que a minha vida toda esteve transferida para o botão que impulsionei em direção a bolinha que deveria entrar no gol adversário.

Por isso eu sempre defendi a conservação de todos os troféus que ganhamos em nossa jornada esportiva. Hoje, com 74 anos completos, paro em frente de um troféu e examino o quanto foi difícil conquistá-lo. Todos eles tem uma história, que se confunde com a minha própria história.

Quando recebi a visita do presidente do Atlântico Sul Futebol de Mesa, nascido em 1962, mostrei-lhe meu primeiro troféu, ganho em 1963 em uma conquista na AABB. Ele ficou estarrecido e ao mesmo tempo mostrou respeito às minhas conquistas. Talvez, quando conquistei, por duas vezes o vice-campeonato da série B do campeonato do Marcilio Dias, em Itajaí, foi ele quem mais vibrou dizendo a todos que havia conquistado, depois de mais de vinte e seis anos, um troféu na mesa , e não como homenagem. Foi emocionante e acredito que até minha esposa não acreditou muito na minha conquista, uma vez que eu jogo pouco e treino raramente, mas, quem foi botonista sempre será um botonista.

Por isso, meus amigos, creiam-me, em cada trajetória desenvolvida em um campeonato, ou mesmo em um torneio há uma história sendo escrita. E nelas, cada um de vocês é o personagem principal. Portanto, valorizem seus adversários e principalmente as suas conquistas, pois cada uma delas encerra uma história que faz parte da história de sua vida.

No final, nada levaremos, mas enquanto pudermos aproveitar e mostrar nossas conquistas, incentivando nossos descendentes ao nosso esporte, devemos usufruir de tudo aquilo que conquistamos em disputas honrosas nas mesas de nosso país.

Um abraço de quem já venceu muito.

Até a semana que vem se Deus quiser.

Sambaquy.

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