segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO MÁRIO DE SÁ MOURÃO PARA O FUTEBOL DE MESA DE CAXIAS.



São muitas as pessoas que mereceriam citações como fomentadores do futebol de mesa de Caxias. Geralmente são aficionados pelo esporte, os quais acabam dedicando-se inteiramente para o crescimento daquilo que amam e praticam.

Hoje, não falaremos de um botonista contumaz, mas de um amigo que ajudou a elevar o nome de nossa cidade, do nosso futebol de mesa, aos recantos mais afastados desse nosso país. Essa pessoa chama-se Mário de Sá Mourão. No governo do prefeito Victório Três, convidado, assumiu a presidência do Conselho Municipal de Desportos e trabalhou incansavelmente para mostrar o potencial esportivo de Caxias do Sul.

Como éramos amigos, fomos até ele, levando a idéia de realizar em nossa cidade um campeonato brasileiro de futebol de mesa. Já haviam sido realizados dois campeonatos, um em Salvador (Bahia) e outro em Recife (Pernambuco). Mostramos as fotografias tiradas em ambas as competições e explicamos detalhadamente como seria promovido o nome da cidade em todo o país, pois em todos os cantos dele há um botonista. Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa me ajudava em todos os momentos e também era amigo do Mário de Sá Mourão. Foi providencial a sua participação no sentido de conseguirmos o sim definitivo. Foi então que recebemos a noticia tão aguardada: Vamos fazer o campeonato brasileiro. Podem convidar as pessoas de todos os estados, pois Caxias abrigarará cada um deles.

Então começou o trabalho do Sá Mourão. Sua primeira providência foi nos chamar para a sede da AABB para uma foto com o troféu de campeão, de vice, terceiro e quarto e a grande novidade, até então inexistente nessa modalidade: um troféu de comparecimento e reconhecimento a cada um dos botonistas que estariam jogando em nossa cidade. Com as fotos prontas, nosso trabalho foi enviá-las juntamente com os convites. Então começaram a aparecer jornais de todos os pontos do país com as nossas fotos, anunciando o campeonato a ser realizado em Caxias do Sul.

Sá Mourão convoca toda a imprensa escrita e falada de Caxias para um churrasco na AABB, quando então foram expostos os nossos objetivos. Além dos radialistas e jornalistas, esteve presente o Vice Prefeito Mansueto de Castro Serafini Filho, que também tentou jogar contra Getúlio Soares da Rádio Difusora Caxiense. Com o apoio dos órgãos de divulgação, conseguimos encher o Ginásio da AABB, com pessoas vindas de todos os cantos da cidade e de cidades distantes, como pessoas de Uruguaiana, na fronteira com a Argentina.

O campeonato em si foi um sucesso grandioso. O campeão foi o carioca Antonio Carlos Martins, ficando o baiano Orlando Nunes com o segundo lugar. Em reconhecimento ao tratamento recebido em nossa cidade o Orlando entrega ao Sá Mourão o seu Botafogo, vice campeão brasileiro. Foi seu primeiro e único time.

A festa de encerramento foi emocionante, realizada na AABB, com a presença do Prefeito Municipal Victório Três, gerente do Banco do Brasil, presidente da AABB, todas as rádios e jornais da cidade.

Passado o campeonato, Mário de Sá Mourão começa a jogar conosco, em nossa sede, no Edifício Martinato. E acreditem, jogamos seis vezes e o venci cinco vezes, mas fui derrotado em 20 de junho de 1973, por 3 x 2, fazendo três gols contra.

As proezas do Mário são histórias que já foram comentadas em um artigo anterior. Em agosto de 1973 fomos convidados a apadrinhar uma Associação na Bahia, presidida por Oldemar Seixas. Era a nossa chance de agradecer tudo o que Sá Mourão havia feito por nós e então o convidamos, deixando o Marcos Fúlvio de fora. Seguimos para a boa terra, com o nosso botonista mais novo. Foi esta a melhor viagem que fiz em todo o meu tempo de futebol de mesa, pois não havia momento do dia ou da noite em que não estávamos todos dando boas risadas, pois o Sá Mourão sempre era dono da piada pronta.

O Oldemar tinha um fusquinha, colocava todos nós dentro do carrinho e íamos de um clube a outro. Numa noite, passando por um parque, vimos um casal de namorados, abraçados. O Sá Mourão mandou o Oldemar diminuir a marcha, e, quando cruzávamos por eles, colocou a cabeça para fora e gritou: “Vai comer ai ou quer que embrulhe?” O Oldemar ficou branco, pois era figura conhecida em Salvador e há muito mantinha um programa no ar: “Bahia, Campeão dos Campeões”. Se o reconhecessem, ele iria pagar o pato pela ousadia do gaúcho....

No torneio que fizemos por lá, jogando contra verdadeiras feras do botonismo, todos nós fomos presas fáceis. E o Sá Mourão não se alterava com nada. Foi apelidado de Turista do Futebol de Mesa.

No retorno, continuou ajudando bastante a então Liga Caxiense. Acredito que cansou de jogar e perder, mas jamais cansou de ser a pessoa grandiosa que sempre foi, agradando a todos, alegrando os ambientes e sendo o nosso Turista do Futebol de Mesa.

Nas festividades dos 45 anos da AFM Caxias do Sul, contamos com a presença dele, o que nos deixou emocionados, pois seu nome está anotado com letras de ouro no livro da vida daquela entidade, que ele ajudou enormemente.

São amigos assim que nos fazem sentir como é bonito o trabalho que desenvolvemos no futebol de mesa, pois sem ser um botonista nato, foi um tremendo colaborador e divulgador de nosso esporte.

Por isso, hoje a nossa homenagem a esse amigo que Deus colocou em nosso caminho. Que tenha vida longa e continue sendo sempre essa pessoa que cativa a todos que o conhecem.

Desejo mostrar a todos vocês duas fotos dele, em momentos diferentes. Uma na divulgação do terceiro brasileiro e outra visitando a nossa AFM por ocasião dos 45 anos.

Um grande abraço a esse amigo e que apareçam inúmeros Mários em nossa caminhada.
Até a semana que vem se Deus quiser...

Sambaquy.

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