segunda-feira, 15 de agosto de 2011

1º ANIVERSÁRIO DA COLUNA, NO BLOG DA AFM CAXIAS DO SUL.

Foto: Farah (Presidente da CBFM) e Sambaquy.

Amanhã, dia 16 de agosto, estaremos comemorando o primeiro aniversário de nossa coluna. Um convite que o então presidente, Daniel Maciel, numa espécie de provocação à minha aposentadoria, mas, também a certeza de que fatos importantes do futebol de mesa estariam aflorando e reavivando a memória de todos nós, foi por mim aceito. Não imaginei que pudesse chegar a tanto, ou melhor, a tantas colunas escritas semanalmente.
Mas, o importante é que chegaram e foram ressuscitando momentos que deverão ser preservados em nossas memórias. Depois de escritos, sempre haverá alguém que os guardará, e com isso, as histórias que foram vividas por alguns de nós, farão parte desse folclore botonistico gaucho e brasileiro.

Hoje eu vou falar em algo que tirou meu sono na noite passada. Uma única regra. Seria possível? Seria viável? Existiria?

Depois de muito imaginar a possibilidade de todos jogarem da mesma maneira, adormeci. E adormeci com a consciência tranqüila, pois se isso tivesse sido possível, eu tinha feito muitos esforços para tentar conseguir. Só que, desde a década de oitenta eu tenho a certeza de que jamais haverá uma só regra de futebol de mesa.

A minha conclusão é óbvia. Assim como cada um de nós tem sua própria família, obedece a uma religião, tem simpatia por um partido político e torce fervorosamente por um time de futebol, tem a sua regra preferida e ela é a melhor do mundo, insubstituível. Afinal, é nela que nos realizamos e sentimos a alegria de jogar futebol de mesa.

A unanimidade jamais poderá existir. Vejamos a Regra Brasileira, ou de um toque. Foi criada com a união de duas regras (gaúcha e baiana). Nem mesmo ela é unânime em sua prática. Com o tempo, abriu-se uma brecha, pois foram usados botões lisos em sua origem, e com o tempo, adotados os botões cavados, os quais caíram no gosto dos gaúchos e cariocas. Por isso, tendo em vista a diferença do desenvolvimento do jogo nas duas espécies, foi criado em 1991 a primeira edição do campeonato brasileiro nas duas modalidades, o qual perdura até os dias de hoje.

Como falei na década de oitenta, ainda como presidente da Associação Brasileira, que administrava a regra Brasileira, fiz a aproximação com o pessoal paulista (Regra de 12 toques), brasiliense e carioca (Regra de 3 toques), paranaense (Regra Paranaense), onde demonstrava todo o nosso esforço, as realizações de nossos Campeonatos Brasileiros e os convidava a participar conosco em torneios e campeonatos. No Campeonato Brasileiro, realizado em Brusque (SC), dois participantes da Regra de 3 toques estiveram competindo. De São Paulo conseguimos uma equipe que jogava da mesma forma que nós. Mas, foram tiros no escuro, pois não tiveram resultados proveitosos. O saldo positivo disso tudo foi o início de campeonatos brasileiros em suas regras. Sentiram que não seria impossível conseguir reunir os praticantes de suas regras, e organizar seus próprios campeonatos nacionais. Uma grande vitória, entretanto, foi conseguida dessa união, pois, independente de regras, acaba sendo criada a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, sendo em seguida envidados esforços junto ao C.N.D. no sentido de reconhecimento do FUTEBOL DE MESA como um esporte, dando assim direito de conseguirmos verbas públicas a título de incentivo e patrocínio, com a obrigação de divulgação entre a juventude e principalmente nas escolas. Essa foi à grande vitória da união dos botonistas brasileiros.

Com a divulgação, através da Internet, de diversos blogs informativos de agremiações e entidades ligadas ao futebol de mesa, acabamos encontrando uma infinidade de regras, algumas regionais e outras de maior alcance, praticadas com afinco e volúpia por botonistas apaixonados. A tradicional regra gaúcha está ganhando forças e ressurgindo através de abnegados esportistas que jamais a abandonaram. Há também a Regra Unificada, de autoria do botonista Enio Seibert, de Porto Alegre e também dessa cidade a Federação Ipanema de Botão, chefiada por Marcelo Minuzzi, que pratica a Regra Toque-Toque. Tudo isso só no estado do Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, conforme o meu amigo Armando Pordeus disputam-se jogos na Regra Brasileira, na Regra Pernambucana, Regra Fogo Tebei, 12 toques e Dadinho. O Armando ainda joga na Regra Paraibana. No Pará a Regra é Celotex com campeonatos disputadíssimos. O dadinho está ganhando espaços enormes e fazendo uma força incrível para ser reconhecido como oficial.

Agora está entrando no Brasil a Regra Sectorball, húngara, que foi descoberta pelos paulistas, que foram até a Hungria, para disputar o Mundial de Futebol de Mesa, levando consigo a Regra de 12 toques, que está sendo jogada por lá. Como a recíproca é verdadeira, trouxeram o Sectorball e está sendo desenvolvido um Campeonato Brasileiro da modalidade, no Rio de Janeiro, onde o Vasco da Gama assumiu a paternidade, visto que, nesse tradicional clube carioca joga-se todo tipo de futebol de mesa do país.

Em face disso tudo, tenho certeza absoluta de que jamais teremos uma Regra única de futebol de mesa. Assim como somos fiéis à nossa família, à nossa Igreja, ao nosso Partido Político, ao nosso clube do coração, somos fiéis ao nosso modo de jogar o nosso amado futebol de mesa. Podemos sim, jogar diversas regras e até jogar bem cada uma delas, mas sempre teremos a nossa preferida.

Eu próprio, por estar em um estado onde, na atualidade joga-se a Regra de 12 Toques, estou praticando-a, mas continuo preferindo a minha Regra Brasileira, apesar de não ter onde jogar a muito tempo.

Por isso, queridos amigos botonistas, ao comemorar um ano de colunas escritas, abordo um assunto que todos nós conhecemos e sabemos ser real, irremediavelmente correto e eterno.

E que possamos continuar a escrever por muito mais tempo.

Um abraço e até a semana que vem.

Sambaquy

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