segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DELESSON ORENGO – UM BOTONISTA ADVOGADO.


A história vivida no futebol de mesa registra grandes personalidades que conviveram comigo, jogando e brigando muito. Por essa razão, hoje, as lembranças recaem na figura de um amigo de longa data, colega de ginásio e um dos primeiros adversários que enfrentei e muitas vezes brigamos, pois não conseguíamos uma regra que fosse similar. Em determinados jogos valiam determinadas coisas, e no seguinte já não valiam mais. Eram dois turrões a se defrontarem continuamente.

Ao termino das aulas, seguíamos para a sua casa e jogávamos a tarde inteira. O Delesson tinha uma caixa com diversos times guardados. Um deles lembro ainda, era o São Cristóvão, tradicional clube carioca, clube dos cadetes e que não ganhava de ninguém. Acredito que em todos esses anos de futebol de mesa foi o único time do São Cristóvão que eu encontrei.

Após termos terminado o ginásio, na Escola Normal Duque de Caxias, continuamos a estudar juntos, pois concluímos o curso de Técnico em Contabilidade, no Colégio do Carmo. Depois ele foi cursar Direito, e eu Ciências Econômicas. Ele foi trabalhar no Banrisul, eu no Banco do Brasil. Foi então que nos encontramos novamente, pois os campeonatos bancários de futebol de mesa, jogados, agora em uma regra única, a gaúcha, fez com que deixássemos de brigar.

O Delesson jogava muito bem e era aplicado. Foi um dos fundadores da Liga Caxiense de Futebol de Mesa e participava ativamente tanto do campeonato bancário, quanto do caxiense. No primeiro campeonato bancário, o pessoal do Banrisul dominava amplamente o esporte e nós da AABB éramos apenas coadjuvantes. Tanto é que Marcos Lisboa foi o campeão e na segunda colocação ficaram empatados o Delesson e o Renato Muller, todos do Banrisul.

No ano seguinte o Delesson ficou em quarto lugar, pois começaram a surgir os nomes dos botonistas abebeanos. Marcos Lisboa foi o campeão, Sergio Calegari (AABB) foi o vice-campeão, ficando Roberto Grazziotin (AABB) com o terceiro lugar.

No ano seguinte, 1965, a sua participação foi determinante para a fundação da Liga Caxiense. Foi eleito tesoureiro da agremiação e desempenhou com satisfação o seu cargo.

No campeonato da cidade, nesse ano, já envolvido com seu curso de Direito, seu desempenho não foi das melhores e acabou em 9º lugar. Repetiu a mesma colocação em 1966. Nessas alturas da vida a sua preocupação eram seus estudos e por essa razão não conseguia desenvolver com plenitude seu jogo.

Foi o último campeonato que disputou, pois não conseguiu adaptar-se à Regra Brasileira, que em 1967 foi adotada pela Liga Caxiense.
Mesmo assim continua a jogar na sua regra, em seu escritório de advocacia. Joga com seu sócio e lá os dois disputam partidas ferozes.

Nas festividades dos 45 anos da Associação de Futebol de Mesa de Caxias do Sul, esteve presente e matamos a saudade. Foi um momento de muita alegria rever um antigo companheiro de lutas. Registramos em foto o nosso encontro.

Ficou de voltar, mas acredito que não é a regra que ele gosta de praticar, mais afeito à Regra Gaúcha, preferiu ficar com seus jogos em seu escritório, onde guarda a sua mesa.

Oficialmente jogamos seis partidas entre os anos de 1963 a 1966. Duas vitórias do Delesson, uma vitória minha e três empates são as nossas marcas.

A sua importância foi muito grande nos primeiros anos de lutas. Lembro ainda das gozações que ele fazia quando jogávamos contra os meninos do Guarany e éramos vencidos por eles. Em uma ocasião, jogando contra o Airton Dalla Rosa, eu elogiava os chutes que ele dava e o Delesson aproveitou para uma revanche comigo, dizendo: que essa era a categoria que eu tinha de disputar, a de juvenil, pois assim eu aprenderia a jogar direitinho.

A minha homenagem a esse grande nome do botonismo caxiense e gaúcho.

Até a semana que vêm se Deus permitir.

Sambaquy.

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