segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O GIGANTE CLAUDIO SCHEMES.



Meus amigos botonistas, hoje vou tentar mostrar a grandiosidade deste “monstro sagrado” do futebol de mesa.

Por estar trabalhando em Brusque (SC) e conseqüentemente longe de meu estado natal, pouco sabia das novidades botonisticas. Mantinha um contato mais estreito com a Liga Caxiense pelas freqüentes viagens do Luiz Ernesto Pizzamiglio, Airton Dalla Rosa, Marcos Zeni e Marcos Barbosa, ou, quando eu vinha a Caxias. Sempre soube que em Porto Alegre o futebol de mesa continuava, mas, devido aos incidentes já mencionados, com a mudança da regra utilizada, raramente alguma noticia chegava ao meu conhecimento.

Tudo mudou quando, no desempenho de minhas funções no Banco do Brasil, recebo a visita de um senhor. Apresentou-se dizendo seu nome: Cláudio Schemes e falando sobre a nossa paixão mutua: futebol de mesa. Foi amizade profunda à primeira vista. Ao término do expediente do Banco nós nos encontramos e levei-o a conhecer o local onde jogávamos nossas partidas. Estávamos no ano de 1979, mês de março. Nesse mesmo dia ele formalizou um convite para participarmos das festividades dos 70 anos do S. C. Internacional, junto com mais alguns botonistas de Brusque. O convite foi aceito imediatamente. Saímos de Brusque ao anoitecer, em comitiva, com os botonistas Sérgio Walendowsky, Edson Appel, José Ari Merico e eu, rumo ao Gigantinho. O torneio foi maravilhoso, com botonistas pertencentes a dezesseis equipes, provenientes de diversas cidades do país. Para engrandecer o torneio, o presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, professor Antonio Carlos Martins deslocou-se do Rio para prestigiar as festividades.

Cláudio era o Diretor da Divisão de Futebol de Mesa do Internacional, cargo que ocupou pela primeira vez em 1969, quando foi criado o Departamento, juntamente com o Estádio Beira Rio. Nessa ocasião a regra gaúcha era a predominante e Cláudio, em reportagem à Folha da Tarde Esportiva, dizia que o futebol de mesa estava muito parado, existindo apenas em entidades privadas. Seu objetivo era dar um impulso nesse esporte e para isso estava realizando esse campeonato de reabertura oficial do Futebol de Mesa do Inter, tentando estimular novas participações. Continua em sua conversa com o repórter afirmando que, desde a abertura do Departamento, o Inter foi campeão estadual por equipes em 1969 em Porto Alegre, e em 1972 em Uruguaiana. A partir de 1974 houve uma parada, sendo que está sendo reativado com a realização dessa homenagem aos 70 anos do Internacional. Isso estava sendo feito com o objetivo da participação do Departamento no estadual que seria realizado em Jaguarão, no mês de outubro e no Campeonato Brasileiro, a realizar-se em janeiro de 1980, na cidade de Pelotas.

Cláudio continuou a nos visitar em Brusque. Esteve conosco em junho e outubro de 1980 e voltando somente quando realizamos o Brasileiro de 1981, retornando para nos visitar em abril de 1982, quando nossos laços de amizade já estavam concretizados. Em agosto de 1981 realizamos o intercâmbio Associação Brusquense x Afumepa, quando nos deslocamos a Porto Alegre para uma confraternização maravilhosa com esses amigos queridos.

Na minha passagem como presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, no ano de 1980, convidou-me a assistir o Campeonato Estadual que estaria sendo promovido pela Afumepa. Lembro-me que fiquei em sua casa, onde desfrutei de um ambiente maravilhoso com seus familiares e pude sentir o imenso amor que reinava entre todos. Na sua garagem o lugar principal era da mesa de botões, com prateleiras mostrando os diversos troféus ganhos. Lembro ainda que os troféus de seu filho Paulo traziam um distintivo do Bola Preta, coisa que me chamou atenção e que adotei para troféus em que me tornei campeão, colocando neles o distintivo de meu clube.

Cláudio foi dirigente de diversas entidades de futebol de mesa e com seu carisma e temperamento afável, conseguia fazer evoluir o esporte que tanto amava e que hoje se tornou gigante, graças ao seu trabalho. É um nome que deverá ser eternizado em todos os quadrantes de nosso país, sendo inclusive homenageado como personalidade no Blog da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, para gáudio de sua esposa, seus filhos Cláudio Luiz, Paulo Roberto e Dionéia, e de seus netos, que aos poucos estarão ocupando as mesas de todo o Brasil.

Esse amigo, nascido em 25 de agosto de 1930, cujo time Rolinter, uma homenagem ao Rolo Compressor que esmagava seus adversários e colecionava campeonatos, nos deixou em 23 de dezembro de 1993. Deixou-nos para atender ao chamado de Deus, para compor a grande equipe que acolherá cada um de nós, quando chegar a hora de partir.

Minha homenagem e meu louvor a esse amigo inesquecível.

Até a semana que vem.

Sambaquy.

Um comentário:

  1. Amigo Sambaquy,

    Apesar de justa e sempre oportuna, a homenagem ao meu pai muito me emociona ler esta narrativa sobre a obra de alguém o qual sou suspeito para falar. Faltam-me palavras e sobram emoções ao rememorar estes momentos que descrevestes com tanta clareza que chego a sentir o cheiro daquela casa na Vicente Pallote, daquela garagem mágica que nos proporcionou tantas alegrias, tantos encontros, tantos planos e muitas realizações. Hoje percebo o quão privilegiado fui ao ter a honra de ser filho de quem sou, e a responsabilidade de continuar a escrever as páginas desta obra maravilhosa iniciada por meu pai, por isso tal qual ele, só deixarei de praticar este esporte no momento que DEUS decidir.
    Amigo Sambaquy, obrigado por me proporcionar mais esta emoção, ler sua coluna é um deleite e um combustível à minha paixão pelo Futebol de Mesa, ao mesmo tempo me permito fazer retrospectivas maravilhosas como esta onde recordo uma época linda de minha vida na companhia de meu amado pai, e dos tantos amigos que viveram estes momentos.
    Um grande e forte abraço

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