segunda-feira, 18 de março de 2013

RELEMBRANDO O FUTEBOL DE MESA DO PASSADO

Há algum tempo estou sendo instigado pelo ex-presidente da AFM – Rogério Prezzi - a escrever sobre os clubes que praticavam o nosso esporte. As histórias que determinaram o início do futebol de mesa na cidade de Caxias do Sul poderiam ocupar várias colunas. Com narrações pitorescas, com brigas, com intervisitação de botonistas, mas os arquivos com os recortes de jornais estão depositados em Caxias, e eu moro em Balneário Camboriú.
Poderia falar de clubes que foram atuantes e realizavam campeonatos, pois muitos que criaram departamentos somente promoviam torneios rápidos, sem se ater a longas disputas que duravam vários meses. Os que mantinham uma vida esportiva regular, com campeonatos bem organizados eram AABB, Liga de Futebol de Mesa do Recreio Guarany, Vasco da Gama Futebol Clube e Noroeste Futebol Clube. O Esporte Clube Juventus, Grêmio Esportivo Flamengo, Radio Difusora Caxiense, Banrisul e Pombal Esporte Clube não possuem registros de campeonato regular. Torneios eram realizados, mas de curta duração.

Na AABB, os botonistas eram diversos, a saber: Vicente Sacco Netto, Rubens Constantino Schumacher, Adauto Celso Sambaquy, Roberto Cagliari Grazziotin, Silvio Puccinelli, Sérgio Calegari, Nelson Mazzochi, Rubem Bergmann, Raymundo Antonio Rotta Vasques, Walmor da Silva Medeiros, Dirceu Vanazzi, Luiz Alfredo Gastaldello, Paulo Luiz Duarte Fabião, Osni Oliveira, Homero Kraemer de Abreu, Joel Garcia, Silmar Haubrich, Heitor Stumpf, Ivan Mantovani, José Fiorindo Angeli, Luiz Carlos Ponzi e Ramiro Corso. Além dos adultos, havia um departamento infantil, onde mais de dez meninos disputavam campeonatos com garra de gente grande.

No Recreio Guarany, tínhamos: Ivan Puerari, Airton Dalla Rosa, Nelson Prezzi, Almir Manfredini, Ângelo Slomp, Vitório Menegotto, Jorge Compagnoni, Sérgio Silva, Ariovaldo Sebben, Carlos Berti, José Raul de Castilhos, Marcos Meregalli, Milton Berti. Paulo Leonardi.

No Vasco da Gama, as feras eram Boby Ghizzoni, Mário Ruaro Demeneghi, Nelson Ruaro Demeneghi, Rudy Vieira, Jonas Rizzi, Aldemiro Ernesto Ulian, Augusto Peletti, Jones Almeida, Jorge Rezende, Neuri Fedrizzi
No Vasco a concorrência era grande
No Noroeste, sob o comando de Paulo Valiatti, jogavam ainda seu irmão Carlos Valiatti, Jairo Oliveira, Deodatto Maggi, José Machado, Oswaldo Costa.
Inauguração do Noroeste
No Juventus, além do Algacir Possenatto, o presidente do clube Tonietto, o diretor de futebol Sadi Rossato e Sergio Bonho eram os praticantes habituais.
Em 67 o Juventus faz sua inauguração
Na Rádio Difusora Caxiense: Gilberto Oliveira, Adelar dos Santos Neves, Getúlio Correia, Renato Monteiro, Luiz Ismar.

No Pombal, além de Dirceu Vanazzi, Aramis Stalivieri, Dario Turra, Oswalter Soares Borges e Vilson Angonese.

Isso perdurou até meados dos anos setenta, quando então arrefeceu o movimento e o futmesa ficou sem rumo, tendo então surgido a pessoa de Antonio Luiz Segatto. Num gesto de muita coragem o transferiu para o Recreio da Juventude, onde receberam a melhor sala do Estado e, nela, colocaram oito mesas, inclusive uma delas, bem mais baixa, para que os pequenos Daniel Pizzamiglio, Alexandre Prezzi e Rogério Prezzi pudessem disputar seus campeonatos, acompanhando seus pais que estavam empenhados em grandes disputas.

Depois desse período houve uma parada de 1977 até 1981, depois de 1982 a 1987, quando o futmesa deixou de ser praticado oficialmente por dez anos, voltando em 1997 através do esforço de Vanderlei Duarte que impulsionou de forma grandiosa o esporte dos botões até os dias atuais.
Os clubes que praticavam deixaram de lado o futebol de mesa, restando apenas a AABB que, comandada pelo Enio Durante, está formando craques para o futuro de nosso esporte.
Foi uma época grandiosa, pois em vários locais da cidade podíamos contar com botonistas para realizar partidas, disputar torneios e participar de nossos campeonatos. Hoje em dia, o esporte ficou centralizado na AFM e na AABB, não havendo interesse de nenhum clube em manter um departamento de futebol de mesa em sua sede social.
Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

2 comentários:

  1. Meu caro amigão Sambaquy. É gostoso saber de todas essas histórias. Infelizmente, o botão daqui do Recife não dispõe de fotos da nossa era romântica. Nossos jogos eram em terraços, varandas, salas, garagens e quintais. Estou tentando localizar fotos e documentos, mas a busca está sendo infrutífera. Estou falando da regra pernambucana (botãobol), pois meu contato com a regra baiana (brasileira) era quase nenhum. Nunca tive aproximação com o saudoso radialista Ivan Lima, introdutor da regra baiana aqui em Pernambuco. Abração pernambucano do amigo Abiud

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    1. Meu amigo Abiud,
      Eu já fui mais precavido, pois desde 1963 passei a juntar recortes de jornais, fotografias, páginas de revistas e folhetos que falassem do futebol de mesa. Por essa razão, o passado pode ser enaltecido e recordado com fotos muito antigas, muitas delas quase completando cinquenta anos.
      Quanto ao saudoso Ivan Lima, um amigão maravilhoso, tenho uma saudade imensa dele. A camisa que ele usou no Segundo Brasileiro, defendendo Pernambuco ficou comigo e está depositada na AFM Caxias do Sul, como uma relíquia, junto a outras de famosos que doaram para esse seu amigo.
      Um abração gaúcho/catarinense.

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