domingo, 24 de março de 2013

RUBENS CONSTANTINO SCHUMACHER

O Schumacher foi o último campeão caxiense jogando na Regra Gaúcha. Isso aconteceu no ano de 1966, quando o campeonato era realizado nas dependências da AABB.
Como somos da mesma idade, pois nascemos no ano de 1936, estudamos juntos, servimos o 3º Grupo de Canhões Anti Aéreos 40 mm, na cidade de Caxias do Sul, fomos colegas de Banco do Brasil, crescemos na mesma época, habitando uma Caxias bem diferente da atual.
Com o Departamento de Futebol de Mesa da AABB funcionando a todo vapor, Schumacher reuniu seus antigos botões e se incorporou ao grupo que se reunia aos sábados para disputar torneios e campeonatos. O nosso primeiro embate foi realizado em 28 de outubro de 1966, e a última ocasião em que nos encontramos foi em 4 de outubro de 1971. Foram 28 jogos, com um equilíbrio grandioso, pois ele venceu 11 vezes, empatamos 5,  e eu o venci em 12 oportunidades.
Seu time sempre foi o Fluminense F. C., clube que ele defendia com um ardor insuperável.
De 1963 até 1966 os nossos campeonatos foram realizados dentro da Regra Gaúcha, tanto na AABB como o certame citadino. Lembro de nosso jogo pelo caxiense de 1966, quando introduzi em meu time um botão recebido na correspondência vinda da Bahia. Botão liso que corria muito, diferente de nossos puxadores cavados. A bola estava no campo de defesa do Schumacher, no meu ataque, quando eu resolvi reforçar a minha defesa e atrasar um botão. Acostumado com os botões que compunham o meu time, atrasei o mais alto deles, o botão baiano do Vasco da Gama que havia recém chegado. O toque na palheta foi semelhante ao do botão puxador, só que o botão vascaíno saiu deslizando e suavemente encontrou o centro avante dele em minha área. Pênalti cometido infantilmente. Acabei sendo vencido pelo meu erro. Encostei o botão em uma ponta e não toquei mais nele até o final do jogo. Naquele tempo não podia haver substituições. Resultado: Schumacher conquistou o certame caxiense em 1966, todo ele disputado na sede social da AABB. Em 1967, com a Regra Brasileira em vigor, manda confeccionar através do senhor José Aurélio, na Bahia, um Fluminense que havia lançado um fardamento com duas listras transversais em uma camisa branca, um time com o mesmo estilo.
Custou um pouco a se acostumar com outro tipo de botões, mas quando dominou a força, ficou bastante competitivo.
Dedicou-se mais ao campeonato da AABB, conseguindo sagrar-se campeão de 1969, evitando o tri-campeonato de Sylvio Puccinelli.
Rubens Schumacher recebendo de Sergio Calegari o troféu de campeão

Como era praticante de tênis e de futebol, ao transferirmos a sede para o Edifício Martinato, parou com a disputa em certames caxienses, restringindo-se somente aos jogos do campeonato da AABB. No futebol de campo fomos bicampeões bancários de Caxias do Sul.
Bicampeão Bancário de 1973. Já tínhamos ganho o campeonato de 1971
Schumacher foi um dos grandes botonistas dos anos sessenta e, se tivesse continuado, com certeza teria escrito seu nome nos anais da história do futebol de mesa do Rio Grande do Sul.
Ainda imagino fazer um grande torneio reunindo os antigos botonistas: Rubens C. Schumacher, Paulo Luís Duarte Fabião, Adaljano Tadeu Cruz Barreto, Airton Dalla Rosa, Celso Triches, Delesson Orengo, Dirceu Vanazzi, Homero Kraemer de Abreu, Ivan Mantovani, Luiz Alfredo Gastaldello, Luiz Carlos Ponzi, Luiz Santiago Veronese Mascia, Mário de Sá Mourão, Nelson Prezzi, Osni Freitas de Oliveira, Roberto Cagliari Grazziotin, Rudy Vieira, Sérgio Silva, que sei ainda residirem nessa cidade, pois sei da impossibilidade de contar com Raymundo Antonio Rotta Vasques e Sérgio Calegari, os quais, por motivo de saúde não poderiam participar. Seria reviver momentos incríveis de nossa juventude, dos tempos difíceis da implantação de nosso esporte em terras gaúchas. Quem sabe a AFM não consiga esse milagre? Se conseguirem convidar esses mencionados, podem contar comigo, pois estarei embarcando rumo ao passado tão logo receba o convite.
Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy

3 comentários:

  1. Meu caro Sambaquy, Pelo que leio a respeito do Botão no RS, percebo que há uma federação bem organizada, daí, acreditar que reunir todo esse pessoal não seria de tanto difícil. Basta querer. Seria ótimo para o botão e um grande incentivo à nova geração. Aqui em PE a coisa é diferente. Há uma briga enorme sobre o comando da Federação e ninguém se entende. É um verdadeiro balaio de gatos. É por essas e outras que o botãobol segue afastado, restrito à APFM, porém, aqui se joga sempre e se diverte muito.Isso é o que mais nos interessa. O resto é sonho, ilusão, utopia. Abração pernambucano.

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    1. Amigo Abiud,
      O trabalho é feito na Federação com critério e todas as regras são apoiadas. Há pouco tempo o presidente da Federação participou de um torneio em Passo Fundo na regra de 12 toques.Dentro da Regra Brasileira há duas correntes praticadas. Uma com botões lisos e outra com botões cavados. Não há predominância de uma modalidade em detrimento a outra. É futebol de mesa, seja ele jogado na regra que for, será sempre apoiado pelos nossos dirigentes. Abração gaúcho/catarinense.

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  2. Sempre lembrando do pai..."pois sei da impossibilidade de contar com Raymundo Antonio Rotta Vasques e Sérgio Calegari, os quais, por motivo de saúde não poderiam participar.." - querido,sempre és querido.

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