domingo, 3 de março de 2013

A REGRA BRASILEIRA EM PORTO ALEGRE INICIOU-SE NO INTERNACIONAL.


O Departamento de Futebol de Mesa do S. C. Internacional foi inaugurado em 1969, juntamente com o  Beira Rio. Por dez anos o Departamento praticou o futebol de mesa na Regra Gaúcha, conforme palavras de seu Diretor da Divisão de Futebol de Mesa, Cláudio Schemes. Salientava que, durante este tempo, o setor foi movimentado duas ou três vezes, mas por diversos problemas não houve continuidade. Talvez, dizia Schemes, uma das grandes dificuldades encontradas até agora, é que aqui em Porto Alegre não se praticava o esporte na Regra Brasileira, ao contrário do que ocorria no restante do país. Com a organização do Torneio de Futebol de Mesa – Inter 70 anos, na Regra Brasileira, estava liberando o botonista a jogar em qualquer regra, mas a finalidade seria a incorporação da Regra Brasileira como a principal.
Cláudio Schemes
Schemes alertou que o futebol de mesa na cidade estava muito parado, existindo apenas em entidades privadas, razão pela qual estava dando esse impulso no sentido de que esse campeonato fosse a reabertura oficial do Futebol de Mesa no Inter, tentando estimular novas participações.
Temia que o tamanho das mesas fosse uma grande dificuldade, o que, aliado à padronização dos times criasse um impasse aos botonistas porto-alegrenses, acostumados com os botões puxadores da Vila Scharlau.
Na entrevista, Schemes detalhou as participações do Departamento que fora campeão estadual por equipes em 1969, na cidade de Porto Alegre e, em 1972, em Uruguaiana. Com a implantação da Regra Brasileira, já pensava no campeonato estadual que seria realizado na cidade de Jaguarão, no mês de outubro e no Brasileiro, marcado para janeiro de 1980, na cidade de Pelotas.
Para incentivar a divulgação da Regra Brasileira em solo gaúcho, visto que a capital não a praticava, o presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, Antonio Carlos Martins, deslocou-se do Rio de Janeiro, prestigiando essa iniciativa do time colorado. Segundo Martins, o esporte teve um crescimento muito grande nos últimos cinco anos, sendo praticado em 16 estados da União. O objetivo imediato da ABFM é patrocinar campeonatos estaduais, onde houver mais de uma entidade, apontando assim o seu representante para o certame nacional.
Continuando, Martins explica que estava colaborando com as Associações e Ligas mais fracas, enviando material técnico e publicações. Em âmbito internacional, continua Martins, o Brasil é um dos países mais fortes e espera, no prazo de no máximo quatro anos, promover um campeonato mundial. Finalizou, dizendo que as programações da Associação Brasileira serão o Torneio Integração, em Salvador (Ba) com a participação do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, a se realizar de sete a nove de setembro, o Campeonato Estadual do Rio Grande do Sul, na cidade de Jaguarão e o sexto Campeonato Brasileiro, em janeiro de 1980, na cidade de Pelotas.
Torneio de Futebol de Mesa – Inter 70 anos, realizado em âmbito nacional, reuniu equipes do Rio de Janeiro, Florianópolis, Brusque, Pelotas, Caxias, Jaguarão e do anfitrião.
Na fase eliminatória, classificaram-se: Chave A – Rio de Janeiro (Antonio Carlos Martins), Chave B – Caxias do Sul (Luiz Ernesto Pizzamiglio) – Chave C – Jaguarão (Moisés Timm) e Chave D – Internacional (Alexandre Gonçalves).
No quadrangular final, os resultados foram: Rio de Janeiro 3 x 0 Caxias, Jaguarão 2 x 0 Internacional, Caxias 3 x 2 Jaguarão, Internacional 0 x 2 Rio de Janeiro, Jaguarão 4 x 2 Rio de Janeiro, Internacional 0 x 4 Caxias.
No Gigantinho. Na primeira foto estou jogando contra o Aldyr R. Schlee e seu
Brasil de Pelotas.
A classificação final ficou sendo a seguinte:
Campeão – Caxias do Sul (Luiz Ernesto Pizzamiglio)
2º lugar – Jaguarão (Moises Timm)
3º lugar – Rio de Janeiro (Antonio Carlos Martins
4º lugar – Internacional (Alexandre Gonçalves)
Pizzamiglio, o grande campeão do Torneio de Futebol de Mesa INTER 70 ANOS (foto Atual)
Portanto, em 1979, a Folha da Manhã publicava o resultado final, as reportagens com as duas figuras maiores de nosso esporte e enaltecia Caxias do Sul como a entidade que, pela primeira vez estava levantando um troféu de campeão em plena capital gaúcha.
Reportagem da Folha da Manhã

Após essa iniciativa do inesquecível Cláudio Schemes, ninguém mais segurou a caminhada de nosso esporte e as dificuldades iniciais acabaram no esquecimento, tendo, desde então surgido grandes centros promotores da Regra Brasileira, engrandecendo o futebol de mesa gaúcho.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy

2 comentários:

  1. Meu caro Sambaquy. Bela história do botão. Vocês aí no RS sempre pensaram grande, daí o sucesso alcançado. Aqui, em Pernambuco, o futebol de botão sempre foi muito praticado, mas em terraços, garagens e quintais. De uns dez anos para cá é que o botão vem gradativamente ocupando espaços maiores, chegando aos clubes, mesmo assim ainda timidamente, graças a alguns abnegados (veteranos). A renovação é quase nenhuma, sendo que o maior problema é o quase nenhum poder aquisitivo dos jovens que tentam se aventurar. Pode-se dizer: o botão é um divertimento caro, mas que não atrai os jovens das classes mais abastadas. Um abração pernambucano.

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    1. Meu amigo Abiud,
      Realmente o RGS pensou grande ao adotar a Regra Brasileira, pois foi a maneira de confratenizar com botonistas de todo o país. Aqui havia a Regra Gaúcha, que era quem dominava, mas sempre restrita ao estado. Nosso pénsamento foi entrar em contato com todos os estados e conhecer botonistas. Por essa razão tivemos de pensar grande e isso deu certo. Já estamos chegando ao 40º Campeonato Brasileiro, alguns realizados ai no Recife. Diferente do Botãobol, há uma renovação, pois essa é a terceira geração que está gerindo a AFM. Acredito que teremos muito futuro por aqui, pois em Caxias há uma oficina em uma grande escola, onde estão colocadas quatro mesas e a própria escola adquiriu diversos times, com emeblema dela e empresta aos alunos para aprenderem a praticar o futebol de mesa. Foi a maneira de conseguirmos o nosso primeiro campeão brasileiro, um menino adotado pelos dirigentes da AFM. Esse menino já está disputando o campeonato da cidade na categoria adulto, junto com o seu companheiro fiel que formam uma dupla dinâmica: Pica Pau e Hemerson.

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