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Logo da Liga Caxiense de Futebol de Mesa |
Na última coluna falei sobre as
agremiações que iniciaram as atividades na Regra Brasileira. Em Caxias do Sul,
a comandante geral, a Liga Caxiense de Futebol de Mesa, aderiu imediatamente.
Com isso a AABB e o Recreio Guarany migraram para o novo sistema. Mas, muita
gente que estava em alta na Regra Gaúcha sentiu dificuldade nessa mudança. Marcos
Lisboa, que era o maior nome do Banrisul e que havia vencido os campeonatos
de 1963 e 1964, promovidos pela Liga, sendo também bicampeão bancário, não
conseguiu se adaptar ao novo tipo de botões. Ele fabricava seus times. Sabia
como ninguém cavar um botão, dar o caimento desejado e seu craque maior era um
botão em que 80% da circunferência possuia caimento e suspendia a bolinha, mas
nos restantes 20% era cavador. Era com ele que batia tiro e meta, laterais e
tiro de canto. Com os 20% cegos ele fazia lançamentos extraordinários e cavava
com elegância. E, dependendo de onde ficasse a bolinha, os restantes 80%
poderiam chutar e cobrir o arqueiro. Até tentou, mas desistiu e voltou aos
campeonatos no Banrisul na Regra Gaúcha.
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Inauguração da sede da LCFM em 1971 |
Outro que também se afastou foi o
Delesson Orengo. Delesson fora fundador da Liga e também jogava com o
Marcos o campeonato do Banrisul. Ele gostava mesmo era da mesa pequena e dos
botões puxadores de galalite. Um time padronizado, com botões lisos, e uma mesa
enorme o assustaram e ele deixou de jogar conosco. Ainda, hoje, continua a
jogar seus campeonatos em seu escritório de advocacia, com o seu sócio, após os
expedientes.
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Sambaquy e Orengo nas festividades dos 45 anos de LCFM/AFM Caxias |
A grande terceira baixa foi o Deodatto
Maggi, campeão de 1965. Maggi também não se adaptou à nova maneira de
jogar, apesar de ter mandado confeccionar um Santos, cujo ataque era Dorval,
Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, pelas mãos do seu Aurélio. Chegou a jogar
alguns campeonatos, mas seu rendimento não era o mesmo de antes.
A compensação, entretanto, foi na
quantidade de novos adeptos que surgiram na AABB. Todos os antigos praticantes
mandaram confeccionar seus times, de acordo com seu sonho, desenhados e
enviados ao Seu Aurélio. Até o Chicão Bergmann, que jogava os campeonatos da
AABB com um dos times Lione, que haviam sido comprados juntamente com a mesa
oficial da Regra Gaúcha, mandou fazer um Juventude de 1940, quando ele era
titular a zaga. Surgiram Dirceu Vanazzi, Nelson Mazzochi, Luiz Carlos Ponzi,
Carlos Peres, Osni de Oliveira, Heitor Stumpf, Walmor Medeiros, Homero Kraemer
de Abreu, Milton Machado, Silmar Haubrich, Ricardo Medeiros, Aldo Oliveira,
Luiz Alfredo Gastaldello, Sérgio Guimarães e Joel Oliveira que encomendavam
times e passaram a disputar os campeonatos da AABB, cada vez mais concorridos.
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AABB Caxias do Sul |
O pessoal do Recreio Guarany,
quase todo composto por rapazes com pouca idade tiveram mais dificuldades para
comprar seus times, pois dependiam de mesadas de seus pais. Mas, com
inteligência bolavam rifas e as vendiam aos aposentados que frequentavam o
clube para jogar seu dominó ou o seu carteado. Com as rifas, conseguiram mandar
confeccionar uma mesa oficial e compraram alguns times. E, lá, também o número
de adeptos aumentou consideravelmente. Airton Dalla Rosa, Ângelo Slomp, Nelson
Prezzi, Vitório Menegotto, Almir Manfredini, Sérgio Silva receberam a companhia
de Jorge Compagnoni, Carlos Berti, Ariovaldo Sebben, Ricardo Almeida, José Raul
de Castilhos, Enoir Luz, Paulo Santana, Paulo Leonardi e Ivan Puerari que
premiavam o campeonato mais concorrido entre os jovens botonistas da cidade.
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Almir, Angelo e Nelson alguns dos meninos do Guarany |
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Sambaquy com outros meninos do Guarany como Airton e Jorge |
O sucesso fez com que várias
entidades esportivas da cidade abrissem as suas portas ao futebol de mesa. A
primeira foi o Vasco da Gama, tendo uma grande quantidade de botonistas. Mário
Ruaro Demeneghi, Nelson Ruaro Demeneghi, Rudy Vieira, Boby Ghizzoni, Augusto
Peletti, Aldemiro Ernesto Ulian, Jonas Rissi, Jone Almeida, Jorge Rezende, José
Machado, Odir Forner, Sergio Salomon, Milton Berti e Neuri Fedrizzi realizavam
campeonatos disputadíssimos.
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José Machado - Rubens Schumacher - Boby Ghizoni |
A Rádio Difusora cedeu uma sala
aos seus funcionários e lá colocaram uma mesa. Adelar dos Santos Neves, Renato
Monteiro, Gilberto Oliveira, Marcos Meregalli foram os pioneiros que passavam
horas jogando futebol de mesa.
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Rádio Difusora - Caxias do Sul |
O Noroeste, cujo presidente Jairo
de Oliveira também era radialista e participava com o pessoal da Rádio Difusora
levou os irmãos Valiatti, Paulo e Carlos, José Machado, Oswaldo Costa e
Oswalter Soares Borges para ocuparem a sede social do clube onde duas mesas
estavam locadas à disposição dos botonistas.
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Sede do Noroeste |
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Botonistas do Noroeste |
Havia ainda núcleos no Pombal,
Flamengo e Juventus. Mas o número de botonistas era reduzido e acabaram
migrando para as disputas da Liga, que funcionava no Edifício Martinato, no
centro da cidade.
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Juventus - Caxias do Sul |
No início dos anos setenta, novos botonistas
foram aparecendo: Luiz Ernesto Pizzamiglio, Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa,
Luiz Veronese Mascia, Adaljano Tadeu Cruz Barreto, Adalberon Cruz Barreto,
Mário de Sá Mourão, José Domingos Susin, Celso Triches e tivemos a alegria do
retorno do Marcos Zeni e Roberto Grazziotin.
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Foto dos participantes da LCFM nos anos 70 |
Realmente, foi difícil perder
grandes botonistas na migração de uma regra para outra, mas a compensação veio
através de tantos nomes que encheram de glória a história do futebol de mesa
caxiense.
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O regresso de nossa aventura a Canguçu - um time de heróis |
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.
Amigão Sambaquy. Mais um belo relato. Imagino o quanto foi dificil essa migração. Algumas baixas iriam ocorrer, mas o que valeu mesmo foi a vontade e a determinação da maioria. Sei que houve perdas, lamentadas, mas os ganhos foram incontestáveis. O botão cresceu e atingiu os dias atuais. Você é um herói! Um forte abraço, bem pernambucano.
ResponderExcluirMeu querido amigo Abiud, a coisa foi pegada mesmo. Mas, sempre estivemos com o desejo de ver o sonho ser realizado. E conseguimos mudar o pensamento de muita gente a cerca do futebol de mesa. Hoje, em Caxias do Sul, o futebol de mesa é respeitado e tem apoio do FUNDEL. Isso mostra o quanto valeu o esforço inicial.
ResponderExcluirEu o considero da mesma forma, pois, num estado onde proliferam diversas regras, você ainda mantém o seu grupo jogando e bastante motivado. É um dos meus sonhos passar um dia jogando e vendo jogos do Botãobol, a Rainha das Regras.
Abração gaúcho/catarinense e colorado.
LH.ROZA
ResponderExcluirMais uma bela "página" que só vem enaltecer os abnegados pelo futmesa caxiense ...
Um abç. ao amigo ...
Roza, os caxienses gostam muito de você. Acredito que esse tipo de luta você enfrentou também em Pelotas. Que ganhava tudo na Regra Gaúcha não queria começar do zero na Brasileira.
ExcluirAbração e aproveita a festa em Jaraguá do Sul...