segunda-feira, 30 de junho de 2014

AS AGREMIAÇÕES QUE INICIARAM ATIVIDADES COM A REGRA BRASILEIRA

A Regra Brasileira ganhou força na Bahia e no Rio Grande do Sul. Pela influência baiana, o nordeste foi aumentando o rol de entidades que passaram a disputar no novo modelo botonístico. Destaque para Sergipe, Paraíba e Pernambuco que, junto com os baianos, foram os estados que estiveram presentes no primeiro brasileiro.
No sul do país, a cidade de Caxias do Sul foi o embrião. Com o tempo, alguns abnegados, residentes em outras cidades, aderiram à Regra Brasileira. Com o deslocamento de Vicente Sacco Netto para Canguçú, foi formada uma frente no sul do estado, a qual se tornou muito forte e persiste até os dias atuais. Na capital do estado ganhou força quando Claudio Schemes a levou para o S. C. Internacional. Foi o início de um trabalho que rendeu inúmeros frutos e com a criação de várias entidades que abrigam a Regra Brasileira com intensidade, local onde predominava a Regra Gaúcha e depois a Unificada, de Enio Seibert.
Claudio Schemes
O Rio de Janeiro aderiu de imediato através de Getúlio Reis de Faria. Sua entidade, em Vila Isabel, perto do Colégio Martins, atraiu o professor e diretor do Colégio ao futebol de mesa. Antônio Carlos Martins passou a jogar com a turma do Getúlio e, com eles, alguns professores do referido curso como Luiz Antônio Dias Guimarães que jogava com uma Portuguesa. Além deles, o Getúlio formava uma plêiade de meninos que, junto a seus dois filhos, enalteciam e dignificavam o futebol de mesa. Um remanescente desse grupo é o nosso conhecido amigo Wanner, que continua a brilhar nas mesas cariocas.
Três Pilares do Rio: Pedro , Claudio e Wanner
 O Rio de Janeiro participou do primeiro brasileiro com os seguintes botonistas: Adelson Albuquerque, João Paulo Mury, Paulo Granja, Paulo Henrique e Antônio Carlos Martins. Jogavam com seus botões de galalite, bem menores do que os padronizados, fabricados na Bahia. Pouco tempo depois, João Paulo Mury, que praticava a Regra carioca, aderiu à Regra de três Toques e ajudou a fundar uma Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, (sem lastro jurídico) que abrigava essa regra. Juntou-se a ele o Hélio Nogueira, que já havia participado da Regra Brasileira com sucesso, tendo participado no segundo campeonato brasileiro realizado em Recife.
Hélio Nogueira jogando contra Oldemar Seixas com arbitragem de Sambaquy
Campeonato Brasileiro de 1979 - Vitória - ES
Martins, entretanto continuava a jogar na Regra Brasileira e foi o vencedor do brasileiro realizado em Caxias do Sul, o que incentivou sobremaneira a modalidade na cidade. O troféu ficava na entrada da sala da diretoria da escola Curso Martins, atraindo muitos botonistas como os irmãos Szpiro (David e Arnaldo), Fernando Antônio Lamas Flores, Augusto (com quem joguei em 27.1.80) no campeonato brasileiro realizado em Pelotas; Hélio Nogueira e Júlio César Albuquerque Nogueira, o qual conseguiu alguns títulos brasileiros.
Sambaquy, Ivan lima, João Paulo Mury, e Oldemar Seixas em Salvador 1970
Sergipe sempre foi uma força atuante na Regra Brasileira. Não foi à toa que, já no primeiro brasileiro, os nomes de Átila de Menezes Lisa e José Marcelo Freire Farias figuraram como campeão e vice. No segundo foram 3º e 4º colocados, atrás de Roberto Dartanhã Costa Mello e Claudelino Cezar Zama, baianos que disputaram o título. Em 1979, surgiu José Inácio dos Santos como campeão e Átila como vice. Em 1981, Antônio Hernanes D’Ávila ficou com o vice-campeonato na cidade de Brusque. Em 1983, José Ediberto Bastos Santos conquistou mais um vice-campeonato para Sergipe, em casa.
Atila Lisa - 1º Campeão Brasileiro
Pernambuco conquistou, com méritos, o título de campeão por equipes no segundo campeonato realizado. A figura de Ivan Lima, radialista, amante do futebol de mesa que jogava com o Galícia era o mentor maior do movimento pernambucano. Somente em 1993, novamente em Recife, tivemos um nome figurando como vice-campeão: Nilo Tadeu Nunes. Em 1994, em Natal, Paulo José Machado conseguiu se classificar em terceiro. O movimento continua e, agora, em evolução graças à divulgação de Sérgio Travassos.
1971 - entrega do diploma a Ivan Lima feita por Manoel Nerivaldo Lopes - LGFM
(Guarabira - Paraíba)
Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba eram participantes nos primeiros anos, pois marcavam presenças em diversos campeonatos realizados. Dos três, quem mais progrediu foi o Rio Grande do Norte, onde grandes nomes estão aparecendo para a glória de nosso esporte. Nem todos iniciaram como pioneiros. Foram se agregando ao longo do tempo e se tornando pilares à sustentação de nosso esporte no contexto nacional.
A alegria de ver nomes consagrados no futebol de mesa, mesclados com antigos botonistas faz com que a certeza de nossa luta sempre será levada adiante, diferente de outros movimentos do mesmo futebol de mesa, mas que sofrem com a falta de continuidade, como a própria Regra de 3 Toques, que está quase adormecida e com pouquíssimos pontos de atuação em nosso território.
A festa de despedida do 1º Campeonato Brasileiro. O pessoal do Rio Grande do Sul com o pequeno grande Webber Seixas (ao centro). Feijoada no Ypiranga
Que as agremiações, apoiadoras da Regra Brasileira, continuem com força total e que novas apareçam para solidificar e mostrar que estaremos sempre no coração dos botonistas que atuam em nosso continente.
Brasileiro de 1970. Uma homenagem  aos que começaram esta caminhada


Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

5 comentários:

  1. Ė isso aí, Sambaquy, a regra brasileira, na realidade, tem uma bela história, que só você ė capaz de contar. Parabéns!

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    1. Meu amigão ABIUD,
      essa história ainda haverá de ser impressa em forma de livro, para que os amantes do futebol de mesa saibam como um sonho de menino acabou tornando-se uma realidade que motiva milhares de pessoas ao redor de mesas, através dos tempos.
      Quanto a ser contador delas, acredito que existem muitos que conseguem enaltecer esse esporte que tanto nos cativa. Você é uma dessas pessoas que tem uma história linda no esporte. Só falta começar a por no papel.
      Abração gaúcho/catarinense e colorado.

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  2. LH.ROZA...
    Que eternidade, esperar pela próxima "COLUNA"...só mesmo preparando um "chimarrão" e ficar atirado na rede aturando essa enxurrada de jogos da COPA. Mas ao final da leitura, é mais uma aula de esclarecimentos, desses abnegados que carregam os louros pela formam como conduziram suas "Associações" ao longo dos tempos.
    Um forte abraço e até mais ...

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    1. Meu caro ROZA,
      Você é um dos que sempre carregaram o piano. Sua história também seria um importante livro sobre nosso esporte. Foste o descobridor de verdadeiras jóias de nosso esporte e com suas mãos levantaste em Pelotas o COP. Isso só já daria um livro que encontraria receptividade entre todos os botonistas que desejam preservar a história de nosso esporte.
      A eternidade referida é de apenas uma semana. Mas, para quem escreve passa muito rápido. Já são 203 colunas escritas.
      Um abração entre os jogos da Copa.

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  3. LH.ROZA
    Menos meu "ÍCONE"...Mas seria muito gratificante receber em "VIDA" o reconhecimento, do que os tradicionais tapinhas nas costas.
    Quanto ao "PIANO", realmente só quem tem essa paixão pelo FUTMESA saberia dar o verdadeiro valor .
    Volto repetir esse texto: O jogo de botões faz esquecer problemas pessoais é como um desestressar natural ...

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