O Jornal
da Bahia, na edição de segunda feira, dia 13 de fevereiro de 1978,
estampou esse título, na nota que transcrevo abaixo:
“O
baiano Jomar Moura, sagrou-se campeão brasileiro de futebol de mesa
em certame disputado no Rio de Janeiro na sede do Sport Club
Mackenzie. O IV Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa contou com a
participação de oito estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande
do Norte, tendo participado 34 técnicos.
A
delegação da Bahia esteve formada por Jomar Moura (campeão
baiano/77), Geovanne Moscovitz (Campeão Brasileiro de 1976), Nelson
Carvalho, Paulo Cortes, Vilno Oliveira e Marialvo Santos.
As
disputas foram realizadas por chaves, sendo a primeira fase formada
por seis chaves de quatro clubes e duas de cinco. Foram classificados
dois clubes de cada chave, num total de 16. Em seguida, foram
disputados os jogos num tempo de cinquenta minutos, sendo 25 em cada
fase. O campeão brasileiro, Jomar Moura, venceu na final a Marcos
Fúlvio Barbosa pelo marcador de 4 x 2. Para se tornar campeão,
Jomar teve de realizar onze jogos, com os seguintes resultados: 3 x 0
no Rio de Janeiro, 5 x 2 no Espírito Santo, 3 x 3 com o Rio Grande
do Sul, 2 x 1 em Alagoas, 2 x 1 em Pelotas (RS), 2 x 0 em Jaguarão
(RS), 1 x 0 no Rio de Janeiro, 2 x 2 em Caxias do Sul (RS), 3 x 0 no
Rio de Janeiro e 4 x 2 em Caxias do Sul (RS).
A
Bahia já venceu os Campeonatos Brasileiros em 1971 (Recife- PE),
1976 (Jaguarão – RS) e, neste ano, no Rio de Janeiro. As
delegações que foram participar do IV Campeonato Brasileiro de
Futebol de Mesa ficaram hospedadas no CEFAN – Centro de Educação
Física Alberto Nunes.
No
encerramento do certame nacional, o professor Antonio Carlos Martins
ofereceu um jantar no Alto da Boa Vista, ocasião em que foi entregue
o troféu de Campeão Brasileiro. Também ficou decidido nessa
oportunidade onde seria a sede do próximo campeonato brasileiro,
sendo escolhida a cidade de Vitória no estado do Espírito Santo. A
data também foi fixada para janeiro de 1980.
Os
baianos sempre obtiveram boas classificações em todos os
campeonatos e torneios que têm participado e a galeria de troféus
da Associação de Futebol de Mesa da Bahia é um atestado da
performance dos nossos técnicos. A Associação, que está situada
na Rua General Argolo, 35, além de ser bem instalada, é muito bem
dirigida por uma equipe de esportistas que tudo tem feito para elevar
essa modalidade.”
Esse
campeonato permitiu que a Assembléia decidisse sobre a participação
de botões cavados (livres) nas competições, pois, até então,
havia a predominância de botões lisos em todas as disputas. No
entanto, apesar de ter sido idealizado para botões lisos, já
apareciam variações na composição de diversos botonistas. Um
deles, o presidente da Associação Brasileira, professor Antonio
Carlos Martins, usava um ataque de lisos e uma defesa com botões
cavados. Isso serviu de incentivo, pois as coberturas realizadas eram
sempre perfeitas e impediam o desenvolvimento utilizado. Muitos foram
os adeptos que trocaram do liso para o cavado, fazendo surgir, a
partir de 1980, campeões que jogavam com botões cavados. O primeiro
foi o carioca Julio Cesar Albuquerque Nogueira, que levantou o troféu
campeão em Pelotas. No ano seguinte, disputado em Brusque, com mesas
destinadas aos lisos, modalidade praticada naquela cidade, Hozaná
Sanches, da Bahia, foi o vencedor. Em 1982, o título foi repartido
entre liso e cavado, em Itapetinga. De 1983 a 1990, houve uma
sucessão de conquistas de praticantes da modalidade livre, o que
motivou a criação, em 1991, das duas modalidades a serem
disputadas.
Apesar de
a regra ser a mesma, o desenvolvimento do jogo é completamente
diferente. O Livre é amarrado, com poucas chances, comumente chamado
pelo presidente da Riograndina de embarrados, enquanto o liso faz com
que o praticante botonista use de habilidade extraordinária para
conseguir chutar ao gol. Enfim, são duas maneiras de praticar a
mesma regra e fazem com que seus adeptos se aprimorem cada vez mais,
beirando à perfeição.
Resumindo,
digo que 1978 e 1991 marcaram, na vida dos botonistas, profundas
mudanças, sempre tentando aprimorar e aproximar os desportistas
brasileiros. Na coluna da semana passada, quando explorei a idéia
gerada pelo amigo Breno, salientei que tudo deve ser muito bem
estudado e pensado com profundidade, pois mudanças podem e devem
acontecer, mas sempre no sentido de melhorar o conjunto da obra.
Sambaquy
Sambaquy, parabéns por mais esta brilhante postagem. Assim, abrilhantas ainda mais nosso acervo histórico do futebol de mesa. Muito obrigado.
ResponderExcluirAbraços.
Gelson Bauer.
Amigo Gelson,
ResponderExcluirSaber que você acompanha essas narrativas é gratificante. Acredito que a história deva ser escrita, pois só assim ela permanecerá para todo o sempre. Quanta coisa já perdemos dessa rica trajetória botonistica por não ter sido registrado. Fica na memória de alguns e quando esses se vão, perde-se para sempre. Há histórias geniais que o Guido contava na sua Coluna Sargento Garcia e que envolviam o Robson. São histórias para serem eternizadas, afinal são elas que dão um toque especial ao nosso esporte.
Obrigado por seu comentário.