segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

38 CAMPEONATOS BRASILEIROS JÁ FORAM REALIZADOS.


No ano do centenário do Mestre Décourt será realizado o 39º campeonato brasileiro de futebol de mesa na Regra Brasileira. Confesso que estava um pouco distante dessas realizações grandiosas que iniciaram com a atitude vitoriosa do grupo que criou a regra, com a intenção da realização do primeiro brasileiro da modalidade.

Foi no distante ano de 1970, realizada em Salvador, que foi dado o ponta pé inicial para essa grande confraternização em torno de mesas, sonho que acalentávamos desde a década de sessenta. E lá se vão trinta e oito campeonatos brasileiros realizados.

Confesso que não estava acompanhando de perto, pois a minha participação se restringiu até o sétimo campeonato, realizado em Brusque, quando ainda era presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa. Até então, nossos irmãos nordestinos estavam sobrando nas mesas. Sergipe, Bahia e o Rio de Janeiro, que sem ser no nordeste, já havia beliscado um campeonato em Caxias do Sul, através do Antonio Carlos Martins. Reinavam nas mesas e carregavam os troféus maiores para suas sedes.

Mas, a partir do oitavo campeonato brasileiro, quando terminou empatado e sem possibilidade de haver o desempate, o Rio Grande do Sul começou a escrever seu nome nesse rol de campeões. Deixaram os gaúchos tomarem o gostinho de trazer troféus para casa e a coisa complicou para os irmãos nordestinos.

Houve a abertura em 1978 para os botões cavados participarem das disputas. Isso tornou-se uma faca de dois gumes para aqueles que praticavam com botões lisos, pois quem jogava de cavado dificilmente errava uma cobertura, ao passo que para os lisos era sempre bem mais difícil. Até 1991 as disputas reuniam os dois tipos de botonistas em um certame só. A partir de 1992 começam a serem realizados dois campeonatos simultâneos: lisos e cavados. Com isso aumenta o número de campeões anuais, superando a marca de 38 campeões brasileiros, pois a partir daquela data serão dois ou mais os campeões em cada ano.

Salvo melhor juízo, o recorde de títulos ainda continua com os amigos baianos que somam até 2008, vinte e dois títulos, seguidos pelos gaúchos que já alcançaram suas dezessete conquistas. Depois encontramos os cariocas com seus sete títulos, Sergipe e Rio Grande do Norte com três e os estados do Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e São Paulo que abiscoitaram um título.

Os heróis gaúchos que tiveram a humildade de aprender para agora ensinar, gravaram seus nomes com letras de ouro na Federação Gaúcha, são os seguintes: Miguel Fernando de Oliveira, Victor Afrânio de Lima, Cláudio Luiz Schemes, Aldyr Rosenthal Schlee, Luiz Fernando Silva, Nilmar Ulgim Ferreira, Vitor Mecking, Guido Antonio Stein Garcia por duas vezes, Robson B. Bauer com duas conquistas, Alex Antonio Degani também por duas vezes, Gilvan Silva Moreira por duas oportunidades e Luiz Antonio Rodalles que também venceu em duas. Saliente-se que nos dois primeiros campeonatos havia a disputa por equipes. Eram três integrantes em cada equipe. Nelas o Rio Grande conseguiu o quarto lugar em 1970 e o quinto em 1971. Sobre isso já escrevi quando falei sobre o primeiro e o segundo campeonatos brasileiros da modalidade.

Ao escrever essa coluna sinto o quanto foi bom para o meu estado natal e para os demais estados da união, a realização da empreitada que realizamos para chegar a uma regra que pudesse reunir tantos praticantes ao redor de uma mesa. Vejam bem a diversidade de estados campeões. São nove estados que conseguiram o campeonato brasileiro de futebol de mesa na Regra Brasileira.

E muitos ainda teimam em chamar a nossa regra de Baiana. Nada contra a regra baiana que tinha muita coisa absurda que foi abolida com a unificação. Devemos lutar pelo nome de Regra Brasileira, pois foi a primeira a ser oficializada em disputas nacionais, queiram ou não as demais regras. Todas são ótimas, mas o primeiro passo foi dado em 1967, na célebre reunião entre gaúchos e baianos. De lá para cá quanta glória e quantas vitórias conseguimos.

E voltando a falar do mestre Décourt, quando lhe mostrei as coletâneas sobre o futebol de mesa e falei dos campeonatos brasileiros já realizados, ele ficou encantado e na produção do Hino do Botonista ele salienta que “jogando em qualquer regra, vou praticando o meu lazer”, referindo-se a quantidade de regras existentes, já que ele jogava a sua regra paulista. Para o encontro que teve com Getúlio Reis de Faria, no Rio de Janeiro, quando comemoram o cinqüentenário de sua regra celotex, usou um time liso que lhe enviei, pois o Getúlio praticava a Regra Brasileira.

Por isso, meus amigos, vamos valorizar o que está sendo cultivado em nosso solo e saber que todos nós temos uma parte efetiva nesse crescimento imenso que o futebol de mesa atingiu em nosso país.

E lembrem-se todos que no dia 14 de fevereiro, quando comemorarmos o nosso dia, deveremos comemorar também o centenário daquele que teve a coragem de divulgar em 1930 o esporte que tanto amamos.

Até lá, com o meu abraço.

Sambaquy.

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