segunda-feira, 18 de julho de 2011

MARCOS FÚLVIO DE LUCENA BARBOSA O GAÚCHO MAIS CARIOCA DO BRASIL.


O Marcos Barbosa surgiu na Liga Caxiense em dezembro de 1969. Foi na época em que eu podia vencê-lo e que se prolongou até 1971, quando ele dominou completamente o futebol de mesa e tornou-se quase imbatível.

Eu havia sido o campeão caxiense de 1969, e havia participado do primeiro campeonato brasileiro realizado em Salvador, no ano de 1970. O Marcos ficava embevecido com as histórias, que repetidamente solicitava que narrássemos. Dedicava-se ao futebol de mesa com muita vontade e foi assimilando tudo o que acontecia, todas as novidades.

Em 1971 tivemos a realização do segundo campeonato brasileiro, dessa vez em Recife,
e, convidado declinou, pois ainda não se julgava apto a enfrentar as grandes feras brasileiras.

Em 1972, quando realizamos o terceiro brasileiro, ele e o Vanderlei Duarte foram os representantes caxienses na disputa. Foi o inicio de sua carreira vitoriosa. No ano seguinte, com a nossa sede localizada no Edifício Martinato, no centro de Caxias, Marcos foi um dos baluartes que muito incentivou a divulgação da modalidade pelo nosso estado.

Por duas vezes sagrou-se campeão caxiense. Em 1972 e 1976.

O campeonato brasileiro só voltou a ser disputado em 1976, dessa vez em Jaguarão (RS), mas foi no seguinte, em 1978, no Rio de Janeiro a sua grande exibição. Marcos Fúlvio de Lucena Barbosa, representando Caxias do Sul foi o vice-campeão. E foi vice-campeão por ter sido moldado com a forja gaúcha, que não admitia maneirismos e jogadas desleais, pois não se aproveitou de diversas oportunidades para jogar fora a bolinha e rearmar seu time. Jogou limpo e foi castigado. Vencia o jogo e sofreu a virada, mas saiu com a cabeça erguida. Seria a primeira vitória gaúcha com botões lisos em disputas nacionais.

Em sua permanência na cidade maravilhosa, apaixonou-se por tudo o que encontrou e acabou transferindo-se definitivamente para lá. Perdia Caxias do Sul mais um excelente botonista. Ganhou o Rio e o C. R. Vasco da Gama.

Marcos jogava, quando estava em Caxias, com o São Paulo. Era inovador e realizava coisas impossíveis. Certa ocasião comprou dois times do S. Paulo. Um todo listrado e outro todo preto. Conseguiu uma pessoa que cortasse um circulo dos botões, na parte central, e transformou os dois times de maneira que o tricolor ficou com o centro preto e o escudo do São Paulo no centro e o preto com o centro tricolor e com o escudo central. Assim ele conseguia realizar proezas que deixavam os demais integrantes da Liga de boca aberta. Era um companheirão de todas as horas. Em cada viagem estava sempre pronto a acompanhar o grupo. Foi um dos participantes do primeiro estadual, realizado na Regra Brasileira, na cidade de Canguçú, em novembro de 1973.

No Rio de Janeiro ficou um tempo sem jogar, mas o amor ao esporte o conduziu ao Vasco e lá se encontra até hoje. De São Paulo passou a defender, com unhas e dentes o seu Vasco da Gama.

No XXIX Centro Sul, realizado há poucos dias em Caxias, nos encontramos e foi emocionante poder recordar grande parte de nossas vidas, quando a dificuldade era enorme, mas nunca nos afastou da idéia de divulgar e promover o futebol de mesa.

Almoçamos juntos, tomamos café da manhã, sempre conversando sobre o esporte que amamos. Por sorte, caímos na mesma chave. Nosso jogo foi emocionante e cheio de boas recordações, apesar da minha grande parada no esporte. Mesmo assim, 3 x 1 ficou de bom tamanho. A coincidência dos números é que há 31 anos eu não disputava uma partida oficial, pois havia parado logo após o campeonato brasileiro de 1980, disputado em Pelotas. Para mim, jogar contra o meu parceiro de cinqüenta anos passados foi o premio maior.

Sua simpatia continua a mesma. Lembramos de nossa viagem à Cachoeira do Sul, quando fomos fazer uma demonstração do futebol de mesa na Regra Brasileira. Ele tinha detalhes de uma partida jogada em 28 de julho de 1973, naquela cidade. Uma partida de exibição e o primeiro tempo acabou com 3 x 0 para ele. No segundo tempo, ele afrouxou e eu fui amontoando gols. O jogo acabou 4 x 3 para mim. Fiquei feliz, pois ele também marca suas partidas e poderá comprovar tudo o que estou dizendo. Mas o que vale mesmo é a amizade que sentimos um pelo outro, coisa de irmãos que somos.

Que possamos nos encontrar inúmeras vezes em próximas disputas. Prometo que tentarei treinar para poder fazer frente ao imbatível adversário de toda a vida.

Até a semana que vem, com a certeza de que serei lido pelo meu amigo Marcos.

Sambaquy.

Foto: PizzaPai, Sambaquy e Barbosa.

Foto: Barbosa e Sambaquy.

Foto: Sambaquy, Sá Mourão e Barbosa.

Foto: PizzaPai, Sambaquy, Barbosa, Robson e The Best.

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