segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A COMUNICAÇÃO NO FUTEBOL DE MESA.



Todos os dias eu passo horas lendo noticias em diversos blogs sobre o futebol de mesa de todo o país. Assim, fico inteirado do que está acontecendo nas diversas agremiações que enriquecem esse esporte que levou tanto tempo para ser reconhecido.
Há blogs, como os do Breno e do Gothe, cujas informações diárias mostram o intenso trabalho que seus editores colocam para detalhar tudo o que está acontecendo, não só no seu estado natal, mas em todo o território nacional. O Breno, perfeccionista, brinda-nos com vídeos maravilhosos que fazem sentir-nos integrados no ambiente em que foram feitos.
Muitos surgem com força, mas, com o passar do tempo, vão ficando abandonados e outros até param de fornecer notícias. Mas, a quantidade é muito boa e nos faz viajar pelos mais distantes recantos, locais onde o futebol de mesa é praticado.
Mas, isso é algo que vem sendo feito há menos de dez anos. É algo que a informática nos trouxe  e que haverá de persistir indefinidamente.
O grande impulso que o futebol de mesa recebeu foi iniciado na década de oitenta. Diversos clubes editavam seus boletins em estilo tablóide e distribuíam, via correio, para os aficionados que por eles se interessassem. Foi através deles que iniciamos esse processo que resultou na regularização de nosso esporte no CND. O primeiro que chegou às minhas mãos foi editado pela Associação Galáxia Petlem, chamado TÉCNICOS E BOTÕES. Através dele, tomei conhecimento do BOTUNICE INFORMA, onde o mestre Décourtdesfilava suas histórias e falava dos campeonatos paulistas em geral. Depois, veio o URUDANCAM, (Urubu dando cambalhotas) que trazia as notícias do futebol de mesa do Rio de Janeiro e da turma do Getulio Reis de Faria. O informativo O BOTONISTA foi  editado pelo Clube de Botão de Taubaté, onde o grande José Geraldo Cursino, seu diretor, o redigia. Surgiu, em Brasília, o grande K ENTRE NÓS, produzido pelo extraordinário José Ricardo Caldas e Almeida, e o informativo SERRANO, com o futebol de mesa de Sobradinho. Além deles, havia um protótipo jornalístico produzido por Sérgio Netto que, por vezes, tornava-se violento e atacava os disputantes de outras regras e era romântico e até poético, abrindo espaço para a mulher botonista. Do Rio Grande do Sul, o JORNAL BOLA BRANCA, de Ageu Inácio Kehrwald, de Lajeado, que também dava conta do movimento gaúcho na regra de três toques.
É claro que a velocidade daquela época era bem diferente da de hoje. As notícias eram recebidas de torneios e campeonatos que já haviam ocorrido. Mas, era uma forma de sabermos o que estava acontecendo no restante do país.
Eu tive o cuidado de guardar todos esses informativos e encaderná-los, deixando-os aos cuidados do presidente da AFM Caxias do Sul. São documentos históricos que mostram o desenrolar da história numa época anterior à era da informática. Serviu como motivo de aproximação entre os diversos líderes do futebol de mesa daquela época.
Para mim, valeram viagens a São Paulo e a primeira foi um convite da A.G. Petlem para assistir à segunda Taça Petlem. Convite feito, convite aceito. Fui a São Paulo e Pedro Luiz Junqueira, então o presidente da Petlem, apanhou-me no aeroporto. Fiquei em um Hotel em Moema e, à noite, tive a imensa felicidade de receber a visita de Geraldo Décourt e sua esposa D. Edna. Conversamos como velhos amigos. Eu havia levado comigo dois exemplares que estava guardando com recortes, fotografias, reportagens sobre o futebol de mesa. Décourt ficou espantado quando citava um botonista paulista e eu completava seu nome: Mingão – Domingos Varo Neto; Guilherme – Guilherme Biscasse ; Atienza – Geraldo Atienza; Della Torre – Antonio Maria Della Torre, e assim por diante. Eu estava acompanhando as reportagens que a Gazeta Esportiva publicava todas as quintas feiras, dando conta dos diversos campeonatos paulistas que eram realizados. Ficamos conversando até altas horas, quando então Décourt e D. Edna regressaram ao seu lar.
O gelo havia sido quebrado e tínhamos a certeza de que éramos amigos e nunca rivais por jogarem regras diferentes. Quando falei sobre os campeonatos brasileiros que tínhamos realizado, ele recordou que, quando morou em Porto Alegre, na década de cinquenta,  organizou, em conjunto com a Cia. Caldas Junior, um campeonato estadual, onde centenas de meninos se inscreveram. Lamentou não ter tido o mesmo capricho que eu estava tendo em guardar esses documentos para uma divulgação posterior.
Eu acredito que os historiadores gaúchos, tais como Enio Seibert, poderão coletar essas antigas reportagens e trazer à luz, pois fazem parte da história de nosso esporte. Hoje, seria maravilhoso poder reproduzir aquelas páginas e mostrar aos botonistas que houve alguém que desejava que esse esporte ganhasse vida e força.
Por isso, como é delicioso ler as páginas escritas, diariamente, muitas trazendo histórias antigas, como o presidente da Associação Riograndina que escreve  as escreve maravilhosamente bem, contando histórias acontecidas e que, hoje, fazem parte daquela agremiação como páginas vivas que jamais serão esquecidas.
Se, atualmente, podemos contar com clubes que reúnem botonistas, isso aconteceu em razão dos esforços de quem teve coragem de reunir pessoas e fundar uma agremiação que praticasse o jogo de botões, pois, naquela época, não se falava em futebol de mesa.
Por isso, o meu incentivo àqueles que conseguem enriquecer o nosso esporte com notícias atualizadas e que, com toda a certeza do mundo, farão a história daqui alguns anos.
Até a semana que  vem, se Deus permitir.
Sambaquy

Um comentário:

  1. LH.ROZA
    Amigo AC.SAMBAQUY...
    Como diria o poeta "quando crescer quero ser igual a VC.",ler sua coluna diariamente, é reviver os boms momentos que tive ao longo dos tempos.
    Ao inciarmos em 1953, na era dos puxadores de osso, não imaginava que essa brincadeira de criança, o FUTMESA, viesse se tornar um lazer sem data para parar.
    Acredito por mais habilidoso seja o adversário, pouco importa o resultado mas sim o gesto de respeito que vem tornar uma grande amizade.
    Até +

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