domingo, 18 de março de 2012

FUTEBOL DE MESA E RELIGIÃO NÃO SE DISCUTEM: SEGUIMOS AQUILO QUE NOS CONVÉM

Por acaso já passou pela cabeça de cada um de vocês a possibilidade de a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE MESA decidir, demagogicamente, que, de uma data em diante, somente uma determinada regra contemplará as disputas em nível nacional? Fatalmente será o caos, pois quem não estiver afinado com a regra escolhida, ou deixará de praticar, ou continuará a jogar a sua preferida como fazíamos na antiguidade, isoladamente.
Para atingirmos o estágio atual, necessário foi sentarmos em mesas redondas e trocarmos ideias, conhecermo-nos, aceitarmo-nos e abrir mãos de muitas conquistas individuais.
Da mesma forma que praticamos uma determinada religião, aceitando que nosso vizinho pratique outra e até parentes escolham uma terceira bem diferente. Todas elas têm um único objetivo, que é amar a Deus e ao seu semelhante, nosso irmão. Essa liberdade está na Constituição da República Federativa do Brasil, nos Direitos e Garantias Fundamentais, capítulo I, Artigo V, parágrafo VI: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.”
Assim, cada um de nós segue a religião que quiser.
Sendo assim, jogamos na maneira que mais nos agrada. Se optarmos pela Regra de um toque, vamos em frente e tentemos ser o melhor nela. Da mesma maneira, se essa opção for pela de três toques, ou doze toques, ou mesmo dadinho, modalidade adorada pelos cariocas. Há também as escolhas regionais. Há pessoas que jogam a nossa Regra Gaúcha, a Regra Unificada, de autoria de Enio Seibert, que utiliza os mesmos botões da gaúcha, assim como existem outros que preferem a Regra Toque-toque, ou Leva-leva, do Fred Mello. Os pernambucanos adoram a Regra Pernambucana, apelidada, por eles, de a Rainha das Regras. Mas, lá também existe quem pratique a Regra Fogo Tebei. Na Paraíba, há uma Regra Paraibana, com muitos adeptos. No Pará, joga-se a Regra Celotex, cujos participantes realizam campeonatos dentro dos grandes clubes de futebol, ou seja: Remo e Paissandu. No Rio, existe a pastilha, e o pessoal que a pratica a adora. São várias as maneiras de praticar o futebol de mesa, o nosso querido jogo de botões.
O trabalho conjunto no sentido do reconhecimento pelo CND foi feito com a participação dos líderes das três Regras mais praticadas no país. A Regra de Um Toque (Regra Brasileira), a de Três Toques e a de Doze Toques. A maioria esmagadora dos botonistas brasileiros pratica uma das três. Foi essa força que conseguiu transformar uma diversão em esporte.
Imaginemos, então, que o nosso Presidente Farah escolha uma delas e exija que o restante do país a pratique. Seria a derrocada de tudo o que foi construído desde a década de oitenta, quando a aproximação foi iniciada. A Confederação adotou a Regra do Dadinho e a oficializou. Seus adeptos estão espalhados de norte a sul do país.
Agora, teremos, no Brasil, o Campeonato Mundial de Futebol de Mesa. As Regras a serem utilizadas serão a nossa de Doze Toques e o Sectorbal (Regra Húngara, trazida por dirigentes da Federação Paulista e já incorporada no clube brasileiro que mais apoia o futebol de mesa: C. R. Vasco da Gama.
Essa é a oportunidade de todos poderem tomar conhecimento de como o nosso futebol de botões é apaixonante. Pessoas que praticam o futebol de mesa em outros países estarão aqui, em nosso solo, disputando esse Mundial.
Sinceramente, eu desejaria que fosse disputado o Mundial nas Regras Oficiais do CND e mais o Sectorball, já que esse é difundido na Europa há muito tempo. Assim poderíamos sentir a reação dos botonistas estrangeiros ao conhecer as nossas três principais regras de jogo. Quem sabe não seriam adotadas em outros países a nossa regra de um toque e a de três toques?
A grande maioria brasileira joga a Regra de Doze Toques, mas ela não é a única em nosso país. Outras existem e devem ser mostradas aos que nos visitam. Talvez estejamos muito perto da data da realização desse espetacular campeonato, mas a ideia fica lançada e que o nosso vice-presidente Robson Marfa consiga sensibilizar o nosso presidente Farah nesse sentido.
Até lá, cada um joga na regra que escolheu, pois para ele é a melhor que pode existir e ninguém o fará mudar de opinião.
Regra 12 Toques

Regra Dadinho

Regra Pernambucana

Regra Brasileira

Regra Gaúcha

Regra 15 Toques
Regra Paraibana

Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

4 comentários:

  1. Prezado Adauto,

    Não há dúvidas que o Futebol de Mesa é uma paixão nacional. Nesse país continente, haver uma variedade de regras no jogo de botão, seria inevitável. Como você bem mencionou aqui na coluna semanal, adeptos de inúmeras regras se espalham em todo território brasileiro e independentemente desta ou daquela regra, se perguntar a cada um individualmente, o que os move a joga-la, a resposta bem poderemos antever: "é o ÚNICO PRAZER DE JOGAR BOTÃO" e isso é o que alimenta os amantes do Botãobol (Regra Pernambucana)

    Infelizmente, rivalidades de regras existem. Onde há rivalidade, acaba havendo menosprezo. No menosprezo, as críticas afloram, depreciando a imagem do Futebol de Mesa num todo, o que não ajuda em nada, a divulgação e a luta para trazer novos amantes para as mesas.

    Em meu blog, dedicado ao CHELSEA e ao fantástico Mundo do Botão, trato unicamente da regra da bola de borracha, mas JAMAIS será utilizado para criticar essa ou aquela regra, porque todas fazem parte de um mesmo mundo: O Mundo do Botão!
    Aqui em Recife, nos reunimos aos sábados para desfrutar os melhores lances, jogadas e golaços que o Futebol de Botão pode proporcionar e isso é o que vale. Com toda certeza, o mesmo sentimento toma conta de todos aí, como podemos ver aqui em sua coluna. Basta olhar a galeria de títulos e o tempo em que vens praticando esse esporte, para observarmos a paixão que tens por ele. É de se aplaudir de pé!

    Tenho-o acompanhado semanalmente, desde quando Armando Pordeus nos passou seu blog e costumeiramente, ele comenta sobre o amigo gaúcho. Pena que não veio à APFM palhetar conosco. Seria um grande encontro.

    Grande Adauto, espero um dia, seu retorno à capital pernambucana, e não esqueça seu INTERNACIONAL. Passar algumas horas palhetando com você, será uma honra!

    Viva o Inter!

    Abs

    Hugo Alexandre - CHELSEA FCampeoníssimo

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  2. Grande Sambaquy,

    Lendo mais uma vez a sua coluna me deparo com uma coisa que para mim é um entrave de que o futebol de mesa seja reconhecido mundialmente e quem sabe, fizesse algum dia parte de uma olimpíada.

    Qual o problema que vejo: HÁ MUITAS REGRAS.

    Te pergunto: QUAL O ESPORTE NO BRASIL QUE TEM MAIS DE UMA REGRA? RESPOSTA: Somente o nosso futebol de mesa.

    Até PING-PONG tem UMA REGRA para TODO O MUNDO.

    Volei, basquete, Futebol, Futebold e Salão, Curlling, Peteca, Tênis e TODOS OS DEMAIS ESPORTES tem UMA UNICA REGRA.

    Te imagina se no Volei aqui do Brasil pudesse ter dois saques quando o primeiro der errado? Se o bloqueio tivesse que ser feito apenas por um adversário?

    Este nosso sentimento de dizer que o futebol de mesa é apaixonante e cada um joga a regra que bem lhe convier, me desculpe, para mim é pura falta de organização para fazer com que estes esporte evolua á nivel mundial.

    Te imagina amigo Sambaquy, um mundial de LIVRE, CAVADO, 12 TOQUES, BOLA QUADRADA, DISCO e lá sei eu mais o quê. Lógico que nunca iremos ver isto. Como podemos pleitear ter o FUTEBOL DE MESA reconhecido mundialmente quando na primeira pergunta: COMO É A REGRA? teremos que dizer: PARA QUAL CIDAADE ESTAMOS FALANDO? Cada cidade tem UMA. Chega a ser engraçado para não dizer outra coisa.

    O que deveria acontecer, porém, ninguém cede um milímetro, é UMA REGRA SÓ NO BRASIL. Utopia lógico. Pois então, não temos a mínima possibilidade de ver o FUTEBOL DE MESA ser reconhecido mundialmente. Teremos que nos contentar com nossas competições nacionais apenas e em lá sei eu quantas regras.

    isto é o que EU penso meu grande amigo,

    forte abraço neste amigo!

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  3. Sambaquy meu amigo, quero de público dizer que pretendo sim de alguma forma mostrar aos “gringos” as regras oficiais que praticamos no Brasil, para tanto vou conversar com o Robson (1 toque), o Ronald (dadinho) e o Stumpf (3 toques), para de alguma forma darmos algumas demonstrações das modalidades praticadas, temos que pensar que por exemplo a Vela que é esporte olimpico tem modalidades diferentes com regras proprias, portanto nada impede que o futebol de mesa as tenha, tenho o site futeboldemesanews desde 2004 e desde então nunca fiz descriminação a qualquer uma das modalidades, fui e sou incentivador do FUTEBOL DE MESA, seja ele disputado como e quando for, portanto, tenha certeza que o que pudermos fazer por ele faremos
    grande abraço do amigo Farah

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  4. Pois é, concordo com o nosso amigo acima, seria necessário que as federações entrassem em concenso para elaborar uma regra unversal para todas as agremiações, onde as variações de cada regra (regional) pudessem serrem analisadas, modificadas, adaptadas e/ou excluidas afim de melhorar o desempenho de cada participante e a uniformidade da categoria. Sou praticante da regra paraibana, e a única faceta das outras regras de que não concordp é o fato de o goleiro fica imóvel ao contrario da nossa "regra", a não ser esse fato (que acrescento é apenas uma opinião minha) as demais regras se parecem e muito.
    Desde já agradeço o espaço disponibilizado para nós botonistas e, espero que minha humilde opinbião possa ter contribuido de alguma forma para a melhoria do nosso esporte.
    Um abraço do botonista Leandro, de João Pessoa/PB.

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