domingo, 29 de julho de 2012

A VONTADE DE TRANSFORMAR A COLUNA EM UM LIVRO SOBRE O FUTEBOL DE MESA.


Muitas vezes, procurei obras que falassem sobre o nosso esporte, e as raríssimas publicações  encontradas foram as citadas em minha coluna de 16 de abril desse ano, intitulada Futebol de Mesa em livros.
Quando escrevi sobre esse assunto, chegara à coluna número 91 e isso criava em minha mente a vontade de transformar tudo em um livro que falasse e contasse alguma coisa sobre o esporte que praticamos. Lembrei de uma correspondência recebida de meu amigo José Ricardo Caldas e Almeida, em 29 de janeiro de 2011, na qual ele dizia:
“Se serve de incentivo, alguns livros são resultados de passagens de jornalistas e escritores pelas colunas de jornais e revistas. Quando estes percebem que o trabalho na coluna tem boa receptividade perante o público e para eternizar essas passagens em nossas vidas é que temos de partir para um livro.”
Continua dizendo que só temos uma vida completa quando plantamos uma árvore, escrevemos um livro e temos um filho. Eu já coloquei belos filhos no mundo, plantei algumas árvores em minha vida, então... falta  publicar um livro que, pelo menos, será lido por quem gosta de jogar botão.
E isso, meus amigos, alimentaria a idéia de sonhos de vários botonistas que descrevo em minhas colunas, muitos deles já ausentes de nosso convívio. Seria a minha homenagem a esses amigos queridos que, em muitas horas de suas vidas, dividiram uma mesa comigo, jogando partidas de futebol de botão.
Tenho certeza de que muita coisa ficará incompleta, pois somos falíveis, mas depois de uma leitura, muitos serão os questionamentos sobre não ter escrito a respeito de uma passagem determinada em que vivenciamos juntos e que, por um acaso do destino, eu esquecera. E, assim, com o tempo poderemos aumentar os acontecimentos e fazer a história ser completada, fechando um ciclo que seria maravilhoso recordar por inteiro.
Muitas obras ficam à espera do preenchimento de lacunas que, por acaso do destino, ficaram entregues a pessoas que as esqueceram em algum lugar do passado e por isso mesmo quase irrecuperáveis. Nós mesmos, quando por alguma razão, paramos de jogar, de manter contato com as pessoas que continuam praticando o esporte, ficamos alheios aos acontecimentos e perdemos o fio da meada. E isso, se não for documentado por alguém, com toda certeza, perder-se-á no contexto da história.
Com o passar do tempo, vão surgindo outras idéias, pois a criatividade ficará acima da média quando estamos envolvidos com um esporte que é a imitação de uma paixão nacional. Tudo o que fizermos pode ser recebido pelos leitores como ficção, viagem (no bom sentido), paixão, dedicação, amor ao esporte, etc.
Não podemos jamais esquecer que, em 1941, a primeira Associação de Futebol de Mesa do Rio Grande do Sul, denominada de Sociedade General Lima e Silva, criada por Lenine Macedo de Souza, surgia em Porto Alegre, reunindo quase vinte meninos para praticarem o futebol de botões. Que esse mesmo Lenine, em 1961, cria a primeira Federação brasileira para a prática do nosso esporte. Somos pioneiros, não há como negar isso. Temos a obrigação de divulgar tudo, já que aquilo que não for registrado estará fadado ao esquecimento.
Muitos dos relatos que circulam por diversos blogs afirmam que Geraldo Cardoso Décourt foi o inventor do futebol de mesa. Tive a felicidade de conhecer e privar da amizade de Décourt e isso foi sempre algo repudiado por ele, pois, em seu livro, no qual dedica um capítulo ao futebol de mesa, confessa que aprendeu a jogar futebol de botão em 1922, com dois irmãos no Rio de Janeiro. Que editou um livreto de regras, o primeiro no Brasil, em 1930, chamado de Regras de Futebol Celotex, disciplinando a maneira de jogar, mas que jamais foi o seu inventor.
Por essa razão, vamos pensar seriamente em editar um livro, contando as histórias vivenciadas por nós e que envolvem inúmeros amigos, para que, num futuro distante, sejamos todos lembrados como pessoas que se deixaram apaixonar por um esporte, ajudando-o a se tornar popular e amado por todos os seus admiradores.
Capa Preliminar do Livro que eu e a AFM Caxias pretendemos lançar com as histórias aqui transcritas e com um pouco de minha vida que muito se confunde com o Futebol de Mesa

E que, nesse futuro distante, não exista tanto antagonismo entre os seus praticantes.
Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy

6 comentários:

  1. Meu caro Sambaquy. Que essa excelente idéia se torne realidade. O Futebol de botões bem que está por merecer uma obra prima e a sua pena é a mais indicada para essa tarefa que servirá para imortalizar esse magnífico esporte. Sucesso na empreitada e desde já encomendo um exemplar. Abração pernambucano. Tudo pelo botão.

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    1. Meu grande amigo Abiud,
      Depois de escrever mais de cem colunas, amadureci a idéia de eternizar as pessoas que fizeram essa roda gigantesca girar. Afinal, daqui a algum tempo nós também não estaremos mais por aqui e seremos fatalmente esquecidos. Nossa obra continuará, pois o futebol de mesa será eterno, mas poucos saberão quem foi Abiud Gomes, Ivan Lima (meu querido amigo), Hugo Alexandre, Armando Pordeus e tantos outros abnegados que tanto lutaram para transformar a brincadeira em esporte competitivo.
      Por isso, agradeço o seu apoio e tenho certeza de que muitos haverão de saber que em todos os recantos de nosso país o futebol de mesa é o esporte que mais reúne amigos.
      O trabalho está sendo elaborado de acordo com a AFM Caxias do Sul e tão logo esteja concretizado o amigo tomará conhecimento. Um dia eu estarei em sua prateleira, para lá permanecer para sempre.
      Um grande a agradecido abraço.

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  2. Amigo Sambaquy
    Por teres vivido e participado nas mesas o nosso esporte desde os anos 60 até a presente data, alem de teres o dom da narrativa, és a pessoa indicada para escrever um livro sobre a matéria. Li hoje a tua primeira coluna no Gothe-Gol e, achei-a ótima, ela relata a realidade.
    Abração Lauro

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  3. Amigo Lauro,
    Agradeço a força pela idéia de lançar o livro. Quanto a coluna no Gothe Gol é a segunda e não a primeira. No dia 17 de julho saiu a primeira. Abordo assuntos com a isenção que deve haver, pois para mim o futebol de mesa é um só, isto é, reúne pessoas que gostamde botões e praticam o seu esporte com amor, seja a regra que for. Nada pode e deve ser imposto a alguém que não deseja fazê-lo.
    Um abraço ao campeão brasileiro, uma glória que poucos possuem em suas conquistas.

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  4. Amigo Sambaquy, com certeza estarei na fila no dia do lançamento com o teu livro nas mãos para vc registrar o seu autógrafo em nome deste admirador.
    Rogérinho

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    1. Rogérinho,
      Podes estar certo que se isso acontecer a honra será minha.
      Abração

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