segunda-feira, 6 de agosto de 2012

EM TEMPO DE OLIMPIADA: OLIMPIADA O TEMPO TODO.

Estamos vivenciando Olimpíada 24 horas por dia. É ligar a televisão e a grade de programação apresenta uma série de disputas, da qual podemos escolher a que melhor nos aprouver.

Nos primeiros dias, o ineditismo é algo que nos atrai, mas, depois de uma semana, a coisa começa a ficar chata. Torcemos por nossos atletas e o que estamos vendo é um apagão geral. Imaginávamos uma boa quantidade de medalhas, pelo início promissor, pois foram três no primeiro dia e, depois disso, só a esperança de mais alguma. Será que em 2016 conseguiremos algo mais do que estamos conseguindo na atualidade? Deixo a pergunta no ar, pois, por mais otimista que eu possa ser, não vejo nenhum apoio aos nossos atletas, muitos dos quais nem puderam ir a Londres por falta de patrocínio.  Outros, onde depositávamos esperanças, simplesmente fracassaram tremendamente. Até o time de vôlei feminino, sempre imbatível em torneios e campeonatos anteriores, apagou-se completamente. Lembrei-me de uma final, também em Olimpíada, contra a Rússia, quando estávamos à espera de míseros pontos e as russas foram pontuando e acabaram nos tirando o pão da boca. Será que o corte da Mari afetou as demais?

Para nós, ainda resta o futebol, vôlei masculino, de praia e o basquete. Se a vontade superar a apatia, quem sabe consigamos mais algumas medalhas. Nas demais especialidades, as esperanças são muito remotas.

Escrevi sobre Olimpíada por uma razão especial. Acredito que nosso esporte participou de somente uma Olimpíada. Ela foi desenvolvida na cidade de Caxias do Sul, no mês de dezembro de 1967, quando o presidente do Sindicato dos Bancários, colega Dauro Brandão de Mello, por conta e risco, promoveu a 1ª Olimpíada Bancária de Caxias do Sul. Foram várias as modalidades  disputadas: futebol de campo, de salão, de mesa, basquete, vôlei, bolão, bocha, xadrez, dama, dominó, tênis de mesa, caneco e snooker.

O futebol de mesa, matéria que nos interessa, foi desenvolvido na AABB. Eram jogos eliminatórios e participaram colegas de vários Bancos da cidade. Fui um dos representantes do Banco do Brasil. A disputa foi na Regra Brasileira, a qual vinha sendo a única a ser utilizada em nossa cidade. O meu primeiro adversário foi o Renato Morosini Muller, do Banrisul, que sempre conseguia me vencer em campeonatos bancários. Nesse dia, eu havia colocado que faria bonito nas mesas e que ninguém me tiraria a chance de chegar longe. Nosso jogo foi amplamente favorável a mim, pois eu treinara muito para as disputas. Venci o Renato por 3 x 0, eliminando um botonista do Banrisul. Meu segundo adversário sempre foi uma pedreira em meu caminho. Meu compadre Vicente Sacco Netto, colega do Banco do Brasil (primeiro campeão estadual gaúcho na Regra Brasileira em 1973), veio com tudo, pois também ambicionava a conquista. Entretanto, não lhe dei chance alguma e, no final do jogo, o placar de 2 x 0 me colocaria na final.

A final foi contra Sylvio Puccinelli, outro colega de Banco do Brasil. Também ávido pelo troféu de campeão. Foi um jogo emocionante e o Sylvio saiu na frente, marcando o seu gol ainda no primeiro tempo. Antes de terminar essa fase eu empatei o jogo. O segundo tempo, depois de sentar e refletir sobre o que representaria essa conquista, a primeira que não estava nos calendários botonísticos de nossa cidade, seria algo grandioso para mim e serviria para a glória de ser considerado um campeão olímpico, mesmo que fosse numa Olimpíada de Bancários. Voltei com tudo nesse segundo tempo e consegui marcar mais duas vezes, resultado em 3 x 1 a meu favor. Campeão Olímpico Bancário de 1967, na primeira realização e, até agora, a única na cidade.

Os meus goleadores foram: no primeiro jogo; Tim (7), Victor (9) e Alemãozinho (12); no segundo jogo, Bruxo (10) e Victor (9) e, na final, Machado (5), Sady Costamilan (8) e Lady Costamilan (11).

Os troféus foram entregues num baile que reuniu a família bancária da cidade, realizado nos salões do Recreio da Juventude. Foi uma festa onde a comemoração foi a tônica da noite. Que pena não existirem mais promoções idênticas, pois foi uma congregação unida entre os diversos estabelecimentos bancários e seus funcionários.

Quem sabe a recordação dessa promoção não desperte interesse em entidades no sentido de organizar Olimpíada entre botonistas de diversas agremiações da mesma cidade.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

Sambaquy

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