Meus amigos do futebol de mesa
baiano e brasileiro, hoje,dirijo-me a vocês. Tenho acompanhado o grande e
agitado movimento que os precursores da Regra Brasileira, os amigos baianos,
consolidam em sua agenda tão carregada como a nossa.
Com alegria e satisfação vejo que
o nome de Roberto Dartanhã Costa Melo foi eternizado, através da Comenda
Roberto Dartanhã Costa Melo, outorgada pela Federação Baiana, aprovada na
gestão 1999/2002, em
Assembleia Geral. Gesto magnífico a uma pessoa que muito fez
e continua fazendo pelo nosso esporte. Todo aquele que a possuir deve sentir-se
imensamente honrado.
Três Criadores da Regra Brasileira + o Presidente da Federação Bahiana (Dartanhã - Oldemar - Tosta - Sambaquy) |
Mas, a Federação Baiana tem feito
muito mais. Realiza a Super Copa dos Campeões e denomina o troféu maior e mais
valioso como Super Campeão Jomar
Moura. Outra homenagem maravilhosa a quem dedicou sua vida ao esporte
dos botões.
Afinal, são dois pioneiros de
nosso esporte que estão sendo reverenciados e enaltecidos pelos desportistas da
Boa Terra. No entanto, houve outros pioneiros muito importantes nessa escalada
e que também devem ser lembrados. Muito dos quais acompanham o Jomar no Plano
Espiritual. Jamais esqueçam os nomes de Nelson Carvalho, Ademar Carvalho, Webber
Seixas, José de Souza Pinto, José Aurélio que fazem parte da Seleção Baiana no
céu. E, não esqueçam jamais de um nome, pois foi esse nome o grande responsável
pela existência da Regra Brasileira. Sem a iniciativa dele, talvez estivéssemos
disputando nossos campeonatos regionais aí na Bahia e, aqui, no Rio Grande do
Sul. Falo de Oldemar Seixas.
Partiu dele a grande reportagem
publicada na Revista do Esporte, de circulação nacional, dizendo que a BAHIA DÁ LIÇÕES DE FUTEBOL DE BOTÕES.
Confesso que aquilo foi surpreendente, pois no Rio Grande do Sul funcionava uma
Federação Riograndense de Futebol de Mesa. Aqui disputávamos campeonatos
aguerridos, sob a condução dela. Que lições poderiam os baianos nos dar? Foi
por essa razão que eu escrevi a ele, expondo meu ponto de vista, não aceitando
lições algumas.
A resposta desse valoroso baiano
veio em um envelope, contendo nove laudas, com uma explicação detalhada do que
era feito na Bahia, um exemplar da Regra Baiana, três botões utilizados e
padronizados (Vasco da Gama, Grêmio e Ypiranga (BA)), um goleiro de madeira na
cor verde, com o distintivo do Ypiranga e algumas fotografias. Chamou a nossa
atenção a beleza dos botões, bem diferentes dos nossos, lisos e de magnífico
acabamento. Mas, ao analisar a regra, vimos que a mesa utilizada por eles era o
dobro da nossa. Como seria desenvolvido o jogo com esses botões que deslizavam
sem que pudéssemos dominá-los?
Continuamos a nos corresponder e
a nos conhecer melhor. Já havíamos fundado a Liga Caxiense no ano anterior
(1965) e comemoraríamos o seu primeiro aniversário com um Torneio já
programado. Convites haviam sido distribuídos. Arrisquei convidar o Oldemar,
afinal se eles jogavam tanto futebol de mesa, como afirmava, certamente não
teria medo de jogar na Regra Gaúcha. Para minha surpresa o convite foi aceito,
não só pelo Oldemar, como também pelo Ademar Carvalho. Vieram, trazendo em sua
bagagem centenas de times baianos, os quais foram comprados pelos gaúchos em
quase sua totalidade.
Jogaram na Regra Gaúcha com seus
botões lisos. Oldemar não foi adiante, mas Ademar conseguiu chegar à final do
torneio, sagrando-se vice-campeão. E isso aconteceu por culpa de uma bola
atrasada para seu goleiro, tendo o botão que fez o lance carregado o goleiro e
bolinha para dentro do gol. Com isso tudo, estavam os baianos DANDO LIÇÕES DE
FUTEBOL DE BOTÕES aos gaúchos. Dai, até a criação da Regra Brasileira foram
dois anos de tratativas e ponderações que culminaram, em 1967, com a elaboração
gráfica daquela que hoje reúne brasileiros de todos os estados da União.
Por essa razão eu acredito que
Oldemar Seixas deva ser homenageado, não só pela Federação Baiana, mas pela
própria Confederação Brasileira de Futebol de Mesa. Afinal, como fez Cristóvão
Colombo, foi Oldemar que conseguiu colocar o ovo em pé, quando todos os demais
não conseguiram.
Oldemar e seu Ypiranga em 2012 na Bahia |
Oldemar, Ademar, Nelson, Webber,
Pepe, Geraldo Holtz, Luiz Alberto Magalhães, José Ataíde, Dr. Gantois, Orlando
Nunes, José de Souza Pinto, José Aurélio, Miltinho, Vilno Araujo foram nomes que defenderam as cores baianas com muita garra
e muito amor. Ensinaram-nos a perseverar nesse esporte e não podem ser
esquecidos jamais. Mas, antes de todos eles, o pioneiro, aquele que fez a
grande roda girar e conseguiu com sua astúcia jornalística movimentar e atiçar
os interesses de diversos brasileiros que ansiavam por uma aproximação.
Se hoje estamos com quarenta
campeonatos nacionais realizados, muito devemos ao entusiasmo desse baiano que
merece ser homenageado, pois com muito pouco conseguiu fazer com que se
quebrassem as barreiras desconhecidas entre os botonistas brasileiros,
unindo-os em um só ideal.
Fica a sugestão aos presidentes
da Federação Baiana e Confederação Brasileira. Tomara que me escutem, pois as
homenagens devem ser feitas enquanto a pessoa pode saborear o resultado de suas
ações.
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.
LH.ROZA
ResponderExcluirMeu IRMÃO BOTONISTA....
Vou chover no molhado, mas não faz mal, afinal estamos todos no mesmo barco, ou seja. todos querendo que esse lazer o"FUTMESA" fique cada vez mais eternizado.
Continue com esse trabalho de divulgação do nosso esporte favorito.
Um forte abraço.
Até a próxima...
Obrigado mano Roza,
ExcluirSua presença em minha coluna émotivo para continuar sempre.
Abraço.
Amigão Sambaquy. Estou de volta, depois de 12 dias ausente do Brasil, tornando realidade um desejo de jovem, cruzar o Atlântico e passear pelas ruas de Roma, de Veneza, de Verona e de Lisboa, porém, em todos esses lugares eu tinha meus pensamentos para o botão. Lendo sua crônica, vejo que seguimos destinos opostos, pois enquanto você partia célere nessa cruzada para a disseminação do futebol de botão, ao contrário, eu me limitava apenas a me divertir, dando minhas palhetadas, até hoje. Se voltasse no tempo, com esse aprendizado que tive e estou tendo, tentaria copiá-lo e assim tentar perpetuar o botão. Salve os botonistas de todas as épocas. Viva o botão!
ResponderExcluirMeu amigo Abiud,
ResponderExcluirPara mim você é um baluarte de nosso esporte. Devias ter levado o futebol de mesa para mostrar aos italianos e aos portugueses. Quem sabe não vingasse e pudessemos confraternizar mais com eles?
Abração gaucho/catarinense e colorado.