segunda-feira, 3 de março de 2014

FALTA UMA HOMENAGEM A UM GRANDE LÍDER

Meus amigos do futebol de mesa baiano e brasileiro, hoje,dirijo-me a vocês. Tenho acompanhado o grande e agitado movimento que os precursores da Regra Brasileira, os amigos baianos, consolidam em sua agenda tão carregada como a nossa.
Com alegria e satisfação vejo que o nome de Roberto Dartanhã Costa Melo foi eternizado, através da Comenda Roberto Dartanhã Costa Melo, outorgada pela Federação Baiana, aprovada na gestão 1999/2002, em Assembleia Geral. Gesto magnífico a uma pessoa que muito fez e continua fazendo pelo nosso esporte. Todo aquele que a possuir deve sentir-se imensamente honrado.
Três Criadores da Regra Brasileira + o Presidente da Federação Bahiana
(Dartanhã - Oldemar - Tosta - Sambaquy)
Mas, a Federação Baiana tem feito muito mais. Realiza a Super Copa dos Campeões e denomina o troféu maior e mais valioso como Super Campeão Jomar Moura. Outra homenagem maravilhosa a quem dedicou sua vida ao esporte dos botões.
Afinal, são dois pioneiros de nosso esporte que estão sendo reverenciados e enaltecidos pelos desportistas da Boa Terra. No entanto, houve outros pioneiros muito importantes nessa escalada e que também devem ser lembrados. Muito dos quais acompanham o Jomar no Plano Espiritual. Jamais esqueçam os nomes de Nelson Carvalho, Ademar Carvalho, Webber Seixas, José de Souza Pinto, José Aurélio que fazem parte da Seleção Baiana no céu. E, não esqueçam jamais de um nome, pois foi esse nome o grande responsável pela existência da Regra Brasileira. Sem a iniciativa dele, talvez estivéssemos disputando nossos campeonatos regionais aí na Bahia e, aqui, no Rio Grande do Sul. Falo de Oldemar Seixas.
Partiu dele a grande reportagem publicada na Revista do Esporte, de circulação nacional, dizendo que a BAHIA DÁ LIÇÕES DE FUTEBOL DE BOTÕES. Confesso que aquilo foi surpreendente, pois no Rio Grande do Sul funcionava uma Federação Riograndense de Futebol de Mesa. Aqui disputávamos campeonatos aguerridos, sob a condução dela. Que lições poderiam os baianos nos dar? Foi por essa razão que eu escrevi a ele, expondo meu ponto de vista, não aceitando lições algumas.
A resposta desse valoroso baiano veio em um envelope, contendo nove laudas, com uma explicação detalhada do que era feito na Bahia, um exemplar da Regra Baiana, três botões utilizados e padronizados (Vasco da Gama, Grêmio e Ypiranga (BA)), um goleiro de madeira na cor verde, com o distintivo do Ypiranga e algumas fotografias. Chamou a nossa atenção a beleza dos botões, bem diferentes dos nossos, lisos e de magnífico acabamento. Mas, ao analisar a regra, vimos que a mesa utilizada por eles era o dobro da nossa. Como seria desenvolvido o jogo com esses botões que deslizavam sem que pudéssemos dominá-los?

Continuamos a nos corresponder e a nos conhecer melhor. Já havíamos fundado a Liga Caxiense no ano anterior (1965) e comemoraríamos o seu primeiro aniversário com um Torneio já programado. Convites haviam sido distribuídos. Arrisquei convidar o Oldemar, afinal se eles jogavam tanto futebol de mesa, como afirmava, certamente não teria medo de jogar na Regra Gaúcha. Para minha surpresa o convite foi aceito, não só pelo Oldemar, como também pelo Ademar Carvalho. Vieram, trazendo em sua bagagem centenas de times baianos, os quais foram comprados pelos gaúchos em quase sua totalidade.
Jogaram na Regra Gaúcha com seus botões lisos. Oldemar não foi adiante, mas Ademar conseguiu chegar à final do torneio, sagrando-se vice-campeão. E isso aconteceu por culpa de uma bola atrasada para seu goleiro, tendo o botão que fez o lance carregado o goleiro e bolinha para dentro do gol. Com isso tudo, estavam os baianos DANDO LIÇÕES DE FUTEBOL DE BOTÕES aos gaúchos. Dai, até a criação da Regra Brasileira foram dois anos de tratativas e ponderações que culminaram, em 1967, com a elaboração gráfica daquela que hoje reúne brasileiros de todos os estados da União.
Por essa razão eu acredito que Oldemar Seixas deva ser homenageado, não só pela Federação Baiana, mas pela própria Confederação Brasileira de Futebol de Mesa. Afinal, como fez Cristóvão Colombo, foi Oldemar que conseguiu colocar o ovo em pé, quando todos os demais não conseguiram.
Oldemar e seu Ypiranga em 2012 na Bahia
Oldemar, Ademar, Nelson, Webber, Pepe, Geraldo Holtz, Luiz Alberto Magalhães, José Ataíde, Dr. Gantois, Orlando Nunes, José de Souza Pinto, José Aurélio, Miltinho, Vilno Araujo foram nomes que defenderam as cores baianas com muita garra e muito amor. Ensinaram-nos a perseverar nesse esporte e não podem ser esquecidos jamais. Mas, antes de todos eles, o pioneiro, aquele que fez a grande roda girar e conseguiu com sua astúcia jornalística movimentar e atiçar os interesses de diversos brasileiros que ansiavam por uma aproximação.
Se hoje estamos com quarenta campeonatos nacionais realizados, muito devemos ao entusiasmo desse baiano que merece ser homenageado, pois com muito pouco conseguiu fazer com que se quebrassem as barreiras desconhecidas entre os botonistas brasileiros, unindo-os em um só ideal.
Fica a sugestão aos presidentes da Federação Baiana e Confederação Brasileira. Tomara que me escutem, pois as homenagens devem ser feitas enquanto a pessoa pode saborear o resultado de suas ações.

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

4 comentários:

  1. LH.ROZA
    Meu IRMÃO BOTONISTA....
    Vou chover no molhado, mas não faz mal, afinal estamos todos no mesmo barco, ou seja. todos querendo que esse lazer o"FUTMESA" fique cada vez mais eternizado.
    Continue com esse trabalho de divulgação do nosso esporte favorito.
    Um forte abraço.
    Até a próxima...

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    1. Obrigado mano Roza,
      Sua presença em minha coluna émotivo para continuar sempre.
      Abraço.

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  2. Amigão Sambaquy. Estou de volta, depois de 12 dias ausente do Brasil, tornando realidade um desejo de jovem, cruzar o Atlântico e passear pelas ruas de Roma, de Veneza, de Verona e de Lisboa, porém, em todos esses lugares eu tinha meus pensamentos para o botão. Lendo sua crônica, vejo que seguimos destinos opostos, pois enquanto você partia célere nessa cruzada para a disseminação do futebol de botão, ao contrário, eu me limitava apenas a me divertir, dando minhas palhetadas, até hoje. Se voltasse no tempo, com esse aprendizado que tive e estou tendo, tentaria copiá-lo e assim tentar perpetuar o botão. Salve os botonistas de todas as épocas. Viva o botão!

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  3. Meu amigo Abiud,
    Para mim você é um baluarte de nosso esporte. Devias ter levado o futebol de mesa para mostrar aos italianos e aos portugueses. Quem sabe não vingasse e pudessemos confraternizar mais com eles?
    Abração gaucho/catarinense e colorado.

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