Roza e seu Brasil de Pelotas |
Há algum tempo venho pensando em
escrever algo sobre este amigo, ao qual tive a alegria de enfrentar por ocasião
da realização do Centro Sul na cidade de Caxias do Sul. Roza, torcedor fanático
do Brasil, de Pelotas, é claro, é daquelas pessoas que conseguem mostrar seu
caráter e sua personalidade, trocando meia dúzia de palavras com a gente. E não
poderia ser diferente, pois é quase contemporâneo já que iniciou no futebol de
mesa em 30 de maio de 1953, com oito anos de idade. Naquele dia, em que
comemorava o seu aniversário, ganhou uma caixa contendo dois times de botões
plásticos. Um vermelho e preto, que para sua tristeza vinha com o distintivo do
Flamengo e não do Brasil, e outro branco, com o emblema do Botafogo. Diz que
foi amor à primeira vista. O vírus do futmesa entrou em seu sangue ao olhar
aquelas peças plásticas. Não parou mais. Conseguiu outro time, também de
plástico, vermelho e branco, com o emblema do famoso Bangu do Castor de
Andrade.
Cohabpel Futmesa - Roza e Darcy |
Faltava a mesa que fora
construída com Eucatex, material utilizado em divisórias, por ser bem liso. Com
ela, os primeiros campeonatos realizados na Rua Professor Dr. Araujo. Com ele,
mais três vizinhos realizavam verdadeiras batalhas, com resultados que elevavam
o espírito guerreiro do quarteto. Mais tarde, visitando seu primo Gilberto
Ramalho, tomou ciência de uma nova maneira de praticar seu esporte. Nos
campeonatos realizados na garagem da casa de seu primo, os botões eram grandes
e grosseiros, tirados dos “velhos casacos”. Aquilo mexeu com ele e seus
companheiros de batalhas. Passaram a imitá-los, usando até seus carrinhos de
plástico que, derretidos, colocados em forminhas e depois lixados nas calçadas,
forneciam-lhe grandes craques, cobiçados pelos demais amigos que se
interessavam pelo futebol de botão.
Mas, foi somente em 1975, quando
estava no Bento Freitas assistindo a um jogo de seu G. E. Brasil, que escutou
alguns rapazes falando do Jogo de Botão. Sua curiosidade foi despertada e se
aproximou dos mesmos para pedir informação detalhada sobre o local onde eles se
reuniam. Para sua surpresa, diante dele estava o magnífico Aldyr Garcia Schlee,
que o convidou para participar da já bem organizada APFM (Associação Pelotense
de Futebol de Mesa). Para ele, mais uma coincidência, pois aquela entidade fora
fundada no dia de seu aniversário, isto é, a 30 de maio de 1975. Tomou
conhecimento e se apaixonou pela regra de um toque, a Regra Brasileira.
Na APFM, teve alguns títulos
como: campeão do Torneio de Verão de 1984, campeão do 10º aniversário da
ASURVIC, vice-campeão do Torneio Integração entre ALFM e APFM, que reunia
botonistas de São Lourenço do Sul e Pelotas em 15 de novembro de 1984.
Em maio de 1987, recebeu um
convite da Diretoria do Circulo Operário Pelotense para ser o responsável pela
fundação de um Departamento de Futebol de Mesa, naquela entidade. Aceitou e, na
montagem da primeira mesa, convidou três amigos: João Armando Ochoa, Jader
Baldez Morales e Getúlio Duval, os quais partiram em busca de novos botonistas
para completarem o quadro da entidade. E isso foi feito com sucesso absoluto,
pois de lá nasceram grandes nomes e enormes proezas para a história do
botonismo gaúcho.
Ochoa - Chinês - Prof. - Getúlio - Ronaldo e Roza 1984
(século passado) |
No COP, suas conquistas foram: 3º
lugar no primeiro campeonato interno, realizado em 1987. Campeão do Torneio
Ronaldo Priestch (1987), Campeão do Torneio 21 de Abril (1988), Campeão do 1º
Torneio de Veteranos (2001), 3º Lugar no 2º Torneio de Veteranos (2002),
Campeão do Torneio de Inauguração da mesa do River Plate (2002), Campeão Bola
Murcha COP (2002), Vice Campeão do Torneio ARFN X COP (2003), Vice-campeão do
Torneio de Verão do COP (2003) e quarto lugar no 1º e no 2º Torneio da Taça de
Bronze (2003). Mas, talvez a participação mais importante e em âmbito nacional
foi a promoção do Campeonato Brasileiro de 1996, nas dependências do COP, tendo
a glória de conseguir sagrar o campeão Brasileiro daquele ano, o botonista
Nilmar Ulguim Ferreira. Aliás, o COP obteve grandes revelações, tais como
Victor Iost, Vinicius Mauch, Fernando Franz, Darci Levien, Nilson Levien,
Ricardo Cipó, Marcão, Mário, Jader, Ochoa e o próprio Luiz Henrique Roza.
Durante todo o seu tempo de
botonista do COP teve inúmeras participações, honrando a camisa tradicional
daquela entidade pelotense, obtendo diversas premiações que embelezam as
prateleiras do Departamento de Futebol de Mesa do Círculo Operário Pelotense.
Em 2006, já residindo em
Joinville (SC), filiou-se à AFUMTIBA, Associação de Futebol de Mesa de
Curitiba. Para disputar seus jogos, viajava de Joinville até a capital
paranaense, onde continuava a praticar a Regra Brasileira. Mas, com o tempo e
as viagens desgastantes acabou por conhecer o grupo que pratica a Regra de 12
toques lá em Joinville mesmo. Depois disso, trazido até Itajaí, encontrou um
grupo de botonistas que se dividem em duas agremiações na cidade: Marcilio Dias
e Barroso. Foi sempre muito bem recebido e tem abiscoitado alguns troféus que
enriquecem a sua vasta galeria, cujas fotos estão mostrando aos leitores.
Colegas da AFUMTIBA |
12 toques - Cruzeiro (Joinville) X Barroso (Itajaí) |
Em determinada correspondência me
enviou a seguinte mensagem:
Los amantes de fútbol de botones. El fútbol botones requiere habilidade e
inteligência para conseguir las mejores estratégias y control emocional igual
que el fútbol, es um juego de azar y tambien imprevisible em el que no siempre
gana el mejor.
Espero ter conseguido homenagear
um grande amigo e uma das figuras mais alegres e felizes que encontrei no meio
do futebol de mesa.
Roza é sempre figura presente em Centro Sul Brasileiros - Hora de reencontrar os amigos |
Brasil de Pelotas - Roza é xavante nos quatro cantos do país |
Momentos de Roza no Futebol de Mesa (ontem, hoje , sempre) |
Roza e sua galarias de troféus |
Visita do Roza e Oswaldo em meu apartamento em Camboriú (SC) - 2014 |
Até a semana que vem, se Deus
assim permitir.
LH.ROZA...
ResponderExcluirTchê !!! Agora "VC." me pegou desprevenido... Em todas essas nossas trocas de "e-mail(s)" e visitas ao seu confortável Aptº. nessa bela Camboriú, não poderia imaginar que seria "tema" para tais referências.
Realmente esse nosso lazer, como sempre venho afirmando, não tem "idade" e como seria bom se assim o continue.
Talvez para muitos, possa parecer que estamos nos promovendo, mas com o passar dos tempos, e olhando para tudo o que fizemos,promovemos e conquistamos, mais amizades do que grandes troféus, isso tudo nada mais é do que saborear agora como mais disponibilidade, o que a "aposentadoria, nos proporciona boas lembranças ao estar em fim de tarde saboreando um "chimarrão" na minha modesta Sala VIP, ficar remexendo na maleta, lustrando os atletas, nas medalhas muitas delas de "participação" e alguns troféus poucos mas que fizeram histórias que hoje posso mostrar aos NETOS.
Fico gratificado por ter criado o Dptº de Futmesa do COP em 1987, e ver que o mesmo tornou-se reconhecido e respeitado por ter participado de todas as competições em nível Estadual e Nacional, revelando inúmeros bons botonistas, deixo de relacionar pois possa vir esquecer de alguém e/ou magoar outros.
Por fim, meu irmão botonista "A.C.SAMBAQUY" ... já havia lhe dito e volto repetir, como é gratificante fazer parte do seu restrito círculo de
AMIGOS.
Quanto aquele nosso inesquecível jogo CAXIAS, que não aquele GOL CONTRA jamais ira sentir a alegria de ter jogado com "VC."
Obrigado e até +
Meu amigo Roza, como diz o título dessa coluna: UM GRANDE AMIGO. Fico feliz em mostrar as pessoas as conquistas maiores que meus amigos conseguiram em suas caminhadas. E, realmente, as melhores e maiores conquistas são os amigos, pois esses não pegam poeira, nem perdem o brilho com o tempo e nem precisamos lustrar. São presenças constantes em nossa vida e com seu brilho nunca nos deixam no escuro.. Quanto ao jogo em Caxias, foi uma honra para mim.
ExcluirAbração.
É isso aí, Sambaquy. Mais um belo relato, carregado de emoção. O botão aqui no Recife nos traz belas recordações, porém, pecamos demais pela desorganização, daí não termos quase nenhum acervo, de modo a poder retratar esses tempos felizes. Valeu, amigão e receba mais um forte abraço, bem pernambucano.
ResponderExcluirMeu amigo Abiud, esse trabalho que estou desenvolvendo é relatar coisas do passado e mnostrar ao mundo botonistico pessoas que se destacamn em nosso esporte. Você é um nome fantástico no nordeste eu tenho certeza que seu legado será lembrado para sempre. Um forte abraço desse seu amigo do sul.
ExcluirParabéns Sambaquy, pela bela homenagem ao nosso amigo Roza, com quem compartilhamos bons momentos em volta das mesas em SC. Grande abraço a ambos. Oswaldo Fabeni.
ResponderExcluirEspero a volta de vocês ao meu apartamento. Afinal temos sempre muitos assuntos pára colocar em dia.Um abraço ao grande Oswaldox,
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