Meus amigos botonistas, uma das
coisas mais surpreendentes da vida é reler alguns artigos guardados, livros
antigos, coisas escritas em outras épocas. Acabamos sempre descobrindo algo muito
importante que, à primeira vista, passou despercebido, mas que agora se mostra
muito importante.
Procurei as antigas colunas
escritas pelo Sargento Garcia no Blog do Círculo Militar de Porto Alegre. Para
quem não sabe de quem se trata, traduzo: Sargento Garcia é apenas o maravilhoso
e insubstituível bicampeão brasileiro Guido
Garcia. Descobri-o em dois de março de 2008, lendo a sua crônica O IDEAL DE OURO em que presta uma
homenagem maravilhosa ao eterno CLÁUDIO
SCHEMES. Descreveu a figura de Cláudio com uma perfeição que somente os
dotados de sexto sentido conseguem deixar aflorar. Relatou todas as grandes
conquistas que esse amigo querido, que tão cedo nos deixou, conseguiu com o
amor que tinha pelo futebol de mesa. Uniu pessoas em torno de um ideal,
descrito por Guido como um ideal olímpico, reunindo amigos ao redor de uma mesa
de botão.
Nesse mesmo dia comentei,
agradecendo pela maravilhosa homenagem que havia sido prestada a essa pessoa
fabulosa de nosso meio. E, graças a essa iniciativa, consegui um amigo
estupendo que guardo em meu coração para sempre.
Dia sete de março, ele abordou a OUSADIA DE MUDAR, relatando as
dificuldades que a modalidade com botões cavados consegue impor a seus
praticantes. Falou sobre a grande dificuldade de chutar a gol, pois predominam
as defesas cerradas em favor dos ataques abertos. Falou sobre a grande
dificuldade que premiava os sistemas defensivos, já que em caso de empates em
fases classificatórias, a decisão da vaga era por cobranças de pênaltis à
distância, o que fez a grande maioria de praticantes da modalidade treinar,
além das coberturas, os arremates à distância. Posteriormente, foi adotado o
critério de “melhor campanha”, que beneficia, inclusive, fases anteriores.
Dedicou essa coluna ao Nilson Leviens que jogava pelo COP e havia falecido em
um acidente de trânsito.
Dia quatro de março, escreveu SOB A ÓTICA DAS MULHERES, analisando
todas as manias dos botonistas que perdem horas limpando e preparando seus
craques; As diversas maneiras de massagearem seus botões. Muitos casos raros
foram tratados, como daquele que adotava, caso o craque não rendesse, raspá-lo
no cimento, dando uma “chacoalhada” na moral do time. Explicava que isso tem
rendido alguns “contratempos” para as nossas esposas, as quais não sabem o que realmente
se passa na cabeça de um botonista. Segundo o Guido, somos seres de “dupla
personalidade”, pois ao adotarmos a postura de treinador, transformamo-nos num
ser completamente diferente do ser “marido”. Dedicou essa coluna ao Paulo
Roberto Schemes, pois foi dele a mão que o ajudou a continuar a sua caminhada.
Acredito que todos nós temos momentos em que queremos que a vida pare para
poder descer. Graças ao Paulo, o Guido voltou a nos brindar com suas criações
maravilhosas.
Em 29 de fevereiro, foi a vez do FORA DE SÉRIE. Sua veia poética me fez
dar boas gargalhadas, lendo o desenrolar dessa crônica maravilhosamente
escrita. Descreve o crescimento de um campeão, que temos a felicidade de
abrigar na AFM Caxias do Sul. Conta a “aventura” sui generis, vivida em um
hotel, quando participava de um Estadual. Segundo o Guido, foi um resumo da
passagem de um meteoro na constelação de talentos, que o futebol de mesa do Rio
Grande do Sul possui. Seu rastro de luz persiste nos corações de todos aqueles
que o conhecem e admiram entre os quais me incluo. Falava de Robson Betemps
Bauer, pessoa cativante e que soma amizades em todas as suas participações.
Realmente, o Guido o considera como se fosse mais um filho seu.
Guido e Robson com sua equipe de Santa Vitória do Palmar
Robson e Guido em visita a AFM Caxias |
Em vinte e sete de fevereiro, ao
escrever HISTÓRIAS E ESTÓRIAS,
abordou diversos “causos” acontecidos entre botonistas conhecidíssimos. Gritos
comemorando gols, e gritos comemorando belas jogadas. Gritos que são dados em
represálias, coisas do futebol de mesa. Falou de um Campeonato Estadual, quando
dois times acabaram empatados e tiveram de disputar por pênaltis à distância.
Um dos integrantes da equipe que havia se saído melhor aos demais argumentou
que deveriam bater com os seus botões, pois eram os “melhores”. Não adiantou a
argumentação, dizendo que não conheciam seus botões, que não estavam
acostumados com eles, que não conheciam o grau de cada levantador. Todos foram
obrigados a bater os pênaltis com um mesmo time, o time do referido botonista.
Resultado foi negativo, pois perderam e foram eliminados da competição. Dedicou
essa coluna a uma lenda viva do botonismo gaúcho: Sérgio de Oliveira. Sérgio é
um abnegado, competente, possuidor de integridade no trato da história do
futebol de mesa, principalmente do Rio Grande do Sul. Mantém um arquivo que
contém todos os dados das competições oficiais promovidas pela FGFM.
Sérgio Oliveira um dos maioresnomes do Futebol de Mesa Gaúcho |
Em vinte e um de fevereiro
abordou O QUE REALMENTE CONTA,
afirmando que é muito difícil e de muita responsabilidade escrever sobre
assuntos aleatórios e manter uma coluna em um meio de divulgação. Que aceitou o
desafio de escrever sobre o futebol de mesa, pois estava refazendo a sua vida e
esse é um meio para estar atualizado no que ocorre no esporte da bolinha de
disco. Salientou as conquistas que sua agremiação conseguiu durante sete anos
de conquistas, alternadas por um ou outro, ou pela equipe.
Mas, o que mais lhe dá prazer são
os amigos que cultivou ao longo dessa caminhada. Os títulos ficam nas anotações
daqueles que se dedicam a escrever a história. Os troféus ficam nos armários e
prateleiras, esquecidos...
Guido e Clair amigos dentro e fora das mesas |
Mas, os amigos ficam no fundo de
nosso coração. E essa é a maior conquista que poderemos obter em qualquer
modalidade esportiva. Lembremos então, sempre: no outro lado da mesa está um
amigo que, momentaneamente, é um adversário a ser vencido, mas jamais será um
inimigo a ser derrotado. Se tivermos em mente esse princípio,
candidatar-nos-emos à admiração, mesmo quando perdemos, mas não correremos o
risco de sermos odiados, mesmo que sejamos vencedores. Dedicou essa coluna a
Sérgio Luiz Pierobom, pela sua elegância e lealdade no futebol de mesa; a
Sérgio que foi campeão Estadual de 1980, cuja conquista foi acompanhada por mim em Porto Alegre , quando
exercia a presidência da Associação Brasileira de Futebol de Mesa.
Panda - Pizzamilgio - Guido - Clair |
Confesso que ao ler essas colunas
e sentir a pulsação do coração do Guido em cada palavra escrita, fiquei
imaginando o que poderá acontecer com as colunas que escrevo, daqui a alguns
anos. Se elas motivarem apenas uma
pessoa já serei feliz e realizado. Afinal, a minha intenção é idêntica a do
Guido e Claudio Schemes: Reunir
amigos ao redor de uma mesa de botão.
Até a próxima semana, se Deus
assim permitir.
LH.ROZA....
ResponderExcluirO que mais podemos comentar sobre essa figura humana que é o GUIDO, Que ha muito tempo aprendemos; admira-lo, repeita-lo como "botonista" e como pessoa, e o mais importante ter a oportunidade de fazer parte de seu celeto círculo de "amigos".
Relembrando tantos jogos que disputamos, ficam na memoria um jogo em Passo Fundo e outro ainda nos tempos do Grupo "BBB" março de 1984 na cidade e Rio Grande, onde como diria o "poeta": se existe placar injusto foi esse, brincadeira, acabei com o troféu de Vice Campeão...
E mais recente, só podemos agradecer pelas suas verdadeiras "obras-prima" nossas intocáveis caixinhas, para ser mais modesto.
Ficaria o resto da noite procurando elogios...
Até a próxima "COLUNA" ...
Roza, a realidade é que existe um Guido que é uma pessoa especial. Cada um de nós terá uma história para relembrar a bondade e fidalguia desse amigo que tanto faz pelo futebol de mesa, além de ter dado ao RGS dois títulos de campeão brasileiro.
ExcluirRealmente, se fossemos enumerar suas qualidades a noite seria pequena... seriam dias e mais dias.