domingo, 2 de dezembro de 2012

REVIVENDO OS PRIMEIROS PASSOS DE NOSSA CAMINHADA...


Acredito que esse campeonato realizado na quentíssima Salvador, além de encher os olhos de maneira esplendorosa, serviu de parâmetro para avaliarmos o crescimento de nosso esporte. Dos vinte e um participantes do campeonato de 1970, pulamos para quase duzentos em 2012. Várias categorias sendo disputadas: Especial, Sênior, Master e Junior, além do campeonato entre doze Clubes previamente inscritos.
Para quem sonhou com o primeiro, estar presente nesse que leva o número trinta e nove, foi emocionante e gratificante. No primeiro dia, a disputa entre os clubes pelas partidas realizadas com galhardia e sofrimento, sagrando ao AFN (Rio Grande do Norte) como a melhor dentre todas, seguida pela ACRA-Alagoinhas, sua fiel escudeira.
A coisa estava começando... Brasileiro de Clubes
No segundo dia, a emoção ficou ainda maior. Na abertura do campeonato, o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, André, usando a palavra fez uma explanação dos planos futuros e duas homenagens, juntamente com a Federação Baiana. Ao seu lado, o presidente dessa entidade, o amigão Tosta o ajudava nessa comemoração e  do outro, o presidente Robson Marfa observava com cuidado o trabalho sendo executado. Justa homenagem ao primeiro campeão brasileiro, recentemente falecido, Átila Lisa, a qual foi recebida por seus filhos que herdaram do pai a habilidade no jogo e a excelente educação. Os dois lembram, muito, a figura maravilhosa que nos deixou. Este colunista também foi homenageado como sendo o único dos criadores da Regra que se arriscou a enfrentar as feras que estão praticando o botonismo constantemente. Não sei como consegui dizer algumas palavras de agradecimento, pois a emoção é sempre forte quando se é reconhecido por ter feito algo que encantou a todos que lá se encontravam.
Vocês acabam matando o velho...
...sem comentários.
Comentar os jogos torna-se impossível para mim, pois a emoção era muita. Já quando entrei no salão, nas primeiras mesas, estava Zezeca, o sergipano que queria me abraçar; e foi um abraço carinhoso, trocado com esse amigo que lê as minhas colunas. Fiquei imensamente feliz em conhecê-lo. Logo adiante, o meu primeiro adversário do campeonato de setenta, nas mesas oficiais: José Inácio, também de Sergipe. Um abraço que estava guardado desde a última vez que nos encontramos, quando em Vitória (ES) disputamos o brasileiro e ele conseguiu sagrar-se campeão e eu ficando com o sétimo lugar, eliminado das finais pelo Átila. Inácio, sabendo da minha ida, presenteou-me com uma medalha destinada aos fundadores, associados e amigos da Associação Sergipana de Futebol de Mesa, gesto que me comoveu imensamente.
Em seguida, encontro Jaime, também de Sergipe, amigo de longa data. Ronald Aguiar, amigo desde 1967, baiano que sempre traz consigo e oferta uma fitinha do Senhor do Bonfim. Jair, o supercampeão baiano, Gil, de Alagoas e o campeão máster Carlos Alberto, de Pernambuco faziam parte do meu grupo. Todos me venceram.
Esquentando os meninos para os jogos. hora de sentir as mesas
Jogo contra Jair (BA)
Com a Gloriosa camisa da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa
Juiz que não conhece mais a regra
Contra Gil (AL)
Encontrei o Giovani Moscovitz e o Hozaná Sanches. Boas lembranças. Oldemar Seixas traz ao meu encontro o filho de meu amigo Valério, o Jomário Souza e, em seguida, mais uma fera dos anos setenta: Luiz Alberto Magalhães, um dos maiores botonistas que eu vi jogar. Seu time: Milionários, com o detalhe que todos os botões traziam a marca Adidas, arte que ele mesmo produzia. Vilno Araujo, um dos diretores da CBFM veio de Alagoinhas e de lá, também, o campeão Batatinha. Claudio Savi, de Criciúma, conhecido desde a década de oitenta, agora magro. J. Campos, o baiano que era encarregado de reservas no Hotel onde ficamos hospedados. Alenio, do Rio de Janeiro e de lá, ainda, o Wanner.
Com Hozaná e Inácio, amigos de longa data
Mas, para mim foi muito importante encontrar dois companheiros que estiveram presentes na criação da Regra Brasileira: OLDEMAR DOREA SEIXAS e ROBERTO DARTANHÃ COSTA MELLO. Com eles não tivemos oportunidade de assistir muitos jogos, pois a equipe de filmagem de Filipe Seixas nos convocou para fazer parte dela, a qual já tem título: “QUE GOLAÇO!” -  narra a criação e a multiplicação da Regra Brasileira, pois dos seis participantes da Comissão Inicial, Ademar Carvalho e Nelson Carvalho já faleceram e Gilberto Ghizi, longe do futebol de mesa e com problemas de saúde, não se fez presente.
Examinando arquivos antigos com o amigo Oldemar
Será que o Ypiranga vai retornar?
Com o amigo Dartanhã
O trio de fundadores com Tosta o presidente da Federação Baiana
Voltando ao campeonato, não havia tempo para apresentações, pois os jogos eram constantes e nada deveria atrapalhar o seu andamento. Cumprimentos à distância e torcida pelos nossos companheiros que estavam se entregando na luta para conseguir classificação. E o contingente gaúcho era respeitável: Michel, Rogério, Alam, Zilber (o Chefe), João Garima, Marcelo Vinhas, Maciel, Carraro, Robson Bauer, Chambinho, Piruka, Alex Degani, Sandro Mazzochi, Duda, Mário, Cícero, Alex Prezzi, Silvio, Cristiano, André, Breno, Aramis, Osmar, Crosa, Badia, Burguel, Foschiera, Enio, Pizzamiglio, Zeni, Figueira, Sambaquy, Pica Pau e Hemerson, num total de trinta e quatro. Esse número é bem mais elevado que todos os participantes do primeiro campeonato.
A honra da casa foi salva pelos dois meninos que conseguiram um primeiro (Pica Pau) e um quarto lugar (Hemerson) e, pelo Mário que chegou à sétima colocação, a mesma posição que eu ocupei em 1979.
Os resultados das partidas poderão ser encontrados no site da Confederação Brasileira.
Vários estados reunidos.
Os caxienses estão em todos os cantos desse país...
Até a semana que vem se Deus permitir.

domingo, 25 de novembro de 2012

DOIS DIAS PARA NUNCA ESQUECER


Como eu já havia dito a todos, a minha intenção em comparecer ao 39º Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, que seria realizado no Hotel Sol Barra, era no sentido de me despedir das disputas oficiais. E assim foi, pois não reúno mais condições para estar correndo ao redor de uma mesa, pensando, calculando e praticando o esporte em que conquistei tantas amizades.
Fiquei numa chave com grandes botonistas: Jair, da Bahia, Gil de Alagoas e Carlos Alberto de Pernambuco. Foi uma despedida melancólica, pois sem treinar não poderia aspirar à coisa melhor. Além disso, fui árbitro de um jogo.
No primeiro dia, com o ar condicionado refrigerando o ambiente foi uma maravilha. Só que houve condensação e isso provocou o acúmulo e, aos poucos, os pingos foram atrapalhando as partidas. A solução foi desligar o ar condicionado, e a sala, cheia de gente, acabou sufocando os mais “antigos”.
Participei da filmagem que está sendo elaborada, no sentido de deixar para a posteridade a história de nossa Regra Brasileira. Com isso, na manhã do dia 16 fiquei confinado em uma das salas do hotel, com uma equipe de filmagem, dando depoimentos sobre tudo o que eu vivi em minha passagem pelo futebol de mesa. Na parte da tarde, joguei a minha primeira partida, ficando livre para levar a minha esposa ao Shopping Salvador. Maravilhoso ambiente, numa construção monumental.
No dia seguinte, sábado, dia 17, estava escalado para apitar um jogo. Logo em seguida, outro, contra o alagoano Gil e, posteriormente, enfrentaria o pernambucano C. Alberto. Não aguentei tanto calor dentro de um ambiente fechado.
Pensava que, após a minha eliminação, estaria livre; ledo engano. O pessoal da filmagem já havia tratado com o Presidente Robson Marfa e o presidente da Federação Baiana, o prestativo Tosta na liberação dos três remanescentes da criação da Regra, presentes ao evento. Conseguiram com que Oldemar Seixas e Roberto Dartanhã, comigo, fôssemos  filmados no Passeio Público, um local tradicional de Salvador, cercado de árvores. E das treze às dezessete horas, ficamos dando depoimentos, narrando momentos inesquecíveis que geraram o esporte que quase duzentos botonistas continuavam a praticar no Hotel Sol Barra.
Seixas - Sambaquy - Dartanhã (sentados) junto com o pessoal da filmagem
Com isso, meu compromisso com o Dr. Reinaldo Machado teve de ser transferido para o domingo. Bem cedo, o Dr. Reinaldo, sua esposa Sonia e a filha Scheila nos apanharam, na Barra, para um passeio ao litoral norte da Bahia. Percorremos toda a orla baiana, com suas lindas praias, onde revi lugares maravilhosos, como Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Jardim dos Namorados, Jardim de Alá, Pituaçú, Itapuã e a Lagoa do Abaeté.
A seguir, atravessamos Lauro de Freitas, município ligado a Salvador e entramos na Linha Verde. Maravilhosa obra divina, na qual a mata atlântica dá um colorido especial a um céu azul deslumbrante.
Nossa primeira parada foi em Guarajuba  - no Bar do Carlinhos - onde degustamos castanhas de caju de diversos sabores, com e sem pimenta, com alho e óleo e até adocicada. As mulheres com água de coco gelada e nós saboreando uma cerveja estupidamente gelada.
Nosso próximo destino foi a Praia do Forte, onde visitamos a sede do PROJETO TAMAR. Depois dessa visita, um almoço maravilhoso à base de peixe com legumes, bolinhos de frutos do mar e mais cervejas geladas. Fotos e compras eram feitas em cada parada. A Janete, com uma bolsa enorme, ia armazenando o que adquiria, sempre pensando nos netos.
Almoço no domingo no Projeto TAMAR
Como se aproximava a hora do jogo do Bahia contra a Ponte Preta, rumamos ao nosso destino – a Costa dos Coqueiros – Imbassaí. Descrever com palavras é quase impossível, pois é um pedaço do Paraíso fixado em solo baiano. No Condomínio Residencial Imbassaí, o Dr. Reinaldo tem o seu apartamento com direito a um ramal da SKY, onde pudemos acompanhar a grade de jogos do Campeonato Brasileiro. Os apartamentos dispõem de uma varanda que acaba em uma piscina maravilhosa, sem contar que a rede está sempre à disposição para um relax.
Apartamento Imbassaí
Assistimos ao jogo e, com a vitória do Bahia, combinamos o jantar para logo mais. Dr. Reinaldo e sua família aproveitaram para seu banho refrescante, e Janete e eu fomos para nosso apartamento, vizinho ao deles, com a mesma finalidade.
O jantar foi algo só visto em cinema. O restaurante é de propriedade de um espanhol e seu nome é Três Marias. O tratamento é diferenciado. Bolinhos de frutos do mar, tortilha e a paella espanhola que nos maravilharam. Quantas novidades  experimentamos nesse dia. O ar que respiramos era perfumado pelo verde da mata e o frescor que vinha do mar, aliados a um silêncio maravilhoso, bem diferente do bairro da Barra onde estávamos hospedados.
Dormir foi repousante e tranquilo. Lembro que tentei assistir ao Fantástico e acordei com a Janete tirando meus óculos, pois i dormiria com eles, caso ela não tivesse tido essa preocupação.
Na manhã seguinte, um café maravilhoso, semelhante ao do Hotel Sol Barra, preparado pela mato-grossense, esposa do francês Laurent Lefebvre. Imaginamos que voltaríamos para Salvador, mas as surpresas ainda não haviam acabado. Perto dali, há um rio que deságua no mar. Havia uma jangada para que fôssemos ver o encontro da água doce com a salgada. Desembarcamos na praia, onde os comerciantes colocam as mesas e cadeiras na parte rasa do rio e os clientes ficam ali bebericando, com os pés dentro d’ água. A praia tem uma areia fofa e quente, e o mar é de um verde que se iguala à mata atlântica. Só depois de tudo isso é que retornamos a Salvador. Uma viagem tranquila e uma estrada de retas imensas.
Jangadas que cruzam o rio até o mar
No retorno, paramos para observar as obras da moderna Fonte Nova. Eu conheci a antiga, tendo assistido diversos jogos lá realizados. Fiquei impressionado com o tamanho e a beleza dessa arena que será entregue a esse povo que vive futebol 24 horas por dia. Aliás, futebol e carnaval, pois todos com quem conversamos sempre contam casos dessas duas paixões baianas.
Recomendo a todos os meus leitores que procurem esses lugares maravilhosos, pois ficar dez dias por lá cura qualquer estresse. Além de ser repousante e rejuvenescer as pessoas, oferece a tranquilidade que todos nós procuramos. O muro das belíssimas residências não tem mais de um metro de altura. Isso tudo sem sistema de proteção algum. É um convite para um descanso maravilhoso e reconfortante. Os telefones do Condomínio são (71) 36771094, 88616175 e 99447400. Garanto que não se arrependerão jamais, se visitarem aquele santuário da natureza.
Outros momentos de Salvador em fotos:
Os "velinhos" em passeio com o Elevador Lacerda ao fundo
Reencontrei meu 1º adversário em 1970, José Inácio (Sergipe)
No pelourinho com o amigo Oldemar Seixas e minha amada Janete
Até a semana que vem, se Deus permitir.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ESTAMOS CHEGANDO A SALVADOR PARA MAIS UM BRASILEIRO!


Em janeiro de 1970, acompanhado por quatro botonistas caxienses, realizamos uma longa viagem para disputar aquele que seria o primeiro campeonato brasileiro de futebol de mesa a ser realizado no Brasil. Foi uma epopeia o nosso feito, numa época difícil, quando o futebol de mesa engatinhava em diversas regiões de nosso país. Mas, foi algo que foi feito e muito bem feito.
Equipe de Caxienses em 1970 para o Brasileiro de 1970
Depois de termos colocado o ovo em pé, exatamente como Cristóvão Colombo o fez diante de uma platéia estarrecida diante da impossibilidade, provando que ser possível, muitos outros movimentos também realizarem. O pessoal da Regra de 3 Toques concretizou seu primeiro, no ano de 1981, o da 12 toques, em 1989, e o Dadinho em 2009, portanto com uma distância de onze anos nos separando dos demais movimentos.
Já realizamos nossos campeonatos em Salvador, Recife, Caxias do Sul, Jaguarão, Rio de Janeiro, Vitória, Pelotas, Brusque, Itapetinga, Aracajú, Santana do Livramento, Salvador (2), Pelotas (2), Rio de Janeiro (2), Natal, Recife (2), Rio de Janeiro (3), Vitória (2), Rio de Janeiro (4), Recife (3), Natal (2), Vitória (3), Pelotas (3), Aracajú (2), Rio de Janeiro (5), Natal (3), Salvador (3), Porto Alegre, Salvador (4), Rio de Janeiro (6), Florianópolis, Natal (4), Vitória (4), Salvador (5), Rio de Janeiro (7), João Pessoa, Porto Alegre (2), Recife (4) para, pela sexta vez disputarmos o título nessa maravilhosa capital baiana: Salvador. Será o 39º Campeonato Brasileiro da modalidade.
Quase 43 anos após o primeiro campeonato, eis que estou de volta ao circo botonístico, jogando a minha despedida oficial, pois, após essa participação só estarei jogando para me distrair, sem almejar coisa alguma. Não que eu vá esperando algo mais do que participar, pois estou há muito tempo sem jogar constantemente. E, nas pouquíssimas partidas de que participei, senti a enorme diferença do futebol de mesa do meu tempo para o atual. Talvez, ao jogar contra másteres, muitos dos quais ombreiam comigo em tempo de disputas e idade, vá encontrar um futebol de mesa mais parecido com o que jogava, onde procurávamos lançar e o jogo não permitia tantas cavadas, como as que acontecem na atualidade.
Confesso que ainda sou mais adepto ao sistema que era jogado até os anos oitenta, quando então eu parei de competir por inúmeras razões de cunho pessoal. Atualmente, o futebol de mesa está super competitivo e a precisão dos lances é impressionante. Sou admirador da maneira atual de jogar, mas como saudosista fico pensando no passado, nos grandes botonistas que admirava e procurava imitar, conseguindo algum sucesso.
Pelo menos sei que farei três partidas, e as feras que estão me esperando são: Jair (BA), C. Alberto (PE) e Gil (Al), aos quais espero oferecer moderada resistência. Se conseguir marcar um gol, já ficarei feliz, mas, caso contrário, da mesma forma sentirei alegria, pois me despedirei dos gramados de madeira no mesmo local onde iniciei a minha caminhada, jogando contra Inácio (Se), o grande campeão brasileiro de 1979. O resultado desse jogo foi 1 x 1.
Mas, a grande felicidade que terei será a de reencontrar velhos amigos, irmãos de jornadas botonísticas, que o tempo guardou em meu coração e ali estão conservados para todo o sempre, como o meu irmão Oldemar Dórea Seixas e o meu irmão de fé Reinaldo Machado, além de vários amigos que, com certeza, far-se-ão presentes ao evento.
Pena não contarmos com todos os que estiveram nesse primeiro campeonato, pois o tempo é malvado com alguns, requisitando-os antes dos outros para permanecerem junto a Deus. Sentiremos saudade do Ademar Carvalho, do Nelson Carvalho, do Jomar Moura, do Webber Seixas, Ivan Lima, Átila Lisa, Fernando Contreiras, Geraldo Holtz, João Paulo Mury e o meu companheiro de equipe Ângelo Slomp. Mas, de onde estiverem, certamente, saberão que, quando lá estivermos, eles estarão em nossa memória e serão homenageados com pensamentos elevados.
Sambaquy, IvanLima, J.P.Muri e Oldemar por ocasião do Brasileiro de 1970
Ivan Lima e Nerivaldo Lopes dois baluartes dos primeiros tempos. Ivan
(Pernambuco) Nerivaldo (Paraiba)
Enfim, eu acredito que as emoções serão enormes. Estar com os amigos é o mesmo que estar com Deus e, para isso, eu peço que Ele esteja sempre entre nós, para que possamos conviver com harmonia e tranqüilidade esses momentos que serão mágicos e inesquecíveis.
Ate Salvador, se Deus assim permitir.
Sambaquy

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SÓ PROSPERAMOS NAS DIFICULDADES?


O fato que me levou a escrever sobre esse assunto prende-se à Regra Pernambucana. Semanalmente, acompanho o movimento da bolinha de borracha, através dos blogs dos amigos Abiud (A Marreta) e de Hugo Alexandre (Chelsea). Pois há um mês não está sendo postada nenhuma notícia sobre o campeonato. A razão é a reforma da sala onde são realizados os jogos empolgantes que aqueles amigos realizam todos os sábados. Imagino a dificuldade deles, não podendo postar notícias detalhadas sobre as partidas, com fotos e descrição completa do que aconteceu na rodada semanal.
Somos dependentes de espaço físico. Necessitamos de salas com capacidade para colocar mesas e realizar, dessa forma, nossos campeonatos.
E não são só os amigos de Pernambuco. Em todos os cantos de nosso país, a coisa é sempre igual, pois raramente alguém dispõe desse espaço físico para ceder ao futebol de mesa, em detrimento de outros interesses.
Aconteceu quando iniciamos a prática organizada em Caxias. Em 1963, a sede da AABB tinha um salão onde realizavam alguns bailes e que ficava disponível para nós. Foi lá que realizamos os torneios de aniversário da Liga Caxiense e onde, também, germinou a Regra Brasileira, quando da apresentação da partida inaugural em uma mesa nas medidas utilizadas pela nossa Regra. Com a reforma da sede, passamos a jogar no piso inferior, ao lado das canchas de bolão. Era um tempo em que as pessoas não se prendiam à TV, com novelas e programas esportivos. Quando muito assistíamos a lutas livres, onde o Ted Boy Marino representava o grande lutador, contra alguns mascarados que sempre usavam de malícia e malandragens. Por essa razão eram muitos os que estavam sempre presentes na sede da AABB. Com isso, começaram a maltratar as nossas mesas, pois geralmente quando chegávamos para as nossas rodadas, tínhamos de lixar, limpar e reclamar de colegas que colocavam garrafas e copos molhados em cima delas. Isso nos fez pensar em alugar uma sala central, onde somente fosse praticado o futebol de mesa. Começava a nossa peregrinação por vários locais na cidade até terminar onde está atualmente.
A dificuldade sempre nos acompanhou, pois nem todos os que eram filiados podiam cumprir com o pagamento de mensalidades, as quais cobriam o aluguel da sala. Sobrava para os que tinham emprego, os quais acabavam sempre arcando com os custos, geralmente elevados.
Abro um parêntese para citar um feito histórico, pois a Associação Brusquense de Futebol de Mesa, depois de ter sido criada na AABB, teve de fazer sucessivas mudanças: Rua Ruy Barbosa, sede do S. C. Paysandú, Brusque Hotel, até que, num esforço conjunto de seus associados, políticos e comércio brusquense, conseguiu construir a sua sede própria. Para tal, nosso presidente Oscar Bernardi, que era amigo do presidente da Câmara de Vereadores da cidade, recebeu um terreno na barranca do rio Itajaí Açú. Planejamos a construção e nos programamos para conseguir reunir numerário suficiente para a concretização do sonho. Fomos ajudados por políticos que viam com bons olhos a nossa ideia de difundir o futebol de mesa entre a juventude, já que realizávamos campeonatos infanto-juvenis, reunindo muitos meninos de famílias brusquenses. Assim, foram realizadas grandes promoções, pois criamos o primeiro Centro Sul, no ano de 1979, e o oitavo Campeonato Brasileiro, em 1981; nossos botonistas foram conhecendo praticantes do futebol de mesa de todos os tipos, inclusive, pois nós só praticávamos a modalidade liso, começaram a aparecer os botões cavados. Era difícil jogar contra eles, pois sempre foi mais fácil destruir do que construir. Além de muitos dos nossos botonistas imitarem outros botonistas que, ao marcar um gol, gritavam, pulavam e vibravam como se tivessem faturado a Mega Sena, sozinhos. Isso foi constrangendo alguns, outros revidavam da mesma forma e o clima acabou ficando pesado e muitos abandonaram o barco, apesar de ter uma casa só sua. Os nossos professores, nossos mestres foram Airton Dalla Rosa e Luiz Ernesto Pizzamiglio, dois botonistas de alta estirpe e educadíssimos na mesa. Mas, com a evolução e aparecimento de botonistas de outras índoles, não foi possível evitar que os exemplos, nem tão bons, fossem sendo adquiridos. Um a um, abandonaram os campeonatos. De 1974 até 1986, tivemos campeonatos regulares, mas ao longo dos anos se esvaziando em número de participantes. Em 1985, foi o único campeonato vencido por botões cavados, tendo o amigo Décio Belli, com seu Guarany se sagrado campeão. Houve uma primeira parada, até 1991, quando então, os meninos, uns filhos de botonistas e outros seus amigos, reuniram-se e voltaram a disputar até 1997, até que, sem incentivo, pararam definitivamente. Desde aquela época aos dias atuais, a sede da ABRFM está entregue às moscas.
Talvez nosso esporte só sobreviva quando tiver de enfrentar dificuldades. Ter de garimpar uma sede, ter de batalhar para reunir botonistas, a fim de disputar campeonatos; isso sem falar nas diversas regras que proliferam por esse nosso país, pois comecei falando da regra pernambucana. Como ela, há centenas de outras e todos os seus praticantes, tendo as mesmas dificuldades: local, pessoas, regras, federações, confederação, etc.
Em Brusque, por não haver toda essa gama de dificuldade, pois tínhamos o local, sem depender de ninguém, não tendo de pagar aluguel, não conseguimos mais nos organizar e reunir um número de botonistas suficientes para realizar campeonatos; sentimos que, se tivéssemos ficado jogando entre nós, talvez até hoje ocorreriam campeonatos anuais. Quiçá nosso erro tenha sido partir para outros horizontes e ampliar os números de amigos, o que não foi entendido por alguns, razão pela qual tudo acabou ou, quem sabe, foi o resultado do campeonato seguinte que derrubou nossos sonhos. Um campeonato que só foi resolvido em uma reunião realizada no Rio de Janeiro para definir quem havia sido campeão. No retorno de nossa delegação que foi ao Rio, composta por ex-presidente da Associação Brasileira, seu vice, e mais dois botonistas que ocupavam cargos de diretoria, por decisão unânime, abandonamos a Associação Brasileira. Pouco a pouco, nosso sonho definhava e fazia com que ficássemos mudos diante de fatos tristes que não convém serem relembrados.
Por isso, faço votos que a sede do Botãobol, da Regra Pernambucana fique pronta logo, para poder voltar a acompanhar os resultados das rodadas emocionantes que aqueles amigos realizam semanalmente.
Abiud Gomes e seu Náutico

Uma das decisões do campeonato pernambucano: Abiud x Hugo Alexandre

Armando Pordeus, de Pernambuco que joga com a SER CAXIAS

Até lá, fiquem com Deus.

domingo, 21 de outubro de 2012

ÁTILA LISA, PRIMEIRO CAMPEÃO BRASILEIRO NOS DEIXA.


Conheci-o em 1970, por ocasião do Primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa. Simpático, educado, prestimoso, sempre procurando estimular a nós, que éramos iniciantes na modalidade então praticada no nordeste brasileiro, ensinando-nos a tocar o botão com calma e visão. Todos nós, gaúchos, ficamos seus admiradores, pois se sagraria o primeiro campeão brasileiro, vencendo o também baiano José Marcelo que, como ele, representava Sergipe.
Nascia uma amizade, consolidada ainda mais em 1979, no brasileiro realizado em Vitória, quando nos defrontamos na mesa e ele saiu vencedor. Após a solenidade de encerramento, sentou-se conosco e conversamos por algum tempo, quando ele manifestou o seu interesse por residir no Rio Grande do Sul. Ao despedir-se, quase esquece o seu troféu de vice- campeão. Alertado, disse em tom de consolo que ele ficaria em boas mãos, abraçando-me mais uma vez.
Seu filho Flavinho enviou um e-mail aos amigos, desnudando a imensa dor que sentia pela perda irreparável de seu pai e amigo. Comentou sobre a foto que postou no FACEBOOK, mostrando um Átila fragilizado pela doença e que culminou com uma enxurrada de depoimentos emocionantes e de extrema consideração. Ao tomar conhecimento deles, Átila, emocionado disse: “Puxa, que legal, como eles gostam de mim!”. Nem imaginava esse amigo que, muitos, por não estarem cientes de seu problema, também gostariam de manifestar seu reconhecimento por tudo o que ele fez em benefício de nosso esporte. Eu fui um dos muitos que foram tomados de surpresa quando li a notícia de seu passamento. Exatamente quando escrevera uma coluna falando sobre a minha participação no brasileiro em Salvador e que se houvesse a possibilidade de encontrá-lo, junto ao Inácio, seria maravilhoso.
Átila amava a Bahia, sua terra natal, e o Rio Grande do Sul por ter tido uma bela e rica passagem em nosso solo, onde ensinou o futebol de mesa e cultivou amizades eternas.
Vilno Araújo, baiano de Alagoinhas, conheceu Átila na década de sessenta, quando ambos muito jovens e praticantes do futebol de botões tiveram a oportunidade de conviver. Partiu de Alagoinhas o convite que foi atendido pelo saudoso José Gomes, um dos maiores baluartes do futebol de mesa brasileiro, criando um intercâmbio maravilhoso que elevou a níveis inéditos o desempenho de ambos os clubes, denominados de ARAL (Aracajú/Alagoinhas); o torneio entre eles durou por vários anos. Vilno continua sua narrativa preciosa, dizendo que recebeu um presente divino que foi ganhar a amizade de Átila e de seus familiares. Cita, ainda, o desempenho em 1979, no brasileiro em Vitória, quando disputou nas semifinais com Inácio e perdeu nos pênaltis e, na outra, Martins (RJ) x Átila que conquistou a vaga. Foi mais uma final sergipana em finais de campeonato brasileiro. Só que nessa Átila ficou com o segundo lugar. Mas a sua alegria foi talvez maior do que a do Inácio, pois estava demonstrando o seu caráter e amor ao estado que o acolheu como filho.
Seus três filhos Alexis, Flavinho e Alan foram apresentados ao futebol de mesa por ele e  se tornaram tão importantes quanto o seu amado pai. Formaram uma verdadeira família, abraçando o esporte que todos nós amamos.
Jorge Campos, o baiano que está monitorando as reservas para o brasileiro de Salvador disse que foi um felizardo em poder conviver com Átila, durante os dois anos que morou em Aracajú. Que Átila, sempre de bom humor, o apoiou e incentivou a voltar a jogar.
André Marques, em nome da diretoria da CBFM manifesta a tristeza que se abateu sobre todos, mas manifesta a certeza de que Átila está reforçando a grande fileira de botonistas no plano espiritual e, certamente, ao chegar, já estará pedindo “Ao Gol”.
Nesse momento de dor, de ausência e de saudade, lendo tudo o que foi escrito sobre esse amigo querido, e baseado na mensagem emotiva e dolorida escrita por seu filho, fica-me a certeza de que todos aqueles que estão em harmonia com sua consciência serão grandemente abençoados. E Átila sempre esteve em harmonia com sua consciência.
Descanse em Paz meu amigo e irmão Átila, e que a paz do Senhor fique sempre ao seu lado, pois, dessa forma, todos aqueles a quem deixaste terão a certeza de que estarás feliz.
Átila Lisa na época de Rio Grande. Ele era o grande professor desta turma que foi muito vencedora.
Átila, na foto, está bem ao centro  agachado de camisa branca e gola azul. (3º da direita para esquerda)
Até a semana que vem, se Deus assim permitir.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

GUIOMAR CHIES, O JORNALISTA AMIGO DO FUTEBOL DE MESA.


A edição de 06/10/2012, de O PIONEIRO, na sessão “Por onde anda?”, é feita uma homenagem ao grande amigo Guiomar Chies. O título do artigo mostra em letras garrafais: GUIOMAR CHIES AJUDOU A CONSTRUIR A HISTÓRIA DO JORNALISMO ESPORTIVO CAXIENSE. E como ajudou! Quando iniciávamos a divulgação da Regra Brasileira, em 1967, ele estreava nas colunas dos jornais da Caldas Júnior, de Porto Alegre. Era o nosso veículo de comunicação com os maiores jornais esportivos do estado: Folha da Tarde e Folha da Tarde Esportiva. Através dele, conseguimos nos fazer ouvir em todos os quadrantes de nosso estado.
Lembro dele, bancário, mas com uma vontade férrea de praticar jornalismo esportivo, com uma amplitude invejável. Nenhum outro jornalista nos dava tanta atenção quanto o Guiomar. Qualquer promoção imaginada por nós, o primeiro a ter conhecimento era ele. E, de sua pena, as convocações percorriam as maiores distâncias do Rio Grande amado.
Lembro da grande reportagem que produziu com Airton Dalla Rosa, um menino ainda, que conquistara o campeonato caxiense de 1968. Fotografou-o, através do seu companheiro Vasco Rech, e o publicou na Folha da Tarde Esportiva. No início do campeonato de 1969, estampou novamente Airton com o seu cunhado Nelsinho Prezzi, jogando, anunciando o início de nossa disputa. Deslocava-se até a AABB para noticiar aos seus leitores, sem nunca reclamar da distância.
Quando a Liga Caxiense de Futebol de Mesa cresceu na quantidade de participantes, resolvemos alugar duas salas no Edifício Martinato. Contávamos com a participação de um patrocinador que nos ajudava muito, a Mapro, empresa que trabalhava com acrílico e que começava a fabricar botões e troféus para a nossa modalidade. A inauguração foi um ato solene e o corte da fita simbólica foi efetuado pelo dirigente da empresa que nos patrocinava e pelo nosso grande amigo jornalista Guiomar Chies. Homenagem mais do que justa, pois foi pelo esforço dele que conseguimos nos fazer conhecidos no estado inteiro.
Por vezes, recebíamos consultas de várias regiões, citando a leitura da notícia postada pelo Guiomar. E a todos respondíamos com o mesmo entusiasmo que usávamos para solicitar ao nosso jornalista a divulgação de nossos feitos.
A história do futebol de mesa caxiense está ligada indelevelmente a esse nome, homenageado pelo Pioneiro, do qual foi redator de 1971 a 1989, na famosa coluna “Pelotaço”, onde divulgava sempre a “a foto que não foi publicada”. Ele que jamais deixou de estar presente a todos os jogos realizados em Caxias; com toda a dificuldade que exista nas coberturas jornalísticas, onde deveriam enviar aos jornais de Porto Alegre o texto e os filmes para a publicação no dia seguinte, através de ônibus ou, até mesmo, pelas mãos dos árbitros que geralmente eram moradores da capital. Quando havia necessidade de comunicação telefônica, dirigia-se à Central Telefônica, em frente ao Hospital Pompéia, esperando uma ligação para Porto Alegre, a qual, com muita sorte sempre demorava pelo menos meia hora para ser concluída.
Guiomar trabalhou também nas Rádios Caxias, São Francisco e Miriam e, através delas, conseguíamos chegar aos lares caxienses, dando detalhes de nosso campeonato. Lembrem-se, sempre, que a primeira narração esportiva de uma partida de futebol de mesa aconteceu em Caxias do Sul, essa narrada pelo saudoso Adelar dos Santos Neves, com comentários de Renato Monteiro, entre os baianos Oldemar Seixas e Ademar Carvalho, e serviu para inaugurar a arena da Difusora Caxiense.
Como ele está aposentado, fica aqui a minha sugestão ao presidente da AFM Caxias do Sul, de convidá-lo para conhecer o esporte que ele ajudou a consolidar, por meio de seu trabalho de divulgação, que sempre o fez de forma gratuita e constante. Graças a ele, conseguimos nos consolidar como a grande entidade que brilha intensamente, não só em Caxias, no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil.
São amigos assim que, quando homenageados, fazem-nos reviver a grande caminhada que realizamos através de nosso amado esporte.
Airton Dalla Rosa - Campeão de 1968 - Reportagem feita por Guiomar Chies
Mais uma de suas reportagens sobre o Futebol de Mesa
Guiomar acompanhou a inauguração da 1ª sede da LCFM
Na foto mais abaixo percebe-se Guiomar ao centro de costas conversando com Jorge Compagnoni e Sylvio Puccinelli

Até a semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy

domingo, 7 de outubro de 2012

CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL DE MESA EM SALVADOR NO MÊS DE NOVEMBRO.


Em janeiro de 1970, iniciaram-se as disputas  em âmbito nacional, envolvendo os botonistas brasileiros nessa maravilhosa capital - Salvador -, berço de fatos importantes de nossa história. E, com muita alegria, posso dizer que eu estava lá, participando ativamente dessa epopéia que se estende até os dias atuais.
Em novembro, de 15 a 18, Salvador reunirá novamente botonistas que estarão medindo forças, no sentido de laurear-se com galhardia em mais um campeonato. E isso acontecerá depois de quarenta e dois anos e dez meses daquele, o primeiro, realizado no Clube Espanhol, onde baianos, pernambucanos, sergipanos, paraíbanos, cariocas e gaúchos se reuniram para escrever essa página na história do futebol de mesa.
Eu estarei lá, para a minha despedida dos campos de madeira, impulsionando meus botões feitos, especialmente, para essa festa grandiosa. No entanto, dessa vez não como um botonista que almeja alcançar uma posição de destaque, pois meu tempo não permite nem ao menos que eu possa treinar, mas como uma figura histórica, decorativa, uma peça de museu a ser exibida aos novos botonistas. Talvez, seja o único remanescente de todos aqueles que estiveram disputando o primeiro campeonato. Quem sabe eu tenha a felicidade de encontrar José Inácio, meu primeiro adversário na mesa; esse sergipano que conquistou o campeonato realizado em 1979, na cidade de Vitória (ES). Ou, então, o Átila Lisa, que me tirou das finais desse mesmo campeonato.
Sei que vou encontrar meu irmão Oldemar Seixas, mas o restante da equipe baiana que esteve presente  acredito que, dificilmente, se reunirá. Já perdemos Ademar Carvalho, Nelson Carvalho, Webber Seixas, José de Souza Pinto, Geraldo Holtz, Jomar Moura. Não tenho notícias do Milton Silva (Miltinho), o José Santoro Bouças (Pepe), Cezar Zama, Roberto Dartanhã, Geraldo Lemus, pois o tempo e a distância nos afastaram.
Tenho certeza de que irei rever velhos amigos como o Vilno de Alagoinhas, conhecerei pessoalmente o Márcio, também dessa cidade. Enfim, será uma oportunidade maravilhosa de estar nesse lugar que eu amo de paixão. Aliás, vou confessar, aqui, que a minha intenção, quando saí de Caxias, seria  a de percorrer o Brasil e fixar morada no nordeste, podendo ser Recife ou Salvador, as minhas preferências. Aconselhado por um colega e amigo, do setor de funcionalismo do Banco, não teria chance de uma transferência direta. Teria de fazer uma escala em Santa Catarina, solicitando uma remoção para o centro (Rio de Janeiro ou Espírito Santo) e, depois, tentar uma das duas sedes de minha escolha. Acabei ficando em Santa Catarina, onde pude reconstruir a minha vida com muita alegria e felicidade. E, por aqui, ainda se sente o vento vindo do meu estado.
Espero que meu coração resista a tanta emoção, pois nas ocasiões em que fui convocado pelos meus conterrâneos, nas quais pude comparecer, a emoção foi demasiadamente forte. Guardo com saudade os momentos das festividades dos 45 anos da AFM Caxias e dos dois dias de jogos, quando da realização do XXIX Centro Sul, ocorrido por iniciativa dos irmãos caxienses
Minha participação nesse primeiro brasileiro, quando fiz parte da equipe gaúcha, foi a seguinte: José Inácio dos Santos (Sergipe) 1 x 1, Marcelo Tavares (Pernambuco) 1 x 2, Milton Silva (Bahia) 7 x 1, Adélcio Albuquerque (Rio de Janeiro) 1 x 4. De oito pontos (contava-se 2 pontos por vitória e 1 ponto por empate), consegui fazer 5 pontos. Duas vitórias, um empate e uma derrota acachapante, pois o Miltinho chutou sete e guardou todas. Chutava mais que o Carraro em dias de lua cheia. Meus companheiros de equipe não tiveram tanta sorte como eu tive e, por essa razão, ficamos com o quarto lugar.
O importante é que nós estávamos lá e isso ficará para sempre na história de nosso esporte.
Assim como a história registrará os momentos desse novo encontro com todos os botonistas brasileiros, agora com uma estrutura simplesmente fantástica, com Federações trabalhando e gerindo o nosso esporte e uma Confederação que, naquela época, não passava de um sonho muito distante. Vamos todos confraternizar em Salvador e realizar sonhos, pois nossa vida é conseguir realizá-los, conforme os idealizamos.
Sambaquy 1 x 1 Inácio (Sergipe)

Utopia? Nem mesmo a nossa Regra Brasileira foi aceita conforme havia sido
criada.
 
Até a semana que vem, se Deus assim permitir
Sambaquy