Há dois anos, escrevi salientando
o porquê de não haver um despertador que nos faça acordar em determinada época
de nossa vida. Afinal, a evolução tecnológica está sempre desafiando o nosso
conhecimento trazendo novidades maravilhosas que ficam à nossa disposição.
Todos nós temos o nosso próprio cinema
em casa, com as modernas TVs, podendo assistir o filme que desejarmos, a
qualquer hora do dia. Há poucos anos o cinema era mudo, em preto e branco, e
funcionava em locais escolhidos, e à noite. Há bem pouco tempo, tínhamos de
solicitar à uma telefonista, a ligação para a cidade vizinha, coisa que
demorava pelo menos umas seis a oito horas, com grandes dificuldades em escutar
o outro lado da linha. Hoje falamos ao mundo inteiro em um pequeno celular, que
carregamos em nossos bolsos. Hoje já trocamos coração, fígado, pulmões, rins,
olhos, evitando sermos considerados mortos antes do tempo.
Entretanto, tudo isso ainda não
conseguiu nos fazer retornar à nossa juventude, aos anos em que nada nos detinha
em que desafiávamos a tudo e a todos. Acredito que seja esse o maior enigma que
tira o sono dos cientistas e inventores. Por essa razão ainda não existe o tal
despertador que nos faça acordar com quinze anos, disposto a viver tudo o que
já vivemos novamente.
Será que isso seria bom? Não
acredito muito, pois com o tempo, nós fomos adquirindo sabedoria, experiência e,
em nossa caminhada nos defrontamos com toda série de pessoas que marcaram
nossos passos. Nada do que ficou no passado poderá ser modificado. O que
fizemos de bom vai perdurar para sempre, mas nossos erros nos acompanharão
indefinidamente, pois a cada erro cometido tivemos a chance de aprender.
E se ao retornar, caso isso fosse
possível, será que não nos desvirtuaríamos do caminho que percorremos?
Voltando, será que eu encontraria as mesmas pessoas que comigo gostavam de
jogar botão? E se não as encontrasse, teria eu perseverado nesse esporte? Teria
encontrado tantos amigos, e, com eles sonhado, criado e difundido o futebol de
mesa?
São coisas que não fazem mais a
minha cabeça. Se escrevi em 27 de dezembro de 2010 sobre essa possibilidade,
esses dois anos que se passaram, fizeram mudar meu pensamento.
Na mensagem de final de ano
passado, abordei a oportunidade que a vida nos dá de sermos úteis àqueles que
nos são afins. Baseado nesse princípio, que afugenta a hipótese egoísta de
voltar ao passado e fazer a caminhada novamente, vejo-me como sendo uma pessoa
útil aos meus amigos botonistas. Hoje eu não consigo mais ser competitivo, pois
me falta o vigor, tão necessário para continuar na luta por títulos. Mas,
sobra-me a vontade de ajudar, de incentivar e de mostrar a todos o quão foi
difícil essa caminhada. Caminhada em um tempo cheio de contrariedades,
dificuldades imensas tanto no sentido de divulgação como no sentido de apoio e
incentivo.
Hoje, com o advento da Internet,
a comunicação tornou-se imediata. Falamos com o mundo num piscar de olhos,
mostramos fotos e filmes no momento em que os eventos estão sendo realizados.
Hoje, existem pessoas envolvidas no mercado que o futebol de mesa fez nascer.
Fabricam-se botões, goleiros, mesas, réguas, bolinhas, troféus dando chances
para que pessoas possam viver disso, criando suas famílias, graças ao sonho de
alguns idealistas que pensavam alto no desejo de reunir brasileiros de norte ao
sul, do oeste ao leste.
E vendo isso, fruto do esforço
voluntário de botonistas anônimos, sinto que não haveria necessidade de voltar
e fazer coisas diferentes. O mundo é assim mesmo. Fizemos essa gigantesca roda
girar e isso nos basta.
A minha vida está ligada
indelevelmente ao futebol de mesa. Meu tempo está ficando menor, tenho certeza
disso, pois numa relação de adversários que constam em meu arquivo de jogos,
quarenta e três amigos já partiram para o mundo espiritual. A cada ano, novas
surpresas e tristezas que nos invadem, pois mais um nos deixa, teimando em
disputar o campeonato celestial. Como será quando lá chegarmos? Quem nos
receberá?
Por isso, meus amigos botonistas,
desejo que 2013 seja um ano pleno de realizações, nas quais vocês possam
abraçar aquelas pessoas que sonham da mesma maneira que vocês o fazem. Abracem,
pois não sabemos se teremos uma nova oportunidade, uma nova ocasião. Aproveitem
para rir bastante, para recordar bons e maus momentos, desfrutem dessa amizade
que o futebol de mesa proporcionou a vocês e sejam felizes.
Feliz 2013 a todos vocês e até a
semana que vem, se Deus assim permitir.
Sambaquy
Meu caro Sambaquy. Assino embaixo, embora não concorde quando você se diz não competitivo. Se assim for, migre para o botãobol, onde não há diferenças de idade, preparação física e outros trecos. No botãbol, o cérebro é o mais exigido e aí você iria se superar com a inteligência que tem. Fica a sugestão. Feliz 2013, amigão, ainda com toda a energia que Deus nos deu.
ResponderExcluirMeu amigo Abiud,
ResponderExcluirO grande problema que eu enfrento é que parei por muito tempo. Aliás, tempo demais. Ao retornar eu encontrei um futebol de mesa diferente daquele do meu tempo.As coisas evoluiram bastante e eu fiquei parado no tempo. Quanto a migrar para o Botaobol, devo treinar muito para acompanhar voces, mas um dia eu chego la.
Feliz 2013 para voce e para essa turma maravilhosa de Pernambuco.
LH.ROZA
ResponderExcluirMeu amigo AC.SAMBAQUY...
O que + posso desejar-lhe, se não mt. emoções, sejam elas junto dos família e/ou dos botonistas.
O convite ainda esta de pé, esperando q/ em breve possamos bater 1 bolinha...
Mt. Paz - Amor e Saúde nessa temporada de 2013...
1 forte abç.
Meu amigo Rozinha,
ExcluirSe Deus me permitir quero ver se o encontro na séde do Marcilio, pois sei bem que estás te associando a nós. Aliás, é um lugar onde os amigos se reunem. Diante disso, teremos a chance de voltar a bater uma bolinha com mais frequência.
Um grande abraço de um feliz 2013 para você e sua família.
Amigo Sambaquy
ResponderExcluirRealmente o tempo passa, a vida passa, as pessoas passam por nossas vidas e devemos aproveitar cada minuto que Deus nos permitir vivenciar. As emoções se renovam, mas cada lembrança que fica vai nos enriquecendo.
Nesse quesito já és um milionário.
Devemos encarar esses encontros não como uma competição, mas como uma oportunidade de encontrar os amigos, praticar o nosso esporte e testemunhar os frutos que cada sementinha plantada nos proporcionou. Essa é a nossa premiação. O placar interessa a quem está ali atrás de uma boa classificação.
É muito bom te-lo junto de nós e nos passando toda sua experiência de vida.
Grande abraço
Oswaldo Fabeni (Atlãntico Sul Futebol de Mesa)Itajaí-SC
Meu querido Oswaldinho,
ExcluirAcredito que nós dois somos milionários sob o aspecto enfocado. Sei bem de suas conquistas fora das mesas, fazendo as crianças de sua escola jogarem futebol de mesa, e, até levando-as para a séde para observarem as feras se digladiando.
Realmente, não existe premiação mais reconfortante, do que, ser reconhecido por ter feito algo que vem de encontro a várias gerações de botonistas. Hoje, na minha idade, eu vejo os filhos daqueles que iniciaram comigo iniciando os seus próprios filhos. Isso é algo que ninguém pode guardar em prateleiras. Guarda no coração, com um enorme sorriso nos lábios.
Feliz 2013, e nesse ano, quero ver se consigo acompanhar vocês com mais frequência.
Mestre Sambaquy!
ResponderExcluirAo ler sua coluna desta semana me deixou pensativo... Realmente o "tempo passa" mas temos que ser otimistas e como voce mesmo postou em meu blog "temos que olhar o lado bom..." Parece que voce tirou o cabo da tomada do otimismo. Força nosso mestre.!! Não desanime... Estamos aqui para "o que der e vier..." e que em 2013 sejas capaz de transpor todas as dificuldades e saborear as inumeras alegrias. Um abraço.
AA Ponte Preta (40 anos em 2013)
Marcos A. Zeni
Meu querido Zeni,
ExcluirNão tirei o cabo da tomada do otimismo, pois não vou parara de jogar de maneira alguma. Só que vou fazer a coisa mais light, sem compromisso de vencer, pois, pela falta de local para treinar, sem mesa para liso, o recurso é jogar 12 toques, que é completamente diferente da Regra Brasileira. Mas, sempre que for a Caxias estarei visitando vocês para bater uma bolinha, sem pretenção de vitória alguma. Fica tranquilo pois quem adquire esse virus não consegue mais se curar. Está inoculado para todos o sempre.
E vamos comemorar esses 40 anos de Ponte Preta em 2013. Convide para participar.
Abração e um feliz ano para você e família.