segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FUTEBOL DE MESA NO VASCO DA GAMA.


Antes de falar da minha experiência em Brusque, quando conseguimos realizar grandes conquistas no futebol de mesa, como a realização do primeiro Sul Brasileiro em 1979 e o Sétimo Campeonato Brasileiro em 1981, além da construção de nossa sede própria, hoje abandonada, infelizmente, vou contar sobre o futebol de mesa no Vasco.

Fui convidado pelo Mário Ruaro, para chefiar o Departamento de Futebol de Mesa do Vasco da Gama F.C.. Na ocasião o clube funcionava no mesmo quarteirão onde eu morava e isso facilitou as coisas.

Ao chegar à sede social, a mesa era própria para a regra gaúcha. Nós estávamos em fevereiro de 1967, e já estávamos jogando a Regra Brasileira, a todo vapor. Foi mandado confeccionar uma mesa oficial, e a primeira demonstração foi feita com êxito total.

Em 24 de fevereiro de 1967, Boby Ghizzoni, Mário Ruaro, Nelson Ruaro e Neuri Fedrizzi arriscaram as primeiras paletadas na mesa oficial. Os demais associados só ficavam dando palpites e observando. Aos poucos foram criando coragem e aderindo ao Internacional do Boby, ao Botafogo do Mário, ao Santos do Nelson e Grêmio do Neuri. Apareceu o Bangú do Rudy Vieira, o Boca Juniors do Augusto Peletti, Corinthians do Aldemiro Ernesto Ulian, o Pelotas do Jonas Rissi e o Corinthians do Jorge Resende. O Jonas Rissi trocou o Pelotas pelo São Paulo, o Sérgio Salomon adotou o Gremio e o Jone Almeida jogava com o Vasco.

Vários torneios foram realizados, e contávamos com a participação do Sérgio Calegari, Nelson Prezzi, Raymundo Antonio Rotta Vasques, Vanderlei Duarte, josé Machado e Vicente Sacco Netto que faziam visitas freqüentes ao clube, ajudando na adaptação de tudo, ao moderno futebol de mesa brasileiro.

Para evitar confusão nas tabelas, o Jorge Resende passou a jogar com o Atlético Mineiro, pois o Aldemiro Ernesto Ulian tinha o direito adquirido de jogar com o Corinthians.

Apesar do entusiasmo inicial, o futebol de mesa no Vasco durou até o ano de 1969.

Foram realizados dois campeonatos, e, neles, o Internacional do Boby Ghizzoni foi imbatível. O Boby jogava muito futebol de mesa, e suas partidas eram apreciadas pela grande maioria dos participantes, pois era teatralizada cada jogada que fazia. Se conseguisse marcar um gol, ficava empolgante, e muito mais se o gol fosse feito pelo seu goleador Bráulio.

Era incrível a demonstração de euforia, pois ele conseguia dar umas duas a três voltas ao redor da mesa, soltando foguetes com a boca e gritando:
GOL DE BRÁULIOOOOOOOOOOOOOO!!! DE BRÁULIOOOOOOOOOO!!! GOL DE BRÁULIOOOOOOOOOOO!!!

Hoje, com saudade, lembramos dessas noitadas de diversão maravilhosa, reunindo amigos que jamais serão esquecidos.

Há uma das historinhas que nunca esqueci, e que se passou numa daquelas rodadas.

Cada vez que eu ia jogar, minha filha Virginia, com três anos de idade, ia junto comigo. E sempre ficava grudada em minha perna, não me largando em momento algum. As vezes, ela se distraia com alguma coisa, e assim eu podia jogar mais tranqüilo, sem ter o cuidado de não pisar nos pezinhos dela. Numa dessas ocasiões, ela distraída, não viu que eu fui fazer uma jogada no campo de meu adversário, saindo do meu campo de defesa.... Então, o Rudy, sempre forte, com pernas parecidas com as minhas, que apitava o jogo, foi olhar a jogada, ficando no local onde eu deveria estar. A Virginia não teve dúvidas. Abraçou a perna do Rudy e ficou enlaçada nele. Todos viram que ela havia se enganado e ninguém falou nada..... O Rudy olhava para mim, como perguntando.... – O que eu faço? Fiz sinal de silêncio, colocando o dedo na boca e ficamos todos observando a reação dela.... Foi hilária a reação, pois envergonhada, fugiu para casa, ao constatar que havia errado a perna. Todo mundo ria a valer. Para mim foi um santo remédio, pois, após o incidente, podia jogar tranqüilo, sem ter alguém grudada em minha perna.

Até hoje, quando eu falo do incidente, ela fica encabulada. Já contei para as minhas netas Helena e Vitória, filhas da Virginia, e elas dão risadas da situação cômica/trágica da mãe delas.

Quando a AFM Caxias do Sul mudou sua sede para o Ginásio do Vasco, muita coisa aflorou à minha mente. A sementinha plantada em fevereiro de 1967, abriu uma flor, abrigando os queridos botonistas da atualidade. Realizando aquilo que gostamos com amor e carinho, o futuro sempre nos reserva uma safra promissora. Fiquei feliz em saber da acolhida de nossa entidade pelo gigante Vasco da Gama, proporcionando o constante crescimento de nosso esporte.

A sessão de saudade, dessa semana, chegou ao final.

Semana que vem, começo a falar sobre como foi o inicio em Brusque (SC).

Um abraço com votos de muitos gols.

Sambaquy

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