domingo, 29 de janeiro de 2012

A PREMIAÇÃO DOS CAMPEONATOS BRASILEIROS.

Diante da beleza dos troféus que está sendo destinado aos principais colocados nos diversos campeonatos brasileiros da atualidade, meu pensamento retrocedeu e falarei das primeiras premiações que simbolizavam a grande conquista.
Em 1970, na Bahia, houve a premiação ao primeiro e segundo lugar do campeonato por equipes e, também, para o individual. Havia prêmio para a artilharia e defesa menos vazada da competição e um que hoje é chamado de “fair play”, denominado troféu disciplina que premiava a delegação mais comportada. Para cada participante fora ofertado um crachá emitido pela Liga Baiana, onde aparecia o Estado representado e o nome do competidor, seguido por sua assinatura. Os gaúchos ainda ganharam uma medalha de participação e ficou nisso.
Em 1971, Pernambuco seguiu a mesma linha. Prêmios aos dois campeões do individual e por equipes, troféu disciplina, artilharia e defesa menos vazada. Em vez de crachá, a Liga Pernambucana ofertou uma pequena flâmula que deveria ser colocada na camisa, na qual constavam os dizeres “II Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, seguido do distintivo da Liga Pernambucana e, abaixo, continuava dizendo: de 13 a 15 de agosto de 1971. Recife (PE)”. Só que os pernambucanos inovaram e entregaram um diploma a cada participante e outro destinado à entidade as quais pertenciam. Era uma documentação de participação e equivalia a uma medalha.
No ano seguinte, 1972, o campeonato ficou sob a responsabilidade da Liga Caxiense de Futebol de Mesa. Resolvemos inovar e como seria realizado somente o campeonato individual, premiamos os quatro melhores colocados. Mas, com o suporte financeiro do Conselho Municipal de Desportos, sugerimos um troféu menor a cada participante, com a gravação de sua participação na competição. Todos saíram com uma lembrança bonita deste terceiro grande campeonato nacional de futebol de mesa. Depois desse, ficamos quatro anos sem a disputa maior, sendo que somente em 1976, na cidade de Jaguarão (RS), foi realizado o campeonato. Mais dois anos se passaram e, em 1978, no Rio de Janeiro é retomada a disputa, agora com força total. Não compareci a nenhum dos dois campeonatos por razões profissionais, pois estava lotado na agência do Banco do Brasil, na cidade de Brusque e não havia chance de me ausentar em virtude do diminuto quadro de funcionários.
Voltei a participar em 1979, em Vitória (ES), dessa vez representando o meu estado adotivo. Como só estávamos realizando os campeonatos individuais, a inovação foi a entrega de troféus aos quatro primeiros colocados. Aos demais, apenas uma medalha de participação. Nesse campeonato, fiquei com a sétima colocação e guardo a medalha de participação como troféu conquistado.
Em 1980, em Pelotas, novamente a premiação aos quatro primeiros colocados e medalhas aos demais participantes. Em 1981, em Brusque, não foi diferente. Só que a premiação ao campeão, Hosaná Sanches, não pode ser levada por ser grande demais e tivemos de enviá-la através de uma empresa transportadora. Na cidade de Brusque havia muito incentivo por parte dos industriais e comerciantes, os quais nos doaram os troféus maravilhosos.
Após esse campeonato eu não participei mais de nenhum campeonato brasileiro. Por isso não sei quando foi modificado o sistema de premiação, destinando troféu até o oitavo colocado em cada categoria.
A grande dificuldade, que não foi só nossa, pois há poucos dias li, no blog da Federação Brasiliense de Futebol de Mesa, notícia sobre o primeiro Campeonato Interclubes, realizado de 5 a 8 de fevereiro de 1981, no qual estavam reunidos dezoito clubes de seis estados da União; junto à nota estava postada a foto dos troféus ofertados. Eu acredito que os troféus do campeonato brusquense eram muito mais bonitos do que aqueles. Mas, tudo era muito difícil e a organização cabia a quem promovesse a disputa. A obrigação de conseguir a premiação era uma das atribuições que demandavam os maiores sacrifícios. Quando não se tinha recursos para a compra, a solução era pedir, aos amigos, a doação.
Hoje a premiação é maravilhosa e digna de elogios. Acreditamos que isso motivou ainda mais ao crescimento de nosso esporte, o qual atingiu um estágio inigualável. Ficamos maravilhados em olhar as fotos dos felizes vencedores, todos sorridentes, ostentando os seus magníficos troféus, do primeiro ao oitavo lugar.
Guardo nos compêndios sobre o futebol de mesa, que estão depositados na AFM Caxias, fotografias em que aparecem os troféus do primeiro campeonato, realizado em 1970. Seria interessante se houvesse a possibilidade de publicar a foto em que o presidente Ademar Carvalho está abrindo o campeonato e, na primeira fila, estão sentados José Gomes (Sergipe), Adauto Celso Sambaquy (Rio Grande do Sul), Ivan Lima (Pernambuco), João Paulo Mury (Rio de Janeiro) e Oldemar Seixas (Bahia). Todos poderiam avaliar a dificuldade inicial que todas as entidades encontraram, pois não havia um comando geral para gerir o nosso esporte. Tudo era feito de maneira muito amadora. Naquele tempo havia apenas o sonho de grandes troféus.
Fotos: Troféus de ontem e de hoje no Futebol de Mesa
Foto do Congresso de Abertura do 1º Campeonato Brasileiro de 1970

Troféus do Caxiense de 1967

Troféus do 1º Brasileiro Interclubes de 1981

Troféus de hoje - Mundialito de Seleções

Troféu do 3º Estadual de Equipes Liso do RS

Troféu do Centro Sul Brasiliero 2011

Cristian Baptista e seu troféru de Campeão Brasileiro de 2011

Até a semana que vem, se Deus permitir.
Sambaquy

2 comentários:

  1. LH.ROZA...
    Meu irmão futmesista...

    Novamente ler suas narrativas nos emociona...

    Realmente os troféus de ONTEM e os de HOJE, creio que as emoções sejam as mesmas.visto que a modernidade dos artezões vieram torna-los mais
    vistosos.

    Mas sempre haverá aquela preocupação onde guarda-los ??? Pois até mesmo os nossos mais queridos parentes, muitas vezes não dão a merecida atenção, sem contar aquele olhar debochado "não vais limpar essa galeria, esta toda empoada ???"

    Mas fazer o que ??? isso tudo é o que nos proporcia esse lazer sem data para nos deixar distantes dos AMIGOS.

    Até +

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  2. Meu querido amigo Roza,
    As reclamações contra a poeira dos armários só muda de endereço, pois aqui em casa é a mesma coisa. Mas a cada um existe uma história que as pessoas que não estão envolvidas nela não entendem. Para nós é um pouco de nossa vida. Para os outros é apenas um troféu.
    Quanto aos artesões que os capricham, vejo sempre com alegria que o esforço daqueles anos dificeis ajudou a muita gente a ter uma fonte de renda. No início eram poucos os fabricantes de botões, hoje temos em cada canto do país um fabricante e com o detalhe maravilhoso em cada peça produzida. Aliada a essa atividade surgiram os artesões de troféus. Lembro ainda que recebi um troféu do Botunice (Botonistas Unidos de Campos Eliseos) onde está representado um campo e dois times postados, que foi o primeiro fora dos padrões tradicionais de taças e medalhas.
    Isso foi em 1981, quando nascia essa atividade. Hoje fico deslumbrado com a beleza de cada troféu criado por mentes laboriosas,
    Até as medalhas de hoje em dia são diferentes das antigas. Hoje elas vem com a imagem do clube que as oferece aos vencedores. São muito lindas e representam bastante para cada um de nós. Pena nós não podermos ficar por aqui mais uns cinquenta anos para ver o quanto ainda haverá de ser criado...
    Um abraço.

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